Estatística experimental e observacional: uma nova abordagem sobre os métodos clássicos
Data
2024
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Resumo
Descrição
Este livro foi idealizado para apoiar profissionais e estudantes ligados às ciências agrárias que, rotineiramente, planejam e conduzem experimentos e estudos observacionais ou que apenas necessitam interpretar e avaliar criticamente artigos publicados. Diante de tantos livros sobre o tema, buscou- se uma abordagem com linguagem simples e menor ênfase nos cálculos ou nas formalidades matemáticas envolvidas. Optou-se por discutir os princípios e motivações para a realização de cada procedimento, apontando as qualidades e limitações de cada procedimento estatístico abordado. Buscou-se ainda uma abordagem moderna sobre os métodos estatísticos clássicos, discutindo os principais pontos envolvidos na construção de novas recomendações e entendimentos. Apesar de ser útil para uma ampla gama de estudantes e profissionais envolvidos com experimentação, este livro dá ênfase nos procedimentos mais comumente empregados nas ciências agrárias, em especial na área de solos. Almeja-se, dessa forma, melhor explorar, exemplificar e avançar nas discussões relativas às situações experimentais comuns desta área do conhecimento. Por fim, o livro apresenta, de forma objetiva, alguns passos para realizar análises estatísticas no SPEED Stat (speedstatsoftware.wordpress.com), no Excel e em alguns outros aplicativos simples, intuitivos e especialmente desenvolvidos para não-estatísticos. Embora estes softwares simples sejam menos abrangentes que os poderosos R e SAS, eles frequentemente possuem uma curva de aprendizagem que permite um mais rápido domínio dos procedimentos clássicos. Frequentemente pesquisadores recorrem à experimentação para demonstrar fatos e buscar respostas que auxiliem na compreensão destes. Considerando a importância que a experimentação assumiu nas ciências agrárias, a capacidade das ferramentas ou “redes” dos cientistas “pescarem suas verdades científicas” com sensibilidade e segurança tornou-se muito dependente dos procedimentos estatísticos empregados. No entanto, seja pela sua aparente complexidade ou por dificuldades didáticas ligadas à excessiva ênfase nos cálculos ou nos aplicativos, a estatística experimental tornou-se, para muitos iniciantes, um complexo emaranhado de cálculos e regras exigidas para que uma pesquisa tenha “validade científica”. Além disso, as divergências de opiniões, entre pesquisadores e mesmo entre estatísticos, em relação aos procedimentos mais apropriados para cada caso, podem alimentar incertezas e dúvidas quanto à capacidade destes procedimentos em realmente facilitar e subsidiar uma interpretação confiável e mais imparcial dos resultados. A estatística não deve ser encarada como peça central nos negados “dogmas” do método científico. O estatístico não tem por objetivo, nem a ciência estatística, padronizar “regras inquisitórias” sobre como se conduzir e analisar experimentos, pelo simples fato desta ciência também ser dinâmica e, portanto, “provisória”. Ela está aberta ao desenvolvimento de novos procedimentos e aberta à revisão permanente de suas recomendações e entendimentos. No entanto, isso não tira da ciência estatística seu mérito na tentativa, sempre limitada pelos conhecimentos do seu tempo, de oferecer métodos de análise mais seguros para dados quase sempre carregados de oscilações. Os procedimentos estatísticos são, portanto, aliados do cientista e não barreiras a serem superadas. A desconfiança é essencial para o pesquisador, não apenas sobre o que se lê ou crê, mas também sobre os seus próprios dados experimentais. Vale lembrar que, com certa frequência, pesquisadores apaixonam-se por suas hipóteses, o que pode levar à uma redução perigosa da cautela e do senso crítico. A confiança em cada novo conhecimento gerado depende de uma série de conhecimentos prévios, cujas bases precisam ser sólidas para evitar mudanças desnecessárias ou que possam implicar em grandes riscos. Às vezes os procedimentos estatísticos são matematicamente complexos e exigirão um pouco da nossa confiança nas centenas de cientistas que os desenvolveram e validaram. Esta confiança nos faz refletir sobre a problemática enfrentada por todos os pesquisadores, de que estão sempre limitados pelos contextos, paradigmas e conhecimentos da sua época. Este livro também foi motivado pela necessidade de uma nova abordagem sobre os métodos estatísticos clássicos, compreendendo que estes também têm seu dinamismo e passam por processos de aprimoramento que resultam em novas recomendações e entendimentos. Sem a pretensão de esgotar o tema, o presente livro oferece, portanto, uma crítica moderna sobre a estatística experimental clássica, buscando valorizar os métodos estatísticos simples e confiáveis. Afinal, sem simplicidade, a estatística continuará distante, não apenas dos pesquisadores não-estatísticos, mas da perspectiva de ampliação e democratização dos ambientes de construção do conhecimento científico. Por fim, mas não menos importante, este livro foi motivado pela preocupante situação da pesquisa agrícola atual. Além dos velhos problemas relacionados à falta de abordagens mais holísticas na definição dos objetivos dos projetos, acumulam-se exemplos de conflitos de interesse entre pesquisadores, financiadores e outros interferentes. Com frequência, as situações conflituosas são “resolvidas” apoiando-se em artifícios de uma infinidade de opções de análises estatísticas, que pela sua complexidade e ares de erudição, podem ensombrar e alimentar inferências questionáveis. Preenche ainda este quadro crítico, a recorrência de trabalhos com mau uso dos procedimentos estatísticos, sejam eles procedimentos clássicos ou modernos.
Palavras-chave
Estatística experimental, Métodos estatísticos, Estatística aplicada
Citação
CARVALHO, Andre Mundstock Xavier. Estatística experimental e observacional: uma nova abordagem sobre os métodos clássicos. Uberlândia, MG: Navegando Publicações, 2024. 282 p.