Ciências Biológicas e da Saúde

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    Estado nutricional de crianças cadastradas no Programa Bolsa Família do município de Paula Cândido, MG: ênfase em déficit estatural e anemia ferropriva
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-03-20) Oliveira, Fabiana de Cássia Carvalho; Priore, Sílvia Eloiza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766931D6; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790500Y9; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766932Z2; http://lattes.cnpq.br/0961811812677128; Tinôco, Adelson Luiz Araújo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787553U8; Devincenzi, Macarena Urrestarazu; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707997P3
    A anemia e a desnutrição energético-protéica são as principais carências nutricionais que afetam o grupo infantil, e têm como principais fatores determinantes os socioeconômicos. O Programa Bolsa Família (PBF) representa, atualmente, a principal política do governo federal para combater a pobreza. Assim, espera-se que melhore a saúde da população, e promova impacto no estado nutricional infantil. O presente estudo teve corte transversal, e objetivou avaliar as prevalências de anemia e distúrbios antropométricos entre as crianças cadastradas no PBF do município de Paula Cândido, MG, bem como seus fatores determinantes. Foram avaliadas 446 crianças cadastradas no PBF (69,1% do total cadastrado), com idade entre 6 e 84 meses, dividas em dois grupos distintos: um com as crianças beneficiárias (grupo BF) e outro com aquelas cadastradas não beneficiadas (grupo NBF). Os parâmetros antropométricos avaliados foram o peso e a estatura/comprimento, os quais foram expressos em escore-Z, e convertidos nos índices peso/idade (P/I), peso/estatura (P/E), estatura/idade (E/I) e Índice de Massa Corporal/Idade (IMC/I). Os pontos de corte adotados para classificação de baixo peso e sobrepeso para os índices P/E, P/I e IMC/I foram -2.00 e +2.00 escores-Z, respectivamente. O ponto de corte de -2.00 escores-Z foi também utilizado para diagnóstico de baixa estatura. A referência antropométrica utilizada foi a da Organização Mundial da Saúde, de 2006. Para a realização do teste de anemia utilizou-se o hemoglobinômetro portátil Hemocue®, e os pontos de corte adotados foram 11,0 g/dL para crianças de 6 a 59 meses, e 11,5 g/dL para crianças e adolescentes de 5 a 11 anos. Para determinação dos fatores de risco dos agravos estudados, realizou-se análise de regressão logística múltipla hierarquizada, e considerou-se p<0,05 como indicativo de associação estatisticamente significante. A prevalência de anemia foi de 22,6%, e se constitui um moderado problema de saúde pública nesta população. As prevalências de déficits para os índices P/E, P/I, E/I e IMC/I foram 1,0%, 2,0%, 6,3 e 0,5%, respectivamente. O excesso de peso para os índices P/E, P/I e IMC/I foram 2,9%, 3,8% e 5,2%, respectivamente. Não houve diferença estatística entre os grupos BF e NBF em relação ao estado nutricional e presença de anemia. Em relação à avaliação antropométrica, a baixa estatura e a obesidade são os problemas mais preocupantes entre as crianças avaliadas, concordando com as últimas pesquisas. Observou-se que o grupo BF tinha piores condições socioeconômicas que o NBF, porém, com o recebimento do benefício, os grupos se igualaram financeiramente. A similaridade dos dois grupos também quanto ao estado nutricional pode ser atribuída ao recebimento do benefício, tanto devido ao incremento financeiro, quanto ao acompanhamento nutricional exigido como condicionalidade do programa. Os fatores de risco para anemia foram baixa escolaridade paterna, parto cesariano, consumo de água sem tratamento, baixa estatura e idade inferior a 24 meses. Para o déficit estatural, os fatores de risco foram baixa escolaridade paterna, consumir água sem tratamento e idade inferior a 48 meses. Crianças menores de dois anos pertencentes ao grupo NBF tiveram o dobro de chances de apresentar anemia em relação às do grupo BF. Pertencer ao grupo NBF se mostrou um fator agravante para o risco de desnutrição em crianças que consomem água sem tratamento. Estes resultados sugerem que o benefício do PBF pode ser um importante fator na proteção contra a anemia e desnutrição. Como a baixa estatura é um indicador da situação socioeconômica, a avaliação nutricional das crianças cadastradas poderia ser um critério conveniente para a seleção de famílias mais vulneráveis.
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    Fatores determinantes da anemia ferropriva no sexto mês de vida com ênfase na reserva de ferro ao nascer e tempo de clampeamento do cordão umbilical: um estudo de coorte
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-04-30) Oliveira, Fabiana de Cássia Carvalho; Ribeiro, Andréia Queiroz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773463E1; Sant anna, Luciana Ferreira da Rocha; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790445J0; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766932Z2; http://lattes.cnpq.br/0961811812677128; Lima, Luciana Moreira; http://lattes.cnpq.br/2013048264104100; Cardoso, Luciane Daniele; http://lattes.cnpq.br/3335875665342772
    A anemia ferropriva é a carência nutricional mais comum em crianças de 6 a 24 meses de idade, devido à elevada demanda de ferro proveniente da rápida taxa de crescimento e expansão do volume eritrocitário. Os fatores que determinam a deficiência de ferro na infância estão relacionados principalmente à velocidade de crescimento pós-natal e às reservas do mineral ao nascer. O clampeamento tardio do cordão umbilical vem sendo recomendado como estratégia fácil e de baixo custo para melhorar os níveis de ferritina ao nascimento e, consequentemente, prevenir a anemia na infância. O objetivo deste trabalho foi avaliar os fatores associados ao estado nutricional de ferro em lactentes aos seis meses, com ênfase nos parâmetros hematológicos ao nascer, dietéticos e condições de vida, bem como investigar a influência do tempo de clampeamento do cordão umbilical sobre o estado nutricional de ferro ao nascer e aos seis meses de idade. Trata-se de um estudo de coorte realizado no município de Viçosa, MG, no qual foram avaliados pares mãe-filho do nascimento ao sexto mês. No momento do parto realizou-se a contagem do tempo de clampeamento do cordão umbilical e a coleta do sangue do cordão. Mãe e bebê receberam atendimento nutricional mensal e realizaram análise bioquímica no sexto mês. Os parâmetros avaliados na criança ao nascer e no binômio mãe-filho aos seis meses foram hemograma completo, ferritina, ferro sérico e proteína C-reativa (PCR). Foram excluídos os resultados de ferritina em mulheres e crianças com PCR alterada. As análises bivariadas se deram por meio dos testes T de Student, Mann-Whitney, Anova, Kruskal-Wallis, Wilcoxon e Qui-quadrado de Pearson, e avaliou-se os Riscos Relativos. Adotou-se o nível de significância menor que 5% para a rejeição da hipótese de nulidade em todos os testes. Visando estimar a influência de variáveis obstétricas, biológicas e socioeconômicas nos níveis de ferritina ao nascer, realizou-se a análise de regressão linear múltipla. O número de crianças avaliadas ao nascer foi 144, e destas, 64 fizeram os exames aos seis meses. Ao nascer, foram excluídos 15 resultados de ferritina (n=129) e, aos seis meses, 18 (n=46). Ao nascer, a mediana de ferritina foi 130,3 μg/L (n=129, mínimo de 16,4 e máximo 420,5 μg/L), a média de ferro sérico foi 137,9 mcg/dL (n=144, dp=39,29) e de hemoglobina, 14,7 g/dL (n=144, dp=1,47). O tempo mediano de clampeamento do cordão foi 36 segundos, variando entre 7 e 100. A análise bivariada detectou associação entre os níveis de ferritina ao nascer e a cor da criança, os tempos de clampeamento de 45 e 60 segundos, a presença de diabetes gestacional e a renda per capita. Na análise multivariada, as variáveis renda per capita, número de consultas pré-natais e o comprimento ao nascer contribuíram com 17% da variação dos níveis de ferritina. No sexto mês, a incidência de anemia nos lactentes foi de 56,2% e de deficiência de ferro, 48,4%. Dentre aqueles anêmicos aos seis meses, 47,2% apresentaram deficiência de ferro e, dentre os não anêmicos, 50,0% apresentaram esta deficiência. Apenas 5% das mães estavam anêmicas e não houve associação entre a anemia materna e a infantil. Aos seis meses, a cor da criança (RR: 3,6; IC95%:1,27-10,19) e a ingestão de alimentos complementares precocemente (RR:4,47; IC95%:1,84-10,86) constituíram-se fatores de risco para os baixos níveis de ferritina e o sexo feminino (RR: 0,63; IC95%: 0,40-0,98) foi fator de proteção para anemia nesta idade. Crianças anêmicas aos seis meses apresentaram níveis médios de ferritina ao nascer inferiores em relação às não anêmicas (124,7 μg/L vs 170,0 μg/L; p=0,01). As crianças com valores de ferritina ao nascer inferiores ao percentil 25 (equivalente a 74,9 μg/L) apresentaram duas vezes maior risco de desenvolverem anemia aos seis meses do que aquelas com valores superiores a esse percentil (RR=2,03; IC95%:1,35-3,07; p-0,003). O tempo de clampeamento tardio (60 segundos) associou-se a melhores níveis de ferritina aos seis meses. Conclui-se que a reserva de ferro ao nascer sofreu influência de características biológicas, obstétricas e sociais e que a reserva de ferro ao nascer, a dieta e a condição socioeconômica estão entre os fatores de maior risco para o desenvolvimento da anemia no primeiro semestre de vida. Assim, o combate a esta carência deve envolver mudanças macroestruturais na sociedade, a redução das desigualdades sociais, melhoria da qualidade do atendimento pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, bem como a efetiva implementação de um critério de clampeamento tardio do cordão umbilical para as diretrizes de trabalho de parto.