Ciência da Nutrição

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    Abordagem multicomponente NUTRIRCOM: efeitos sobre o comportamento alimentar, adiposidade, marcadores de estresse, ansiedade e depressão em mulheres com obesidade
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-12-20) Gonçalves, Irene da Silva Araújo; Costa, Glauce Dias da; http://lattes.cnpq.br/1858361077134323
    A obesidade, um dos maiores desafios de saúde pública global, apresenta prevalência crescente no Brasil, especialmente entre mulheres. Embora tradicionalmente associada a um balanço energético positivo, essa condição multifatorial exige abordagens que vão além das dietas restritivas. O tratamento tradicional baseado em dietas hipocalóricas tem sido questionado devido às limitações em promover comportamentos saudáveis e aos efeitos adversos, como compulsão alimentar e transtornos alimentares e problemas emocionais. Reconhecendo a vulnerabilidade específica das mulheres devido a fatores biológicos, emocionais e socioculturais, estratégias integrativas e holísticas surgem como alternativas para promover mudanças comportamentais sustentáveis e melhorar a saúde integral, independentemente do peso corporal. O presente estudo objetivou desenvolver um protocolo de abordagem nutricional multicomponente e avaliar sua eficácia na adiposidade corporal, comportamento alimentar, marcadores de estresse, ansiedade, depressão e autocompaixão em mulheres com obesidade, durante 6 meses. A pesquisa foi conduzida na Atenção Primária à Saúde de Viçosa- MG, envolvendo 89 mulheres adultas com obesidade, randomizadas em três grupos: G1 (orientação nutricional prescritiva com plano hipocalórico), G2 (abordagem nutricional multicomponente individual) e G3 (abordagem multicomponente combinada – individual e coletiva). As intervenções ocorreram ao longo de seis meses e incluíram análise de cortisol, avaliação antropométrica e aplicação de instrumentos validados, como o Questionário Holandês de Comportamento Alimentar, a Escala de Ansiedade e Depressão, o Inventário de Sintomas de Estresse de Lipp e a Escala de Autocompaixão. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (código do protocolo 5.693.565). As participantes foram recrutadas conforme o protocolo do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC) (nº RBR-87wb8x5), e o relatório seguiu as diretrizes CONSORT para ensaios randomizados de múltiplos braços. A inter- relação entre estresse, comportamento alimentar e adiposidade corporal foi avaliada utilizando modelos de regressão linear. Dados do baseline foram analisados utilizando o Stata, e dados longitudinais (T0 e T1) foram analisados por ANOVA de medidas repetidas, utilizando o SPSS, com nível de significância de 5%. Os resultados destacaram o desenvolvimento do modelo NutrirCOM, que integra dimensões políticas, comportamentais e de saúde para intervenção prática. Dados iniciais indicaram associações significativas entre estresse e padrões de alimentação emocional e externa. Em termos de impacto, o G1 apresentou redução significativa no IMC, enquanto os Grupos 2 e 3 demonstraram melhores resultados em parâmetros como autocompaixão e sintomas de estresse e ansiedade. Além disso, os grupos multicomponentes reduziram comportamentos alimentares desordenados, como ingestão emocional e externa, enquanto a abordagem com dieta restritiva piorou esses comportamentos. Conclui-se que o protocolo NutrirCOM revelou-se uma alternativa eficaz para o manejo sustentável da obesidade, enfatizando a promoção de hábitos saudáveis e o bem-estar integral, em vez de focar exclusivamente no peso. Os achados reforçam a necessidade de intervenções interdisciplinares que considerem os múltiplos determinantes da obesidade, destacando a relevância de políticas públicas que favoreçam cuidados integrados e acessíveis à população feminina. Palavras-chave: Obesidade; Mulher; Não-dieta; Peso inclusivo; Nutrição Comportamental; Comportamento alimentar; Estresse; Ansiedade; Depressão
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    Estudo epidemiológico das arboviroses no Brasil e o uso de inteligência artificial na construção de um modelo preditivo de letalidade para febre amarela
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-01-29) Fracalossi, Karen Oliveira; Costa, Glauce Dias da; http://lattes.cnpq.br/5370142956938707
    As arboviroses são doenças causadas por arbovírus e representam uma crescente preocupação para a saúde pública no Brasil e no mundo, principalmente pelo potencial de dispersão, pela capacidade de adaptação a novos ambientes e hospedeiros, e possibilidade de causar epidemias extensas. O compartilhamento de um mesmo vetor de transmissão entre dengue, zika, chikungunya e febre amarela, a co-circulação dessas doenças e a grande propagação do Aedes aegypti pelo território brasileiro podem causar epidemias de caráter emergente. Ainda, a similaridade entre os sintomas apresentados para essas doenças dificulta o manejo clínico. Nesse sentido, os estudos epidemiológicos e a utilização de recursos computacionais na forma de modelos preditivos, podem aprimorar a pesquisa em saúde, avaliação da qualidade da atenção, prevenção, prognóstico resultando em tratamentos mais efetivos, bem como no controle de doenças, direcionamento de recursos e melhorias na gestão. Assim, o objetivo desse trabalho foi estimar as prevalências das arboviroses dengue, zika, chikungunya e febre amarela nos períodos de 2000 a 2018 e construir um modelo preditivo para óbito por febre amarela no Brasil utilizando inteligência artificial. No primeiro estudo foi realizada uma revisão sistemática com metanálise baseada no protocolo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foi realizada a busca nas bases de dados PubMed/MEDLINE, Scielo (Scientific Electronic Library Online), ScienceDirect e BVS (Biblioteca Virtual de Saúde), sob o termo de busca (dengue OR zika OR chikungunya OR "febre amarela") AND prevalência). A metanálise foi realizada por modelo de efeito randômico. A heterogeneidade foi avaliada pelo teste do qui-quadrado (?²) com significância de P < 0,10, sendo sua magnitude apurada pelo o I-quadrado (I²). As análises foram realizadas com os comandos Metaprop e Metareg do programa Stata (versão 13.0). Dos 8052 artigos incluídos na busca 61 artigos foram selecionados. Os anos dos estudos publicados estavam entre os anos de 1992 e 2019, sendo 65,57% dos artigos (n=40) foram publicados nos últimos 10 anos. A maioria dos artigos selecionados descrevem principalmente dados epidemiológicos regionais derivados de pesquisas e estudos conduzidos em regiões específicas, sendo utilizados para apoiar os dados nacionais no que diz respeito à prevalência e sorotipo. Não foi possível realizar a metanálise com os artigos de febre amarela, pois poucos estudos foram selecionados. O desfecho primário foi a prevalência de dengue, zika e chikungunya com intervalo de confiança de 95% (IC95%). A prevalência agrupada de dengue, zika e chikungunya no modelo randômico foi, respectivamente, 35%; 19% e 28%. Para as três arboviroses, dengue, zika e chikungunya, nenhuma das variáveis, na análise subgrupos e metaregressão, explicou a grande heterogeneidade encontrada. No artigo original, foram utilizados dados secundários do SINAN disponibilizados pelo Ministério da Saúde e solicitados por meio do Sistema Eletrônico do Serviço de Informação ao Cidadão (e-SIC). Esses dados passaram por uma etapa de padronização e organização. Para realização do modelo, foram incluídos apenas as pessoas com Classificação final confirmada para febre amarela. Para realização das análises foi utilizado o Google Colaboratory. Para o problema encontrado foram testados 8 algoritmos: Naive Bayes, Decision Tree, k- Nearest Neighbour, Logistic Regression, Multilayer Perceptron, Support Vector Machine, Random Forest e CatBoost. Para nosso conjunto de dados, foi utilizada o percentual de 75% da base para treinamento e 25% para teste. Os parâmetros tiveram suas configurações modificadas. Para a validação do modelo utilizamos a Validação Cruzada 10 partes. Para visualização foi utilizada a biblioteca SHAP. O algoritmo selecionado para o modelo foi o CatBoost por apresentar métricas de desempenho melhores, por reduzir a necessidade de ajustes de hiperparâmetros, além de ser melhor com bancos categóricos e lidar com valores faltantes. Ao analisar o modelo, as variáveis que mais influenciaram no modelo foram resultado do exame imunológico de IgM, presença de distúrbio renal, presença de dor abdominal, critério de confirmação utilizado e presença de sinais hemorrágicos. O modelo proposto para previsão de óbito em pacientes com febre amarela teve um bom resultado com 81,1% de acurácia e 79,8% de precisão. O uso dessa ferramenta pode auxiliar os profissionais de saúde na prática clínica. A análise do comportamento do modelo permitiu aprofundar aspectos importantes do banco do SINAN confirmando alguns elementos de prognóstico já apontados pela literatura e indicando novas possibilidade de estudo a fim de aprofundar aspectos relacionados ao prognostico da febre amarela e construir estratégias para um melhor manejo clínico desta enfermidade e prevenção do óbito. Palavras-chave: prevalência. arbovirose. modelo preditivo. mineração de dados.
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    Efeito do consumo de castanhas brasileiras (Bertholetia excelsa H.B.K. e Anacardium occidentale L.) em marcadores da saúde intestinal e inflamatórios de mulheres com excesso de peso
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-24) Silveira, Brenda Kelly Souza; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; http://lattes.cnpq.br/9122477140905382
    As castanhas são fontes de nutrientes e compostos bioativos relacionados a desfechos positivos em saúde, incluindo melhor controle do peso corporal. Entretanto, a castanha-do- brasil (Bertholletia excelsa H.B.K) e a castanha de caju, (Anacardium occidentale L.), ambas nativas brasileiras, estão entre as menos estudadas. Além disso, as evidências sobre o efeito das castanhas na inflamação e saúde intestinal são escassas. Por isso, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do consumo de castanhas brasileiras associado à restrição calórica sobre marcadores inflamatórios e da saúde intestinal de mulheres com excesso de peso. Este estudo compõe-se de duas intervenções, ambas com oito semanas de duração. O estudo 1 tratou-se de um ensaio clínico randomizado, controlado, com 40 mulheres alocadas aleatoriamente em dois grupos, 1) controle (n = 19): dieta isenta de castanhas restrita em calorias (-500 kcal/d); 2) castanhas brasileiras (n = 21): 15 g de castanha-do-brasil e 30 g de castanha de caju associadas à dieta restrita em calorias (-500 kcal/d). A estudo 2 tratou-se de um ensaio clínico controlado, não randomizado, com 56 mulheres alocadas em dois grupos, 1) controle (n = 29): dieta isenta de castanhas restrita em calorias (-500 kcal/d); 2) castanha-do-brasil (n = 27): 8 g de castanha-do-brasil com alto conteúdo de selênio (347,2 µg) associadas à dieta restrita em calorias (-500 kcal/d). Em ambas as intervenções, as participantes foram submetidas à avaliação antropométrica, coleta de sangue em jejum para análise da concentração de marcadores inflamatórios no plasma (PCR, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, TNF, IL-17A) e teste de permeabilidade intestinal (coleta de urina) no início e ao final da intervenção. No estudo 1, também foram coletadas amostras de fezes e realizado o sequenciamento do gene 16S para análise da microbiota intestinal, além da determinação do pH e concentração de ácidos graxos fecais. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 24.0, adotando-se um nível de significância de 5%. Em ambas as intervenções, as participantes atingiram restrição calórica e perda de peso semelhantes. O consumo de castanhas brasileiras no estudo 1 resultou no aumento de bactérias comensais (Ruminococcus, Roseburia, NK4A214_groups, and UCG-022) e ácido propiônico fecal, mas não houve mudança em marcadores inflamatórios. As castanhas brasileiras também protegeram contra o aumento da permeabilidade intestinal, observado no grupo controle. Mudanças na permeabilidade intestinal foram correlacionadas com maior redução na gordura corporal, IL-8, e aumento na abundância de Ruminococcus. No estudo 2, o consumo de castanha-do-brasil reduziu PCR e citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL1-β, IL-8) e melhorou a permeabilidade intestinal, comparado ao grupo controle. O aumento na concentração plasmática de selênio se correlacionou com maior redução de IL1-β e IL-8. Ademais, reduções de IL-8 foram preditivas de maior redução na permeabilidade intestinal. Nossos resultados indicaram efeito benéfico do consumo de castanhas brasileiras no contexto de uma dieta restrita em calorias sobre marcadores da saúde intestinal e inflamação. Por fim, o efeito foi mais pronunciado após o consumo de castanha-do-brasil com alto conteúdo de selênio nos marcadores avaliados nos dois estudos. Palavras-chave: Selênio. Microbiota intestinal. Inflamação. Obesidade. Redução de peso. Restrição calórica.
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    Avaliação das boas práticas de fabricação de alimentos em restaurantes comerciais: conhecimento, práticas e desafios na gestão do risco sanitário
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-14) Vieira, Letícia Lopes; Costa, Glauce Dias da; http://lattes.cnpq.br/7410220934091918
    A segurança dos alimentos engloba conhecimentos e práticas relacionadas à saúde pública, visando prevenir os riscos associados à alimentação. Têm-se que a gestão ou controle de qualidade são essenciais para garantir que o processo de produção de alimentos seguros seja conduzido de forma a evitar o surgimento de Doenças Transmitidas por Alimentos. Dessa forma, o objetivo desse estudo é analisar a percepção sobre as Boas Práticas de Fabricação de Alimentos e os fatores associados ao risco sanitário em restaurantes comerciais. Trata-se de um estudo de delineamento transversal, com triangulação de métodos e de abordagem quanti-qualitativa, realizado na cidade de Viçosa, na Zona da Mata de Minas Gerais, nos meses de março a junho de 2023. Foram utilizadas diferentes abordagens metodológicas, revisão de literatura sobre a temática, questionários em escala Likert, entrevistas individuais e grupos focais para discussão de questões conflituosas da entrevista. A revisão de literatura, identificou trabalhos que apresentaram discussões quanto à relação do conhecimento de manipuladores de alimentos sobre as BPF e a segurança alimentar. Enquanto nas entrevistas e no grupo focal foram trabalhados a percepção dos proprietários e manipuladores sobre as boas práticas e suas implicações. Para os dados qualitativos foram feitas análises do conteúdo das entrevistas e do grupo focal, utilizando o COREQ para guiar as etapas do estudo e essas análises foram feitas com o auxílio do software IRAMUTEQ 0.7. Enquanto os dados quantitativos foram avaliados a concordância entre as respostas dos sujeitos do estudo e os fatores associados à classificação de risco sanitário dos estabelecimentos, utilizando o software SPSS 21.0. Para análise dos dados quantitativos e qualitativos foram utilizados os softwares SPSS 21.0 e o IRAMUTEQ 0.7, respectivamente. Foram identificados na revisão de literatura que a percepção comprometida dos manipuladores de alimentos sobre as Boas Práticas de Fabricação (BPF), impactam na segurança alimentar. Além disso, verificou-se nos estudos encontrados que os treinamentos são ferramentas capazes de desenvolver o senso crítico de quem prepara o alimento, assim como para garantir boas condições higiênico-sanitárias nos locais de trabalho. Outro achado importante da análise de conteúdo, referem-se a falta de conhecimento e de experiência dos manipuladores, falha da compreensão dos proprietários quanto ao processo de trabalho, problemas estruturais que comprometem as BPF, bem como as relações de trabalho comprometida entre esses sujeitos, impactando na execução dessas práticas e o gerenciamento do risco sanitário nos estabelecimentos. Por fim, ao avaliar as respostas dos manipuladores e proprietários, identificou um alto percentual de concordância das respostas afirmando que a segurança alimentar era prioridade nos restaurantes. Contudo, ao avaliar os fatores que se associam aos estabelecimentos com alto risco sanitário, verificou-se que, em média, há uma relação menos colaborativa com a vigilância sanitária, assim como, uma compreensão reduzida sobre a finalidade da lista de verificação de BPF. Ou seja, mesmo considerando prioridade a segurança alimentar, há estabelecimentos onde a classificação de alto risco sanitário se associa de forma negativa com ações que auxiliam a garantir a mesma. Existem fragilidades na percepção dos proprietários e manipuladores sobre BPF e somadas ao risco sanitário dos restaurantes, há impactos na segurança alimentar. Com essa vulnerabilidade, sugere-se, portanto, um aprofundamento científico de estudos que avaliam esses impactos, assim como a reformulação e elaboração de políticas públicas mais eficazes e aprofundadas para controlar, fiscalizar, educar e garantir o cumprimento de padrões sanitários nos estabelecimentos alimentícios. Palavras-chave: Segurança dos alimentos. Boas práticas de fabricação de alimentos. Vigilância sanitária. Risco sanitário.
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    Adição de grilo preto em pó e farinha de soja combinados ou não na dieta de ratos Wistar: avaliação da qualidade proteica e efeitos sobre marcadores metabólicos e saúde intestinal
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-05-27) Vicente, Laura Célia de Oliveira Souza; Della Lucia, Ceres Mattos; http://lattes.cnpq.br/9952797066692986
    Os insetos são considerados uma promissora fonte de proteínas em um cenário de aumento da demanda global por alimentos. Além do alto conteúdo proteico, eles contêm carboidratos na forma de exoesqueleto quitinoso, que podem chegar intactos ao intestino grosso, e beneficiar a saúde intestinal. O grilo preto (Gryllus assimilis) tem gerado interesse devido ao seu valor nutricional, entretanto, a aversão dos consumidores ainda limita a sua aceitação em diversos países ocidentais. Uma alternativa é transformá-lo em pó e incorporá-lo a uma matriz alimentar comumente utilizada, como a soja, como forma de complementação nutricional. O objetivo deste estudo foi, portanto, avaliar a qualidade proteica do grilo preto em pó, associado à farinha de soja, e seus efeitos sobre marcadores metabólicos e saúde intestinal de ratos Wistar. Quarenta animais foram distribuídos em 5 grupos (n=8): AIN-93G: controle caseína; GP: 100% da proteína do grilo preto em pó; GPFS: 30% da proteína do grilo preto em pó e 70% da farinha de soja; FS: 100% da proteína da farinha de soja; e AP: dieta aproteica. A qualidade proteica foi avaliada pelos índices de coeficiente de eficiência alimentar (CEA), coeficiente de eficiência proteica (PER), razão proteica líquida (NPR) e digestibilidade verdadeira (DV). Os marcadores metabólicos foram avaliados por parâmetros bioquímicos, balanço oxidativo e histologia do fígado. O efeito na saúde intestinal foi avaliado por histomorfometria do cólon, além da coloração, consistência, umidade e pH das fezes e produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Ao final de 30 dias, após jejum de 12 horas, os animais foram anestesiados com isoflurano a 3% e eutanasiados por punção cardíaca. O sangue, fígado, cólon e fezes do ceco foram coletadas para análises. A ingestão alimentar do grupo GP foi maior que o grupo controle. O CEA, PER, NPR e DV foram maiores no grupo AIN-93G; apesar disso, todos os grupos apresentaram um PER acima de 2,0, indicando uma proteína de alta qualidade. Quanto à DV, todos os grupos apresentaram valores maiores que 90%, o que remete à boa digestibilidade. A avaliação histológica do fígado demonstrou similaridade entre GPFS, FS e AIN-93G para inflamação e esteatose hepática, entretanto, o grupo GP apresentou aumento dessas variáveis. Os grupos que continham grilo em sua composição (GP e GPFS) apresentaram atividade de superóxido dismutase (SOD) e glutationa-S-transferase (GST) semelhantes ao controle, enquanto o grupo FS apresentou maior atividade de GST comparado aos demais. O grupo GP apresentou redução de malondialdeído (MDA) e aumento de óxido nítrico (ON), quando comparado aos grupos teste. O grupo GPFS foi semelhante ao controle para os produtos de oxidação e o grupo FS apresentou redução na produção de ON. O grupo GP demonstrou redução de glicose e colesterol total em relação ao controle, e o GPFS apresentou redução de colesterol total e triglicerídeos em comparação ao controle e FS. Todos os grupos teste reduziram o colesterol LDL em relação ao controle. Houve aumento nos níveis de ureia e creatinina no grupo FS, enquanto as concentrações de AST reduziram nos grupos GPFS e FS. Quanto à saúde intestinal, o grupo GPFS demonstrou aumento da umidade fecal, comparado ao controle. O pH, coloração e consistência das fezes foram semelhantes entre os grupos experimentais. A produção de ácido propiônico nos grupos teste foi similar, porém menor que o controle, enquanto o ácido butírico foi menor no grupo FS em comparação ao controle. Não houve diferenças nos parâmetros histomorfométricos do cólon entre os grupos. Com base nos resultados, conclui-se que o grilo preto em pó é uma alternativa promissora de alta qualidade proteica, com efeitos benéficos na saúde intestinal, sem prejuízos à saúde hepática quando associado à farinha de soja. Palavras-chave: entomofagia; Gryllus assimilis; insetos comestíveis; Glycine max L.; digestibilidade proteica; estresse oxidativo; funcionamento intestinal.
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    Caracterização de neutrófilos e células Natural Killer em pacientes pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-08) Silva, Daniela Aparecida da; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/8985685941448692
    Introdução: A obesidade pode ser definida como um acúmulo anormal ou excessivo de tecido adiposo, sendo prejudicial à saúde do indivíduo, caracterizada por uma inflamação crônica de baixo grau, na qual são evidenciados elevados níveis de marcadores inflamatórios. Neste sentido, a cirurgia bariátrica pode proporcionar uma perda de peso significativa, melhora de parâmetros de saúde e está associado a um baixo risco de complicações inerentes à patologia. No tecido adiposo de pacientes com obesidade existe um grande número de células imunes, como os neutrófilos, monócitos e células natural killer (NK). Objetivos: Analisar e caracterizar os neutrófilos e células natural Killer de indivíduos com obesidade grave pré e pós- cirurgia bariátrica Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com pacientes no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica atendidos no ambulatório da Equipe de Terapia Nutricional da Obesidade Grave (ETNO) do Instituto Alfa de Gastroenterologia (IAG), no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil. O estudo faz parte de um projeto maior intitulado “Caracterização de marcadores da imunidade inata e adaptativa para monitoramento e acompanhamento da evolução clínica em obesos no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica”. Foram realizadas avaliações antropométricas, avaliação de células natural killers e neutrófilos por citometria de fluxo de pacientes no pré e pós- cirurgia bariátrica e um grupo controle, com um nível de IMC adequado. Foram utilizados os testes estatísticos de acordo com a normalidade dos dados e adotado o nível de significância estatística de 5%. Resultados: Este estudo demonstrou que a maioria dos participantes eram do sexo feminino (80,65%) com média de idade de 43 anos (24 - 59). Os pacientes do grupo pós-operatório apresentaram, após no mínimo de 6 meses da cirurgia bariátrica, uma perda média de 41 kg (22-63kg). O percentual de perda de excesso de peso foi de 67,56% (49,53-91,67%) e o IMC reduziu 10,41kg/m³, demonstrando assim um sucesso no pós-operatório. Os resultados demonstraram menor expressão de CD282 no grupo pré-bariátrico quando comparados com os grupos controle e pós-bariátrico. Foi possível observar, no grupo pré-bariátrico, correlação significativa negativa entre a expressão de IL-10 em neutrófilos e peso (ρ=-0,8182/p=0,0038), IMC (ρ=-0,8424/p=0,0022), TMB (ρ=- 0,6485/p=0,0425), e HDL (ρ=-0,7538/p=0,0118). No grupo pós-bariátrico, correlação significativa positiva entre a expressão de IL-10 em neutrófilos e massa magra (ρ=0,6099/p=0,0269), e negativa com massa gorda (ρ=-0,6099/p=0,0269) e menor frequência de células Natural Killer. Conclusão: Neste estudo, de modo geral, demonstramos evidências que o grupo pós-bariátrico possui a tendência de melhora na recuperação dos parâmetros imunológicos expressos pelos neutrófilos quando comparado aos indivíduos do grupo controle. Palavras-chave: Obesidade; Inflamação; Células Natural Killer; Neutrófilos; Citocinas; Cirurgia Bariátrica; IL-10.
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    FFAR2 de neutrófilos e monócitos no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica e sua relação com perfil metabólico, inflamatório e de ingestão alimentar
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-01-27) Costa, Izabella Bianca Magalhães; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/0357466337722407
    Introdução: A obesidade é uma doença caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo e é considerada um grave problema de saúde pública no mundo devido ao seu crescimento nas últimas décadas. O tecido adiposo é constituído por diversas células imunológicas, como monócitos e neutrófilos, e, consequentemente, contribui para o desenvolvimento de um estado inflamatório crônico de baixo grau. Dentre os tratamentos disponíveis, a cirurgia bariátrica resulta em acentuada perda de peso e redução da inflamação. Além disso, componentes da dieta, como as fibras alimentares, podem regular esse estado inflamatório. As fibras alimentares são fermentadas pela microbiota intestinal, produzindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Os AGCC dependem da ativação do receptor de ácidos graxos livres (FFAR2) para atuar na regulação do sistema imune e da adiposidade corporal. Entretanto, não há estudos que avaliem a relação desse receptor com componentes alimentares, metabólicos e inflamatórios no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. Objetivos: Avaliar o receptor FFAR2 em neutrófilos e monócitos no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica e sua relação com o perfil metabólico, inflamatório e da dieta. Metodologia: Estudo transversal realizado com 31 indivíduos divididos em três grupos (pré-bariátrico, pós-bariátrico e controle). A avaliação antropométrica foi realizada por meio do cálculo do índice de massa corporal (IMC) e dos percentuais de perda de excesso de peso (%PEP) e perda de peso total (%PPT) e a composição corporal foi avaliada por bioimpedância. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um registro alimentar de 72 horas. O perfil bioquímico foi avaliado através da análise de amostras de sangue periférico. O FFAR2 de neutrófilos e monócitos foi analisado por meio da citometria de fluxo. A diferença entre os grupos foi determinada pelo teste Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn, além do teste qui-quadrado de Pearson. Além disso, a correlação de Spearman e a regressão linear multivariada foram aplicadas para testar a relação entre o FFAR2 e as variáveis de interesse. Foi adotado o nível de significância estatística de 5% para todas as análises. Resultados: A frequência de neutrófilos FFAR2+ foi maior no grupo controle quando comparado ao pré- bariátrico (p = 0,02). A média da frequência de neutrófilos e de monócitos FFAR2+ se correlacionou com a porcentagem de massa magra (rho: 0,369; p = 0,04) e massa gorda (rho: - 0,369; p = 0,04), ingestão de selênio (rho: 0,413; p = 0,02), das vitaminas B1 (rho: -0,490; p = 0,005), D (rho: 0,524; p = 0,002) e E (rho: 0,363; p = 0,04), concentração sanguínea de ácido fólico (rho: 0,424; p = 0,02), triglicerídeos (rho: -0,378; p = 0,03), PCR (rho: -0,443; p = 0,02) e razão adiponectina/PCR (rho: 0,427; p = 0,01). Quando os grupos foram analisados separadamente, houve correlação entre o FFAR2 e a ingestão de vitamina B1 (rho: -0,721; p = 0,01) no grupo pré-bariátrico, com o consumo de zinco (rho: -0,555; p = 0,04) e vitaminas B1 (rho: -0,753; p <0,001) e D (rho: 0,642; p = 0,01) no pós-bariátrico e com fibra solúvel (rho: 0,738; p = 0,03), selênio (rho: 0,738; p = 0,03) e vitamina B1 (rho: -0,500; p = 0,02) no grupo controle. Conclusão: o FFAR2 de neutrófilos e monócitos apresentou relação com a composição corporal, marcadores do estado inflamatório e componentes alimentares, o que sugere um papel desse receptor na modulação das respostas imunológicas e de adiposidade. Palavras-chave: Obesidade. FFAR2. Cirurgia Bariátrica. Inflamação. Neutrófilos. Monócitos.
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    Efeitos do whey protein adicionado de curcumina sobre a saúde intestinal de ratos submetidos a exercício físico exaustivo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-27) Pereira, Stephanie Michelin Santana; Della Lucia, Ceres Mattos; http://lattes.cnpq.br/2500372967446672
    O exercício físico, quando praticado de forma moderada, é capaz de promover adaptações positivas no trato gastrointestinal e na microbiota. O exercício físico exaustivo, no entanto, pode interferir na manutenção da saúde intestinal, afetando a permeabilidade intestinal, a inflamação e a produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC). Essas alterações podem ser moduladas por meio de modificações da dieta, incluindo componentes capazes de influenciar nessa mudança, como o whey protein concentrado (WPC) e a curcumina (CCM), visto que ambos possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de atuarem na produção de AGCC. Objetivou-se, portanto, revisar os efeitos do exercício físico na saúde intestinal e avaliar o efeito do WPC+CCM na saúde intestinal de ratos submetidos a exercício físico exaustivo (EE). Buscas por artigos originais foram realizadas no PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science e Embase, e um total de 18 estudos foram selecionados. A análise desses estudos revelou que diferentes intensidades e tipos de exercício, como corrida e natação, podem modificar significativamente a microbiota intestinal, afetando a diversidade, a abundância de certos microrganismos e a funcionalidade metabólica. Assim, os benefícios do exercício físico na saúde intestinal estão associados à intensidade do treinamento, com potencial impacto positivo na composição e função da microbiota. Para o estudo experimental, ratos Wistar com idade de 12 semanas foram distribuídos aleatoriamente em 6 grupos, a saber: G1: grupo controle, que recebeu dieta padrão (AIN-93M; n = 8); G2: grupo controle, que recebeu dieta padrão submetido ao EE (AIN-93M EE; n = 8); G3: grupo proteína concentrada do soro de leite adicionado de curcumina (WPC + CCM; n = 8); G4: grupo proteína concentrada do soro de leite adicionado de curcumina submetido ao EE (WPC + CCM EE; n = 8); G5: grupo curcumina (CCM); e G6: grupo curcumina submetido ao EE (CCM EE; n = 8). Após 4 semanas de dieta, os animais foram submetidos ao EE em natação e, após 24 horas, sofreram a eutanásia, sendo coletadas as fezes do ceco, para avaliação de AGCC, e o intestino (cólon), para avaliação de variáveis inflamatórias, antioxidantes e histológicas. O conteúdo de AGCC permaneceu estável nos grupos teste em comparação aos controles. Em relação aos produtos de peroxidação, ao analisar o efeito do exercício físico, os níveis de malondialdeído permaneceram constantes, no entanto, o grupo que recebeu WPC+CCM apresentou maiores concentrações de proteína carbonilada. Quanto ao óxido nítrico, observou-se uma redução nos grupos que receberam as intervenções. Em relação às enzimas antioxidantes, os grupos que receberam WPC+CCM e CCM apresentaram as maiores concentrações de superóxido dismutase e catalase, enquanto os níveis de glutationa foram reduzidos. A expressão dos marcadores NF-κB e IL-1β, bem como de Nrf2, se manteve estável após a realização do EE nos grupos que receberam WPC+CCM. A espessura da camada muscular longitudinal e a profundidade e espessura das criptas não diferiram entre os grupos. Sob estresse físico, o consumo de CCM, isoladamente ou combinado com WPC, resultou em espessura da mucosa, submucosa e camada muscular circular semelhante ao grupo controle. A administração de CCM, isoladamente ou combinada com WPC, foi eficaz na manutenção do número de células caliciformes após EE. Conclui-se, portanto, que a associação de WPC+CCM preveniu o aumento do estresse oxidativo e da inflamação e preservou a produção de AGCC, a atividade antioxidante e a integridade intestinal dos ratos. Isso pode ser benéfico para a recuperação, desempenho físico e prevenção de distúrbios gastrointestinais associados ao exercício exaustivo. Palavras-chaves: Natação, cúrcuma, integridade intestinal, proteína concentrada do soro de leite.
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    Associação entre produtos finais de glicação avançada séricos e incidência de hipertensão arterial sistêmica: ELSA-Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-07) Vitral, Viviane Maria de Oliveira; Lopes, Leidjaira Juvanhol; http://lattes.cnpq.br/5938505443248747
    A elevação dos níveis séricos de produtos finais de glicação avançada (AGEs), bem como a interação com seu receptor celular (RAGE) que ativa o fator de transcrição nuclear kappa B (NF-kB), levando à liberação de citocinas pró-inflamatórias e, subsequentemente, induzindo o aumento da produção de espécies reativas de oxigênio. Estão relacionados com um conjunto de alterações deletérias podem contribuir para o desenvolvimento de diversas comorbidades, incluindo as doenças cardiovasculares, o diabetes, a obesidade, a aterosclerose, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e suas complicações. Entretanto, estudos sobre a relação entre as concentrações séricas de AGEs e a incidência de HAS são escassos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação das concentrações séricas de AGEs com a incidência de HAS entre participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Tratou-se de um estudo longitudinal, onde foram utilizados dados da linha de base (2008-2010) e do primeiro seguimento (2012-2014) do ELSA-Brasil referentes à subamostra de participantes do centro de investigação do Rio de Janeiro. As concentrações séricas de AGEs fluorescentes foram determinadas por espectofluorometria e expressas em unidades fluorescentes relativas, sendo categorizadas em baixas (tercil 1) versus intermediárias a altas (tercis 2 e 3 agrupados). A pressão casual foi aferida por meio de aparelho oscilométrico e a incidência de HAS foi definida por critérios padrão. Foram também coletados dados sociodemográficos e comportamentais, mediante aplicação de questionário semiestruturado, informações sobre o consumo alimentar por meio de um questionário de frequência de consumo alimentar, e medidas antropométricas e clínicas. As associações foram testadas por modelagem de Poisson com variância robusta, e foram estimados os riscos relativos (RR) brutos e ajustados por fatores de confusão. Ao longo de quatro anos de seguimento, foram identificados 135 casos novos de HAS no total de 974 participantes incluídos (13,9%). A incidência de HAS foi significantemente maior nos mais idosos, homens e indivíduos com obesidade e diabetes melittus. Além disso, concentrações séricas intermediárias a altas de AGEs fluorescentes foram associadas ao menor consumo de alimentos ultraprocessados e maior consumo de alimentos in natura e minimamente processados. No modelo de regressão ajustado por variáveis sociodemográficas e comportamentais, consumo de alimentos ultraprocessados, índice de massa corporal e diabetes, as concentrações séricas intermediárias a altas de AGEs fluorescentes foram associadas à maior incidência de HAS (RR = 1,42, IC95% = 1,01-2,01). Em conclusão, os AGEs séricos fluorescentes com valores intermediários a altos estão associados ao maior risco de desenvolver HAS ao longo de quatro anos de seguimento. Dessa forma, esses achados sugerem que as concentrações séricas de AGEs fluorescentes podem ser usadas como um marcador de risco para a HAS, viabilizando o planejamento de intervenções precoces para a redução da morbimortalidade por doenças cardiovasculares. Palavras-chave: Produtos finais de glicosilação; Pressão Arterial; Espectroscopia de fluorecência.
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    Avaliação da desnutrição por meio dos critérios GLIM em pacientes de uma unidade de terapia intensiva e relação com desfechos clínicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-23) Figueira, Raquel Lopes; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/8143246178223548
    A prevalência de desnutrição em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é alta, contudo ainda não há um método padrão ouro para avaliação nutricional de pacientes críticos. Recentemente, os critérios do Global Leadership Initiative on Malnutrition (critérios GLIM) foram publicados como nova ferramenta de avaliação objetivando uniformização na identificação da desnutrição em todo o mundo, mas ainda não estão validados em pacientes críticos. Estudos que utilizem estes critérios na prática clínica contribuirão para pesquisas futuras, seu refinamento e validação. Desta forma, o principal objetivo deste estudo foi utilizar os critérios GLIM para avaliar o estado nutricional de indivíduos adultos e idosos hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva e sua associação com desfechos clínicos. Esta dissertação gerou um artigo original. Trata-se de uma pesquisa longitudinal desenvolvida em um hospital filantrópico de Juiz de Fora - Minas Gerais. A desnutrição na admissão foi identificada pelos critérios GLIM, e os desfechos desfavoráveis avaliados foram tempo de internação e óbito. Foi aplicada a análise de regressão de Poisson com variância robusta para investigar associação entre desnutrição e os desfechos, considerando α = 5%. A amostra foi composta por 178 pacientes. Destes, 65,2% apresentavam desnutrição conforme os critérios GLIM, mas sua presença não foi significativa para a ocorrência de desfechos clínicos de maior tempo de internação (OR 0,90; IC 0,73 – 1,11 p= 0,343) e óbito (OR 1,13; IC 0,86 – 1,50 p=0,357). Entretanto, observamos que ao relacionar o tempo de internação e a ocorrência de óbito, os indivíduos com COVID-19 apresentaram maior prevalência de permanência na UTI por mais de 7 dias (OR 1,32; IC 1,06 – 1,65 p =0,013) e maior prevalência de óbito (OR 1,36; IC 1,00 - 1,76 p= 0,020). Em nosso estudo observamos alta prevalência de desnutrição entre os pacientes hospitalizados na UTI, contudo, a desnutrição não foi independentemente associada aos resultados clínicos adversos pesquisados de tempo de internação e óbito. Todavia, os critérios GLIM parecem ser promissores na prática clínica, pois possibilitam a detecção da desnutrição e assim permitem que ações efetivas sejam direcionadas para o manejo desta condição. Palavras-chaves: Desnutrição; Indicadores antropométricos; Triagem nutricional; Tempo de internação.