Economia Doméstica

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    O Processo de Feminização da Velhice no Município de Viçosa, MG: Características, Relações e Risco Social
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-20) Almeida, Alessandra Vieira de; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://lattes.cnpq.br/0778137005305589
    As variações no perfil da faixa etária, vivenciadas em todo o território nacional e mundial tem produzido transformações no padrão etário da população, provocando o aumento proporcional do número de idosos, o que tem propiciado o envelhecimento populacional em um curto espaço de tempo. Dentro desta perspectiva, um fenômeno que tem sido bastante discutido é a “feminização da velhice”, visto que as mulheres tem predominado entre a população idosa. Perante este cenário, as idosas podem ter maior probabilidade de vivenciarem situações que podem levá-las ao risco social, que pode ser entendido como todo e qualquer fator que as expõe à vitimização no desenvolvimento da sua integridade psicossocial. Na grande maioria das vezes, esse risco é causado pela dificuldade de acesso ou inexistência de serviços de apoio a este contingente populacional, além de estar intimamente ligado ao rompimento de direitos (educação, saúde, trabalho, lazer, cuidado). O processo de envelhecimento também acarreta piores condições de saúde e, as mulheres estão mais sujeitas do que os homens de experimentar as doenças típicas dessa fase da vida, agravando a sua condição de saúde. O “envelhecer” ainda traz um declínio no status econômico, o que as torna mais dependentes do suporte familiar e/ou do Estado. Por outro lado, a mulher idosa que possui renda, ainda que baixa, tem se tornado também a provedora. A mulher idosa, então, desempenha, simultaneamente, o papel de cuidadora, que é considerado um papel tradicional à mulher e também o de provedora. Porém, vale ressaltar que, nesta fase da vida é a idosa quem mais necessita de cuidado e é o momento em que a renda é fundamental para atender as suas necessidades básicas. Sendo assim, a presente proposta de investigação buscou analisar o processo de feminização da velhice e suas implicações nas condições de vida da mulher idosa residente no município de Viçosa, MG. O estudo foi de abordagem quantitativa- qualitativa, de caráter exploratório e descritivo. Do ponto de vista metodológico, utilizou-se o estudo de caso, tendo como unidade empírica de análise o “Clube da Vovó”, programa de natureza filantrópica e social. A pesquisa foi realizada com 40 idosas participantes das atividades do Clube da Vovó que tinham idade igual ou superior à 60 anos e que aceitaram participar do estudo. Como instrumento para coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada. Para análise e organização dos dados obtidos, utilizou-se o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) para a estatística descritiva, tais como frequências simples e médias e procedeu-se à análise do conteúdo das falas transcritas e organizadas das idosas entrevistadas. Os resultados da pesquisa foram apresentados em três artigos distintos, onde foi possível perceber os efeitos do processo de feminização da velhice na vida das idosas entrevistadas, em que envelhecer não pode ser visto somente como o avançar da idade, mas uma etapa da vida envolta de situações que podem levar a experiências novas e positivas, como também à realidades de exposição ao risco, como por exemplo, a baixa renda, a baixa escolaridade, as doenças crônicas, a solidão causada pela viuvez, as carências e os problemas advindos da própria idade, preconceito, dependência financeira, além de despenderem cuidado aos membros familiares. Neste último caso, destacou-se a iminente crise no cuidado, uma vez que as mulheres idosas são cuidadoras, mas também necessitam de cuidado. No entanto, a família que é o tradicional suporte está cada vez menos envolvida na função do cuidado. Isso pode ser explicado pelo fato do tamanho médio da família está menor e os membros terem menos tempo, pois todos trabalham. O estudo também observou que a renda era um fator de influência sobre a vida pessoal e familiar da idosa, muito importante para atender as suas necessidades como as de cuidado pessoal, tratamento de saúde e até mesmo de lazer. Porém, pode-se notar que a renda era destinada não somente para a idosa, mas para toda a família, o que colocava a idosa também no papel de provedora/chefe de família. Embora isso tenha sido encontrado, para as idosas, ser chefe de família não estava associado somente à renda, mas às reponsabilidades que tinham com a casa e a família. Desta forma, considerando a mulher neste processo de feminização da velhice e, destacando as mudanças e transformações positivas e/ou negativas que este traz para a vida das idosas, esta realidade merece atenção especial e reforça o dever e a importância da sociedade, do estado e também da família, em busca de ações que promovam a ampliação e a efetivação das políticas públicas, programas, projetos e ações que atendam as diferentes realidades enfrentadas pelos idosos, reduzindo a exposição dos mesmos às situações de risco social.