Ciências Humanas, Letras e Artes

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    O bestiário como representação da memória em Peregrinação de Barnabé das Índias de Mário Cláudio
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-10) Alves, Daniel Vecchio; Roani, Gerson Luiz; http://lattes.cnpq.br/4615421443869964; http://lattes.cnpq.br/5061962049515579; Barroca, Iara Christina Silva; http://lattes.cnpq.br/2591825654015191; Bustamante, Cristina da Rosa de; http://lattes.cnpq.br/3900752476153132; Silva, Francis Paulina Lopes da; http://lattes.cnpq.br/7690315002084931
    Desde Camões, sabemos que não é somente de esplendor e heroísmo que foi construído o perfil de Vasco da Gama e suas viagens. O romance Peregrinação de Barnabé das Índias (1998), de Mário Cláudio, é um exemplo importante de que a viagem do Gama, longe de ser um definido episódio histórico, é uma fonte plural de interpretação. Para mostrarmos que essa obra de Mário Cláudio não é uma mera reprodução da forma através da qual muitos cronistas narraram tal empresa com o protagonismo dos grandes vultos da história oficial, julgamos conveniente situar o autor e sua obra em relação à tradição crítica em que se insere, buscando sintetizar um percurso pontuado pelas manifestações históricas e literárias que também cobrem a representação das viagens gâmicas e com as quais o autor dialoga. Tal exercício investigativo nos remeterá a um balanceamento cultural sobre Vasco da Gama enquanto tema, nos permitindo olhar de forma mais atenta e substanciada os intertextos e os diálogos construídos na obra através dos registros dessa tradição. A necessidade desse alargamento na pesquisa se justifica pelo fato de que o escritor Mário Cláudio apresenta uma faceta de investigador e de bibliófilo que, encontrando na literatura a continuidade da sua atividade profissional, o faz inscrever eruditamente cada um de seus livros respeitando a herança cultural de seu tema ou objeto de representação. Veremos que um dos temas intertextuais mais prestigiados por Mário Cláudio são os portentos e os bestiários da nossa tradição ocidental. Tais elementos vão ter um papel imaginário muito importante no plano representativo em várias de suas obras, especialmente na Peregrinação de Barnabé das Índias. Constataremos que nessa obra é predominante a representação literária de um imaginário opressor que reflete a necessidade humana de experiências novas. Esse é o principal movimento circunscrito no romance, que serve ambiguamente à representação do maravilhoso da tradição épica e como ―contradiscurso‖ ou contramitologia às questões sociológicas implicadas pelo seu contexto cultural. Nessa dupla estratégia de representação, encontraremos a originalidade de sua escrita, garantindo ao leitor um texto literário de densa pesquisa e grande poder criativo.