Ciências Agrárias

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    Fatores externos condicionantes da competitividade da produção de leite no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-27) Campos, Beatriz Rodrigues; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/2611552943005344
    O Brasil produziu em 1999 mais de dezenove milhões de toneladas de leite. Tal volume de produção situou o país entre os seis maiores produtores de leite do mundo. Entretanto, a produção nacional não tem sido suficiente para atender à demanda doméstica ao longo dos anos, de forma que o Brasil sempre realizou importações para suprir as necessidades do mercado interno. O presente estudo quer mostrar que a concessão de subsídios pela UE nas exportações de leite induziu às práticas de dumping e triangulação comercial no MERCOSUL, visto que tal política disponibilizava maiores volumes do produto, a preços altamente subsidiados, para que empresários argentinos realizassem práticas desleais de comércio no MERCOSUL. O objetivo deste trabalho é avaliar a influência de fatores externos à cadeia agroindustrial do leite, tais como protecionismo dos países desenvolvidos, práticas desleais de comércio e política cambial, na determinação da competitividade da atividade leiteira. Para tal, utilizou-se uma estrutura organizacional denominada Policy Analysis Matrix (PAM), desenvolvida por MONKE e PEARSON (1989). O método PAM permite estimar os efeitos da política econômica sobre a renda do produtor, bem como identificar as transferências entre produtores e consumidores. O critério utilizado na separação dos produtores em diferentes sistemas de produção foi baseado no genótipo dos animais, ou seja, no grau de sangue do rebanho. A divisão foi feita em três sistemas de produção, quais sejam, gado Zebu, seguido pelo gado Mestiço e pelas raças leiteiras européias, principalmente o gado Puro europeu. Essa diferenciação é necessária, visto que esses três grupos possuem diferenças significativas no grau de tecnologia adotados e, portanto, nos custos. As transferências associadas aos custos de produção, tanto para insumos comercializáveis quanto para fatores domésticos, mostraram-se negativas. Isto indica que as medidas de política têm efeito de uma tarifa à importação para os produtores de leite do Brasil. Verificou-se, também, que os sistemas de produção mais tecnificados são os que apresentam maiores distorções, sendo, portanto, os mais prejudicados com a implementação das políticas distorcivas. Considerando- se as transferências associadas à lucratividade, verificaram-se transferências negativas nos três sistemas de produção, Zebu, Mestiço e Puro, ou seja, dos produtores para a sociedade, o que indica que os produtores de leite tiveram seus lucros potenciais reduzidos em decorrência da condução da política econômica. A conclusão deste trabalho é que os produtores de leite nacionais têm transferido renda para a sociedade, visto que as políticas comerciais consideradas aumentam os preços dos insumos e deprimem os preços recebidos pelos produtores nacionais. Sendo as práticas de dumping e triangulação comercial as grandes responsáveis pela depreciação dos preços recebidos pelos produtores, pode-se concluir que o comportamento dos empresários argentinos está diretamente ligado às perdas de competitividade do produto brasileiro. Assim, esses empresários, utilizando-se do MERCOSUL, praticaram políticas desleais de comércio, enfraquecendo, assim, a competitividade do MERCOSUL frente a outros blocos econômicos.
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    Dilema entre as participações de produtos primários e de manufaturados na promoção das exportações brasileiras
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-07-20) Campos, Beatriz Rodrigues; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/2611552943005344
    No início da década de 90, o Brasil passou por um intenso processo de liberalização comercial com redução de barreiras tarifárias e a implantação do MERCOSUL. Em 1994, a implementação do plano de estabilização econômica, ancorado na sobrevalorização do Real, traz como conseqüência o crescimento das importações brasileiras que passaram de US$ 14,6 bilhões para US$ 49,2 bilhões entre 1994 e 1998. Enquanto as importações aumentaram em média 11,7 % ao ano, as exportações, nesse mesmo período, cresceram em média 5,7 % ao ano. Essa diferença entre os desempenhos das importações e das exportações transformou os amplos superávits comerciais dos anos 80 em crescentes déficits nos anos 90, tornando o comportamento do setor externo uma fonte de instabilidade econômica para o País. Desde então, a vulnerabilidade externa da economia é apontada pela maioria dos economistas como o principal entrave para o Brasil atingir uma trajetória de desenvolvimento sustentado no futuro próximo. Assim, o crescimento acelerado das importações, principalmente após o Plano Real, recolocou de maneira contundente a necessidade de se revitalizar a capacidade exportadora da economia brasileira, de modo a reduzir a vulnerabilidade externa e, com isso, garantir a retomada do crescimento econômico nacional. Todos os cenários construídos para a economia brasileira, nos últimos anos, enfatizam a necessidade de se atingir altas taxas de crescimento das exportações. Dentro desse contexto, a agregação de valor à produção exportável constitui um dos temas mais discutidos por economistas ou por indivíduos que, de alguma forma, participam do comércio exterior brasileiro. Diversos autores salientam a importância não só de exportar mais, mas de exportar melhor, com maior agregação de valor. Para eles é preciso agregar valor ao produto brasileiro e, assim, ampliar a receita das exportações, o lucro da empresa e o salário do trabalhador. Entretanto, outros autores salientam que o País ainda não descobriu seu caminho na produção industrial e ainda tem nos produtos agropecuários uma fonte relevante de empregos, divisas e renda. Diante desse ambiente, este estudo simula choques nas exportações de setores selecionados da economia brasileira e analisa seus efeitos sobre o valor da produção, em indicadores selecionados e no nível de bem-estar da população. Entre as simulações realizadas, encontram-se cenários em que se propõe uma maior participação de produtos de maior valor agregado. As principais conclusões referem-se à importância relativa da agricultura no Brasil e a necessidade de que a agregação de valor se proceda juntamente com investimentos em capital. Deste modo, em um contexto de rigidez no fluxo de capital, os resultados permitem que se aponte a agropecuária como o principal setor a ser incentivado. Na realidade, é fácil reconhecer o peso e o valor da agropecuária dentro da economia brasileira uma vez que a mesma é responsável pela quase totalidade do suprimento do mercado doméstico e pela geração de superávits comerciais. No que tange à agregação de valor, somente nos cenários em que se considera a expansão do fluxo de capital é que se obtêm ganhos significativos em relação à expansão das exportações agrícolas. Assim, o estudo permite concluir que a agregação de valor deve ser incentivada concomitantemente à promoção dos investimentos em capital.