Ciências Biológicas e da Saúde

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    Avaliação do impacto do Programa Nacional de Suplementação de Ferro em lactentes não anêmicos,Viçosa, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2008-12-19) Azeredo, Catarina Machado; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766932Z2; Sant anna, Luciana Ferreira da Rocha; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790445J0; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790500Y9; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4713475H6; Araújo, Raquel Maria Amaral; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760237T8; Ribeiro, Andréia Queiroz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773463E1
    O limitado sucesso de programas de profilaxia da anemia ferropriva em lactentes remete à necessidade de que sejam desenvolvidas pesquisas de avaliação desses programas, no intuito de melhor direcionar as políticas públicas de saúde em relação a esta carência. Neste sentido, o presente trabalho objetivou avaliar o impacto do Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF) em lactentes não anêmicos de 6 a 18 meses de idade, atendidos pelas Equipes de Saúde da Família (ESF) do município de Viçosa/MG. Realizou-se estudo populacional, prospectivo, de abordagem quanti- qualitativa, com intervenção profilática. As avaliações dos lactentes ocorreram no início e após os seis meses de estudo, sendo realizadas dosagem de hemoglobina (Hemoglobinômetro portátil); avaliação antropométrica e dietética; e aplicação de questionário socioeconômico. Entrevistou-se as mães/ responsáveis pelas crianças suplementadas de acordo com o PNSF e os profissionais de saúde que coordenaram o programa em cada ESF. As entrevistas das mães foram gravadas e, posteriormente, transcritas. Utilizou-se a análise de conteúdo descrita por Bardin (1977) e Minayo (2006), para analisar os relatos. Os indicadores de impacto utilizados foram: incidência de anemia, média de hemoglobina, adesão e efeitos adversos aos suplementos. A análise estatística foi realizada no software EPI INFO versão 6.04, SPSS versão 15.0. O nível de rejeição da hipótese de nulidade foi 0,05. As crianças anêmicas foram encaminhadas para atendimento médico e excluídas do estudo; as não anêmicas foram divididas em dois grupos de suplementação: dosagem preconizada pelo PNSF - 25mg de ferro/semana -, e dosagem recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) - 1mg de ferro/kg de peso/dia. Dentre as 327 crianças inicialmente avaliadas, foram selecionadas 227 crianças não anêmicas, correspondendo a 40,5% das crianças cadastradas e atendidas pelas ESF do município. Deste total, 133 crianças foram suplementadas de acordo com o PNSF e as demais 94 crianças, de acordo com a SBP. Quanto ao impacto do PNSF, observou-se baixa adesão à suplementação, pois apenas 51,9% das crianças completaram o estudo, além de elevada incidência de anemia, tanto no grupo com baixa (55,6%) como no com alta adesão (39,2%). Maior percentual de mães/responsáveis por crianças com baixa adesão ao PNSF não souberam relatar nenhuma atitude preventiva em relação à anemia (20,5%), quando comparadas ao grupo das mães/responsáveis por crianças com alta adesão (5,9%); baixo percentual de mães/responsáveis reconheceu o sulfato ferroso como forma de prevenção (7,8% no grupo com alta adesão e 5,1% no com baixa), sendo que o principal fator para a interrupção precoce da suplementação foi a ausência de orientação e acompanhamento direto do serviço de saúde (42,9%). Quanto à implantação do PNSF, destaca-se a falta de capacitação e sensibilização de parte dos profissionais e mães acerca do programa e da anemia, além de falhas no monitoramento/ acompanhamento pelos profissionais. A comparação dos grupos de crianças suplementadas pela SBP (n=94) e PNSF (n=133) mostrou homogeneidade quanto às variáveis socioeconômicas, biológicas e de saúde anteriores à intervenção. Após seis meses da primeira avaliação, observou-se maior média de hemoglobina no grupo SBP, quando comparado ao grupo PNSF (11,66±1,25 e 10,95±1,41, respectivamente, p=0,014); além de menor incidência de anemia (20,59% e 43,48%, respectivamente, p=0,023). Com relação às variáveis adesão ao suplemento, efeitos adversos e anemia grave não foram encontradas diferenças significantes. A implantação do PNSF apresentou entraves operacionais, que reduziram o impacto produzido pelo mesmo, tais como: insuficiência da dosagem preconizada, profissionais insuficientemente preparados para promover a educação em saúde, trabalhar em equipe e monitorar/acompanhar o programa. A dosagem diária recomendada pela SBP se mostrou mais efetiva na prevenção da anemia em lactentes, quando comparada à dosagem utilizada pelo PNSF. Sugere-se a revisão da dosagem semanal recomendada pelo PNSF, maior informação acerca da anemia e sua prevenção para mães e profissionais, bem como o acompanhamento rotineiro da suplementação pelos profissionais dos serviços de saúde, incluindo a percepção dos indivíduos envolvidos na suplementação com ferro nos processos de planejamento, monitoramento e avaliação dos programas.