Educação
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/204
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Item Narrativas de vida: efeitos do ensino remoto emergencial na saúde e na motivação docente(Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-07) Tavares, Nathália Cristina Costa; Geremias, Bethânia MedeirosAs dificuldades e as incertezas impostas pela pandemia da COVID-19 e o Ensino Remoto Emergencial no ano de 2020, motivaram a investigação sobre as angústias e desafios experimentados por professores nesse período. A intensificação e a precarização das atividades profissionais dos professores, assumiram, no contexto pandêmico, um viés mais abrangente e perverso com o chamado trabalho remoto. O envolvimento íntimo trabalho/casa, vida pessoal e doméstica/vida profissional, trabalho humano presencial de interação e afetividade versus trabalho humano remoto de distanciamento afetaram a profissão, dando-lhe nova roupagem. Para tanto, o objetivo geral de pesquisa foi compreender os efeitos do Ensino Remoto Emergencial na saúde e motivação docente, do ponto de vista dos professores que atuam em escolas públicas municipais de São Geraldo. De modo mais específico buscou-se: i) identificar quais os efeitos do Ensino Remoto Emergencial na saúde e na motivação docente dos sujeitos da pesquisa; ii) narrar esses efeitos de acordo com a história vivida por esses sujeitos; iii) analisar as narrativas docentes, de modo a produzir novas compreensões sobre a temática em estudo. Assim, utilizou-se como referência teórica metodológica a perspectiva etnossociológica, que se insere no âmbito das pesquisas qualitativas. Para a construção do corpus analisado foram utilizados os procedimentos específicos da perspectiva etnossociológica de Daniel Bertaux (2010). Em um primeiro momento, através dos dados obtidos por questionário, traçou-se o perfil geral dos cerca de 30 docentes atuantes na Rede Municipal de Ensino da cidade de São Geraldo (MG) à época do ERE. Metade dos participantes afirmaram que não se sentiram motivados a trabalhar durante o Ensino Remoto Emergencial, a maioria afirmou que a rotina familiar, a saúde física e mental foi afetada pelo Ensino Remoto Emergencial bem como passaram por tratamento médico neste período. No segundo momento da pesquisa, houve a construção e a aplicação da entrevista, realizadas nos moldes das orientações de Daniel Bertaux (2010). As três entrevistadas apontaram fatores como dificuldades em aprender, usar e acessar as ferramentas digitais, as instabilidades no acesso à internet. A baixa participação dos pais e dos alunos nas aulas remotas, maior burocratização do trabalho, extensa e intensa carga horária de trabalho remunerado e doméstico, dificuldades em conciliar vida profissional e doméstica. A frustração com o contato apenas virtual com os alunos, a constante angústia, ansiedade e o sentimento de fracasso, pela forma como o ensino estava sendo realizado naquele momento. Crises de ansiedade, depressão, angústia, qualidade de sono ruim, estresse, fadiga, sentimentos de insucesso e incompetência foram uma constante no cotidiano dos professores durante o ERE. As descobertas e confirmações trazidas por essa pesquisa não findam em si mesmas. Ao contrário, precisam fomentar outras investigações sobre diferentes perspectivas dos efeitos e consequências do ERE, na saúde física e mental, na qualidade do sono, na vida pessoal e profissional, na motivação deste enorme contingente de trabalhadores espalhados pelo país, durante o ensino remoto e no retorno ao ensino presencial. Palavras-chave: Saúde docente; Motivação docente; Trabalho docente; Ensino remoto emergencial.Item Tecnologias digitais na educação: possibilidades para a formação de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental(Universidade Federal de Viçosa, 2021-06-29) Fonseca, Karla Helena Ladeira; Santos, Silvana Claudia dos; http://lattes.cnpq.br/3207549469439416Tendo em vista a nossa sociedade tecnológica, que passa por constantes modificações, nos deparamos com instituições escolares que, em sua maioria, tendem a não acompanhar tais mudanças, de maneira que não é percebida a integração das tecnologias digitais nesses espaços. Acreditamos que essas tecnologias podem ser aliadas nos processos de ensino e aprendizagem de diversos conteúdos, incluindo a Matemática e, nesse sentido, pensamos na possível relação entre as tecnologias digitais e o contexto de Alfabetização Matemática. Assim, objetivamo-nos a investigar as possibilidades de uso do software GeoGebra para a Alfabetização Matemática, na perspectiva das professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em uma experiência formativa. Esta é uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram produzidos no decorrer de uma oficina de formação continuada com professoras atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental, que se desenvolveu remotamente, com encontros síncronos e atividades assíncronas. Utilizamos diferentes mídias para a produção dos dados: Google Meet, Facebook, WhatsApp, e-mail e o GeoGebra. Com intermédio dessas mídias, utilizamos como instrumentos: questionários semiabertos, fichas de registros de atividades e caderno de campo, além de registros de áudio e vídeo dos encontros síncronos. Realizamos uma pré-análise dos dados concomitantemente à sua produção, organizando-os, de maneira a identificar questões emergentes. Com isso, elencamos as seguintes categorias de análise: o uso das tecnologias digitais nas escolas dos anos iniciais do Ensino Fundamental; o letramento digital docente; e a mobilização de conhecimentos matemáticos. Tais categorias foram debatidas por meio de artigos que compõem a presente dissertação. Antecedendo as discussões destes artigos, realizamos um Estado do Conhecimento visando identificar as pesquisas de Mestrado e Doutorado que abordaram a temática da formação continuada docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental a respeito das tecnologias digitais. Em seguida, trabalhamos as categorias de análise nos artigos: “O lugar das tecnologias digitais no espaço escolar”; “O letramento digital docente e suas implicações na prática pedagógica com tecnologias digitais”; e “Trabalhando conhecimentos matemáticos em uma ação de formação continuada docente: saberes mobilizados e (re)constituídos”. Como resultados, apontamos que as professoras participantes da pesquisa têm discursos positivos com relação às tecnologias, como facilitadoras dos processos de ensino e aprendizagem. Contudo, mesmo tendo disponíveis para uso alguns recursos tecnológicos digitais, a maioria delas diz não os utilizar com as crianças. Acreditamos que isso se deve aos desafios enfrentados por elas, principalmente por indicarem que não têm uma formação que as capacite suficientemente para ter segurança de utilizar os equipamentos ou softwares junto aos estudantes, destacando ser necessário, em sua realidade, mais ações formativas voltadas para a prática com os recursos tecnológicos digitais, abertura da escola para que possam fazer uso dos equipamentos e apoio técnico da professora responsável pelo Laboratório de Informática. Já no que se refere à mobilização dos conhecimentos matemáticos em atividades mediadas por tecnologias digitais, consideramos ser necessário o desenvolvimento de uma visão mais crítica e reflexiva durante os processos e, sobretudo, perante os resultados que as tecnologias apresentam, de maneira a não aceitar simplesmente as respostas que recebem, mas pensar sobre elas, analisá-las. Palavras-chave: Alfabetização Matemática. Educação Básica. Formação Continuada com Professores. GeoGebra. Software Educacional.