Manejo e Conservação de Ecossistemas Naturais e Agrários - CAF

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    Dois séculos de perda da biodiversidade na bacia do Rio Doce: aves como modelo de estudo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-26) Reis, Jessica Naiara; Lopes, Leonardo Esteves; http://lattes.cnpq.br/1735057704767148
    As florestas tropicais estão sendo desmatadas em um ritmo alarmante, ocasionando perdas de espécies de aves. Eventos de extinção raramente são bem documentados, o que dificulta determinar quando ou mesmo se uma espécie foi extinta. O objetivo dessa pesquisa foi estudar o estado de conservação da avifauna de toda uma Bacia Hidrográfica Brasileira, a Bacia do Rio Doce – BRD (86.715 km2), ao longo de 203 anos de exploração ornitológica na área. A compilação dos dados sobre os registros de aves na bacia foi realizada a partir de uma extensa revisão bibliográfica, abrangendo fontes publicadas (livros, capítulos de livros, revistas científicas e anais de congressos), fontes não publicadas (planos de manejo, relatórios técnicos, teses e dissertações), espécimes de museus, arquivos sonoros, observações de campo inéditas e dados de ciência cidadã. Para espécies com quatro ou mais registros, utilizou-se de modelos matemáticos para inferir sua probabilidade de extinção. Espécies que não atenderam ao número mínimo de registros de observação exigidos pelo modelo, mas que também não contam com nenhum registro ao longo dos últimos cinquenta anos, foram consideradas possivelmente extintas. Já as espécies que não foram registradas nos últimos trinta anos, foram destacadas merecendo atenção quanto ao seu estado de conservação. Por fim, foram investigadas quais características ecológicas e da história de vida têm maior influência na probabilidade de extinção. Cinco espécies foram extintas regionalmente na BRD, sendo 48 os eventos de extinção ou possível extinção local nos três trechos da BRD (Alto, Médio e Baixo Rio Doce), os quais correspondem à 44 espécies. Trinta e cinco espécies extintas ou possivelmente extintas estão classificadas em alguma categoria de ameaça. As extinções locais foram explicadas pelo menor número de habitats em que a espécie ocupa, pelo status migratório da espécie e pelo endemismo da Mata Atlântica. Levando-se em conta o recente grande impacto que acometeu a BRD, associado à elevada fragmentação florestal e degradação ambiental, bem como a ineficiência e inadequação da atual rede de áreas protegidas, é possível prever que o número de extinções locais continuará a aumentar, resultando em um marcado empobrecimento e homogeneização da biodiversidade local.