Ciências Agrárias

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    O Jeca tatu não é mais jeca: representações sobre o rural nos anúncios veiculados na revista Globo Rural, entre 1980 e 2000
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010-06-28) Daniel, Laene Mucci; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; Pinho, José Benedito; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790649D3; Amodeo, Nora Beatriz Presno; http://lattes.cnpq.br/6045747294263289l/visualizacv.do?id=K4708493A7; http://lattes.cnpq.br/4441237063780483; Doula, Sheila Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785704Z8; Braga, Geraldo Magela; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788021D4
    Esta dissertação visa analisar como a publicidade produzida em meios de comunicação impressos, representa o rural, observando sua transformação nas décadas de 1980, 1990 e 2000, utilizando-se para isso os anúncios da revista Globo Rural. Através da análise da publicidade, análises de discurso e semiótica, pretendeu-se compreender como foram modificando as representações acerca do rural. Para isso foram analisados os 384 anúncios correspondentes às edições dos meses de março, junho, setembro e dezembro, dos anos 1988, 1998 e 2008. Ao longo da análise e comparação dos anúncios, a heterogeneidade das representações sobre o rural ficou evidente pela marca da temporalidade. Ou seja, à medida que o contexto se modificou, as representações sobre o rural acompanharam e manifestaram suas modificações. Essa evidência veio confirmar a hipótese dessa pesquisa de que a publicidade, ao longo do tempo, representa a multiplicidade de identidades da nova ruralidade e as mudanças sociais incorporadas pelo mundo rural. Parte-se de um rural como espaço de trabalho, esforçado, mas que podia ser gerador de fartura e conquistas, através de modelos tecnológicos, em prol da produção e produtividade, nos anos 80, evoluindo para a representação de uma nova ruralidade heterogênea, pluriativa e de múltiplos significados na década de 2000, em consonância com as discussões acadêmicas sobre o rural. Conclui-se que a publicidade, em vez de ser agente de mudança como propõem alguns autores, apresenta-se neste caso como reforçadora de uma cultura dominante.
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    Identificação de poder de mercado no segmento de leite in natura e UHT
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-12-15) Scalco, Paulo Roberto; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Gomes, Adriano Provezano; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666H9; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; http://lattes.cnpq.br/4259596733099005; Martins, Paulo do Carmo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728064T0; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6; Fernandes, Rosangela Aparecida Soares; http://lattes.cnpq.br/6432993441872985
    O crescimento dos índices de concentração, em diversos setores da economia, foi o fato que sempre preocupou os economistas e serviu de justificativa para a realização de estudos acerca da questão de poder de mercado. Nesse sentido, o setor lácteo brasileiro não passou à margem dessa preocupação. O processo de reestruturação observado no setor, a partir da década de 1990, resultou numa onda de fusões e aquisições que atingiu todos os elos da cadeia produtiva e culminou no aumento da concentração de mercado. Ao mesmo tempo, observou-se o aumento expressivo da produção, produtividade e do volume médio produzido por estabelecimento, enquanto que o número de produtores rurais, excluídos da atividade, aumentou e os preços pagos pelo leite in natura caíram consideravelmente, ao longo de boa parte do período. Nesse contexto, os primeiros indícios de poder de mercado foram investigados pelas CPIs instaladas nos principais estados produtores e continua sendo foco de atenção na literatura econômica até os dias atuais. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo identificar o grau de poder de mercado nos dois principais elos da cadeia produtiva, ou seja, entre os produtores de leite e os laticínios e entre os laticínios e varejistas. Para o alcance do objetivo, foram delimitados os mercados relevantes para cada elo da cadeia como o mercado de matéria-prima, representado pela comercialização de leite in natura, entre os produtores rurais e laticínios, restrito as fronteiras mesorregionais, enquanto que o mercado atacadista foi delimitado à comercialização de leite tipo UHT entre os laticínios e varejistas, composto por um mercado único formado pelos estados do RS, PR, SP, MG e GO. Os resultados encontrados sugeriram que a conduta da indústria de laticínios, no mercado de matéria-prima, se aproxima muito mais de um mercado com dinâmicas de concorrência perfeita, à exceção da messoregião do Vale do Paraíba Paulista em que os resultados indicaram poder de oligopsônio, entretanto, as distorções causadas pelo poder de mercado foram pequenas. Com relação ao mercado atacadista, uma vez que o mercado é representado por um oligopólio bilateral, os resultados indicaram que a indústria de laticínios é tomadora de preço enquanto os varejistas exercem poder de oligopsônio. A estimativa do parâmetro de conduta foi 0,638 demonstrando que o mercado se afasta, consideravelmente, de um mercado perfeitamente competitivo e evidenciando o poder de mercado que os varejistas exercem sobre a indústria de laticínios e de forma indireta, sobre toda a cadeia produtiva láctea.
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    Gasto público social dos estados brasileiros: um estudo sob a ótica da eficiência técnica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-12-13) Quintela, Mirelle Cristina de Abreu; Silva, José Maria Alves da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793502U2; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780074U1; http://lattes.cnpq.br/3681376390177012; Silveira, Suely de Fátima Ramos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4704277E4; Ferreira Junior, Silvio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706305A2; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6
    Os estudos sobre a eficiência do setor público e principalmente a identificação de seus determinantes têm ganhado espaço nas pesquisas em todo o mundo. É notório, a partir dos anos de 1980, um consenso entre os estudiosos que um Bom Estado Democrático deve ser eficiente no desempenho de suas funções, sejam elas provedoras e, ou, reguladoras. Um setor público eficiente, além de não onerar a sociedade acima da medida necessária para o exercício de suas funções, tem grande importância na promoção do desenvolvimento e crescimento de uma sociedade. O Estado, ao exercer suas funções por meio de seus governos ou instituições, está sujeito à interferência por parte dos atores sociais (grupos de interesse, rent-seeking, free rider) e pelas condicionantes ambientais, características regionais, políticas, sócio-econômicas e demográficas. Nesse contexto, a forma como as instituições são constituídas também influi no exercício eficiente das funções do Estado. A partir dessa idéia, objetivou-se avaliar o desempenho e a eficiência do gasto público social dos estados, nas áreas Educação e Cultura, Saúde e Saneamento, Habitação e Urbanismo e Segurança Pública. A análise se dá em nível agregado dos gastos por função orçamentária, para os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, colocando em cena a disparidade regional existente no território brasileiro, no período de 1995 a 2009. O referencial teórico utilizado neste trabalho baseou-se na análise de eficiência de políticaspúblicas, por analogia à teoria de produção das firmas. Para a operacionalização analítica da proposta são construídos Indicadores Agregados de Desempenho do Setor Público (DSP) com o intuito de captar os resultados produzidos pelos governos estaduais em cada uma das áreas analisadas. Para a estimação dos parâmetros de determinação do desempenho agregado do setor público e das eficiências dos estados, lança-se mão da técnica de estimação paramétrica de fronteira de produção estocástica (Stochastic Frontier Approach SFA). A SFA permite a detecção da ineficiência técnica, livre dos efeitos aleatórios, ou seja, livre de fatores que não são de responsabilidade do indivíduo analisado, tais como erros de medição e variáveis omitidas. Para identificar a influência das condicionantes ambientais sobre a eficiência dos estados, em diferentes níveis de eficiência, utiliza-se ainda a técnica de regressões quantílicas. Pelos resultados, de modo geral, foi possível identificar melhora no desempenho agregado dos estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, em detrimento de variações negativas no desempenho dos estados das Regiões Sul e Sudeste, no período. Detectou-se também redução das desigualdades regionais, no que se refere aos resultados produzidos pelos estados na oferta dos bens e serviços incluídos no DSP, em todas as áreas analisadas. Ademais, confirmando a hipótese inicial, constatou-se que as condicionantes ambientais, especificidades regionais, têm poder de determinação significativo sobre a eficiência observada nos estados quando da execução dos recursos públicos, nas áreas analisadas. Constatou-se ainda que esse poder de determinação varia, dependendo do nível de eficiência do estado. Neste caso, quanto maior o nível de eficiência menor a influência das especificidades regionais sobre o nível de eficiência dos estados.
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    Mudanças climáticas, mortalidade e adaptação no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-08-26) Souza, Elvanio Costa de; Feres, José Gustavo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761673T2; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; http://lattes.cnpq.br/5065568119313029; Cirino, Jader Fernandes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4757681Z9; Noronha, Kenya Valeria Micaela de Souza; http://lattes.cnpq.br/9239617064428614
    Evidências indicam que as emissões de gases de efeito estufa em decorrência das atividades humanas têm alterado o clima na terra e, como consequência, afetado a saúde humana, a agricultura, a silvicultura, as espécies/ecossistemas, o nível do mar, entre outros. O Brasil pode ser considerado uma área vulnerável aos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde, dadas as suas características geográficas, seu perfil climático, sua grande população e seus problemas estruturais e sociais. Diante disso, este estudo teve por objetivo desenvolver uma estimativa parcial do impacto das mudanças climáticas sobre o bem-estar relacionado à saúde no Brasil. Inicialmente, procurou-se avaliar como variações na temperatura afetam a taxa de mortalidade da população e o consumo residencial de energia elétrica (devido ao uso de aparelhos que protegem a saúde), ajustando-se equações para dados em painel. A partir dos coeficientes estimados e de projeções climáticas, buscou-se prever qual será o impacto das mudanças climáticas sobre a mortalidade e o consumo residencial de energia elétrica nos próximos anos. Por fim, calculou-se a disposição a pagar/aceitar da população pelas mudanças climáticas. Os resultados mostraram que a relação mais clara entre temperatura e mortalidade se dá para as mortes relacionadas a problemas do aparelho circulatório. Os maiores impactos da temperatura sobre a taxa de mortalidade ocorrem entre as crianças e os idosos, especialmente do sexo masculino. Entre os idosos, o impacto de temperaturas mais altas sobre a taxa de mortalidade é positivo para as mulheres e negativo para os homens. As estimativas do número anual adicional de mortes nos períodos 2010-2039, 2040-2069 e 2070-2099 indicam que as mudanças climáticas afetarão principalmente as crianças com menos de um ano de idade, especialmente as do sexo masculino. Previu-se também que os meses mais quentes no futuro elevarão a mortalidade das mulheres em magnitudes bem superiores à dos homens. Isso se deve, em grande medida, à redução prevista da mortalidade entre os idosos do sexo masculino. Com exceção dos estados do Sul, que se beneficiarão com a redução do número de meses frios nas próximas décadas, as mudanças climáticas devem levar a um aumento da taxa de mortalidade em todos os outros estados, especialmente no Norte. Já a relação entre temperatura e consumo residencial de energia elétrica no Brasil é positiva e quase linear. Os maiores impactos das mudanças climáticas sobre o consumo de energia ocorrerão nos estados do Sul e Nordeste. Por conta das adaptações às mudanças no clima, o consumo residencial anual per capita de energia elétrica no Brasil deve crescer de 6 a 6,6% entre 2070 e 2099. Encontraram-se, ao calcular a disposição anual a pagar da população brasileira para evitar as mudanças climáticas, valores que variam de US$ 10,70 bilhões a US$ 108,31 bilhões (0,5% e 4,7% do PIB brasileiro em 2010, respectivamente). Dessa forma, os resultados mostraram que os impactos das mudanças climáticas sobre a mortalidade variam de acordo com o sexo, a idade e o local de residência, e que estes provavelmente seriam maiores sem o aumento no consumo de energia elétrica.
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    Efeitos da heterogeneidade institucional sobre o comércio bilateral de produtos agropecuários, 2005 a 2009
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-09-16) Mendonça, Talles Girardi de; Silva, Orlando Monteiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781281D9; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6; http://lattes.cnpq.br/4012590771325158; Souza, Maurício Jorge Pinto de; http://lattes.cnpq.br/7590747036148098; Rocha, Luiz Eduardo de Vasconcelos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728885P0; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780074U1
    É crescente, na literatura sobre comércio internacional, a importância atribuída às instituições na determinação dos fluxos comerciais. A existência de infra-estrutura institucional de boa qualidade está associada a menores custos de transação entre os participantes do mercado e, portanto, à maior eficiência dos mercados. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito das instituições domésticas e da disparidade institucional entre países sobre os fluxos comerciais de produtos do setor agropecuário. Adicionalmente, pretendeu-se verificar até que ponto a heterogeneidade institucional limitou os ganhos comerciais promovidos pelos acordos regionais. A análise foi operacionalizada por meio da estimação de modelos gravitacionais, nos quais foram inseridas variáveis representativas da qualidade do ambiente institucional doméstico e da disparidade das instituições entre países e seu efeito sobre os resultados dos acordos regionais de comércio. A amostra utilizada no trabalho foi obtida de 83 países por um período de 5 anos (2005-2009). Utilizando-se dessas informações, foram feitas combinações de pares de países o que resultou em 34.030 observações das quais 5.513 foram fluxos comerciais nulos. O método utilizado na estimação das equações foi o modelo Poisson-Pseudo Maximum Likelihood (PPML). Os resultados indicaram que a qualidade do ambiente institucional doméstico não possui efeito significativo sobre os fluxos comerciais de produtos agropecuários, embora os sinais dos coeficientes tenham apresentado o sinal esperado. A disparidade das instituições, representada por dummies de heterogeneidade institucional de diferentes níveis (um, dois e três desvios padrão), apresentou efeito significativo e negativo para dois desvios. O coeficiente da dummy para heterogeneidade de um desvio foi negativo, porém não significativo. Além disso, foi inserida uma variável contínua para representar a disparidade institucional entre países sendo o seu coeficiente negativo e significativo. Esses resultados sugerem que a disparidade institucional entre países atuou no sentido de elevar os custos de transação, reduzindo o comércio de produtos agropecuários. Por fim, foram utilizadas interações entre as dummies de diferença institucional e de acordo regional de comércio no intuito de verificar o efeito da heterogeneidade institucional sobre os fluxos comerciais. Os resultados indicaram que instituições díspares em mais de dois desvios limitaram os resultados dos acordos regionais de comércio. Portanto, embora a qualidade do ambiente institucional doméstico não tenha apresentado efeito significativo sobre os fluxos comerciais de produtos agropecuários, a disparidade institucional entre países contribuiu para reduzir o comércio e limitar os ganhos decorrentes dos acordos regionais.
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    Efeitos das mudanças climáticas globais na agricultura brasileira: análise da irrigação como estratégia adaptativa
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-06-29) Cunha, Dênis Antônio da; Feres, José Gustavo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761673T2; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; http://lattes.cnpq.br/1033658951252242; Itaborahy, Cláudio Ritti; Dias, Roberto Serpa; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798512T4; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6
    O desafio da economia às mudanças climáticas globais tem sido oferecer respostas confiáveis a respeito da direção e magnitude dos impactos nos diversos setores econômicos e sobre onde, quanto, como e quando se deve investir em mitigação e adaptação. Para o setor agrícola de países em desenvolvimento, esperam-se os maiores efeitos negativos. Considerando que a produção agropecuária responde por parcela expressiva da renda brasileira, pode-se afirmar esse é um tema de especial relevância para a agenda de desenvolvimento do país. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos das mudanças climáticas no setor agrícola nacional, incluindo as estratégias de adaptação na estimativa dos impactos. Partiu-se da pressuposição de que os agricultores não continuarão realizando a(s) mesma(s) atividade(s) sem alteração de suas técnicas produtivas. A estratégia adaptativa considerada foi a irrigação, já que o país tem ampla disponibilidade de água e condições favoráveis para o desenvolvimento sustentável dessa atividade. O estudo foi fundamentado na visão teórica de que a vulnerabilidade de um setor é condicionada pela magnitude das alterações do clima e também pela sua capacidade de empreender ações de adaptação. O modelo econômico utilizado procura explicar a decisão de irrigar dos produtores como um processo de maximização de benefícios, no qual somente são observadas escolhas ótimas. Analiticamente, estimou-se um modelo de Efeito de Tratamento, por meio da técnica de Pareamento por Escore de Propensão, que permitiu avaliar os retornos da prática de irrigação e compará-los aos da produção de sequeiro. As previsões futuras das variáveis climáticas (temperatura e precipitação) se referem a três períodos de 30 anos (de 2010 a 2039, de 2040 a 2069 e de 2070 a 2099), sob dois cenários de mudanças climáticas (A1B e A2). Os resultados obtidos confirmaram a expectativa de que a irrigação é influenciada pelas variações climáticas e, dessa forma, pode ser modelada como medida adaptativa. De modo geral, a análise dos fatores associados à sua adoção no Brasil indicou que, para ser um irrigante, o produtor precisa ter renda suficiente para arcar com os custos de investimento, conhecimento técnico e capacidade administrativa. Além disso, sua propriedade deve ter disponibilidade hídrica e boas condições de solo. No que se refere ao efeito da irrigação sobre os rendimentos dos produtores, os resultados apontam duas conclusões distintas. No período atual, foram estimados retornos maiores para a produção de sequeiro. Essa resposta está diretamente ligada aos custos elevados de implantação de um sistema de irrigação. Não obstante, quando se consideram os cenários futuros de mudanças climáticas, o resultado se inverte. Foi possível identificar que a renda dos irrigantes tende a ser crescente e mais estável. Produtores de sequeiro, por outro lado, serão impactados negativamente, podendo ter seus ganhos reduzidos em até 14% do valor atual. Conclusões semelhantes foram obtidas para pequenos produtores, embora as perdas esperadas para a produção de sequeiro sejam consideravelmente maiores do que os impactos médios do setor agrícola. De modo geral, os resultados desta pesquisa reforçam a necessidade da formulação de políticas públicas no Brasil que busquem estratégias de combate aos efeitos do aquecimento global no setor. Ademais, dada a comprovação da importância da irrigação como medida adaptativa, deve-se incentivar a criação de políticas nacionais de crédito específicas para a implementação dessa prática, principalmente para os produtores menos capitalizados.
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    Efeitos do crescimento e redução da desigualdade de renda na pobreza da Região Nordeste do Brasil - 2003-2008
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-06-21) Santos, Vladimir Faria dos; Helfand, Steven M.; http://lattes.cnpq.br/7500417981576662; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Vieira, Wilson da Cruz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723222Y8; http://lattes.cnpq.br/5215950216933713; Ney, Marlon Gomes; http://lattes.cnpq.br/9939301710980597; Toyoshima, Sílvia Harumi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788531T6; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780074U1
    Na Região Nordeste, uma grande parte da população vive na pobreza absoluta. O número elevado de seres humanos nessa situação está estreitamente relacionado ao alto grau de desigualdade da região, visto que no País existe renda mais do que suficiente para erradicar a pobreza. Embora a proporção de pobres e de indigentes seja grande, o que vem ocorrendo nos últimos anos, sobretudo a partir de 2003, é a queda significativa da pobreza e da indigência. Essa redução expressiva pode estar relacionada tanto ao crescimento dos rendimentos das pessoas como por uma distribuição menos desigual; visto que, o número de pessoas pobres pode variar conforme haja alterações no crescimento econômico e/ou na concentração de renda. Levando em consideração que há dois fatores (crescimento e redistribuição de renda) que podem reduzir a quantidade de indivíduos vivendo na pobreza e na miséria, este trabalho teve como objetivo investigar, para todos os estados da Região Nordeste, a contribuição do crescimento econômico e da desigualdade pessoal de rendimentos para a queda na pobreza absoluta e analisar os seus principais determinantes. O referencial teórico é baseado em dois grupos de teorias: aquelas que focam as características dos trabalhadores; e aquelas que enfatizam a estrutura do mercado de trabalho. Podem-se classificar, dentro do primeiro grupo, as teorias do capital humano e da discriminação no mercado de trabalho. No segundo grupo, estão as teorias dos diferenciais compensatórios e salário-eficiência e a teoria do mercado de trabalho dual. Como modelos analíticos foram utilizados dois métodos de decomposição, ambos baseados no valor de Shapley, um conceito de solução para jogos cooperativos. O primeiro teve como função mensurar a importância de cada um dos componentes (crescimento e redistribuição) para a variação na pobreza no período de 2003 a 2008. O segundo método é baseado em uma regressão (equação de rendimentos) e teve como propósito quantificar a contribuição de cada variável inserida no modelo econométrico para a desigualdade de rendimentos. Como medida de desigualdade utilizou-se as três mais importantes: Coeficiente de Gini, Coeficiente de Theil-T e Theil-L. Os resultados da primeira decomposição mostraram que o crescimento da renda foi o componente que mais explicou a queda na pobreza no período de 2003 a 2008. Esse resultado foi verificado em todos os estados do Nordeste, tanto para a pobreza como para a extrema pobreza. Paraíba foi o único estado onde o crescimento dos rendimentos explicou inteiramente a queda do número de pobres, visto que, no período analisado, houve piora na sua distribuição de renda. Por meio dos resultados advindos da decomposição baseada numa regressão, foi possível observar que a educação e experiência foram as variáveis que mais explicaram a desigualdade de rendimentos nos estados do Nordeste, o que está em conformidade com a teoria do capital humano. Além das variáveis do capital humano, aquelas relacionadas ao gênero e a cor também contribuíram positivamente para a desigualdade de renda, sugerindo que na região pode existir algum tipo de descriminação no mercado de trabalho. Diante disso, concluiu-se que a renda domiciliar per capita foi de extrema importância para a queda na pobreza e que as variáveis educação e experiência foram as que mais contribuíram para o alto índice de desigualdade nos estados do Nordeste, confirmando, assim, as hipóteses feitas nesta pesquisa.
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    Exportações e crescimento econômico: uma análise da economia brasileira no período entre 1962 e 2009
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-07-06) Carvalho, Henrique Duarte; Teixeira, Erly Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787961Y8; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; Campos, Antônio Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781810A0; http://lattes.cnpq.br/7552625336212384; Fernandes, Elaine Aparecida; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762376Z1; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; Vasconcelos, Cláudio Roberto Fóffano; http://lattes.cnpq.br/8375210112682781
    O presente estudo tem o objetivo de verificar se o crescimento da renda externa favorece a obtenção de saldos comerciais positivos, o que faz do crescimento das exportações fator condicionante do crescimento da economia nacional. Inicialmente, com o objetivo de observar as características das exportações brasileiras, foram analisados os padrões de diversificação e tradicionalidade das exportações, em seguida foi testado empiricamente a relação entre as exportações e o crescimento econômico brasileiro no período entre 1962 e 2009. De posse das informações sobre as características das exportações, foi verificado se os saldos da balança comercial brasileira foram responsáveis por restrições ao crescimento da economia brasileira, os resultados obtidos permitiram observar o potencial de crescimento brasileiro promovido pelas contas externas.Para verificar a taxa de crescimento determinadas por condições relativas ao equilíbrio das contas externas foi utilizado o modelo de Thirlwall, em que a taxa de crescimento de um país pode ser estimada através da razão entre a taxa de crescimento das exportações e a elasticidade renda das importações.Para tanto, estimou-se a taxa de crescimento econômico brasileiro compatível com o equilíbrio das contas externas utilizando três métodos, sendo estes o teste de co-integração de Engle-Granger, o teste de co-integração de Johansen e uma metodologia que ainda não havia sido utilizada na literatura correspondente, utilizando técnicas para dados em painel para os setores exportadores da economia brasileira. A partir dos resultados iniciais desse trabalho foi possível observar uma estreita relação entre o crescimento da renda mundial, da renda doméstica e consequentemente das exportações. Observou-se que a economia brasileira cresceu a uma taxa inferior a seu potencial durante quase todo o período entre 1962 e 2009, com taxas de crescimento compatíveis com o equilíbrio das contas externas entre 4,45%a.a. e 6,45%a.a., ambas superiores a taxa de crescimento observada de 4,41%a.a., o que indica a possibilidade de um maior crescimento econômico sem apresentar restrições no longo prazo causadas por problemas no balanço de pagamentos. Foi confirmado pelos resultados que no longo prazo, a solução segura encontrada para continuar a elevar a taxa de crescimento do Brasil, em consonância com o equilíbrio do balanço de pagamentos da conta corrente, é a promoção das exportações de forma a elevar a elasticidade renda das exportações em ritmo mais acelerado do que o crescimento da elasticidade renda das importações. Nesse sentido, buscou-se analisar a forma pela qual as mudanças na renda e preços afetam as exportações, mensurando as contribuições dos setores exportadores para o processo de crescimento brasileiro, as elasticidades estimadas sugerem importantes diferenças entre os setores exportadores e que os efeitos da renda mundial superam os efeitos dos preços na explicação do crescimento das exportações brasileiras. Para mensurar a importância desses efeitos na prática foi estimada a taxa da depreciação do câmbio consistente com o equilíbrio da balança comercial que quando comparada à taxa de câmbio real permite observar a sensibilidade das exportações brasileiras frente à favorecimentos de políticas cambiais e a aumentos da renda no resto do mundo. Os resultados apresentam que a demanda externa e que o desalinhamento apresentado pela taxa de câmbio real em relação à consistente com o equilíbrio da balança comercial representam importantes fatores de influência sobre o dinamismo e desempenho das exportações brasileiras. Um destaque deve ser dado à grande influência positiva dos movimentos de renda externa nas exportações brasileiras e que a manutenção de um nível de taxa real de câmbio para preservar a rentabilidade e competitividade das exportações é essencial, porém pode não ser suficiente para a expansão das exportações ao longo do tempo.
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    Impactos da restrição ao crédito rural nos estabelecimentos agropecuários brasileiros
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-15) Santos, Ricardo Bruno Nascimento dos; Teixeira, Erly Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787961Y8; Campos, Antônio Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781810A0; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; http://lattes.cnpq.br/3685339264701382; Neder, Henrique Dantas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728120U4; Oliveira Júnior, Jose Nilo de; http://lattes.cnpq.br/0375695813972210; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0
    O crédito rural foi implementado no final da década de 1960 e desde então se tornou uma das principais políticas agrícolas do Brasil. A partir da sua criação, o programa contou com subsídios governamentais, obtidos através das taxas de juros, compensando, em parte, a transferência de recursos do setor agrícola promovido pelo processo de substituição de importações. O direcionamento da política de crédito, na prática, beneficiou apenas os estabelecimentos rurais que detinham grande concentração de terras, fazendo com que grande parte dos recursos do crédito fossem direcionados a grandes estabelecimentos rurais. A concentração gerada por esse direcionamento da política de crédito fez com que a maioria dos pequenos e médios produtores rurais não tivesse acesso ao crédito, gerando um processo de restrição creditícia no Brasil. Em meados da década de 1990, com o intuito de diminuir a desigualdade da distribuição creditícia, surgiram políticas direcionadas para pequenos agricultores. Entre essas políticas a mais conhecida foi o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que possibilitou o acesso ao crédito a uma significativa parte dos pequenos produtores rurais. Dado que o volume de crédito tem aumentado ao longo da década 2000 acompanhado pelo aumento dos recursos e número de participantes do Pronaf ao longo desses anos, estará o programa de crédito rural aumentando a produtividade e a renda dos estabelecimentos participantes? Uma alternativa para avaliar a importância do financiamento aos estabelecimentos rurais é verificar se a restrição de crédito diminui a produtividade e a renda desses estabelecimentos. A hipótese desta tese é que a política de crédito tende a aumentar a produtividade dos estabelecimentos rurais. O objetivo principal deste trabalho é verificar para o Brasil e para as grandes regiões o impacto da restrição do crédito se a intervenção do governo via Pronaf teve efetividade no ano de 2006, para isso, foram elaborados três cenários. No primeiro cenário, são analisados os produtores que obtiveram ou não o crédito rural, em um segundo momento, é analisada apenas a política do Pronaf, comparando-a com os demais estabelecimentos que receberam outro tipo de crédito, no terceiro momento são analisados apenas os estabelecimentos que se enquadram como agricultores familiares. Os modelos de restrição de crédito mostraram que o valor da produção e os gastos com insumos aumentam a probabilidade de obter crédito. A experiência (idade) e os dirigentes que estão há muitos anos à frente do estabelecimento reduzem a probabilidade de ter o crédito rural no Brasil e nas regiões, porém quando aplicado apenas à agricultura familiar, diante do Pronaf, a experiência aumenta a probabilidade de receber o crédito. Quanto aos resultados das diferenças das médias da produtividade da terra e do trabalho observa-se que, na avaliação da restrição do crédito para todos os tipos de crédito, apenas na região Nordeste houve produtividade da terra maior para os estabelecimentos beneficiados pela política de crédito, nas demais regiões ou foi favorável aos não beneficiados ou a política não teve efeito. A produtividade do trabalho também foi maior para os estabelecimentos que tiveram restrição ao crédito, resultado que se repetiu para o modelo de restrição do Pronaf. O melhor desempenho em termos de produtividade do trabalho dos estabelecimentos com restrição pode estar associado à crise observada no setor agropecuário entre os anos de 2004 e 2006, que ampliou o preço dos insumos agrícolas e reduziu o preço e a renda dos produtores rurais no ano estudado, implicando menor contratação de mão de obra para manter a produção.
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    Choques monetários e tecnológicos e as flutuações cíclicas na economia brasileira
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-04-12) Bender Filho, Reisoli; Teixeira, Erly Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787961Y8; Mattos, Leonardo Bornacki de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735944Y0; Vieira, Wilson da Cruz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723222Y8; http://lattes.cnpq.br/9794436610539367; Carvalho, Luciano Dias de; http://lattes.cnpq.br/0061368522702958; Divino, José ângelo Costa do Amor; http://lattes.cnpq.br/4790508103951006; Campos, Antônio Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781810A0
    Os modelos de ciclos reais de negócios enfatizam os choques reais como forma de explicar o comportamento do ciclo econômico, no entanto, em economias como a brasileira, onde as crises econômicas mais recentes tiveram origem em instabilidades monetárias, os choques nominais podem exercer grande importância na explicação das flutuações econômicas. Neste contexto, o presente trabalho buscou examinar a relevância dos choques tecnológicos e monetários sobre os ciclos de negócios da economia brasileira no período entre 1980 e 2009 e no subperíodo entre 1995 a 2009. Para introduzir os fatores nominais nos modelos de ciclos reais, usou-se um modelo que considera que a moeda e sua manutenção geram utilidade aos agentes econômicos, o modelo money-in-the-utility function (MIU). Foram simuladas diversas economias artificiais, as quais permitiram identificar a forma e o padrão de como os ciclos de negócios respondem aos choques tecnológicos e aos monetários. Para tanto, denominou-se de economia-padrão a economia artificial somente com a introdução de choques tecnológicos, e de economia monetária, a economia com a introdução dos choques tecnológicos e monetários. Quando simulada a economia-padrão, os resultados obtidos foram aderentes aos fatos estilizados da economia brasileira em ambos os períodos analisados, porém somente para as variáveis macroeconômicas reais, o que corroborou a necessidade da inclusão dos choques monetários. A simulação da economia monetária provocou ajustes significativos no desvio-padrão e na correlação dos saldos monetários reais e da taxa de inflação, de forma que suas propriedades cíclicas se aproximaram daquelas encontradas pelos fatos estilizados, porém não ocasionou efeitos expressivos sobre a taxa real de juros e a taxa nominal de juros em ambos os horizontes de tempo analisados. Complementando, com o objetivo de verificar a consistência dos choques nominais, foi simulada uma economia monetária com choques tecnológicos associados a diferentes níveis de choques monetários, por meio da qual foram obtidos resultados que indicaram correções importantes na dinâmica dos agregados macroeconômicos, com a volatilidade dos juros nominais elevando-se, contudo, sendo, ainda, significativamente inferior aos dados característicos da economia brasileira, o mesmo ocorrendo com a taxa real de juros. Contudo, as simulações da economia monetária foram ligeiramente mais aderentes aos dados característicos da economia brasileira quando analisado o subperíodo entre 1995 e 2009. Isso se deveu ao fato de as variáveis nominais apresentarem melhor ajustamento e as variáveis reais responderem de forma mais expressiva ao choque monetário, o que não foi verificado nas simulações da economia monetária para o período entre 1980 e 2009. Esses resultados indicaram que as variáveis reais tendem a ser mais sensíveis a mudanças não antecipadas nos agregados nominais em períodos de estabilidade macroeconômica. Deste modo, os resultados alcançados forneceram conclusões de que a introdução dos choques monetários foi importante na explicação dos ciclos de negócios da economia brasileira, embora o efeito sobre a volatilidade das variáveis reais tenha sido de pequena magnitude. Portanto, ao considerar os choques tecnológicos e monetários como parte da estrutura econômica, pôde-se melhor identificar os efeitos da dinâmica econômica, os quais, anteriormente, eram atribuídos apenas aos choques tecnológicos, mas que são, de fato, gerados por outros tipos de distúrbios.