Manejo e Conservação de Ecossistemas Naturais e Agrários - CAF

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    Astyanax rivularis: ferramentas para a avaliação da diversidade genética e conservação da espécie
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-27) Rocha, Renan Rodrigues; Kavalco, Karine Frehner; http://lattes.cnpq.br/3877932771449625
    Peixes são o maior grupo de vertebrados viventes, com grande parte das espécies habitantes da Região Neotropical. Dentre as espécies existentes na região, o gênero Astyanax destaca-se devido à sua ampla distribuição, diversidade morfológica e cariotípica. O gênero possui caráter Incertae sedis na família e é caracterizado por um grande número de complexos de espécies. Um desses complexos é o Astyanax scabripinnis, composto por pelo menos 14 espécies de grande similaridade morfológica. Entre as espécies do complexo encontra-se Astyanax rivularis. Estes pequenos peixes normalmente restringem-se às cabeceiras dos rios, devido à dificuldade em superar barreiras como rápido fluxo de água. É uma espécie que possui poucos estudos sobre sua diversidade genética, estrutura populacional e filogeografia. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade e presença de estruturação genética e inferir as relações filogeográficas de populações de Astyanax rivularis na bacia hidrográfica do Alto Rio São Francisco, utilizando marcadores moleculares mitocondriais. Para isso, foram extraídos DNA de fígado e coração de indivíduos de nove populações de A. Rivularis, sendo uma delas em área de Unidade de conservação (Parque Nacional da Serra do Cipó), que foram utilizados para a amplificação dos genes mitocondriais Citocromo B e ATPsintase subunidades 6 e 8. As distâncias genéticas calculadas entre as populações foram similares às encontradas na literatura, com exceção para alguns indivíduos provenientes do Parque Nacional da Serra do Cipó. A distância genética maior que 2% para as outras populações, os agrupamentos encontrados nos dendrogramas e a existência de uma linhagem formada exclusivamente por estes indivíduos na rede de haplótipos traz evidências de que, provavelmente, trata-se de uma espécie diferente de A. rivularis. A distância genética dentro das populações foi baixa. Os dendrogramas mostram a existência de dois grandes clados para as populações. De forma geral, córregos que possuem conexão agruparam-se. Populações que possuem maior diversidade cariotípica mostraram maior estruturação em relação às outras. Entretanto, algumas populações exibiram indivíduos em ambos os clados. A rede de haplótipos para ambos os genes indica a existência de dois eventos de colonização nos rios amostrados. Um primeiro evento levou à colonização de uma linhagem nos rios, enquanto um segundo evento levou ao aporte de uma outra linhagem em novos rios e em alguns dos rios previamente colonizados. O uso de abordagens com múltiplas ferramentas pode oferecer novas informações para elucidar a história evolutiva do grupo e verificar se realmente há a existência de mais de uma espécie sendo identificada como A. rivularis, o qual comporia mais um complexo de espécies no gênero Astyanax.
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    Astyanax paranae (Characiformes, Characidae) da Bacia do Alto Rio Paranaíba: estudos multidisciplinares e conservação da espécie
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-28) Alves, Rosana de Mesquita; Kavalco, Karine Frehner; http://lattes.cnpq.br/1854255024027285
    Devido à enorme diversificação, tanto morfológica quanto comportamental dos peixes, estes se tornam um grupo de difícil identificação. Em algumas espécies do gênero Astyanax, que são peixes de pequeno porte, pertencentes à família Characidae, isso é bastante frequente. Astyanax paranae, espécie endêmica da Bacia do Paraná, tem como nicho preferencial regiões de cabeceiras de rios e riachos, o que contribui diretamente para um maior grau de endemismo e, possivelmente, para eventos importantes em processos evolutivos, como especiação alopátrica. Diante disso, espera-se que diferentes populações de alguns afluentes da Bacia do Paraná apresentem uma estruturação genética bem definida, assim como uma boa estruturação morfológica. Marcadores moleculares e morfometria geométrica são algumas das técnicas que permitem avaliar se o hábito sedentário em cabeceiras de tributários pode impedir fluxo gênico e facilitar que populações se diferenciem. Assim, o presente trabalho visa a utilização de tais ferramentas em estudos filogeográficos para reconstruir as relações evolutivas de nove populações de A. paranae na região do Alto Paranaíba. Para as análises filogenéticas houve extração de DNA de uma porção do fígado e/ou coração dos indivíduos, com posterior amplificação do gene mitocondrial Citocromo Oxidase b via PCR. Já na morfometria, os indivíduos depois de coletados foram fotografados e houve marcação dos pontos anatômicos (landmarks) para comparação das variações do shape entre as populações e posterior Análise dos Componentes Principais (PCA). Os resultados das análises filogenéticas por inferência Bayesiana demonstram a estruturação evidente de algumas populações, com uma leve sobreposição entre outras. Tais dados estão diretamente relacionados à proximidade e conectividade dos pontos de coleta. A rede de haplótipos confirma a maioria dos dados obtidos na Bayesiana, com diversidade haplotípica maior no centro da rede, e menor nas periferias, além disso, demonstra a população dispersora dos haplótipos, assim como a que manteve o haplótipo ancestral. Na morfometria os resultados diferem, já que não houve diferenciação morfológica expressiva entre as populações analisadas. Houve uma população que se diferenciou das demais em ambas as análises, demonstrando a importância de um ambiente conservado para a manutenção dos indivíduos no meio ambiente, assim como sua diferenciação genética. Os resultados encontrados demonstram a eficácia de análises moleculares e morfológicas em definir as relações evolutivas entre populações, dando crédito à sua utilização em estudos filogeográficos. Além disso, possibilitam ampliar um pouco o conhecimento da história evolutiva de A. paranae na bacia, assim como sua diferenciação e estruturação genética, o que pode ser aplicado em estratégias de manejo e conservação da mesma.
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    Genotipagem de colônias de abelha ameaçada de extinção indica importância genética de populações manejadas para a conservação de melipona capixaba
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-06-22) Rios, Bruna Dias; Resende, Helder Canto; http://lattes.cnpq.br/3148531829769675
    A abelha sem ferrão Melipona capixaba Moure e Camargo, 1994, conhecida como “uruçu- preta” ou “uruçu capixaba”, é endêmica da Mata Atlântica brasileira, tendo distribuição restrita à regiões de altitude do Estado do Espírito Santo. A M. capixaba encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, na categoria em perigo (EN). A redução e a fragmentação do seu habitat natural constituem as principais ameaças à espécie, por ocasionar a redução das populações e o consequente aumento da endogamia, da deriva genética e a perda de diversidade genética. A maior parte das colônias remanescente de M. capixaba estão nas mãos de criadores de abelhas. Uma outra ameaça é a introdução da espécie M. scutellaris na área de distribuição natural da uruçu-capixaba, pois há relatos na literatura da ocorrência de hibridização entre as espécies. Diante desses fatos, este trabalho teve como objetivos: analisar a diversidade genética de colônias nativas e colônias manejadas de M. capixaba por meio de marcadores microssatélites, com o a finalidade avaliar o potencial genético das colônias manejadas e identificar genótipos prioritários para a formação de populações de conservação; identificar marcadores microssatélites com potencial para detectar híbridos entre as espécies M. capixaba e M. scutellaris; e melhorar o conhecimento sobre esse evento de hibridização. Os resultados obtidos indicaram que as populações naturais e manejadas possuem moderada diversidade genética, entretanto muitos alelos amostrados possuem baixa frequência e podem estar sendo perdidos devido aos efeitos da deriva genética. Muitos alelos que foram amostrados com baixa frequência nas colônias nativas, foram amostrados com maiores frequências em algumas populações manejadas. As populações manejadas podem representar um importante papel na conservação da espécie, podendo atuar como reservatórios genéticos e fornecer indivíduos para a formação de populações de conservação. Com os resultados obtidos por meio das análises de diversidade genética foi possível elaborar orientações de manejo para a conservar a diversidade genética das populações manejadas. A hibridização de fato ocorre entre as espécies M. capixaba e M. scutellaris. As análises moleculares realizadas com marcadores microssatélites associadas às análises do DNA mitocondrial e das características morfológicas permitiram identificar a ocorrência de hibridização e as possíveis vias de hibridização entre as espécies. A hibridização pode ocorrer através da fecundação de fêmeas de M. capixaba por machos de M. scutellaris ou pela fecundação de fêmeas de M. scutellaris por machos M. capixaba. Os híbridos gerados são férteis e as fêmeas podem ser fecundadas por machos híbridos ou machos da espécie M. scutellaris. Os efeitos da hibridização para espécie M. capixaba são imprevisíveis, portanto deve-se impedir a introdução de M. scutellaris na área de ocorrência da uruçu-capixaba.
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    Modelagem preditiva e genética aplicadas à conservação da abelha nativa sem ferrão Melipona rufiventris Lepeletier, 1836 (Hymenoptera: Apidae)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-31) Gonçalves, Pollyana Leão; Resende, Helder Canto; http://lattes.cnpq.br/4294080598244197
    O Cerrado tem sido severamente degradado e Unidades de Conservação protegem uma pequena parte do seu território. As abelhas da tribo Meliponini são endêmicas das regiões tropicais e o gênero Melipona é o mais rico do Brasil. Melipona rufiventris Lepeletier (1836) ocorre no Cerrado brasileiro e está ameaçada de extinção. Essa espécie integra um grupo de espécies conhecido como grupo rufiventris, que possui morfologia semelhante e distribuição em quase todo território do Brasil. O programa de conservação de M. rufiventris deve conter informações sobre a sua distribuição geográfica e dados moleculares para o desenvolvimento de populações de conservação. O objetivo deste trabalho foi estimar área potencial de ocorrência de M. rufiventris, identificar genótipos promissores para compor uma população de conservação e estudar as relações filogenéticas entre algumas espécies do grupo rufiventris. Mapas contendo os pontos de presença da espécie e características principais para sua conservação foram elaborados utilizando o software QGis. A área potencial da espécie foi estimada com base na adequação climática do ambiente. Duas regiões do DNA, o gene Citocromo C oxidase I (COI) e o Espaçador Intergênico Transcrito 1 (ITS1) foram utilizadas em amplificações via PCR para os estudos de inferência filogenética e elaboração da rede de haplótipos. Os mapas mostraram que a área de ocorrência de M. rufiventris é ampla, mas está altamente degradada e os fragmentos remanescentes são rodeados de areas cujo uso do solo foi convertido em agropecuária e pastagens. As áreas prioritárias para conservação do Cerrado não contemplam toda distribuição da espécie e as Unidades de Conservação existentes são muito poucas e isoladas, dificultando a identificação de áreas que possam receber populações de M. rufiventris. Os modelos gerados indicam uma grande área potencial de ocorrência, porém ela se encontra em uma região degradada com várias interferências antrópicas. Existe adequabilidade climática para a espécie em regiões de Mata Atlântica, mas essas áreas não são vistas como áreas naturais de M. rufiventris. Os resultados das análises moleculares mostram a relação próxima existente entre as populações de uruçu-amarela do sudeste do Brasil e revela que a espécie ainda não descrita encontrada no noroeste e no norte de Minas Gerais é mais intimamente relacionada com Melipona flavolineata do que com M. rufiventris. Oito haplótipos foram identificados e todos eles devem compor as populações de conservação que serão manejadas para os locais indicados para conservação da espécie.