Ciências Humanas, Letras e Artes
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Item A adoção do teletrabalho no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais: reflexos sobre a produtividade institucional(Universidade Federal de Viçosa, 2021-09-27) Kawasaki, Henrique Haruhico de Oliveira; Diniz, Gustavo Figueiredo CampolinaO teletrabalho foi largamente adotado, tanto por empresas privadas quanto por instituições da Administração Pública como medida para conter a propagação do novo coronavírus. O teletrabalho, no entanto, já estava sendo gradualmente incorporado à rotina de muitas organizações, antes da pandemia, como é o caso do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), que aderiu à modalidade em 2017, por meio de uma experiência-piloto. Os resultados positivos levaram o TCEMG a institucionalizar o teletrabalho em 2018, ampliando- o a todos os servidores após a deflagração da pandemia de Covid-19. O presente estudo, portanto, teve como objetivo analisar os efeitos desta modalidade sobre a produtividade do teletrabalho no âmbito do TCEMG, durante a pandemia de Covid-19. A pesquisa se caracterizou como um estudo de caso de caráter descritivo, optando-se por uma abordagem de cunho qualitativo. Para a coleta de dados, foram realizadas análise documental e entrevistas semiestruturadas junto aos gestores e servidores da área técnica do TCEMG. Os dados foram, posteriormente, submetidos à análise de conteúdo. Ocorreu o levantamento dos indicadores de produtividade da área técnica, nos anos de 2018, 2019 e 2020, obtendo-se o panorama geral da produtividade no ano de 2020, período em que o trabalho remoto foi implementado de forma generalizada na instituição. Os resultados obtidos foram aprofundados a partir da realização de entrevistas, com vistas a compreender a percepção de gestores e servidores acerca do estabelecimento de metas e produtividade no regime de teletrabalho. A realização das entrevistas também permitiu identificar as principais dificuldades, vantagens e desvantagens associadas a este regime, que podem justificar as oscilações da produtividade no período analisado. Como dificuldades, foram apontadas: a compatibilidade das atividades com o trabalho remoto; a ausência de infraestrutura tecnológica adequada; a falta de adaptação dos servidores; a falta de suporte da instituição; o acúmulo de funções na pessoa do gestor; e as dificuldades relacionadas à comunicação remota. Identificou-se, como vantagens: a melhoria da produtividade; o aumento da motivação; o aumento do engajamento no trabalho; a flexibilidade de horário; a diminuição de custos e de tempo com deslocamento; o aumento da qualidade de vida; a redução do estresse; a redução do absenteísmo; a ubiquidade do trabalho; o aumento da autonomia no trabalho; a retenção de talentos e a redução da rotatividade de pessoal. Por outro lado, foram identificadas as seguintes desvantagens: queda de produtividade; dificuldade de comunicação remota; aumento do tempo disponível para o trabalho; perda de convívio e interação com os colegas de trabalho. Os resultados obtidos nesta pesquisa podem contribuir para o aprofundamento do estudo sobre o teletrabalho no setor público, considerando a incipiência do tema na literatura e o potencial de crescimento do teletrabalho para os próximos anos, apontando quais os principais efeitos desta modalidade sobre a produtividade da organização. PALAVRAS-CHAVE: Teletrabalho. Trabalho Remoto. Produtividade. Administração Pública.Item Burocracia e identidade profissional de terceirizados: o caso da UFV/CAF(Universidade Federal de Viçosa, 2021-09-23) Faria, Jéssica Costa de; Marra, Adriana Ventola; http://lattes.cnpq.br/0947973236821256Esta dissertação analisou a identidade dos sujeitos terceirizados, sob a ótica da burocracia presente na administração pública, que permeia os contratos de terceirização de mão de obra, através de um estudo de caso realizado na Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal (UFV/CAF). O percurso teórico buscou aprofundar na administração pública e seus processos burocráticos, na terceirização e sua origem e no fenômeno da identidade. Foi adotado o construcionismo social como posicionamento epistemológico, acreditando que existe uma base comum institucionalizada entre os sujeitos, que permite um inter-relacionamento entre eles, mas que, ao mesmo tempo, as pessoas constroem sua realidade por meio da comunicação a partir de tais interações sociais nas quais fazem parte, de modo que cada pessoa constrói sua realidade de forma distinta em um mesmo contexto (BERGER; LUCKMAN, 1985). O estudo de caso foi feito através de uma triangulação de dados, com três métodos de coleta: entrevistas semiestruturadas com os indivíduos terceirizados e com os gestores e fiscais de contrato de mão de obra, ouvidos para compreender as características burocráticas que permeiam sua função e para ter a percepção do outro acerca da identidade construída pelos sujeitos; análise documental, na busca por compreender os mecanismos que envolvem a terceirização no ambiente público; e observação, levando em conta a proximidade da autora com os sujeitos de pesquisa. Como resultados, foram obtidos três percursos semânticos principais: a identidade dos funcionários terceirizados; as características burocráticas; e os mecanismos da terceirização. O primeiro percurso semântico trouxe três temas que são as personagens do discurso e sua representação para os funcionários; a trajetória profissional subjetiva dos terceirizados; e as semelhanças e diferenças que existem entre funcionários terceirizados e servidores. O segundo percurso semântico trata de procedimentos, avaliações e rotinas burocráticas da terceirização, envolvendo a atuação dos fiscais frente ao trabalho prescrito e à percepção da legislação. E o terceiro percurso semântico possui um tema, que trata das dificuldades, benefícios e possíveis melhorias da terceirização, trazidas pelos servidores e pelos funcionários terceirizados. Como conclusões, tem-se que os terceirizados vivem sob constante insegurança profissional, devido à duração dos contratos e aos casos pregressos de falência de empresas. O campus UFV – Florestal, a cidade de Florestal e a empresa terceirizada foram as personagens de maior destaque em suas identidades. Por fim, foi relatada a identidade de exclusão que permeia os terceirizados, principalmente devido à diferença de tratamento e de direitos e deveres à qual são submetidos no dia a dia. Palavras-chave: Identidade. Terceirização. Administração Pública. Burocracia.