Ciências Agrárias
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Item 1,25- dihydroxycholecalciferol-glycoside supplementation for LPS - challenged broiler chickens(Universidade Federal de Viçosa, 2020-07-20) Nunes, Rayanne Andrade; Calderano, Arele Arlindo; http://lattes.cnpq.br/7694446180707094This study evaluates the effects of dietary supplementation of 1,25-dihydroxycholecalciferol (1,25(OH) 2 D 3 ) glycoside on performance, tibia mineral concentration, and inflammatory responses of broilers challenged with lipopolysaccharides (LPS). At 20 days old, 144 male broilers were weighed and distributed in a completely randomized design with three treatments, eight replicates, and six birds per experimental unit. The treatments consisted in a basal diet without LPS administration (CON), a basal diet with LPS administration (CON+LPS), and a basal diet supplemented with 5 μg of 1,25(OH) 2 D 3 -glycoside/kg of diet with LPS administration (SUP+LPS). The LPS challenge was administered as intraperitoneal injections at 21 and 23 days of age (1 and 1.12 mg/kg of body weight, respectively). Four hours after the first LPS injection, one bird per experimental unit was euthanized to collect blood, spleen, duodenum, and jejunum samples. Broilers performance was evaluated at 25 days of age, when all birds were slaughtered to analyze calcium and phosphorus cocentrations in the tibia. Data were analyzed using a one-way ANOVA and adjusted means were compared using the Tukey test at 0.05 significance. The CON+LPS birds had less weight gain (WG) than CON and SUP+LPS groups (P = 0.019). Treatments had no effect on feed intake, feed conversion, serum levels of bone alkaline phosphatase, calcium, and phosphorus, and calcium and phosphorus concentration in the tibia (P > 0.05). The IL-10 level in the jejunum was higher (P = 0.011) in SUP+LPS birds than in the CON and CON+LPS groups. Among birds challenged with LPS, those supplemented with 1,25(OH) 2 D 3 -glycoside showed greater mRNA expression of IL-10 (P = 0.014) and IL-1β (P = 0.045) in the spleen; however, no effect was observed on the expression of these cytokines in the duodenum and jejunum of the birds (P > 0.05). In conclusion, dietary supplementation with 1,25(OH) 2 D 3 -glycoside preserves WG and modulates the inflammatory response by increasing the production of IL-10 in the jejunum and the mRNA expression of IL-10 and IL-1β in the spleens of broilers challenged with LPS, although bone mineralization is unaffected. Keywords: Inflammation. Performance. Poultry. Vitamin D.Item 25(OH)D3 em substituição à vitamina D3 em rações, com diferentes níveis de cálcio, para frangos de corte mantidos sob estresse por calor(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-17) Marques, Mariane Fernanda Goes; Donzele, Rita Flavia Miranda de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/6263457842610796Esse estudo foi conduzido para avaliar os efeitos da relação cálcio fósforo em rações suplementadas com vitamina D 3 ou 25-hidroxicolecalciferol no desempenho, características de carcaça, qualidade de carne e bioquímica sanguínea, enzimática e óssea de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade, mantidos em ambiente de alta temperatura. Foram utilizados 504 frangos de corte machos da linhagem Cobb, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2x4 (duas fontes de vitamina D: VitD 3 ou 25(OH)D 3 (Hy-D®) x quatro níveis de cálcio – 100, 90, 80 e 70% da recomendação de Rostagno et al. (2011), com oito tratamentos, sete repetições e nove aves por unidade experimental. As aves foram mantidas em câmaras climáticas com temperatura do ar de 32,9 ± 0,48°C e umidade relativa de 64 ± 7,14% no período de 1 a 21 dias de idade, e em 31,1 ± 0,31°C e 79 ± 6,45% de 22 a 42 dias de idade. Durante o experimento, as aves receberam as rações experimentais e água à vontade. Foram avaliados consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e a conversão alimentar (CA) no período de 1 a 21 dias e 22 a 42 dias de idade. No período de 1 a 21 dias, o CR e a CA não variou entre as reduções de cálcio e fontes de vitamina D, porém, o GP dos frangos foi influenciado, sendo que o 25(OH)D 3 proporcionou melhores resultados, independente dos níveis de cálcio. No período de 1 a 42 dias, não foi constatado efeito significativo no CR, GP e CA das aves. Não se observou efeito sobre o rendimento de carcaça, cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa), qualidade de carne e deposição de cálcio (Ca) e fósforo (P) no osso. Constatou- se maiores concentrações séricas de Ca e P nos animais suplementados com 25(OH)D 3 , no entanto, a concentração sérica de fosfatase alcalina não foi afetada. Conclui-se que a substituição da VitD 3 por 25(OH)D 3 e a redução de 30% de cálcio variando a relação Ca:P de 2,15 a 1,37 nas rações não comprometeram o desempenho, características de carcaça, qualidade de carne e deposição de Ca e P nos ossos de frangos aos 42 dias de idade mantidos em ambiente de estresse por calor.Item A (re)configuração das redes rurais em face das novas tecnologias de informação e comunicação(Universidade Federal de Viçosa, 2019-11-29) Andrade, Danieli Barbosa de; Braga, Gustavo Bastos; http://lattes.cnpq.br/0346135128276439As Tecnologias de Informação e Comunicação adentraram no cotidiano das pessoas, desde a criação do rádio, da televisão, dos primeiros celulares e, mais recentemente, dós smartphones e da ampliação do uso da internet. Estes fazem parte do dia a dia em diversos âmbitos, seja no convívio social, no trabalho e, sobretudo na rede de contatos individuais que transitam no espaço on-line e off-line. Diversos aplicativos foram (e ainda são) desenvolvidos a fim facilitar as atividades e conectar pessoas sem sair do lugar, sendo possível fazer compras, transações bancárias, ouvir músicas, e diversas outras coisas, tudo de forma fácil, na palma da mão. Tão logo foi percebido neste trabalho, que o aplicativo de mensagens WhatsApp® transformou a forma de enviar mensagens, compartilhar vídeos e fotos e de se relacionar com o mundo exterior. E é neste sentido que aqui se busca elucidar a reconfiguração das redes de contatos mediadas por este aplicativo, tanto em nível da estrutura e das relações, quanto do impacto nos modos de vida da comunidade rural em Vista Alegre. Como resultado desta pesquisa, observou-se uma hibridização da comunicação que se demarcam pelas relações de proximidade face to face, se estendendo ao nível on-line. As diferenças entre estes dois tipos de comunicação evidenciadas nas relações de Vista Alegre abarcam, em nível de especificidades, a idade, gênero e profissão. De modo geral, na comunidade estudada, os jovens tendem a estar mais presentes nas relações on-line e os mais velhos nas relações off- line. As sociabilidades construídas pelo aplicativo identificadas em Vista Alegre foram as de amizade, familiar, trabalho, vizinhança, namoro e prestação de serviço, sendo que as mesmas ocorrem também no off-line. Por fim, em nível familiar, o WhatsApp® constrói novas sociabilidades que poderiam desaparecer, como exemplo, a consolidação das relações familiares dos que não residem mais no seio familiar rural, além das novas formas de trabalho e lazer, uma vez que este é utilizado como ferramenta de conexão com os membros que residem fora da comunidade, ou com aqueles que não se conectariam pessoalmente. O WhatsApp®, aplicativo de mensagens, promove a sociabilidade on-line em Vista Alegre e o fornece no nível de comunicação, economia e desenvolvimento social. Palavras-Chave: Tecnologias de Informação e Comunicação. Whatsapp®. Rural.Item A ação extensionista frente aos desafios da Ater digital: uma análise sobre a Emater-DF(Universidade Federal de Viçosa, 2021-12-06) Lopes, Renato de Carvalho; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/0537142997844003Ante ao contexto geral do serviço público de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do Brasil, na última década, é possível observar que as múltiplas atividades educativas, comunicativas, mediadoras e assistenciais realizadas pelos extensionistas rurais estão cada vez mais inseridas em um ambiente digital e virtual de trabalho, por vezes, substituindo, mesclando ou complementando as práticas presenciais destes profissionais. Neste sentido, presume-se que as diferentes ações de Ater mediadas pelas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) e pela Internet, têm participado diretamente dos processos de ensino-aprendizagem, construção e troca de saberes entre os extensionistas rurais e os beneficiários de Ater. A Internet também tem se mostrado medular no momento de pandemia do novo coronavírus SarCov-2, causador da Covid-19. A doença, que tem provocado perdas de milhões de vidas e graves danos socioeconômicos pelo mundo, demandou medidas de isolamento e distanciamento social para conter o seu avanço, o que fez acentuar a necessidade de comunicação sem a presença física das pessoas. Logo, o serviço de Ater, que historicamente tem se apropriado das TDICs em suas intervenções, também buscou ampliar sua comunicação e interação por meio de plataformas virtuais junto aos agricultores e suas famílias, no referido contexto. Todavia, os extensionistas rurais têm se defrontado com diferentes desafios neste campo de atuação, adentrando o universo do trabalho digital, fortuitamente, sem o devido suporte técnico, capacitação ou posse de equipamentos adequados para sua execução, além de enfrentarem o possível aumento de sua jornada, carga e volume de trabalho diário. Há, ainda, os problemas relativos à patente exclusão digital no meio rural; as questões éticas e morais sobre as práticas de extensão rural que podem ou não acontecer em ambiente digital; e os problemas sobre a segurança de dados pessoais dos beneficiários de Ater, que são cotidianamente acessados pelos extensionistas. Nessa perspectiva, a presente dissertação trata-se de um estudo de caso, cujo objetivo é analisar o processo de planejamento, organização e execução das atividades realizadas pelo serviço de Ater, ora mediadas por TDICs e Internet, sendo estas ações recentemente denominadas por “Ater digital”. Tomou-se como lócus e sujeitos da pesquisa, respectivamente, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e os seus extensionistas rurais. Foi disponibilizado a estes trabalhadores um questionário contendo cinquenta questões de múltiplas escolhas e quatro questões abertas, que foram acessados e respondidos por meio da plataforma virtual Google Forms. Buscou-se compreender como os técnicos da Ater vêm se apropriando dos recursos digitais como suporte metodológico em suas abordagens junto aos agricultores, resgatando o histórico do serviço de extensão rural no Brasil e no Distrito Federal; discutindo questões sobre exclusão digital nos espaços rurais; e analisando parte do cotidiano laboral dos extensionistas da Emater-DF, incluindo as atividades realizadas presencialmente e por teletrabalho durante o período de pandemia de Covid-19. Palavras-Chave: Extensão Rural. Ação Extensionista. Ater Digital. Pandemia de Covid-19.Item A acidez potencial do solo não é determinada a pH 7,0(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-20) Silva, Marcelo Zózimo da; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/2812702090482742A acidez potencial é caracterizada pela acidez trocável e, sobretudo, pela acidez não-trocável, que corresponde àquela acidez neutralizada até um determinado valor de pH. O hidrogênio ligado de forma covalente aos colóides do solo é o principal componente desta acidez. A acidez potencial caracteriza o poder-tampão de acidez do solo, e sua estimativa acurada é fundamental para se estimar a capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (CTC) e, por conseguinte, a saturação por bases (V). Estimativa confiável, tanto da CTC como de V, cresce de importância à medida que se emprega o critério de elevação da saturação por bases para o cálculo da necessidade de calagem. A acidez potencial pode ser determinada por meio da incubação do solo com CaCO 3 , pela extração com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e por meio do equilíbrio entre o solo e a solução tamponada SMP. Considerando que nessas determinações, além do H hidrolisável, contribui, ainda, para a acidez a hidrólise do Al 3+ , tais medidas são expressas por H+Al. A determinação por meio do método SMP foi adaptada à rotina de determinação do pH do solo em CaCl 2 . Ele fundamenta-se na correlação linear entre ln (H+Al) extraído pelo acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e o pH da suspensão de equilíbrio solo- solução SMP (pH SMP ). Dessa forma, estabelecem-se equações de regressão de abrangência regional para estimar o H+Al a partir do pH SMP ; atualmente, estão em uso no Brasil 15 equações. Essa diversidade de equações contribui para a incerteza na estimativa do H+Al, visto que os laboratórios estendem seus serviços além dos limites regionais de abrangência das equações. No entanto, há de se considerar que as características dos solos são mais relevantes do que o caráter regional. Além disso, o método em uso foi ajustado para a rotina de determinação do pH em CaCl 2. Assim, para a sua adoção por laboratórios que determinam o pH em H 2 O, há necessidade de inclusão de mais uma rotina. Objetivou-se com este trabalho: a) ajustar o método SMP aos procedimentos dos laboratórios que adotam rotina para determinação do pH em H 2 O e b) identificar um modelo matemático e ajustar uma equação de regressão de aplicação geral para estimar a acidez potencial por meio do método SMP. Na pesquisa foram utilizados 99 solos, de diferentes regiões do Brasil, com ampla variação nos teores de H+Al, matéria orgânica, valores de P remanescente e teor de argila. Em um primeiro ensaio, trabalhando com seis solos, avaliou-se o ajuste do método SMP à rotina de determinação do pH em H 2 O, testando-se alterações na concentração do CaCl 2 na solução SMP. Em outro ensaio, com 13 solos, determinou-se a acidez a partir da incubação do solo com CaCO 3 estabelecendo as curvas de incubação, definidas por equações de regressão linear. A partir destas, estimou-se a acidez potencial para pH 7,0; 6,5; 6,0; 5,9; 5,8; 5,7; e 5,5. Para os 99 solos determinou-se o H+Al em acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e o pH SMP de acordo com o procedimento ajustado no primeiro ensaio. Constatou-se que o procedimento SMP utilizado para a rotina de pH CaCl 2 ajustou-se sem alterações à rotina de pH H 2 O. O H+Al determinado em acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 diferiu estatisticamente da acidez estimada para o pH 7,0 pelas curvas de incubação. As determinações em acetato foram equivalentes à acidez estimada para o pH 5,7 pelas curvas de incubação. Adotou-se a acidez para pH 6,0 estimado pelas curvas de incubação como referência para correção das determinações em acetato de Ca pH 7,0 e para estabelecer o ajuste da equação de regressão com o pH SMP. Ajustaram-se as regressões para estimar um fator F de correção da determinação em acetato de cálcio, a partir dos teores de matéria orgânica e, ou, P remanescente. Foram ajustadas as regressões: ln (H+Al) = 8,93 - 1,255pH SMP, R 2 = 0,842 e ln (H+Al) = 6,18 + 0,142 MO - 0,859pH SMP R 2 = 0,936, nas quais todos os coeficientes foram significativos (p < 0,05). A equação que inclui a matéria orgânica mostrou-se, potencialmente adequada para uso generalizado.Item A água não está para peixe: etnohidrologia e os indicadores de qualidade da água(Universidade Federal de Viçosa, 2020-10-30) Pires, Leticia Gamarano; Benjamin, Laércio dos Anjos; http://lattes.cnpq.br/6401918964510626A contaminação da água por agrotóxicos tem preocupado a população, principalmente as que residem em comunidades rurais onde são utilizadas práticas agrícolas degradantes. No Brasil, a utilização de agrotóxicos na produção de alimentos tem aumentado crescentemente, favorecendo a contaminação do solo, da água e das pessoas do campo. Outro fator preocupante é a disponibilidade da água, uma vez que os rios estão cada vez mais assoreados e contaminados, comprometendo os ecossistemas aquáticos. O monitoramento de resíduos químicos da qualidade da água é um desafio, dada sua dinâmica e onerosidade. Além disso, as populações rurais muitas vezes não são atendidas por sistemas de abastecimento de água tratada, e assim, utilizam sistemas de abastecimentos alternativos como os poços rasos, estando sujeitas a exposições a agentes químicos e micro-organismos patogênicos. Por isso, é necessário articular pesquisas com demandas sociais, incorporando saberes tradicionais como parte equitativamente importante no processo de construção do conhecimento. Nesse sentido, o presente estudo objetivou identificar indicadores etnohidrológicos utilizados pela população para qualificar a água; caracterizar uso e ocupação do solo que possam interferir na qualidade da água; analisar a qualidade física, química e microbiológica da água de poços de abastecimento residenciais; analisar a qualidade física e química de diferentes pontos do rio Turvo Limpo; identificar alterações em brânquias de peixes que possam ser atribuídas à qualidade da água do rio Turvo Limpo; e relacionar indicadores etnohidrológicos com indicadores físico-químicos e microbiológicos da água. Foram realizadas entrevistas com oito famílias individualmente, guiadas por roteiro para caracterização do uso do solo e da água e identificação por meio da análise de conteúdo dos indicadores etnohidrológicos. Brânquias de tilápias (Oreochromis niloticus) mantidas em aquários contendo água coletada de três diferentes pontos do rio Turvo Limpo foram utilizados analisadas. Os principais indicadores etnohidrológicos identificados foram organolépticos. Outros indicadores foram relacionados à observação de mudanças da paisagem, como urbanização desordenada, plantio de eucalipto e pastagens, presença de espuma na água, presença de fossas próximas à fonte de captação de água, e adoecimento e morte dos peixes. Análises físico-químicas dos pontos do rio mostraram que alguns padrões estão fora do recomendável pela resolução no 357/2005 (CONAMA), corroborando a hipótese que atividades agropecuárias influenciam na qualidade da água. Análises histológicas das brânquias dos peixes expostos à água do rio Turvo Limpo mostraram que a qualidade da água difere no decorrer do rio, sendo alguns pontos mais prejudiciais às lamelas branquiais. Após análise microbiológica, as águas de apenas dois poços estavam apropriadas para consumo humano. A pesquisa quando incorpora as pessoas envolvidas como parte ativa do processo de investigação, tende a ser beneficiada com inúmeras informações e uma vasta riqueza de detalhes. A articulação científica com o saber tradicional é possível, vantajosa e enriquecedora. Os trabalhadores e trabalhadoras que cuidam da terra e da água, carregam consigo um acúmulo de sabedoria repassado de geração a geração e, por isso, a etnohidrologia é uma ferramenta metodológica que possibilita uma visão holística e ampla para a compreensão de questões relacionadas ao uso e gestão da água. Palavras-chave: Etnoindicadores. Bioindicadores. Etnohidrologia. Ecotoxicologia.Item A aplicação foliar de Mn e Zn alivia efeitos negativos da hipóxia em plantas de eucalipto?(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-25) Oliveira, Filipe Bruno de; Valadares, Samuel Vasconcelos; http://lattes.cnpq.br/6310745152341309O cultivo de eucalipto em regiões sujeitas a alagamentos pode gerar significativas perdas de produtividade. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de compreender e avaliar o efeito da aplicação foliar de Zn e Mn na mitigação dos efeitos negativos da hipóxia em plantas de eucalipto. O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, com 5 repetições. Os tratamentos foram combinados em arranjo fatorial (2³) com dois níveis de disponibilidade de oxigênio (com e sem hipóxia), com e sem a aplicação de Zn (0,1 g/L) e Mn (0,5 g/L). Foram cultivadas duas plantas por vaso contendo areia lavada, esterilizada e umedecida com solução nutritiva. Nos tratamentos submetidos à hipóxia, os vasos foram mantidos saturados com a solução de cultivo (a concentração de O 2 foi mantida abaixo de 4 mg L -1 ). Para os tratamentos sem hipóxia, as plantas receberam aeração normal. Após a imposição da hipóxia, foram quantificadas as trocas gasosas e variáveis de fluorescência da clorofila a de todos os tratamentos. Após 77 dias de experimento, folhas das plantas foram coletadas para quantificação da atividade de enzimas (SOD, catalase e peroxidases) e foi determinado o conteúdo de compostos do metabolismo primário e secundário (teores de clorofilas, açúcares solúveis, amido, proteínas solúveis totais e aminoácidos totais). Foi também colhida uma planta em cada parcela experimental, para determinação de massa seca da parte aérea e quantificação de Mn e Zn na biomassa. Em seguida, a aeração dos vasos foi reestabelecida e, após 69 dias de recuperação, as plantas restantes foram cortadas e tiveram seu crescimento avaliado. As plantas submetidas à hipóxia apresentaram maior teor de Mn e menor teor de Zn quando comparadas às plantas cultivadas em condições normais. Ao final do período de alagamento, as plantas que receberam aplicações foliares com Mn (principalmente) e Zn apresentaram maiores taxas fotossintéticas, quando comparadas àquelas dos tratamentos sem Mn e Zn. Embora a aplicação de Zn tenha promovido aumento das taxas fotossintéticas ao fim do período de hipóxia, o crescimento das plantas (nos tratamentos com e sem hipóxia) foi reduzido ao fim do experimento, indicando ter havido fitotoxidez na fase inicial do experimento. Após o período de recuperação, as plantas que receberam aplicação foliar com Mn apresentaram melhor crescimento. Palavras-chave: Hipóxia. Estresse hídrico. Eucalipto.Item A Associação Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio: reflexões sobre desafios e perspectivas de uma organização regional(Universidade Federal de Viçosa, 2003-08-29) Souza, Divani Ferreira de; Rothman, Franklin Daniel; http://lattes.cnpq.br/6747918044424415A construção e a consolidação de organizações democráticas é um tema caro e objeto de preocupação, seja na prática ou nos diversos estudos dos Movimentos Sociais e organizações de base. Este tema tem gerado consideráveis debates tanto em meio às entidades e ONGs (Organizações Não Governamentais) voltadas para a promoção do Desenvolvimento Sustentável, quanto no âmbito das agências de cooperação e no meio acadêmico.O objetivo central deste estudo foi o de compreender o processo de formação, evolução, consolidação e transformação por que passam determinadas organizações de trabalhadores/as rurais à partir da história da Associação Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio, ASMUBIP, com a qual mantivemos contato no âmbito da prática extensionista como agente de pastoral e assessora educacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Este estudo concentrou-se, mais detidamente, em compreender os porquês da ASMUBIP ter chegado a uma situação de fragilidade organizacional mesmo após vários anos de esforços e investimentos de entidades de apoio e agências de cooperação para o desenvolvimento. Na escolha do referencial teórico optou-se pelo diálogo com um conjunto de autores que têm desenvolvido estudos, inclusive comparativos, com diversas organizações camponesas atuando na Ásia, África e América Latina. No universo estudado verificamos, dentre outros, dois aspectos- chave, imprescindíveis para a consolidação desta organização: a) a autonomia do grupo, que diz respeito à sua capacidade de fixar objetivos e à possibilidade de tomar as próprias decisões livre de ingerências externas, seja de governos, grupos religiosos ou instituições de desenvolvimento, e b) à promoção da participação ao nível da base, promovendo, assim, um processo de tomada de decisões coletivamente. É importante considerar que a organização em estudo trata-se de uma associação de mulheres motivada, na sua origem, pelas questões centradas em “questões de mulheres” como saúde, sexualidade, direitos, violência doméstica, dupla jornada de trabalho, etc. Na ASMUBIP esta demanda inicial transmutou-se no decorrer do processo que engendrou a sua institucionalização, através, no ano de 1992, do incentivo do governo federal, passando a enfocar a organização e articulação das mulheres à partir da busca de alternativas econômicas e de geração de renda para as famílias especialmente por meio do extrativismo do Babaçu. A organização, então, passou a direcionar a sua agenda principal na busca de projetos e projetinhos de geração de renda em detrimento dos temas mais voltados, especificamente, para o ser mulher. Este direcionamento, no que se refere à ideologia que perpassa a organização, trouxe, dentre outros impactos, a dependência de recursos e assessores externos tanto para gestão quanto para a elaboração e execução dos projetos, comprometendo, assim, a autonomia do grupo e a participação da base nas decisões e condução do processo, aspectos de importância vital para construção e consolidação de organizações que se pretendem democráticas.Item A atuação da Unidade Regional da EMATER de Viçosa-MG: descrição e análise da ATER pública(Universidade Federal de Viçosa, 2016-06-23) Coelho, Priscilla Silva; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9293587433229372O cenário da Extensão Rural brasileira é muito diverso e complexo. As heterogeneidades encontradas, quanto aos públicos atendidos e atuação das agências promotoras do desenvolvimento rural, envolve um ambiente cheio de disputas e de diferentes motivações para os atores envolvidos. Outro aspecto que pode ser evidenciado deu-se a partir do ano de 2003 com o surgimento da Política Nacional de ATER (PNATER), e do ano de 2010 com a Lei de ATER, que definem e determinam as diretrizes, objetivos e especificidades dos serviços prestados, ao qual instituem uma nova proposta de trabalho que carrega uma nova roupagem dos serviços de ATER tanto de cunho público, quanto de cunho privado. Diante dessa expectativa criada, procurou-se fazer um exercício de reflexão e problematização acerca da prestação dos serviços de ATER pública, em vista das mudanças preconizadas pela Lei e da sua contribuição junto ao processo de promoção do desenvolvimento rural e ascensão da Agricultura Familiar. Portanto, o problema central deste trabalho é entender como tem sido estruturado e operacionalizado o serviço de ATER executado por uma agência pública de Extensão Rural. Nesse ímpeto, foi realizado um estudo de caso da Unidade Regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER-MG) localizada no município de Viçosa-MG. A hipótese de trabalho, que orientou na verificação empírica do problema proposto, defende que mesmo com o passar dos anos e com a institucionalização da Lei de ATER, a organização estudada, a partir da figura dos extensionistas, ainda atrela suas atividades às orientações produtivistas e tecnicistas, já que as mesmas possibilitam uma maior padronização e rapidez na prestação dos serviços de orientação técnica e implementação de políticas e programas de governo trabalhados. Acerca das metodologias adotadas, optou-se por trabalhar com a pesquisa bibliográfica sobre os temas que tratam do desenvolvimento rural, do histórico da Extensão Rural brasileira, dos processos de intervenção e os demais temas que auxiliaram na descrição do contexto de atuação de uma agência pública de ATER, mais especificamente da EMATER-MG. Também foram feitas análises documentais da instituição, observação não participante, aplicação de questionários e aplicação de uma dinâmica participativa inspirada na técnica de grupo focal junto aos extensionistas. Dessa forma, a partir dos dados colhidos foi possível concluir que apesar de terem sido superadas as orientações produtivistas e tecnicistas advindas do período pregresso que marca a modernização da agricultura brasileira, a proposta de reorientação preconizada pela Lei de ATER ainda é uma referência incipiente e uma ferramenta que ainda provocou poucas modificações na forma de atuação dos extensionistas das agências públicas de extensão rural. Ainda que ela tenha vindo direcionar a priorização dos atendimentos aos Agricultores Familiares e inovar com o processo de descentralização da prestação dos serviços de ATER, quando outras organizações, além das instituições públicas, entram em cena, as cobranças em torno de resultados quantitativos, a carência de um maior número de profissionais, o excesso de atribuições, políticas, programas e metas, tornaram-se um fator apontado como limitante para a realização de um trabalho pautado nos princípios de operacionalização da Lei de ATER.Item A ausência presente e o silêncio que fala: impasses da extensão universitária(Universidade Federal de Viçosa, 2005-06-30) Santos, Juliane Gonçalves dos; Botelho, Maria Izabel Vieira; http://lattes.cnpq.br/0077640312902337Este estudo problematiza as relações e interações da Universidade Federal de Viçosa junto ao Movimento de Atingidos por Barragens do Alto Rio Doce, com ênfase na assessoria prestada pela Universidade aos atingidos pela UHE de Fumaça, no município de Diogo de Vasconcelos (MG). Buscou-se, assim, identificar contribuições, impasses e prováveis conflitos advindos desta relação. A análise e discussão dos dados foi pautada não só nos pressupostos da Teoria Social do Discurso (TSD), uma das perspectivas atuais da Análise Crítica do Discurso (ACD), mas também a partir desta abordagem buscou-se situar a discussão seguindo as reflexões da Teoria da Ação Comunicativa (Habermas, 1984) e de conceitos nucleares como orientação instrumental, mundo da vida e mundo dos sistemas. Esta pesquisa permitiu reconhecer a relevância do papel da Universidade Federal de Viçosa nas atividades de extensão universitária que desenvolve, especialmente as que concernem à assessoria que, desde 1995, atua junto ao Movimento de Atingidos por Barragens do Alto Rio Doce. Entretanto, também identificou-se que a assessoria aos atingidos pela barragem de Fumaça enfrentou problemas e questões que afetam a rotina da universidade, como maior disponibilidade para conjugar uma efetiva prática extensionista com o ensino e a pesquisa. Dentre outras questões, a experiência e os desencontros na assessoria aos atingidos pela UHE Fumaça, embora pareça ter sido uma questão pontual, apontam para a necessidade de se promover reflexão e discussão mais profundas acerca da possibilidade de se estar operando um modelo de assessoria vertical, pouco participativa e desvinculada dos reais interesses dos assessorados.Item A autopoiese urbana: degradação e revitalização da cidade(Universidade Federal de Viçosa, 2004-08-04) Berdague, Camila da Silva; Griffith, James Jackson; http://lattes.cnpq.br/0018253561387847A população urbana brasileira superou a população rural, pela primeira vez, ainda na década de 60, provocando uma inversão demográfica com resultados desastrosos. Paralelamente a urbanização da população, cresceram a desigualdade social, a violência, os congestionamentos e todo tipo de problemas ambientais, que preenchem as paginas tanto de revistas especializadas quanto populares, reforçando a percepção do grau de degradação em que se encontram nossas cidades. Apesar da gravidade da situação, poucos estudos são realizados sobre os processos de degradação e recuperação especificamente de áreas urbanas, fora do âmbito do urbanismo. Isto pode ser constatado nos Anais dos SINRAD - Simpósio Brasileiro de Recuperação de Áreas Degradadas, onde menos de 15% dos trabalhos apresentados nos cinco eventos realizados referem-se ao tema. Contudo, o que distingue o processo de degradação de áreas urbanas e de áreas consideradas rurais, ou ainda, naturais? A principal diferença está na complexidade do urbano. Utilizando os conceitos da Teoria de Santiago, desenvolvida pelos biólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela, e a sua aplicação aos sistemas sociais, desenvolvida pelo sociólogo alemão Niklas Luhman, foi possível formular uma nova concepção para cidade e seus processos de degradação e revitalização. Concebeu-se então o urbano como um subsistema ou semiosfera da sociedade humana total, que gera e é gerado pela cultura urbana, e que tem como diferença diretriz a dicotomia cidade/campo. Esta dicotomia opera como elemento de distinção física, psíquica e social, conformando uma identidade urbana. 0 urbano e autocriativo (produz continuamente a si próprio), autoIimitado (opera distinções que conformam uma fronteira) e autoperpetuador (é capaz de desenvolver sua própria filogenia). O seu processo de formação e expansão - urbanização - e um processo autopoiético, um contínuo ser e fazer por cujo intermédio distingue-se do meio natural. As cidades, por sua vez, são subsistemas dentro do urbano (constituídos por elementos físicos e simbólicos), criados e selecionados ao longo do tempo pela cultura, de modo que sua inter-relação garantisse maior plasticidade ao sistema como um todo. Além de subsistemas do urbano, as cidades também são formas físicas de armazenamento e transmissão de linguagem, acopladas sincronicamente com sistemas psíquicos e sociais, conformando uma rede de atualizações (influências) cíclicas e recorrentes. São a manifestação física - através de redes e interações entre a malha viária e espaços públicos e privados - das nossas redes e interações sociais. Assim como o urbano, as cidades são capazes de produzir a si mesmas e especificar seus próprios limites. Por meio do pensamento sistêmico e utilizando ferramentas desenvolvidas especialmente para expressar dinãmicas ou inter- relações, foi possível elaborar um modelo teórico que explicasse os processos de atualização da estrutura do sistema sócio-espacial urbano e manutenção de sua autopoiese. Acredita-se que os cursos d'água, sejam um interessante ponto de partida para a revitalização urbana devido a suas características inerentes e também porque o próprio ciclo hídrico e muitas vezes interpretado como um tipo de comportamento, o que e o primeiro passo para dar início a concepção de um sistema mais abrangente integrado por humanos e não-humanos, permitindo que estes participem da construção de uma teia complexa de interações multiniveladas, re-tecendo a teia da vida.Item A cadeia produtiva da madeira para energia(Universidade Federal de Viçosa, 2005-03-31) Fontes, Alessandro Albino; Silva, Márcio Lopes da; http://lattes.cnpq.br/5310343581017203O presente estudo buscou diagnosticar a cadeia produtiva agroindustrial da madeira para energia e sugerir iniciativas que visem, principalmente, o aumento da eficiência técnico-operacional e gerencial dos negócios da madeira, assim como a melhor coordenação entre seus atores. O trabalho tomou por referência conceitual o Enfoque Sistêmico de Produto e empregou-se a Metodologia do Programa Sebrae: Cadeias Produtivas Agroindustriais (SEBRAE, 2000), para o diagnóstico da cadeia. Para o levantamento de informações foram utilizados os métodos de pesquisa rápida: condução de entrevistas informais e semi- estruturadas com atores-chave da cadeia e a observação direta dos estágios que a compõem, associado ao uso intensivo de informações de fontes secundárias. A cadeia foi definida a partir dos principais produtos finais, lenha e carvão vegetal. Foi entrevistado um total de 40 pessoas, distribuídas igualmente nos principais segmentos da cadeia e no seu ambiente institucional, sendo estes: produtores, empacotadores, transportadores, comerciantes, distribuidores e consumidores em geral de lenha e carvão vegetal, especialistas e representantes de entidades de classe, órgãos público, entre outros. Os dados qualitativos das entrevistas infor- mais e semi-estruturadas com atores-chave da cadeia, bem como os relatos de observação direta dos seus estágios, foram compilados de forma a retratar a atual situação da cadeia agroindustrial. Os dados quantitativos foram tabulados em planilhas eletrônicas e as séries temporais analisadas, principalmente, por meio de gráficos, identificando a evolução destas ao longo do tempo. Evidenciou-se um segmento de produção bastante precário e impossibilitado de atender a um aumento da demanda de lenha e carvão no curto e médio prazo. Os estoques florestais plantados não são suficientes nem para atender à demanda atual e as novas áreas reflorestadas, anualmente, estão muito aquém do volume necessário. Somam-se a isto a baixa produtividade de muitos dos reflorestamentos já implan- tados e os baixos índices de conversão obtidos em muitas carvoarias. O segmento de comercialização e distribuição também mostrou-se bastante precário com participação de vários tipos de fornecedores e de intermediários, onde verificou- se uma baixa incidência de contratos e planejamento de mercado. Também, as perdas decorrentes do manuseio, as condições de conservação das rodovias e as longas distâncias de transporte elevam o custo do produto e diminuem o lucro do produtor. No segmento de consumo, parte significativa da lenha é consumida no setor residencial para cocção de alimentos. Outra parte considerável é transformada em carvão, consumido, principalmente, nas siderúrgicas. Estas garantem o suprimento com produção própria, realizando fomento, ou adquirindo carvão no mercado. Por fim, verificou-se que existem algumas incertezas relacionadas à cadeia produtiva da madeira para energia, principalmente em relação ao carvão vegetal, geradas por pressões ecológicas por parte da sociedade civil organizada; pela legislação, onde os grandes consumidores ficam obrigados a se auto-abastecerem; pela conjuntura interna e externa, de forma que, dadas às condições de taxa de câmbio e de comercialização externa, defini-se a competiti- vidade relativa de um redutor em relação ao outro; e, também, pelo fato de a maior parte do carvão ser destinada à siderurgia, enfrentando a concorrência do carvão mineral importado e de outros energéticos.Item A certificação florestal na indústria moveleira nacional com ênfase no Pólo de Ubá, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2005-07-18) Alves, Ricardo Ribeiro; Jacovine, Laércio Antônio Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/8779279236738059O presente estudo teve como objetivo avaliar a certificação florestal na indústria moveleira nacional e seu potencial de implantação nas empresas do pólo moveleiro de Ubá, em Minas Gerais. Consideraram-se no estudo as empresas desta indústria que possuíam a certificação de cadeia de custódia e empresas do referido pólo com experiência exportadora. Buscou-se, em ambos os casos, informações de mercado e estratégia de vendas, relacionando-as com a certificação florestal. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o questionário. Verificou-se que a certificação constitui-se num fator de importância no processo de exportação das empresas moveleiras nacionais, propiciando uma melhoria na sua imagem perante a sociedade. O processo de certificação foi, no geral, realizado com menos de um ano, e os gastos maiores foram com a preparação da empresa. Nas empresas do pólo de Ubá, a maioria desconhecia a certificação florestal e acreditava que seus clientes a exigirão em um futuro próximo. Parte delas, no entanto, já atende, plena ou parcialmente, às exigências para certificação. Tendo em vista os resultados encontrados, pode-se concluir que os custos da certificação florestal são acessíveis e podem ser suportados pelas empresas do pólo moveleiro de Ubá. Essa certificação pode contribuir para incrementar as vendas das empresas da indústria moveleira, entre as quais as do pólo de Ubá, MG.Item A competitividade da carne de frango brasileira e a agenda da Rodada do Milênio(Universidade Federal de Viçosa, 2001-10-29) Franchini, Alinne Alvim; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/1326468344134669A avicultura nacional foi uma atividade que se modernizou bastante nos últimos 30 anos. Empresas que haviam se iniciado na produção de suínos acabaram por desenvolver a atividade avícola como eixo dinâmico. Dentre os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da cadeia avícola brasileira destacam-se: adoção e difusão de tecnologias importadas, disponibilidade de grãos e mão-de-obra, e oferta de crédito para investimentos de longo prazo. Dentro desse cenário, a avicultura brasileira desenvolveu-se de forma bastante acelerada. Além disso, o crescimento da produção foi acompanhado pelo aumento do consumo per capita (interno e externo) e pela crescente importância do produto no mercado internacional. Entretanto, os ganhos de produtividade nos sistemas de produção e de qualidade no produto nacional não foram suficientes para transpor as barreiras protecionistas impostas por importantes países competidores no mercado de carne de frango, o que tem prejudicado a inserção da atividade avícola brasileira no mercado internacional e anulado, ainda que parcialmente, suas potencialidades. Pelo exposto, o presente estudo tem por objetivo principal avaliar a competitividade da produção nacional de carne de frango face aos principais países competidores no mercado internacional, de forma a dar sustentação às propostas brasileiras de liberalização do mercado no próximo fórum de negociações multilaterais, isto é, Rodada do Milênio. O modelo analítico utilizado foi a Matriz de Análise Política - MAP (Policy Analysis Matrix - PAM), desenvolvida por Monke e Pearson, em 1989. A MAP permite calcular diversos indicadores que servem para avaliar os efeitos de medidas de intervenção política sobre os níveis de eficiência e renda dos produtores sob as perspectivas das valorações privada e social. Além disso, tais indicadores permitem identificar possíveis transferências de renda da sociedade para produtores e vice-versa. Avaliando os coeficientes de competitividade obtidos a partir da MAP, observa-se que todos os sistemas de produção de carne de frango analisados são lucrativos do ponto de vista econômico e operam com eficiência ou possuem vantagens comparativas diante de outros mercados. Além disso, os sistemas nacionais de produção de carne de frango apresentam bons indicadores de competitividade e menor custo de produção por kilograma de carne de frango produzido quando comparados com os principais competidores no cenário avícola mundial. Esses resultados indicam que o governo brasileiro e as associações de exportadores de carne de frango devem envidar esforços conjuntos no sentido promover o crescimento da parcela de mercado disponível para o produto brasileiro. Desta forma, conclui-se que é preciso que as autoridades brasileiras e o setor privado nacional tratem das questões relacionadas ao protecionismo existente de forma consciente e estejam aptos a reivindicar seus direitos na próxima rodada de negociações multilaterais da Organização Mundial de Comércio - Rodada do Milênio.Item A competitividade do açúcar brasileiro no mercado mundial no período de 1974 a 2004(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-05) Silva, Leonardo Augusto Gomes da; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/1668437238523295Devido à abertura comercial brasileira, no início da década de 90, o país reduziu barreiras tarifárias e não-tarifárias, desse modo tanto exportações quanto importações de diversos produtos da pauta brasileira sofreram aumentos e, ou, reduções. A maxidesvalorização da taxa de câmbio também contribui para a elevação das exportações de vários produtos, uma vez que se aliou a maior produtividade de vários setores produtivos brasileiros, advinda da abertura comercial já citada que propiciou a modernização sistemas produtivos e parques industriais pela compra de bens de capital importados. Estes fatos, em especial, motivaram o presente trabalho a examinar a competitividade do setor açucareiro brasileiro via identificar e analisar quais fatores foram responsáveis pelo crescimento das exportações brasileiras de açúcar. Foram estimadas equações representativas da quantidade exportada e da quantidade importada de açúcar, em função da taxa de câmbio e da renda externa, e da taxa de câmbio e do produto interno bruto, respectivamente. Foram feitos também testes de estacionariedade das séries de dados. Para a quantidade exportada de açúcar, a renda externa (efeito-renda) mostrou-se significativa a 5% e no valor de 3,53, indicando que se este parâmetro se elevar em 1%, a quantidade exportada crescerá em 3,53%. Os resultados mostram que o câmbio desvalorizado não ajudou a alavancar às exportações de açúcar brasileiras. Para a quantidade importada do produto em questão, o parâmetro produto interno bruto (efeito-renda) apresentou significativo a 10% e no valor de 2,10, indicando que se este indicador se elevar em 1%, a quantidade importada de açúcar se elevará em 2,10%. Como o efeito- renda do parâmetro renda-externa foi mais elástico que o parâmetro produto interno bruto, 3,53 a 2,10, respectivamente, pode-se inferir que o Brasil não apresenta o menor problema de competitividade no setor açucareiro.Item A complexa história evolutiva de Cedrela fissilis (meliaceae) da Mata Atlântica brasileira durante as mudanças climáticas do quaternário(Universidade Federal de Viçosa, 2016-09-29) Mangaravite, Érica; Oliveira, Luiz Orlando de; http://lattes.cnpq.br/8462661253665730A floresta Atlântica brasileira, uma das regiões de maior biodiversidade no mundo, está entre as cinco áreas mais importantes, hotspot de biodiversidade, possuindo mais de 8.000 espécies endêmicas. Entretanto, ela é uma das florestas mais ameaçadas do mundo. Estudos vêm sendo conduzidos com o objetivo de tentar entender as razões que levaram a este grande acúmulo de biodiversidade. Nós estudamos o modelo de distribuição de espécies, diversidade genética e filogeografia em populações de Cedrela fissilis da floresta Atlântica, com o intuito de responder se populações estariam em refúgios secos ou em florestas úmidas durante o último máximo glacial (LGM). Nossos resultados mostraram suporte para ambas as hipóteses, sugerindo assim que provavelmente uma combinação de processos atuaram no espaço e no tempo formando a diversidade que existe atualmente. Além disso, Estudos moleculares necessitam de DNA de qualidade e, em plantas, as folhas não estão sempre disponíveis. Dessa forma, nós testamos uma completa metodologia de extração de tecido do câmbio em diferentes espécies (Anadenanthera peregrina var. peregrina, Cedrela fissilis, Ceiba speciosa e Dimorphandra wilsonii) a fim de obter um DNA adequado para amplificação. O protocolo utilizado aqui, desde a coleta até a extração, foi efetivo para a obtenção de produtos de PCR para sequenciamento e genotipagem.Item A comunicação de risco e o papel das mulheres rurais no enfrentamento da pandemia de Covid-19 na Zona da Mata (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-06) Leal, Daniela de Ulysséa; Lopes, Ivonete da Silva; http://lattes.cnpq.br/5496505040162599O novo coronavírus se disseminou pelo interior do Brasil, inclusive em áreas remotas, nas quais as desigualdades estruturais podem significar barreiras para a obtenção de informações sobre os protocolos de proteção e o acesso à saúde na pandemia. Diante de condições de desigualdade, especialmente quando indivíduos vivem marcados por situações de desvantagens (gênero, raça, território), como é o caso das mulheres rurais, se acentuam as configurações de vulnerabilidade, apresentando dimensões diferentes de exposição aos riscos. O objetivo desta tese é compreender como os marcadores sociais (território, raça, geração e outros) influenciaram na concepção e incorporação dos riscos da Covid-19 enfrentados por essas mulheres. O referencial teórico se estrutura, principalmente, sobre os conceitos de Comunicação de Risco, Interseccionalidade, Vulnerabilidade e Hiatos Digitais. Esta pesquisa exploratória se dá na Zona da Mata de Minas Gerais, e, busca levar em conta a pluralidade direcionando seu olhar para dois grupos distintos do meio rural da Zona da Mata mineira demarcados pelo território: o assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Olga Benário, em Visconde do Rio Branco (MG), e o bairro Palmital, localizado na zona rural do município de Viçosa (MG). A pesquisa contou com a participação de 20 mulheres (10 de cada território), por meio de entrevistas semiestruturadas. Entre os principais resultados temos a maior desconexão entre as participantes negras, idosas e entre as que não são articuladas ao MST. Além disso, em meio ao contexto pandêmico, percebeu-se a permanência da televisão como importante veículo de comunicação em saúde para o meio rural, o uso do WhatsApp como estratégia de comunicação e geração de renda, o significativo papel das mulheres rurais enquanto guardiã da família e a grande sobrecarga de trabalho e tensão que recaiu sobre elas. Palavras-chave: Covid-19. Mulheres Rurais. Comunicação de Risco. Interseccionalidade.Item A concepção de desenvolvimento sustentável na atuação de ONGs no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-15) Vitarelli, Camila Costa; Doula, Sheila Maria; http://lattes.cnpq.br/6832963208111516O modelo tradicional de desenvolvimento que prioriza o crescimento econômico sem limites tem sido muito discutido nos últimos anos, em conseqüência das externalidades negativas geradas tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente. A partir dos anos 70, começaram a ser construídas algumas alternativas a esse modelo, entre as quais a concepção de Desenvolvimento Sustentável. As ONGs têm sido agentes de promoção dessa nova concepção de desenvolvimento, por meio de programas e projetos em áreas de conservação dos recursos – como o entorno de unidades de conservação, por exemplo. Neste trabalho foi realizada uma análise da atuação de seis ONGs presentes na Serra do Brigadeiro (MG), enfatizando-se os critérios de sustentabilidade atingidos pelos projetos. Observou-se que as ONGs possuem uma atuação pontual e dispersa e que ainda faltam ações para o desenvolvimento sustentável da região da Serra do Brigadeiro.Item A conciliação na justiça do trabalho como restrição dos direitos do empregado rural(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-20) Gouvêia, José Geraldo Campos; Jones, Alberto da Silva; http://lattes.cnpq.br/6192187655249021Com a Constituição Federal Brasileira de 1946, a Justiça do Trabalho passou a pertencer ao Poder Judiciário, sendo-lhe dada a competência de conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre empregadores e empregados e demais controvérsias oriundas das relações de trabalho regidas pela legislação especial. Analisando de forma mais acurada as constituições brasileiras , verifica-se que todas ao tratar dos órgãos do poder judiciário dão aos mesmos competência para julgar determinados crimes e causas, ao passo que, com relação à Justiça do Trabalho, além de julgar, também lhe é dada a competência de conciliar. De acordo com o artigo 764 da Consolidação das Leis Trabalhistas, o objetivo maior do Judiciário Trabalhista é a Conciliação. Desde a criação da Justiça do Trabalho no Brasil, a mesma tem sido alvo de elogios e críticas. No senso comum, os empregadores rurais dizem ser a mesma protecionista, onde apenas os empregados rurais são beneficiados. De certa maneira, não há como negar a tendência protecionista, já que a lei material, em muitos de seus dispositivos é realmente protecionista. O sistema processual compreendendo a reclamação verbal ou escrita, a possibilidade de postular em juízo sem a participação de advogado, através do serviço de atermação, o não pagamento de custas processuais, dentre outros, definem, em princípio, uma justiça aparentemente popular democrática, onde tem livre acesso o empregado, desde a primeira a última instância. No entanto, no dia-a-dia dos fóruns trabalhistas, o que se observa é que em média , 60% dos processos distribuídos perante a Justiça do Trabalho terminam em acordo, os quais geralmente são realizados na primeira audiência, acabando tais acordos por prejudicar o empregado, já que com eles, não chegam a receber, na grande maioria das vezes, nem mesmo a metade do que teriam direito, caso o processo fosse instruído, além de dispor alguns direitos que pela própria legislação trabalhista são indisponíveis. Assim, este trabalho teve como objetivo estudar o instituto da Conciliação e os seus efeitos na Justiça do Trabalho para defender a tese de que a Conciliação na Justiça do Trabalho tem sido disvirtuada e vem se constituindo em um fator de restrição dos direitos do empregado rural. Através da análise de dados fornecidos pelo Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região e pela Vara do Trabalho de Ponte Nova -MG e da análise de alguns acordos celebrados em processos trabalhistas que tiveram como partes empregados e empregadores rurais, constatamos que muitos acordos foram realizados sob pressão psicológica, pelo temor da inflação e da morosidade da Justiça, acabando enfim, por não satisfazerem integralmente os direitos trabalhistas assegurados pelo Direito material do Trabalho, sendo portanto, os empregadores, os maiores beneficiados com a realização de tais acordos. Assim sendo, a idéia reinante na doxa de que a Justiça do Trabalho beneficia o empregado rural é uma idéia totalmente equivocada e que foi disseminada pela classe dominante apenas para ocultar o óbvio, ou seja, que a Conciliação na Justiça do Trabalho no Brasil acaba por beneficiar o empregador rural, parte economicamente mais forte na relação de emprego, já que divulgar esta constatação levaria a um desprestígio do poder judiciário e a um descrédito da própria Justiça do Trabalho. Desta forma, a acusação dos empregadores rurais é confortante porque pior seria sofrer a acusação de que a Justiça do Trabalho privilegia os patrões e não os empregados.Item A construção social de Redes Agroalimentares Agroecológicas(Universidade Federal de Viçosa, 2020-09-28) Resende, Eugênio Martins de Sá; Freitas, Alair Ferreira de; http://lattes.cnpq.br/6982535731759165A forma como a população se alimenta tem se transformado ao longo do tempo, reflexo de profundas alterações nos sistemas agroalimentares, intensificadas pelas mudanças nos marcos regulatórios relacionados à dinâmica produtiva e comercial, centrada em padrões globais como a durabilidade e a impessoalidade de produtos e processos. Na busca de alternativas, emergem movimentos diversos de valorização dos alimentos sem agrotóxicos, orgânicos e de qualidade diferenciada, expressos na reorientação da relação produtor-consumidor e nas conexões entre agricultura-coletividade-alimentação-saúde-biodiversidade-energia-democracia. O objetivo foi compreender a construção e a operacionalização de duas Redes Alimentares Alternativas na Zona da Mata de Minas Gerais: a Rede de Prosumidores Raízes da Mata de Viçosa e o Grupo de Orgânicos de Divino. Os métodos basearam-se na pesquisa participante e na horizontalidade dos saberes científicos e populares, em que o pesquisador também é um dos sujeitos do processo de mudança social. A pesquisa tem um caráter descritivo, em que há a intenção de conhecer com detalhes fatos e fenômenos que caracterizam determinado objeto. Para isso, utilizou-se de metodologias como a observação participante, as entrevistas semiestruturadas e a análise documental e bibliográfica. A partir das análises, a pesquisa aponta que a certificação orgânica, sobretudo as participativas, a adequação sanitária e a construção e acesso a mercados reforçam a agroecologia em Minas Gerais. No entanto, também trazem um conjunto de regras, normas e práticas que podem limitar a participação de agricultores e agricultoras mais excluídos. As relações de confiança, a aproximação produção-consumo e os valores sociais compartilhados precisam ser ampliados no tempo-espaço. A construção de Redes Agroalimentares Agroecológicas está ancorada na construção da agroecologia, entendida enquanto movimento, ciência e prática, e abrange diferentes estratégias, tanto os circuitos diretos como os indiretos, sejam eles curtos ou longos, em que as trocas mercantis e a reciprocidade se articulam em espaços de disputa do regime agroalimentar dominante. Por isso, a formação de coletivos, redes e o fortalecimento das cooperativas, associações e movimentos sociais deve compor as diferentes estratégias. O Estado e as políticas públicas possibilitam melhores condições de vida, de produção e abastecimento, e podem reforçar a aproximação produção-consumo e fortalecer a autonomia das famílias. Palavras-chave: Certificação orgânica. Mercados. Redes Alimentares Alternativas.