Convivência familiar e comunitária: um estudo de caso sobre as representações de crianças e adolescentes dos abrigos de Viçosa-MG

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Data

2013-06-18

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Universidade Federal de Viçosa

Resumo

O estudo do conhecimento e a compreensão do mundo social têm instigado pesquisas em variadas áreas sobre as representações acerca dos diferentes aspectos do funcionamento da organização social. O conhecimento social é o conhecimento proveniente das interações e transmissões sociais, e é por meio dessa interação que as crianças iniciam a construção de suas representações da realidade social. Uma realidade que carece de investigação nesse sentido é a dos Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, no qual, crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados no seio da família são afastados do convívio familiar por meio da aplicação de medidas protetivas. O presente trabalho vem reafirmar a importância de se ouvir crianças e adolescentes em situação de acolhimento, uma vez que o ponto de vista deste público pode subsidiar ações significativas para o fortalecimento da rede de atendimento. Assim, a problemática apresentada foi: A modalidade de acolhimento em Abrigos Institucionais oferecida no município de Viçosa tem se mostrado efetiva enquanto medida protetiva, considerando a representação das crianças e adolescentes sobre a convivência familiar e comunitária? A hipótese que norteou este estudo foi de que as crianças e os adolescentes institucionalizados podem estar com seus direitos de convivência familiar e comunitária ameaçados devido à própria dinâmica de funcionamento da instituição de acolhimento que não favorece a promoção do convívio familiar e comunitário, pois faltam alternativas efetivas de atendimento que permitam reverter as situações que levaram ao acolhimento. O objetivo geral foi conhecer as representações das crianças e adolescentes inseridos na modalidade de Abrigo Institucional do município de Viçosa - MG, no que diz respeito à convivência familiar e comunitária. Utilizou-se o Método Clínico Piagetiano, que tem como instrumento de coleta e análise de dados a entrevista clínica, constituída de perguntas básicas e complementares. A amostra foi constituída de 13 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 17 anos, institucionalizados em dois Abrigos de Viçosa-MG. A análise qualitativa dos dados das entrevistas evidencia como as crianças e adolescentes têm uma maneira peculiar de construir suas ideias sobre a realidade social, especificamente, do abrigo. Constata-se que a cultura da institucionalização ainda é priorizada em detrimento de políticas de reconstrução e fortalecimento dos vínculos familiares. Assim, embora o direito fundamental à convivência familiar e comunitária esteja garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), na prática, este não tem se efetivado, sobretudo no que se refere ao apoio à família para superação das dificuldades que levaram crianças e adolescentes à situação de vulnerabilidade, os quais continuam à mercê de políticas públicas pontuais e seletivas que não garantem os seus direitos de maneira universal.
The study of knowledge and understanding of the social world have instigated research in various areas of the representations about the different aspects of the functioning of social organization. The social knowledge is knowledge derived from social interactions and transmissions, and it is through this interaction that children begin constructing their representations of social reality. A reality that requires research in this direction is that of childcare services for children and adolescents, in which children and adolescents who have had their rights violated in the family are separated from family life through the application of protective measures. This study reaffirms the importance of listening to children and adolescents in the host situation, since the viewpoint of the public can support significant actions to strengthen the service network. Thus, the issue presented was: The type of host in Shelters Institutional offered in Viçosa has proven effective as a protective measure, considering the representation of children and adolescents on family and community living? The hypothesis guiding this study was that children and adolescents institutionalized may be with their rights to family and community living threatened due to the dynamics of functioning of the host institution that is not conducive to promoting family and community living, because of the lack effective alternatives service that allow reversing the situations that led the hosting. The general objective was to know the representations of children and adolescents included in the form of shelter Institutional Viçosa - MG, in with respect to family and community living. It was used the Clinical Method Piaget, whose instrument of data collection clinical interview consisting of basic and supplementary questions and the possibility of concrete material. The sample consisted of 13 children and adolescents aged between 7 and 17 years, institutionalized in two shelters Viçosa-MG. The qualitative analysis of the interviews shows how children and adolescents have a peculiar way of building your ideas about social reality, specifically shelter. It is verified that the culture of institutionalization still have taken precedence over policy of rebuilding and strengthening family ties. Thus, although the fundamental right to family and community living is guaranteed by the Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), in practice this has not been effected, especially with regard to strengthening the family to overcome the difficulties that led to vulnerable situation, which continue at the mercy of selective and punctual public policies that do not guarantee their rights universally.

Descrição

Palavras-chave

Convivência Familiar e Comunitária, Crianças e Adolescentes, Abrigo, Método clínico, Family and community living, Children and adolescents, Shelter, Clinical method

Citação

ALMEIDA, Izabela Amaral de. Family and community living: a case study on the representation of children and adolescents Shelters Viçosa-MG. 2013. 166 f. Dissertação (Mestrado em Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2013.

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