Ciências Humanas, Letras e Artes

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    Realidades produzidas nos cotidianos de uma república estudantil feminina
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-08-27) Araújo, Ludmilla Carneiro; Lopes, Eduardo Simonini; http://lattes.cnpq.br/5434286901907138
    As repúblicas estudantis são espaços relacionais que vitalizam o cotidiano de muitas cidades universitárias, especialmente a cidade de Viçosa. Esta, desde a criação da Universidade Federal de Viçosa (então Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais – ESAV) na década de 1920, traz consigo um movimento de abrigar discentes em um sistema de moradia compartilhada que ganhou o nome de “república”. Este trabalho, portanto, teve como objetivo seguir e mapear algumas produções de realidades tecidas em uma república feminina da cidade de Viçosa/Minas Gerais, composta por estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) vindas de diferentes partes do Brasil. A partir das considerações de Guattari, Rolnik (2010), Elias (1992) e Spinoza (2009), sustentei nesta investigação que as realidades são antes de tudo dimensões relacionais, sendo produzidas na dinâmica plural dos encontros e das produções de subjetividade. Para seguir tais realidades produzidas, apoiei-me na construção de narrativas a partir dos afetos que emergiram das cenas que me afetaram quando do meu habitar, pelo período de um mês, uma república feminina que apoiava festas estudantis. Nesse sentido, realizei uma pesquisa de intenção cartográfica, construindo narrativas por meio das conexões que iam se tramando no cotidiano desta república, das histórias contadas pelas moradoras, dos momentos que passamos juntas e das festas que participamos. Para isso segui as tramas relacionais tecidas em meu conviver e fiz uso do caderno de campo para registro das narrativas. Seguindo as conexões relacionais ativadas no viver cotidiano da/na república, vi sustentada a minha hipótese de que tanto na república quanto nas festas por ela apoiadas/organizadas acontecem produções de conhecimentos, de currículos praticados no convívio que interferem para a formação dessas estudantes. São conhecimentos que surgem no construir diário das relações, onde questões sobre sexualidade, prazer, organização do convívio, exercício de limites, consideração pela diferença que a presença do outro exerce nos espaços de partilha..., tudo isso surge como fatores que compõem experiências existenciais. As cenas que emergiram no convívio na república e nas festas também me levaram a discussões sobre moral, ética, religião, construções de gênero, feminilidades, currículos, amizade, cooperação, diferença, dentre outros. Contudo, não pretendi totalizar e/ou esgotar as discussões, apenas indicar possíveis caminhos argumentativos no seguir os fios de afetos que me ativaram. Acredito que muitas outras trajetórias argumentativas poderiam e ainda podem ser feitas envolvendo outros elementos que fluam a partir dos encontros.
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    Família e política pública: uma análise do serviço de proteção social às crianças e adolescentes na perspectiva da “família acolhedora"
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-04) Avelino, Denise Andreia de Oliveira; Barreto, Maria de Lourdes Mattos; http://lattes.cnpq.br/5023439993498741
    Em 2005, o Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA) realizou o levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes, sendo encontradas 589 instituições de abrigamento com 19.583 abrigados. Destes, cerca da metade estava na Região Sudeste (49,1%), seguida pela Região Sul (20,7%) e pela Região Nordeste (19,0%). A partir de então, o Estado e a sociedade civil vêm empreendendo esforços para proporem políticas de fortalecimento de vínculos familiares. Estudiosos investigam a implementação desse Serviço nos municípios brasileiros, com o objetivo de conhecer suas experiências, suas disparidades e seus desafios como medida protetiva. Em 2007, por meio do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, foi retomada a discussão sobre os problemas inerentes ao cuidado de crianças afastadas do convívio parental, suscitando o estabelecimento do Serviço Socioassistencial, denominado Família Acolhedora. Este Serviço objetiva a promoção e proteção dos direitos da criança e do adolescente na perspectiva do direito à convivência familiar e comunitária. Entretanto, são tímidos os números de famílias acolhedoras em Serviço efetivo em todo o Brasil. Desde o surgimento do Serviço em 2008, no Município de Belo Horizonte, MG, o atendimento não passou de oito famílias. Dessa forma, esta pesquisa consistiu na análise das percepções sobre o Serviço de Acolhimento Familiar na perspectiva da Família Acolhedora e de origem, a fim de inferir sobre as significações desse Serviço como política de proteção social às crianças e adolescentes. Esta pesquisa é de natureza qualitativa e foi realizada por meio do estudo de caso de cunhos exploratório e descritivo. Para análise das percepções das seis famílias acolhedoras, foram aplicadas entrevistas, categorizadas de acordo com a proposta de Deval (2002) em sete subitens. Para o tratamento dos dados, fez-se a análise de conteúdo, com a finalidade de produzir inferências sobre dados verbais obtidos durante as entrevistas e das concepções que permeiam essa política contida nos documentos. Dessa forma, perceberam-se, na análise dos documentos e das entrevistas, o apelo emotivo para adesão das famílias acolhedoras ao Serviço; o pouco cuidado na elaboração dos critérios de habilitação das famílias, levando em conta apenas o acolhimento; a inexistência de um programa de formação das famílias acolhedoras, permanente e direcionado às demandas advindas do acolhimento e à consolidação de uma matriz conceitual sobre esse Serviço; e a falta de metodologia para o atendimento aos acolhidos e às famílias envolvidas. Resultou-se, por fim, não o sentido de parceria e a cooperação entre as famílias e o poder público, mas, sim, o sentido de mera prestação de Serviço ou de um favor prestado àquela criança/adolescente.