Economia Doméstica

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    Representações sociais sobre o ato de cuidar na perspectiva de mulheres idosas cuidadoras
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-04-26) Almeida, Alessandra Vieira de; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://lattes.cnpq.br/0778137005305589
    A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o espaço relacional das mulheres idosas cuidadoras, bem como as representações sociais sobre o ato de cuidar, no contexto da feminização da velhice. Especificamente, buscou-se descrever o perfil socioeconômico pessoal e familiar das idosas cuidadoras e da pessoa idosa dependente, identificando os fatores associados à relação de cuidado e as representações sociais acerca da razão de serem as principais cuidadoras. Ainda, pretendeu-se examinar o espaço relacional das idosas cuidadoras, investigando as consequências do ato de cuidar no seu cotidiano e suas redes de apoio formais e informais. Além disso, descrever as representações sociais sobre o ato de cuidar a partir da percepção de idosas cuidadoras e buscar compreender como essas pessoas esperam ser cuidadas e, por fim, o estudo teve em vista subsidiar políticas de amparo ao cuidador e ao idoso dependente. Metodologicamente, caracteriza-se a pesquisa como um estudo de caso, com abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. A amostra foi composta por 24 mulheres idosas cuidadoras de idosos(as) debilitados(as) física e/ou mentalmente, com idade média de 68 anos de idade, tendo uma variação de 60 a 87 anos. A entrevista semi-estruturada foi o instrumento de coleta dos dados e estes foram analisados por meio da Análise de Conteúdo e também da Análise Textual, sendo esta apoiada pelo uso do software Iramuteq. Os resultados revelaram que os fatores socioeconômicos e pessoais das cuidadoras, como a religião, o grau de escolaridade, a renda, o estado de saúde, sobretudo, podem influenciar de modo direto na relação de cuidado. Além disso, foi possível notar as representações sociais das idosas em relação às razões que as levaram a serem as principais cuidadoras, destacando-se o sentimento de amor, obrigação, necessidade do cuidado e ausência de outro cuidador, sendo observadas, sobretudo, entre as cônjuges e as filhas. Nessa relação de cuidado destacou-se a importante participação da rede de apoio informal das cuidadoras, formada pelos filhos, amigos e vizinhos. Em segundo lugar, observou-se também a prefeitura como a rede de apoio formal, porém, os tipos de ajuda oferecida não contribuíam de modo direto nas atividades de cuidado executadas. O estudo também revelou as consequências do ato de cuidar, sendo consideradas consequências positivas, a oportunidade de exercer um ato de amor e retribuição, além de ser uma dádiva divina, ou seja, algo dado por Deus e, consequências negativas, como o sentimento de “prisão”, ou seja, o isolamento social, as renúncias pessoal e profissional e a mudança de rotina pelas quais se submetiam as mulheres. Ressaltou-se, nesse sentido, a sobrecarga física e emocional enfrentada pelas idosas, sobretudo, diante da sua velhice. De um modo geral, o cuidado foi representado por fatores afetivos, pela fé, pelos sentimentos de utilidade, gratidão, retribuição, dever e obrigação. Todavia, observou- se representações do cuidado como cansaço, medo, impaciência, entre outros aspectos, que não foram expostos com clareza pela maioria das idosas, o que representou o sentimento da resignação e o conflito de sentimentos diante da relação de cuidado, mostrando o possível desconforto e a sobrecarga que a tarefa de cuidar vem trazendo para o seu cotidiano. Perante a realidade dos fatos apresentados, torna-se claro que as idosas cuidadoras muito em breve necessitarão ou já estão necessitando de cuidados especiais, uma vez que o exercício de seu papel pode acarretar danos à saúde física, mental e emocional. Elas esperam receber esses cuidados, principalmente, dos seus filhos, destacando o desejo pelas filhas, o que denota a permanência da tarefa de cuidar em mãos femininas. Diante do que foi exposto, o estudo pode contribuir para a reflexão das possíveis estratégias de ação, como projetos, programas e políticas de cuidado que se empenhem na assistência da saúde e bem-estar dos idosos dependentes de cuidados, mas, também e com a mesma importância dos cuidadores informais, sobretudo, quando estes são mulheres idosas.
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    O Processo de Feminização da Velhice no Município de Viçosa, MG: Características, Relações e Risco Social
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-20) Almeida, Alessandra Vieira de; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://lattes.cnpq.br/0778137005305589
    As variações no perfil da faixa etária, vivenciadas em todo o território nacional e mundial tem produzido transformações no padrão etário da população, provocando o aumento proporcional do número de idosos, o que tem propiciado o envelhecimento populacional em um curto espaço de tempo. Dentro desta perspectiva, um fenômeno que tem sido bastante discutido é a “feminização da velhice”, visto que as mulheres tem predominado entre a população idosa. Perante este cenário, as idosas podem ter maior probabilidade de vivenciarem situações que podem levá-las ao risco social, que pode ser entendido como todo e qualquer fator que as expõe à vitimização no desenvolvimento da sua integridade psicossocial. Na grande maioria das vezes, esse risco é causado pela dificuldade de acesso ou inexistência de serviços de apoio a este contingente populacional, além de estar intimamente ligado ao rompimento de direitos (educação, saúde, trabalho, lazer, cuidado). O processo de envelhecimento também acarreta piores condições de saúde e, as mulheres estão mais sujeitas do que os homens de experimentar as doenças típicas dessa fase da vida, agravando a sua condição de saúde. O “envelhecer” ainda traz um declínio no status econômico, o que as torna mais dependentes do suporte familiar e/ou do Estado. Por outro lado, a mulher idosa que possui renda, ainda que baixa, tem se tornado também a provedora. A mulher idosa, então, desempenha, simultaneamente, o papel de cuidadora, que é considerado um papel tradicional à mulher e também o de provedora. Porém, vale ressaltar que, nesta fase da vida é a idosa quem mais necessita de cuidado e é o momento em que a renda é fundamental para atender as suas necessidades básicas. Sendo assim, a presente proposta de investigação buscou analisar o processo de feminização da velhice e suas implicações nas condições de vida da mulher idosa residente no município de Viçosa, MG. O estudo foi de abordagem quantitativa- qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. Do ponto de vista metodológico, utilizou-se o estudo de caso, tendo como unidade empírica de análise o “Clube da Vovó”, programa de natureza filantrópica e social. A pesquisa foi realizada com 40 idosas participantes das atividades do Clube da Vovó que tinham idade igual ou superior à 60 anos e que aceitaram participar do estudo. Como instrumento para coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada. Para análise e organização dos dados obtidos, utilizou-se o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) para a estatística descritiva, tais como frequências simples e médias e procedeu-se à análise do conteúdo das falas transcritas e organizadas das idosas entrevistadas. Os resultados da pesquisa foram apresentados em três artigos distintos, onde foi possível perceber os efeitos do processo de feminização da velhice na vida das idosas entrevistadas, em que envelhecer não pode ser visto somente como o avançar da idade, mas uma etapa da vida envolta de situações que podem levar a experiências novas e positivas, como também à realidades de exposição ao risco, como por exemplo, a baixa renda, a baixa escolaridade, as doenças crônicas, a solidão causada pela viuvez, as carências e os problemas advindos da própria idade, preconceito, dependência financeira, além de despenderem cuidado aos membros familiares. Neste último caso, destacou-se a iminente crise no cuidado, uma vez que as mulheres idosas são cuidadoras, mas também necessitam de cuidado. No entanto, a família que é o tradicional suporte está cada vez menos envolvida na função do cuidado. Isso pode ser explicado pelo fato do tamanho médio da família está menor e os membros terem menos tempo, pois todos trabalham. O estudo também observou que a renda era um fator de influência sobre a vida pessoal e familiar da idosa, muito importante para atender as suas necessidades como as de cuidado pessoal, tratamento de saúde e até mesmo de lazer. Porém, pode-se notar que a renda era destinada não somente para a idosa, mas para toda a família, o que colocava a idosa também no papel de provedora/chefe de família. Embora isso tenha sido encontrado, para as idosas, ser chefe de família não estava associado somente à renda, mas às reponsabilidades que tinham com a casa e a família. Desta forma, considerando a mulher neste processo de feminização da velhice e, destacando as mudanças e transformações positivas e/ou negativas que este traz para a vida das idosas, esta realidade merece atenção especial e reforça o dever e a importância da sociedade, do estado e também da família, em busca de ações que promovam a ampliação e a efetivação das políticas públicas, programas, projetos e ações que atendam as diferentes realidades enfrentadas pelos idosos, reduzindo a exposição dos mesmos às situações de risco social.