Ciências Agrárias

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    Cafezais manejados sob os princípios da agricultura natural: aporte de nutrientes, formação e composição da matéria orgânica do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-21) Figueiredo, Naiara Oliveira; Soares, Emanuelle Mercês Barros; http://lattes.cnpq.br/5331121025875595
    A matéria orgânica do solo (MOS) desempenha relevante papel, em âmbito global por representar uma importante fonte armazenadora de C, e localmente em razão dos atributos do solo por ela influenciados. Sistemas conduzidos sob manejo agroecológico preconizam a conservação do solo, a manutenção da diversidade vegetal e biológica das áreas, contribuindo para estabilidade da MOS. Nesse contexto, a quantidade e composição bioquímica dos resíduos vegetais depositados na área desempenham um papel crucial nas transformações da MOS e suas frações. Desse modo, o objetivo geral deste estudo foi analisar o manejo da propriedade, a influência da aplicação de diferentes resíduos vegetais no aporte de nutrientes e na formação e composição da matéria orgânica do solo durante a transição agroecológica. Portanto, no capítulo 1 foi realizada a sistematização acerca do processo de transição agroecológica da propriedade. No capítulo 2, foi avaliado a composição bioquímica, dinâmica da decomposição e mineralização de nutrientes a partir de resíduos utilizados como fonte de adubação na propriedade. Para estudar a contribuição destes resíduos na composição molecular da MOS foi realizado a termoquimólise de amostras dos solos, de áreas de café em diferentes épocas de transição para o manejo sob os princípios da agricultura natural, apresentado no capítulo 3. Essas áreas de café estão localizadas no Sitio Pedra Redonda em Araponga-MG. O sítio possui 12 hectares distribuídos em nove talhões que são consorciados com árvores nativas, frutíferas e espécies anuais para consumo familiar e geração de renda. A sistematização foi realizada a partir de visitas e caminhadas transversais, além do uso da matriz de sistematização para compilar dados coletados e dados secundários. Para avaliar a dinâmica de decomposição dos resíduos vegetais, um experimento foi montado em condições controladas pelo período de seis meses. Análises foram realizados ao longo do tempo para verificar a quantidade liberada de nutrientes, a taxa de decomposição e contribuição para as frações da matéria orgânica do solo. A caraterização da MOS foi feita por fracionamento físico, determinando-se as fracções MOP e MOAM. A partir destas, foi feita a determinação dos teores de C, N, razão C/N e DSC. Para caracterizar bioquimicamente a MOS presente nessas frações e na vegetação, foi realizada análise de termoquimólise com identificação dos compostos por GC/MS com objetivo de analisar se há correlação entre a composição desses vegetais e a composição bioquímica da MOS. Em vinte anos de transição o agricultor alcançou um nível considerado de sucesso no processo de conservação de agroecossistemas, pois trabalha potencializando os processos ecológicos, não dependendo em nenhum momento de insumos externos e principalmente a partir da mão de obra familiar. A análise revelou uma maior liberação de nutrientes em solos de 0-20cm, influenciada pelo tempo de incubação e composição dos resíduos. Variações na saturação de carbono afetaram apenas a liberação de nitrogênio. Amendoim forrageiro e bananeira contribuíram significativamente para a mineralização de N, P, K e Ca, enquanto o tambu se destacou para Mg. A serapilheira mostrou menor mineralização, indicando possível imobilização de nutrientes. Solos sem resíduos apresentaram redução nos teores de C-MOP, C-MOAM e N-MOP. Nas áreas de Agricultura Natural com maior tempo de manejo (9 e 5 anos), os teores de C-MOP, C-MOAM, N-MOP e N-MOAM na entrelinha assemelham-se à vegetação natural. A entrelinha é comumente usada para manejo de resíduos, exceto no talhão Araras (1 ano), onde são aplicados diretamente na linha. Essa diferença reflete-se na composição molecular da matéria orgânica, indicando que os compostos nas áreas mais cultivadas se aproximam mais da vegetação natural. Palavras-chave: Agroecologia. Ciclagem de nutrientes. Decomposição. Manejo de resíduos. TMAH-GC-MS.
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    Atividade microbiológica promove o crescimento de milho e a qualidade do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-31) Figueiredo, Naiara Oliveira; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/5331121025875595
    A boa qualidade do solo é uma característica desejável, pois garante que ele cumpra suas funções básicas, dentre as quais se destaca a produção de alimentos. Nos solos tropicais, uma limitação à qualidade do solo é o presumido baixo teor de P, em função dos altos níveis de adsorção deste nutriente. A partir da generalização que os solos brasileiros são pobres em P, altas doses de fertilizantes inorgânicos têm sido aplicadas para buscar suprir as necessidades das plantas. Porém, um manejo de solo que vise aumentar o teor de matéria orgânica e favorecer a atividade microbiológica pode aumentar a disponibilidade de P para as plantas a partir de formas menos lábeis, sem a necessidade de tantos insumos externos e com impactos positivos no desenvolvimento e produção vegetal. Amostras de solo de uma propriedade agroecológica foram utilizadas, e de um de horizonte B representando um solo degradado. No primeiro experimento avaliou-se o efeito da eliminação da microbiota nativa via autoclavagem sobre a qualidade do solo, absorção de P e desenvolvimento e produção de plantas de milho. No segundo experimento avaliou-se o efeito da adição de matéria orgânica e de matéria orgânica combinada com microrganismos eficientes (EM) sobre as mesmas variáveis no horizonte B. Todos os materiais foram incubados por 30 d e, seguidamente, plantas de milho foram cultivadas por 50 d em casa de vegetação. Durante o cultivo foi avaliada a altura das plantas. Após o cultivo, amostras de solo foram coletadas para análises físicas, químicas e microbiológicas, e as plantas mensuradas e colhidas para a determinação da biomassa e dos teores de nutrientes acumulados. Os tratamentos nos dois experimentos pouco afetaram a qualidade física e química dos solos. Ainda que a autoclavagem estivesse presente em ambos os experimentos, o procedimento adotado na avaliação da comunidade microbiológica não foi capaz de diagnosticar, no geral, expressivas diferenças dos tratamentos, em termos da presença, diversidade, dominância e riqueza de diferentes grupos de bactérias, fungos e fungos micorrízicos arbusculares analisadas. A manutenção da comunidade nativa de microrganismos garantiu maior altura, acúmulo de P e produção de biomassa das plantas de milho. O cultivo vegetal também indicou que a simples adição de matéria orgânica em solos de baixa fertilidade ou degradados não garantiu incrementos comparáveis ao seu uso combinado com a adição de EM nas mesmas variáveis altura, acúmulo de P e produção de biomassa. Os resultados confirmam a importância da preservação da microbiota nativa do solo e do potencial do uso de coquetéis de microrganismos em solos degradados para incrementar a produtividade vegetal. Também revelam que apenas a adição de matéria orgânica não garante maior produtividade das plantas em solos de baixa fertilidade ou degradados, ou sem condições adequadas para a atividade microbiológica, ou ainda com restrições impostas pelo uso de biocidas (agrotóxicos).