Alterações fisiológicas e avaliação do estresse oxidativo durante o desenvolvimento e a senescência de folhas se soja, Glycine max L.
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Data
2008-10-31
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Editor
Universidade Federal de Viçosa
Resumo
Foram avaliadas diversas alterações fisiológicas e o estresse oxidativo ao longo do desenvolvimento de folhas de soja, Glycine max, variedade MG/BR 46 (Conquista), em dois diferentes grupos de plantas: com órgãos reprodutores intactos, cujas plantas seguiram o ciclo normal até a senescência e com órgão reprodutores removidos, a fim de prolongar o ciclo de vida, retardando a senescência foliar. Foram avaliados: teores de clorofilas e carotenóides, parâmetros de trocas gasosas, atividades de algumas enzimas do sistema antioxidativo, teores de peróxido de hidrogênio, além de danos celulares. As folhas analisadas das plantas desenvolvendo normalmente apresentaram progressiva degradação de clorofilas e carotenóides (em menor proporção), fato que resultou na coloração amarela característica de folhas senescentes, enquanto as plantas desfloradas mantiveram suas folhas verdes. A degradação dos pigmentos resultou em queda acentuada das taxas de assimilação líquida de carbono (A) nas plantas com órgãos reprodutores intactos, além de ter ocorrido queda na condutância estomática (gs) e aumento na razão entre a concentração interna e ambiente de CO2 (Ci/Ca). Ao contrário, as plantas com órgãos reprodutores removidos apresentaram menor queda em A, gs e Ci/Ca, que se mantiveram constantes após a ligeira queda inicial. O percentual de extravasamento de eletrólitos em plantas em senescência natural aumentou ao longo do desenvolvimento, mas não foi acompanhado de aumento de aldeído malônico (MDA). Em plantas desfloradas o extravasamento foi inicialmente constante, seguido de queda com o início da senescência, mas, por outro lado, os níveis finais de MDA foram duas vezes maiores que os iniciais. As folhas das plantas intactas apresentaram baixos teores de peróxido de hidrogênio (H2O2), ao contrário das plantas desfloradas. A baixa atividade da dismutase do superóxido (SOD) em plantas senescendo normalmente, além das atividades elevadas de peroxidase (POX) e peroxidase do ascorbato (APX), devem ter sido as responsáveis pelos baixos níveis de H2O2 nessas plantas. Inversamente, a atividade intensa de SOD e a baixa atuação de POX e APX em plantas desfloradas contribuíram para os altos teores de peróxido de hidrogênio. A catalase (CAT) teve sua atividade em queda ao longo do experimento, nas folhas de ambos os tratamentos, indicando que a enzima não teve participação importante na remoção de H2O2. Nos trifólios das plantas dos dois tratamentos, a redutase da glutationa (GR) teve sua atividade inicialmente elevada, seguida de queda drástica até o final do experimento. Tais resultados indicam que o estresse oxidativo não foi o fator determinante da senescência foliar natural das plantas de soja utilizadas no presente experimento.
Physiological changes and oxidative stress were studied in soybean leaves, Glycine max, variety MG / BR 46 (Conquista) during their development. In a group of plants the reproductive organs were removed, in an attempt to extend their life cycle, retarding their leaf senescence. In the control plants the floweres were not removed and the plants followed their normal cycle until natural senescence. Control plants developed normally, exhibiting progressive degradation of chlorophylls and carotenoids (in low proportion), with the characteristic yellow color of senescent leaves. On the other hand, plants with no flower kept their leaves green until the end of the experiment. The degradation of the pigments led to a sharp decline in carbon assimilation rates (A) in control plants, in which also occurred a decrease in stomatal conductance (gs) and increase in the ratio between the internal and ambient CO2 concentration (Ci/Ca). In contrast, plants without flowers showed a minor drop in A, gs and Ci/Ca. The proportion of electrolyte leakage increased in the control plants throughout their development. Leaves of control plants showed lower levels of hydrogen peroxide (H2O2), in contrast with a great increase observed in plants with no flowers. The low activity of superoxide dismutase (SOD) in control plants in addition to the high activity of peroxidases (POX) and ascorbate peroxidase (APX) are likely responsible for the low levels of H2O2 in those plants. Conversely, the intense activity of SOD and the low performance of POX and APX in plants without flowers might have contributed to the high levels of hydrogen peroxide. Catalase (CAT) activity dropped continuously in the leaves of the two kind of plants, indicating that this enzyme does not play a fundamental role in the removal of reactive oxygen species during this senescence. In both kind of plants, the activity of glutathione reductase had initially increased, followed by a sharp decrease until the end of the experiment. The results of this experiment suggest that oxidative stress is not the determinant factor associated with leaf senescence process in soybean plants.
Physiological changes and oxidative stress were studied in soybean leaves, Glycine max, variety MG / BR 46 (Conquista) during their development. In a group of plants the reproductive organs were removed, in an attempt to extend their life cycle, retarding their leaf senescence. In the control plants the floweres were not removed and the plants followed their normal cycle until natural senescence. Control plants developed normally, exhibiting progressive degradation of chlorophylls and carotenoids (in low proportion), with the characteristic yellow color of senescent leaves. On the other hand, plants with no flower kept their leaves green until the end of the experiment. The degradation of the pigments led to a sharp decline in carbon assimilation rates (A) in control plants, in which also occurred a decrease in stomatal conductance (gs) and increase in the ratio between the internal and ambient CO2 concentration (Ci/Ca). In contrast, plants without flowers showed a minor drop in A, gs and Ci/Ca. The proportion of electrolyte leakage increased in the control plants throughout their development. Leaves of control plants showed lower levels of hydrogen peroxide (H2O2), in contrast with a great increase observed in plants with no flowers. The low activity of superoxide dismutase (SOD) in control plants in addition to the high activity of peroxidases (POX) and ascorbate peroxidase (APX) are likely responsible for the low levels of H2O2 in those plants. Conversely, the intense activity of SOD and the low performance of POX and APX in plants without flowers might have contributed to the high levels of hydrogen peroxide. Catalase (CAT) activity dropped continuously in the leaves of the two kind of plants, indicating that this enzyme does not play a fundamental role in the removal of reactive oxygen species during this senescence. In both kind of plants, the activity of glutathione reductase had initially increased, followed by a sharp decrease until the end of the experiment. The results of this experiment suggest that oxidative stress is not the determinant factor associated with leaf senescence process in soybean plants.
Descrição
Palavras-chave
Senescência foliar, Soja, Estresse oxidativo, Leaf senescence, Soybean, Oxidative stress
Citação
GARCIA, Michele Pacheco. Physiological changes and evaluation of oxidative stress during leaf development and senescence in soybean, Glycine max L.. 2008. 62 f. Dissertação (Mestrado em Controle da maturação e senescência em órgãos perecíveis; Fisiologia molecular de plantas superiores) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2008.