A fadiga mental como fator condicionante do desempenho no futebol: uma perspectiva cognitiva, tática e física

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Data

2019-05-20

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Universidade Federal de Viçosa

Resumo

Até o momento, poucos são os estudos que se propuseram a investigar a fadiga mental como um fator condicionante do desempenho no futebol. Desde a primeira publicação em 2015, oito artigos estão disponíveis nas bases de dados PubMed, Web of Science e SCOPUS. Nestes artigos, observa-se que a fadiga mental origina uma redução na tolerância ao exercício em testes físicos, enquanto em jogos reduzidos estes efeitos ainda não são explicados com clareza. Também são verificados efeitos negativos sobre a precisão de passes e a qualidade geral das ações em formato de testes e jogos reduzidos, e na capacidade dos jogadores em tomar decisões, de modo a aumentar o tempo necessário para fazê-las e diminuir sua acurácia. A fadiga mental também parece reduzir a capacidade dos jogadores em coordenar movimentos verticais e horizontais em uma equipe. No entanto, estes indicadores possibilitam avaliar apenas a sincronia entre os jogadores das equipes, e não necessariamente representam o desempenho dos jogadores. Na presente dissertação foram considerados indicadores de desempenho cognitivos, táticos e físicos, através da percepção periférica, dos princípios táticos fundamentais e da distância percorrida pelos jogadores, respectivamente. No primeiro momento, foi conduzido um estudo piloto em que foi observada uma redução sobre a eficiência do comportamento tático, especialmente em ações relacionadas aos princípios táticos de equilíbrio (p=0,028) e unidade defensiva (p=0,008), além de maior distância percorrida em intensidades médias (p=0,032) e elevadas (p=0,002) sob fadiga mental. No segundo estudo empírico, foi verificado como a fadiga mental influencia a percepção periférica, o comportamento tático e o desempenho físico dos jogadores. A fadiga mental reduziu a percepção periférica dos jogadores (p=0,035), condicionando-os a priorizarem ações de penetração (p=0,042) e mobilidade (p=0,005), e de cometerem maior número de erros nas ações de contenção (p=0,003), equilíbrio (p=<0,001), concentração (p=0,001) e unidade defensiva (p=0,001). Os jogadores também percorreram maior distância total (p=0,008) e em corrida leve (p=0,001), além de menor distância em caminhada (p=0,027). De acordo com estes resultados, conclui-se que a fadiga mental é um fator que condiciona o desempenho de jogadores de futebol.
To date, few studies have attempted to investigate mental fatigue as a conditioning factor in soccer performance. Since the first paper published in 2015, eight papers are available in the PubMed, Web of Science and SCOPUS databases. In these papers, mental fatigue impairs exercise tolerance in physical tests, whereas in small-sided games these effects are not explained clearly. Mental fatigue caused negative effects on pass accuracy and overall quality of actions in tests and small-sided games and the players’ ability to make decisions are also seen to increase the time required to do them and decrease accuracy of actions. Mental fatigue also seems to reduce players' ability to coordinate vertical and horizontal movements. However, these indicators make it possible to evaluate only the synchrony between the players of a team, not necessarily represent players' performance. In this dissertation, cognitive, tactical and physical performance variables were considered through peripheral perception, fundamental tactical principles and distance covered by players, respectively. Firstly, we have conducted a pilot study in which a reduction in tactical behavior efficiency was verified, especially in actions related to the tactical defensive principles of balance (p=0,028) and defensive unity (p=0,008), besides the greater distance covered in medium (p=0,032) and high intensities (p=0,002). In the second empirical study, we investigated how mental fatigue influences peripheral perception, tactical behavior, and physical performance of soccer players. Mental fatigue has reduced players' ability to identify peripheral stimuli, conditioning them to prioritize penetration (p=0,042) and dept mobility (p=0,005) actions and commit more errors in tactical actions of delay (p=0,003), balance (p=<0,001), concentration (p=0,001) and defensive unity (p=0,001). Also, the players covered greater total distance (p=0,008) and jogging (p=0,001), as well as lower distance walking (p=0,027). According to the findings, it is concluded that mental fatigue is a factor that affects soccer players’ performance.

Descrição

Palavras-chave

Jogadores de futebol, Desempenho, Fadiga, Cognição, Tática

Citação

KUNRATH, Caito André. A fadiga mental como fator condicionante do desempenho no futebol: uma perspectiva cognitiva, tática e física. 2019. 77f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.

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