Ciências Agrárias
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Item Seletividade de extratos botânicos às abelhas Partamona helleri e Apis mellifera(Universidade Federal de Viçosa, 2016-01-11) Pereira, Renata Cunha; Fernandes, Flávio Lemes; http://lattes.cnpq.br/0834642317071534Abelhas africanizadas e silvestres são potencialmente suscetíveis a inseticidas sintéticos, mas podem não ser a inseticidas botânicos. O objetivo do trabalho foi avaliar a seletividade dos extratos de Nicotiana tabacum L. (folha e rolo), Anadenanthera columbrina Vell. e Agave americana L., às abelhas Apis mellifera e Partamona helleri. Avaliou-se ainda o consumo de dieta, a taxa respiratória e o voo das abelhas como parâmetros subletais. Para tanto, realizou-se bioensaios de mortalidade com abelhas adultas mediante exposição por contato e ingestão, utilizando o inseticida imidaclopride como controle positivo. As abelhas sobreviventes foram submetidas aos testes de respiração e voo. A tolerância das abelhas aos extratos variou entre A. mellifera e P. helleri, de acordo com o tipo de extrato utilizado e em resposta ao tipo de exposição. Após contato, A. mellifera apresentou maior suscetibilidade aos extratos de N. tabacum (rolo) e A. americana. Nos bioensaios de ingestão, o extrato de A. americana reduziu a sobrevivência de P. helleri e A. mellifera. Já a ingestão de A. colubrina reduziu a sobrevivência de A. mellifera. Apesar de ter ocorrido toxicidade de alguns extratos às abelhas, a sobrevivência foi sempre maior em relação aos resultados obtidos com o imidaclopride, que foi letal para 100 % das abelhas. No consumo da dieta foram observadas diferenças entre os tratamentos, mas que não é observada quando comparados os tratamentos com seus respectivos controles. Foi observado que após o jejum, A. mellifera ingeriu pouco alimento contaminado independentemente do tratamento, e quando oferecido alimento livre dos extratos, consumiu maior quantidade do alimento. Ao contrário, P. helleri ingeriu maior quantidade de alimento contaminado e reduziu o consumo de alimento puro ao longo do tempo (exceto N. tabacum rolo). Ainda que tenham consumido maior quantidade de alimento contaminado, P. helleri foi mais tolerante aos extratos (exceto as análises de ingestão de A. americana). Tanto nos bioensaios por contato quanto por ingestão, não foram detectados efeitos negativos no voo e na taxa de respiração das abelhas sobreviventes. Concluímos então, que a suscetibilidade aos extratos é variável entre espécies de abelhas, entre compostos e de acordo com o tipo de exposição. De forma geral os extratos se apresentam seletivos as abelhas, e mesmo os extratos mais tóxicos foram mais seletivos do que o imidaclopride. Assim, caso sejam efetivos contra insetos-alvo, os extratos de N. tabacum (folha e rolo), A. columbrina e A. americana podem ser utilizados como alternativa aos compostos sintéticos de forma a contribuir para a preservação de abelhas melíferas e, principalmente, de abelhas sem ferrão.Item Toxicidade do indoxacarbe à Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae) e ao predador Podisus distinctus (Heteroptera: Pentatomidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-28) Batista, Carlos Henrique; Zanuncio, José Cola; http://lattes.cnpq.br/7086371546548622Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) é controlada, principalmente, com inseticidas sintéticos. No entanto, esses compostos podem ser prejudiciais a inimigos naturais como Podisus distinctus Stäl (Heteroptera: Pentatomidae). O indoxacarbe é um inseticida do grupo químico das oxadiazinas, que atua no sistema nervoso dos insetos, com eficácia no controle de lepidópteros e reduzido efeito sobre organismos não-alvo. O objetivo foi avaliar os efeitos do indoxacarbe em lagartas de A. gemmatalis e em adultos do predador P. distinctus. A eficácia desse inseticida foi determinada calculando-se suas concentrações letais (CL 25 , CL 50 , CL 75 e CL 90 ) em laboratório. A sobrevivência de lagartas de A. gemmatalis e de adultos do predador P. distinctus foi analisada pelo estimador Kaplan-Meier. A taxa de respiração, após a exposição ao indoxacarbe, foi determinada com respirômetro e o comportamento locomotor analisado por sistema de rastreamento em vídeo. O indoxacarbe foi tóxico e reduziu a sobrevivência de A. gemmatalis e P. distinctus até 72 horas após a exposição. Esse inseticida reduziu a taxa de respiração de A. gemmatalis após a exposição ao mesmo. Mudanças no comportamento locomotor de ambas as espécies expostas ao indoxacarbe foram detectadas. A compatibilidade do indoxacarbe, com P. distinctus, é baixa e portanto, não deve ser recomendado, com esse predador, no manejo integrado de A. gemmatalis na cultura da soja.Item Uma nova abordagem para a pesquisa entomológica em cultivos agroecológicos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-28) Francez, Aline Corrêa Coelho e; Janssen, Arnoldus Rudolf Maria; http://lattes.cnpq.br/1847004177191356A agroecologia busca o desenvolvimento de novos conhecimentos para contribuir na transição da agricultura atual para uma forma mais sustentável. Este desenvolvimento precisa considerar os saberes das famílias agricultoras que, a partir das observações e experimentações, adquirem conhecimentos valiosos para o manejo de seus agroecossistemas. Para isto, é preciso identificar e sistematizar este conhecimento, buscando a complementariedade entre o conhecimento científico e popular. A sistematização deve resultar em hipóteses e perguntas que servem como base de pesquisa científica. O primeiro capítulo é uma sistematização das experiências de manejo de uma horta agroecológica por uma família agricultora. O objetivo específico foi identificar e descrever as técnicas de manejo incluindo, dentre outros, os consórcios realizadas na horta. Para a sistematização do conhecimento da família em relação à horta foram realizadas 25 vivências durante nove meses. A sistematização indicou 43 espécies de plantas presentes na área da horta, entre elas plantas alimentícias, medicinais e espontâneas, de hábitos herbáceos, arbustivos e arbóreos. A sistematização indicou também que a família consorciava mostarda silvestre com couve para controlar o herbívoro áptero Myzus persicae. Este consórcio foi pesquisado e apresentado no segundo capítulo desta dissertação. Foi avaliada a atração de M. persicae pela couve (Brassica oleracea L.) e pelas espécies de mostarda comercial (Brassica juncea) e silvestre (Brassica nigra). O estudo mostrou que o pulgão M. persicae era atraído principalmente pela espécie da mostarda comercial, quando comparada com a couve e com a mostarda silvestre, ao contrário do indicado pelo agricultor. Entretanto, esta conclusão não é definitiva, já que outros fatores que influenciam a preferência do herbívoro não foram testados. A abordagem utilizada nesta pesquisa é promissora, pois a elaboração de questões de pesquisa a partir da vivência com as famílias agricultoras pode facilitar o reconhecimento dos saberes dos agricultores e a aceitação das práticas deles pelos cientistas, o que pode contribuir para tornar a investigação científica mais útil para a agricultura familiar.