Ciências Biológicas e da Saúde

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    Ambiente obesogênico e leptogênico no entorno das escolas e domicílios e associação com risco cardiometabólico em crianças (estudo PASE)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-25) Albuquerque, Fernanda Martins de; Novaes, Juliana Farias de
    O agrupamento de fatores de risco cardiometabólico pode ter origem na infância, favorecendo o risco de doenças cardiovasculares na vida adulta. Nos últimos anos, diversos modelos ecológicos têm sido propostos para avaliar de forma complexa os determinantes de saúde da população. Nesses modelos, a modificação do ambiente é apresentada como uma ação estratégica de prevenção e cuidado da obesidade infantil e suas comorbidades, uma vez que este pode apresentar características “obesogênicas” quando promove escolhas alimentares e de estilo de vida não saudáveis, ou “leptogênicas”, quando promove escolhas saudáveis. Apesar do crescimento de pesquisas que abordam a relação entre o ambiente e saúde, nenhum estudo de revisão sistemática publicado até o momento reuniu informações sobre a relação do ambiente alimentar comunitário com o risco cardiometabólico. Além disso, nenhum estudo avaliou a associação entre o ambiente obesogênico/leptogênico e o agrupamento de fatores risco cardiometabólico em crianças considerando o efeito simultâneo de diferentes determinantes ambientais e individuais para essa condição. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar a associação do ambiente obesogênico e leptogênico no entorno das escolas e dos domicílios com o risco cardiometabólico em crianças. Este estudo faz parte de dois projetos maiores, sendo o primeiro um estudo transversal realizado com crianças de 8 e 9 anos matriculadas em escolas públicas e privadas da área urbana de Viçosa, Minas Gerais (Pesquisa de Avaliação da Saúde do Escolar). Nesta pesquisa foram obtidas as informações individuais das crianças. A condição socioeconômica e o consumo alimentar de alimentos ultraprocessados foram avaliados por meio de questionário semi-estruturado e três recordatórios de 24 horas aplicados em dias não consecutivos, respectivamente. Foram aferidos perímetro da cintura e pressão arterial das crianças, além do peso e estatura materna para o cálculo do Índice de Massa Corporal. Os marcadores bioquímicos das crianças foram analisados, tais como glicose e insulina para o cálculo do Homeostasis Model Assessment – Insulin Resistance, lipoproteína de altadensidade de colesterol e triglicerídeos. O segundo projeto possui delineamento ecológico, realizado para obtenção dos dados ambientais. Foram analisados os locais públicos para a prática de atividade física e/ou lazer, estabelecimentos comerciais de venda de alimentos, crimes violentos, acidentes de trânsito, índice de caminhabilidade, percentual de arborização e a renda média da vizinhança. Tomando como ponto central cada escola e domicílio, foram construídos buffers network de 400 metros. A análise de componentes principais foi utilizada para elaboração das variáveis latentes de exposição “ambiente obesogênico” e “leptogênico”, e desfecho “risco cardiometabólico”. Para verificar a associação dos ambientes obesogênico/leptogênico com o risco cardiometabólico no entorno dos domicílios e escolas, foram utilizadas a modelagem de equações estruturais e as equações de estimativa generalizadas, respectivamente. O nível de significância adotado foi de 5% para todas as análises. Os dois projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (números dos pareceres: 663.171/2014 e 1.821.618/2016). A revisão sistemática foi reportada com base nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Dois pesquisadores realizaram a identificação e a seleção dos artigos nas bases de dados Medline, Scopus, Embase, Web of Science, PubMed, Scielo e Lilacs, sem restrições de idiomas ou período de publicação. A escala Newcastle- Ottawa foi utilizada para avaliar a qualidade dos estudos incluídos. Os principais resultados desta pesquisa demonstraram: 1) Dos dezoito estudos longitudinais incluídos no artigo de revisão sistemática, apenas três foram realizados com crianças e adolescentes e encontraram associações significativas entre os estabelecimentos de venda de alimentos e o risco cardiometabólico; 2) No entorno dos domicílios, o ambiente obesogênico foi indiretamente associado ao agrupamento de fatores de risco cardiometabólico da criança, mediado pelo Índice de Massa Corporal materno; 3) No entorno das escolas, o ambiente obesogênico foi positivamente associado ao agrupamento de fatores de risco cardiometabólico em crianças. A complexidade dos determinantes do risco cardiometabólico na infância leva à necessidade de ações intersetoriais articuladas, bem como abordagens voltadas para a promoção e o cuidado da saúde infantil que sejam baseadas nos seus multicomponentes. Palavras-chave: cardiometabólico. Ambiente. Saúde urbana. Criança. Adiposidade. Risco
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    Zinco na infância: ingestão, concentração sérica e associação com fatores cardiometabólicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-07-18) Albuquerque, Fernanda Martins de; Novaes, Juliana Farias de; http://lattes.cnpq.br/5196031117565084
    O estado nutricional adequado de zinco é necessário para o crescimento, imunidade e desenvolvimento neurocomportamental na infância, e, em termos de vulnerabilidade biológica, as crianças são consideradas um grupo de risco para a deficiência desse mineral. Além disso, o papel do zinco como importante regulador metabólico na patogênese da obesidade e fatores de risco associados tem sido investigado, contudo os estudos são escassos e apresentam resultados contraditórios. Desta forma, objetivou-se avaliar a ingestão e o estado nutricional deste micronutriente e sua associação com fatores cardiometabólicos em crianças. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, realizado com 378 crianças de 8 e 9 anos de escolas públicas e privadas da zona urbana do município de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Foram aferidos peso, estatura, perímetro da cintura (PC) e pressão arterial (PA). A partir das medidas antropométricas foram calculados o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação cintura/estatura (RCE). O estado nutricional foi classificado pelo IMC segundo a Organização Mundial da Saúde (2007). A composição corporal foi avaliada pela técnica de absortometria de raios-x de dupla energia (Energy X-ray Absorptiometry - DEXA). Foram realizadas análises laboratoriais para obtenção de glicose, insulina, colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade de colesterol (HDL-c) e de baixa densidade de colesterol (LDL-c), triglicerídeos (TG), apolipoproteína A (Apo A) e B (Apo B), ácido úrico, leptina, homocisteína, proteína C reativa-ultra sensível (PCR-US) e zinco. As concentrações séricas de zinco < 65 μg/dL foram consideradas como deficiência deste mineral. A ingestão dietética foi avaliada pela aplicação de três recordatórios de 24 horas em dias não consecutivos. Os dados de consumo foram ajustados pela energia segundo o método residual. Foram coletadas informações como idade, sexo, escolaridade materna, renda per capita, realização de atividade física e comportamento sedentário. Foi realizada regressão de Poisson com variâncias robustas para avaliar a associação entre a concentração sérica de zinco e os fatores cardiometabólicos em crianças. A média da concentração sérica de zinco foi 95,2 μg/dl para ambos os sexos e a deficiência foi observada em 1,3% das crianças. As meninas apresentaram maiores valores médios/medianos de gordura corporal total (p<0,001), gordura androide (p<0,001), insulina (p=0,015), leptina (p=0,003) e das relações CT/HDL-c (p=0,012), TG/HDL-c (p=0,011) e ApoB/ApoA (p=0,003), e menores de zinco sérico (p=0,021), HDL-c (p=0,015), Apo A (p=0,017) e glicemia (p<0,001). A prevalência de inadequação da ingestão de zinco foi de 48,0%. Ao avaliar os tercis de ingestão dietética de zinco, verificou-se uma menor mediana de TG (64,0 mg/dl) e da relação TG/HDL-c (1,3) no 3o tercil (p<0,05). Observou-se que, no 1o tercil de concentração sérica de zinco, a prevalência de resistência à insulina foi 96% maior (RP:1,96; IC95%:1,04-3,66) enquanto a prevalência de hipercolesterolemia foi 23% menor (RP:0,77; IC95%:0,61-0,96) em relação à categoria de referência (2o e 3o tercil). Esses são resultados inéditos na população infantil brasileira e sendo esta uma fase privilegiada para a implementação e modificação dos hábitos alimentares ou estilo de vida, os mesmos servam para embasar ações norteadoras na saúde pública e atuação eficaz dos profissionais de saúde na prevenção e tratamento de alterações cardiometabólicas com ênfase no cuidado dietético.