Ciências Biológicas e da Saúde

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    Exposições subletais a pesticidas alteram comportamentos de abelhas a nível de indivíduos e de colônias
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-18) Almeida, Carlos Henrique da Silva; Oliveira, Eugênio Eduardo de; http://lattes.cnpq.br/0852268728378305
    Abelhas da tribo Meliponini e Apis mellifera são insetos sociais que possuem grande orga- nização e divisão de trabalhos, no qual a desestruturação da colônia pode ocasionar a sua morte. As pesquisas sobre os efeitos adversos de pesticidas sobre organismos não alvo são escassas, pois produtos apontados como seguros tem sido relatados tão letais quanto os inseticidas neonicotinóides. Com intuito de contribuir para os estudos que abordem os efeitos subletais de pesticidas em polinizadores da região Neotropical, no primeiro ca- pítulo desse trabalho, avaliamos em laboratório a influência do inseticida imidacloprid e dos fungicidas cerconil, clorotalonil e tiofanato-metílico sobre a capacidade de escolha por cores, atividades de caminhamento e taxa respiratória, em abelhas melíferas africa- nizadas, Apis mellifera, e abelhas sem ferrão, Partamona helleri. Nossos resultados revelam que P. helleri sem exposição a compostos químicos, alteram seu padrão de preferência por cores ao longo dos meses do ano (i.e., amarelo durante o verão e azul durante o inverno) e que concentrações subletais de imidacloprid, cerconil e clorotalonil são capazes de mo- dificar seu padrão de escolha por cores. Em contrapartida, as abelhas melíferas africa- nizadas mantém a preferência pela cor amarela independentemente das estações do ano e da exposição a imidacloprid, cerconil e clorotalonil, no entanto, tiofanato-metílico não apresentou diferença significativa na preferência pelas cores. Concentrações subletais de imidacloprid também reduziram a atividade de caminhamento em ambas as espécies e taxa respiratória em P. helleri, enquanto o fungicida cerconil alterou a atividade de cami- nhamento de P. helleri e a taxa respiratória de ambas as espécies. No segundo capítulo, buscamos representar as condições encontradas na natureza, sendo que em colônias já es- tabalecidas introduzimos abelhas marcadas que foram submetidas a concentrações equi- valentes as CL30 do inseticida imidacloprid e do fungicida cerconil, onde avaliamos os efeitos na mortalidade e dispersão dos indivíduos dentro da colônia. Nossos resultados mostram que além da mortalidade de indivíduos expostos aos produtos (efeito direto), há também elevada mortalidade de abelhas que não foram expostas diretamente (efeito indireto), e que o fungicida cerconil pode ser capaz de interferir na divisão de tarefas de abelhas operárias na colônia. Em geral, vimos que fungicidas classificados como seguros para as abelhas também podem desencadear uma gama de efeitos subletais prejudici- ais. Portanto, demanda-se mais pesquisas sobre os possíveis efeitos de pesticidas ainda pouco explorados sobre o comportamento de abelhas, como é o caso do fungicida cer- conil. Além disso, é imprescindível que haja mais estudos com abelhas sem ferrão, por serem mais sensíveis aos pesticidas que as africanizadas e por serem mais representativas do cenário Neotropical.