Agronomia (Produção Vegetal) - CRP

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    Quantificação de biomarcadores e caracterização do uso de defensivos agrícolas por agricultores familiares do Alto Paranaíba-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-03) Alves, Lucélia Cristina; Mendes, Fabrícia Queiroz; http://lattes.cnpq.br/3827166974296112
    Os defensivos agrícolas são largamente utilizados para proteger as culturas do ataque de pragas, doenças e plantas invasoras, minimizando as perdas de rendimento. Ao mesmo tempo, há evidências diretas e indiretas de perigos envolvidos no uso destes insumos químicos para os seres humanos e o meio ambiente. O objetivo deste trabalho foi identificar, descrever e analisar o uso defensivos agrícolas, com ênfase na agricultura familiar, por produtores do Alto Paranaíba, MG, como um fator de risco para a saúde, e avaliar essa exposição por meio da quantificação dos biomarcadores enzimáticos AChE, FA, TGO e TGP. As informações foram coletadas através de entrevista semiestruturada, as quais foram gravadas com auxílio de gravador de voz e transcritas. Foram mensuradas a atividade das enzimas AChE, TGO, TGP e FA divididas em dois grupos: exposto, composto por agricultores familiares que trabalhavam ativamente nas atividades agrícolas; e controle composto por pessoas que não tinham exposição direta prévia a defensivos agrícolas. Os dados referentes às condições socioeconômicas foram analisados por meio da estatística descritiva. O conteúdo das entrevistas foi analisado por meio da técnica de Bardin (2006). As concentrações dos biomarcadores foram analisados pelo teste F a 5% de probabilidade. Do total de participantes, 86,7% eram agricultores cujas atividades agrícolas eram realizadas predominantemente pela mão-de-obra familiar que executavam todas as etapas da produção, dentre elas a pulverização com defensivos. A estratégia para o controle de pragas adotado informado por 100% dos entrevistados foi exclusivamente a aplicação de defensivos agrícolas, pois estes agricultores tem a concepção de que são indispensáveis para o controle de pragas. Os defensivos possuem diferentes denominações segundo os entrevistados, os quais incluem: remédio, veneno, produto e agrotóxico. Todos os agricultores relataram não ter local próprio, como preconiza a legislação, para a guarda tanto dos defensivos, quanto das embalagens vazias, mas garantiam que eram armazenados em locais isolados do contato de crianças e animais e separado de outros equipamentos. A logística reversa das embalagens vazias era deficiente, sendo ressaltadas as dificuldades de entrega das mesmas. A maioria dos produtores (66,7%) só aplicam defensivos mediante a receita agronômica, enquanto 33,3% aplicam considerando o próprio conhecimento. O uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) foi confirmado pelos participantes, porém era comum ser limitado a apenas algumas peças. Os itens menos usados foram os óculos (33,3%) e as luvas (53,3%) e os mais usados foram a roupa (73,3%) e a máscara (66,7%). Segundo os relatos, os agricultores consideram os defensivos perigosos para a saúde. O sintoma de intoxicação aguda mais comum entre os agricultores foi a cefaleia, porém não tinham a conduta de procurarem os serviços de atendimento médico mediante mal-estar durante ou após as pulverizações. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos exposto e controle em qualquer parâmetro bioquímico. Os resultados da AChE encontrados com níveis próximos ao mínimo dos valores de referência, pertenciam aos produtores que não usavam os EPI. Os agricultores foram expostos aos defensivos com proteção insuficiente e inadequada, necessitando portando, de treinamentos e orientações para melhor proteção.