Teses e Dissertações

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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.

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    Recordatório alimentar habitual para avaliação do consumo alimentar em idosos: desenvolvimento do protocolo de aplicação e validação de conteúdo e de face
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-31) Valença, Silvia Eugênia Oliveira; Ribeiro, Andréia Queiroz; http://lattes.cnpq.br/3211600469791003
    A transição demográfica e o envelhecimento populacional são fenômenos que impõem a necessidade de discussão de políticas públicas voltadas para o bem-estar do idoso, a fim de preservar sua saúde e autonomia ao longo da vida. O envelhecimento está associado à maior incidência e prevalência das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT), portanto, a identificação dos fatores de risco é fundamental na prevenção e controle dos agravos. Dentre tais fatores de risco, estão incluídos os distúrbios do estado nutricional, uma vez que se relacionam à maior morbidade por DCNT e incapacidade em idosos. Dessa forma, a avaliação do estado nutricional nessa população torna-se imprescindível. Sendo a avaliação do consumo alimentar um dos parâmetros utilizados para elaborar o diagnóstico nutricional, são necessários instrumentos apropriados para mensurar o consumo alimentar. O Recordatório Alimentar Habitual (RAH) vem sendo utilizado para avaliar o consumo alimentar de idosos, mas possui como principais limitações não ser validado e não possuir um protocolo de aplicação para sua reprodução padronizada. Assim, o objetivo do presente estudo foi elaborar o protocolo de aplicação para o RAH em idosos e avaliar sua validade de conteúdo e de face. Além disso, foi realizada uma revisão de escopo sobre o RAH, a fim de reunir as características do instrumento, que subsidiou a elaboração do protocolo e corroborou a lacuna do RAH quanto à sua validade e inconsistências quanto à metodologia de aplicação entre os estudos que o utilizaram. O protocolo de aplicação foi elaborado por três nutricionistas que atuam no Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI), Viçosa, Minas Gerais, Brasil, e utilizam o instrumento durante o atendimento. O protocolo proposto tem seis etapas de aplicação: anotação do horário e local da primeira refeição do dia; listagem rápida dos alimentos; detalhamento quanto ao tipo e modo de preparo dos alimentos; quantidades consumidas; revisão da refeição junto ao idoso; descrição da refeição seguinte. Essa primeira versão foi testada em um estudo piloto com um grupo de cinco idosos e obteve uma avaliação satisfatória, portanto, não foi modificado. Na sequência, foi submetida à validação de conteúdo através da avaliação por doze especialistas que atribuíram notas em uma escala de quatro pontos quanto à clareza e relevância do conteúdo das etapas e do protocolo como o todo. Posteriormente às alterações propostas pelos especialistas, procedeu-se a etapa de validação de face com um grupo de dezessete idosos. Foi calculado o Coeficiente de Validade de Conteúdo final (CVCf) e coeficiente Kappa (k), considerando satisfatórios valores de CVCf ≥ 0,8 e k ≥ 0,4. O conteúdo das etapas e aspectos gerais do protocolo foram avaliados satisfatoriamente pelos especialistas, exceto a etapa em que o idoso deve elencar os alimentos habitualmente consumidos na refeição e as justificativas para o período de referência e frequência de consumo considerada habitual, onde a concordância em relação à clareza foi fraca (k=0,35), o que culminou na reformulação das mesmas. A redação do protocolo também foi alterada a partir de sugestões e comentários realizados pelos especialistas visando torna-lo mais claro. Já na validação de face, todos os itens e aspectos obtiveram alta proporção de notas “3” e “4” e excelente concordância. A partir dos resultados da validação de conteúdo e de face, considerou-se que o protocolo de aplicação do RAH é claro e representativo para avaliar o consumo habitual dos idosos. Dessa forma, o RAH está adequado para ser utilizado de forma padronizada em pesquisas futuras, agregando evidências sobre o consumo alimentar da população com 60 anos ou mais. Palavras-chave: Consumo alimentar. Estudos de validação. Idosos.
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    Biomarcadores metabólicos e consumo alimentar de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica do tipo Bypass gástrico em Y de Roux
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-20) Pinto, Sônia Lopes; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/8054062405156154
    Objetivo: Investigar a influência do Bypass Gástrico em Y de Roux (RYGB) no consumo alimentar e nos biomarcadores metabólicos em pacientes adultos após 3 e 12 meses de cirurgia. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, no qual foram acompanhados por 12 meses, 58 pacientes submetidos a cirurgia RYGB, de fevereiro de 2017 a setembro de 2018, na cidade de Palmas, Tocantins. Todos os dados foram coletados em três momentos: pré-operatório, após 3 e 12 meses de cirurgia. Foram coletadas informações acerca do consumo alimentar, por meio da aplicação de três recordatórios de 24 horas, e a partir desses, foi avaliada a qualidade da alimentação pela classificação NOVA, assim como consumo calórico, macro e micronutrientes com auxílio do software Brasil Nutri®. O índice inflamatório da dieta (IID®) e a capacidade antioxidante da dieta (CATd) também foram determinados. Foram coletados dados bioquímicos, antropométricos, e de composição. Foram determinados HOMA-IR e TyG para resistência insulínica e o índice FLI (Fatty Liver Index) para esteatose hepática. A ocorrência de síndrome metabólica (SM) foi avaliada conforme a International Diabetes Federation. O estresse oxidativo foi avaliado por meio dos marcadores: óxido nítrico (ON), malondialdeído (MDA), proteína carbonilada, capacidade antioxidante total (FRAP), superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). Foi investigada a deficiência nutricional das vitaminas B12 e D, assim como de ácido fólico, ferro e cálcio. Resultados: A idade média dos pacientes no pré-operatório foi de 39,3± 9,38 anos, 72,4% eram mulheres, 62% apresentavam obesidade grau III e 48,3% SM. Após 3 meses de cirurgia, os pacientes tiveram 47% de perda de excesso de peso (PEP), e, após 12 meses, 83%. O consumo de alimentos ultraprocessados contribuiu para 27,2%, 19,7% e 18,5% do valor calórico total, no pré-operatório, 3 e 12 meses, respectivamente. Já os alimentos in natura ou minimamente processados apresentaram aumento na contribuição calórica após cirurgia, passando de 55,7% para 70,2% (3 meses) e 63,7% (12 meses). A CATd apresentou associação inversa com o consumo de alimentos ultraprocessados aos 3 meses de cirurgia. A média do IID no pré-operatório foi de 0,39±1,49, com característica mais pró-inflamatória, mas houve redução significativa após 3 meses de cirurgia (-1,52±1,27), sendo mais anti-inflamatório, e posterior aumento aos 12 meses (-0,88±1,49). Na análise de regressão linear ajustada, o IID no pré-operatório foi inversamente associado às variações no perímetro do pescoço, razão cintura-quadril, colesterol total e LDL após 12 meses de cirurgia. A Regressão de Cox foi feita para avaliar os fatores preditores da reversão da obesidade em até 12 meses após RYGB. O IMC pré-operatório (HR: 0.78; IC95%: 0.69-0.88) e a idade (HR: 0.94; IC95%:0.89-0.99) apresentaram associação inversa, e o Δ proteína (valor com 3 meses – valor no baseline) associação positiva (HR:1.06; IC95%:1.01-1.12) com a remissão da obesidade. Houve mudanças significativas em todas as variáveis antropométricas estudadas, perfil lipídico, glicêmico, insulina, resistência à insulina e SM, após 3 e 12 meses de cirurgia. Em relação ao estresse oxidativo, observamos redução em todos os tempos somente para o óxido nítrico. Aos 3 e 12 meses em relação ao baseline, houve redução do MDA e SOD. O FRAP apresentou redução somente com 3 meses de cirurgia. Observamos também correlação positiva do óxido nítrico com TG, % PEP, CT/HDL e TyG. A prevalência de hipovitaminose D foi baixa tanto no pré-operatório, quanto após cirurgia, fato esse que pode estar relacionado com a baixa latitude da cidade de Palmas (10° 10 8 S). Já a deficiência de vitamina B12 aumentou após 3 e 12 meses de RYGB. O aumento da vitamina D após 12 meses prediz a perda de peso e de gordura corporal. Conclusões: O RYGB foi capaz de provocar mudanças significativas no consumo alimentar após 3 e 12 meses. Os pacientes com pior perfil alimentar foram os mais beneficiados com a cirurgia bariátrica. Além disso, menor IMC pré-operatório, menor idade e maior consumo de proteínas após 3 meses de cirurgia em relação ao baseline podem favorecer a remissão da obesidade em até 12 meses. Houve redução no estresse oxidativo, e correlação da mudança do ON com a perda de peso e fatores de risco cardiometabólicos. O RYGB melhorou o estado nutricional da vitamina D, porém piorou de vitamina B12. A localização geográfica de Palmas colabora com a baixa prevalência de hipovitaminose D. A cirurgia bariátrica foi capaz de promover alterações significativas nos pacientes, em diversos aspectos, o que, por sua vez, interfere em sua evolução a longo prazo. Palavras-chave: Obesidade. Cirurgia bariátrica. RYGB. Consumo alimentar. Fatores de risco cardiometabólico. Estresse oxidativo. Deficiências nutricionais.
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    Inflamação subclínica na infância: associação com o risco cardiometabólico e consumo alimentar (Estudo PASE)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-26) Suhett, Lara Gomes; Novaes, Juliana Farias de; http://lattes.cnpq.br/8065841202460925
    Introdução: A concentração sérica da proteína C reativa (PCR) é considerada um importante marcador inflamatório e, quando aumentada, está associada ao maior risco cardiometabólico em adultos. Entretanto, estudos sobre a inflamação subclínica e seus fatores associados com a população infantil ainda são escassos. Objetivo: Avaliar a concentração sérica da PCR ultrassensível (PCR-us) e identificar fatores associados em crianças de Viçosa-MG. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal com amostra representativa de crianças com 8 e 9 anos, matriculadas em todas escolas da área urbana do município de Viçosa - MG. Foram excluídas do estudo as crianças com processo inflamatório agudo (PCR ≥ 10mg/L), sendo a amostra constituída por 350 crianças. Os Termos de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLE) foram assinados pelos pais das crianças participantes. Os dados sociodemográficos, dos pais e comportamentais foram coletados por meio de questionário semiestruturado. Medidas antropométricas, de composição corporal, clínica e metabólicas foram aferidas para avaliação do risco cardiometabólico. As crianças com a PCR acima do percentil 90 da amostra (≥ 1,82mg/L) foram classificadas com valores aumentados e potencial inflamação subclínica. Realizou-se avaliação do consumo alimentar por meio de três recordatórios 24 horas (R24H). A análise dos dados dietéticos foi realizada utilizando o software Diet Pro® 5i, versão 5.8. Os alimentos foram classificados de acordo com seu grau de processamento, bem como foram agrupados em subgrupos, visando identificar aqueles que mais contribuir am para o consumo de alimentos in natura e minimamente processados, processados e ultraprocessados (UPF). Os nutrientes foram ajustados pela energia pelo método residual. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares Statistical Package for the Social Science® versão 21 (SPSS Inc., Chicago, IC, USA) e Stata versão 13 (StataCorp LP). O nível de significância estatística considerado foi de 5%. Resultados: A média da concentração sérica da PCR foi de 0,62 (±1,44) mg/L. As crianças com a presença de fatores tradicionais de risco cardiometabólico (excesso de peso, gordura ginóide e androide aumentados), componentes da síndrome metabólica (SM) (obesidade abdominal, HDL-c baixa e hiperglicemia) e fatores de risco não tradicionais (concentrações séricas elevadas de ácido úrico, homocisteína e apoB), apresentaram maiores de chances de ter a PCR aumentada. Também foi observada associação positiva entre a PCR e o acúmulo de fatores de risco cardiometabólico e dos componentes da SM. As variáveis sociodemográficas e maternas não se associaram à PCR. Observou-se uma maior frequência de PCR aumentada entre as crianças que realizavam mais de 5 refeições por dia. Sobre o consumo alimentar, as crianças com baixa ingestão de alimentos in natura, bem como aquelas com elevada ingestão de UPF, como guloseimas e carnes processadas, apresentaram maiores chances de terem a PCR aumentada. Além disso, 97,4% das crianças apresentaram baixa ingestão de cálcio, principalmente aquelas com menor renda, não brancas e estudantes de escola pública. As crianças com menor ingestão de cálcio (1o tercil) apresentaram maiores prevalências de PCR aumentada, perímetro da cintura em risco e menor prevalência de LDL aumentada. Conclusão: Neste estudo, as crianças com fatores de risco cardiometabólico (tradicionais, não tradicionais e componentes da SM) apresentaram maiores chances de ter PCR aumentada, indicando a ocorrência precoce de alterações cardiometabólicas e sua relação com a inflamação subclínica já nas fases iniciais da vida. A baixa ingestão de alimentos in natura, elevada de UPF, e baixa de ingestão de cálcio da dieta, também estão associados a maior chance de ter PCR aumentada, demonstrando a importância de hábitos alimentares saudáveis e consumo de alimentos fontes de cálcio para a prevenção da inflamação subclínica desde a infância.
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    Consumo de refrigerantes, doces e açúcares de adição e prevalência de depressão em graduados brasileiros (projeto CUME)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-08) Leal, Arieta Carla Gualandi; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; http://lattes.cnpq.br/9915559595941916
    A depressão é um transtorno mental, de causa multifatorial, no qual, para o diagnóstico os sintomas devem permanecer por pelo duas semanas. Pesquisas realizadas pelo IBGE mostraram que aproximadamente 11,5 milhões (5,8%) de brasileiros sofrem com a doença, e outros dados, estes sobre o padrão alimentar brasileiro, mostram o alto consumo de doces, refrigerantes e acréscimo de açúcar em bebidas. Assim, o presente teve como objetivo associar o consumo de refrigerante, açúcares e doces à prevalência de depressão entre os participantes da Coorte das Universidades MinEiras (CUME) na sua linha de base. Nesse estudo transversal, participaram 3.151 participantes (954 homens e 2.197 mulheres), ex-alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com idade média de 36,3±9,4 anos. Dados sociodemográficos, de estilo de vida e antropométricos foram obtidos mediante questionário online da linha de base do projeto CUME, bem como os dados do consumo alimentar com preenchimento online de um questionário quantitativo de frequência de consumo alimentar com 144 itens alimentares. A prevalência de casos de depressão foi determinada mediante o auto relato dos participantes ao responder questão sobre condições de saúde, que questionava o diagnóstico de depressão. Outas variáveis utilizadas tanto para a caracterização, quanto para o ajuste do modelo foram: prática de atividade física (sim/não), o tabagismo (nunca fumou e ex-fumante/fuma atualmente), a idade (anos), sexo (masculino/feminino), horas TV/dia e consumo de bebidas alcoólicas. O teste utilizado foi regressão de Poisson, realizado no STATA 13.0. Como resultados, aqueles indivíduos com maior consumo de refrigerantes (>48,1g/d) tiveram maior prevalência - 1,33 (IC 95%: 1.09 – 1,63) - de depressão, do que àqueles no primeiro tercil. E para o consumo de açúcares e doces a prevalência foi de 1,29 (IC 95% 1.06 – 1,58), também significativo para o último tercil (>67,3 g/d) independente de sexo, idade, IMC, prática de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas e horas de TV/d. Além disso, os participantes incluídos no T3 de consumo de refrigerantes, açúcares e doces (>123,71 g/d) apresentaram um estilo de vida menos saudável quando comparados àqueles incluídos no T1. Em relação ao consumo alimentar, a ingestão de lácteos, carnes brancas, cereais integrais, leguminosas, azeite, frutas, hortaliças, café e/ou chimarrão, vinho, ômega 3, fibra, vitamina C, magnésio potássio, carboidratos e proteína foram significativamente maiores no T1 de consumo de refrigerantes, açúcares e doces. Enquanto a ingestão de carnes vermelhas, cereais refinados, frituras, margarina e/ou maionese, sucos industrializados, açúcares e/ou doces, cerveja, cafeína lipídeos, gordura saturada e ômega foi maior entre os participantes de T3. Dessa forma, o maior consumo de refrigerantes, açúcares e doces esteve associado com maior ocorrência de depressão nos participantes do projeto CUME, bem como a um estilo de vida menos saudável, incluindo sedentarismo e menor consumo de alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras.
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    Taxação de alimentos ultraprocessados: evidências para o Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-11-22) JULIÃO, Cláudia César Batista; Coelho, Alexandre Bragança; http://lattes.cnpq.br/7195428690298945
    O presente trabalho realizou duas análises sobre a taxação de alimentos no Brasil, a partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2008/2009. O primeiro ensaio teve como objetivo analisar os efeitos da taxação na demanda de alimentos ultraprocessados e suas implicações sobre o estado nutricional dos brasileiros. Em termos gerais, a política de tributação mostrou-se eficaz para reduzir a demanda dos alimentos ultraprocessados e, em contrapartida, aumentar o consumo de alimentos mais saudáveis como frutas, legumes e verduras. Ademais, a taxação contribuiu para tornar a dieta do brasileiro menos calórica e reduzir a ingestão de sódio, ácido graxo saturado e açúcar de adição, os quais estão associados a doenças cardíacas e diabetes. Com o imposto, a taxa de obesidade no Brasil poderia cair mais de 16% e a de sobrepeso, em quase 15%. Assim, esses resultados sugerem que taxar os alimentos processados e ultraprocessados de acordo com o excesso de sódio, gordura e açúcar de adição pode ser uma ferramenta para o governo brasileiro conter o crescimento dos índices de obesidade e de sobrepeso. Já o segundo ensaio analisou especificamente o grupo de alimentos ultraprocessados denominado de “bebidas açucaradas” e teve como objetivo analisar os efeitos da taxação na sua demanda e suas implicações sobre o peso corporal dos brasileiros. Em termos gerais, o imposto ad valorem de 20% sobre as bebidas açucaradas mostrou-se eficaz para reduzir a quantidade demandada, com redução superior a 30%, possibilitando cumprir as metas de redução do Ministério da Saúde – com exceção da categoria de Refrigerantes regulares de cola que teriam apenas 9,42% da quantidade demandada reduzida. Contudo, quando analisados os impactos do imposto sobre o peso corporal, observa-se que o efeito líquido foi um aumento médio anual de 1,59kg no peso corporal per capita, devido a relações de substituição entre o grupo de bebidas açucaradas e categorias mais calóricas, especialmente a de Outros alimentos. Porém, quando analisados os grandes consumidores de bebidas açucaradas, haveria redução anual de peso corporal per capita de 4,53kg. Ademais, na análise do imposto volumétrico por faixa de renda, observa-se que nas classes de renda baixa e média haveria, respectivamente, uma redução anual de 1,4kg e 9,15kg no peso corporal per capita. Dessa forma, os resultados desta pesquisa sugerem que a política de taxação de bebidas açucaradas precisaria ser combinada com outros instrumentos para controlar as crescentes taxas de sobrepeso e obesidade brasileiras. Por exemplo, a combinação do imposto sobre as bebidas açucaradas com medidas que aperfeiçoassem os rótulos desses produtos poderia mostrar de forma clara e informativa para o consumidor o excesso de açúcar em suas composições. Palavras-chave: Alimentos ultraprocessados. Taxação. POF 2008-2009.
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    Padrões alimentares e sua associação com risco cardiometabólico, características sociodemográficas e do estilo de vida: PROCARDIO-UFV
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-26) Silveira, Brenda Kelly Souza; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; http://lattes.cnpq.br/9122477140905382
    As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. Apesar disso, ainda são escassos os estudos que avaliaram a relação entre padrões alimentares, fatores de risco cardiometabólico, características sociodemográficas e do estilo de vida em populações com risco. O objetivo deste estudo foi identificar os padrões alimentares a priori e a posteriori e sua associação com marcadores do risco cardiometabólico e características sociodemográficas, em indivíduos atendidos no Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular – PROCARDIO-UFV. Neste estudo transversal foram incluídos 265 indivíduos (n=123 homens/ 172 mulheres, idade 42 ± 16 anos) atendidos no PROCARDIO-UFV. Para estimar o consumo alimentar e a composição dos alimentos foi aplicado um recordatório 24 horas cujas informações foram analisadas no Software DietPro (versão 5.5i). Para análise a priori do padrão alimentar foi calculado o Índice de Alimentação Saudável Revisado (IAS-R). Para análise a posteriori foi utilizada a análise de componentes principais (ACP). Os dados antropométricos, bioquímicos, sociodemográficos e do estilo de vida foram coletados mediante análise de prontuários. Como resultados, a média do IAS-R foi 69,4 ± 10,6 pontos, classificando a qualidade da dieta como “precisa melhorar”. Os componentes “Cereais Integrais”, “Sódio”, “Leite e Derivados” e “Frutas Totais” foram os que apresentaram menor pontuação. Indivíduos do sexo feminino, idosos, com menor nível de escolaridade, casados ou em união estável e que bebem eventualmente apresentaram melhor qualidade da dieta (IAS-R >70,8 pontos). Aqueles com maior IAS-R (>70,8 pontos) tiveram menor ocorrência de obesidade abdominal e alta razão TG/HDL. Ainda, a menor ingestão de calorias vazias (< 10% das calorias provenientes do álcool, açúcar e gorduras sólidas) e Ácidos Graxos Saturados (< 7% do valor calórico total) foi associada à menor ocorrência de excesso de peso (IMC > 25 kg/m2 para adultos e >28 kg/m2 para idosos) e obesidade abdominal (PC > 80 e 90 cm para mulheres e homens, respectivamente). Pela ACP, cinco padrões foram identificados: “Tradicional”, “Calórico”, “Massas”, “Saudável” e “Lanches Saudáveis”, explicando 39,7% da variância dos dados. Indivíduos do sexo masculino, com mais de 30 anos, hipertensos e diabéticos, casados ou em união estável, com menor escolaridade, fumantes e que não consumiam bebidas alcóolicas, tiveram maior adesão padrão alimentar “Tradicional”, composto por alimentos típicos do hábito alimentar brasileiro (arroz e tubérculos, feijões, óleos vegetais, hortaliças não folhosas, carnes, peixes e ovos – grelhados, cozidos ou assados). No padrão “Saudável”, a maior adesão foi observada por indivíduos do sexo feminino, com menos de 30 ou mais de 60 anos, estudantes, solteiros, separados ou viúvos, com maior escolaridade, praticantes de atividade física e eutróficos. Este padrão foi constituído por alimentos que se assemelham a outros reconhecidos padrões saudáveis (alimentos integrais, oleaginosas, frutas e sucos naturais, leite, queijos e bebidas lácteas). Os padrões “Tradicional” e “Saudável” foram associados à menor ocorrência do relato de dislipidemia, diabetes e hipertensão. Em conclusão, os achados do presente estudo reforçam que o consumo alimentar não saudável esteve associado ao maior risco cardiometabólico (excesso de peso, obesidade abdominal, diabetes, hipertensão e dislipidemias) bem como a características sociodemográficas e do estilo de vida (sexo, idade, escolaridade, horas de sono, etilismo, tabagismo e estado civil) devem ser consideradas nas estratégias de educação nutricional em populações com risco.
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    Fenótipos metabólicos e fatores associados: um estudo de base populacional com adultos de Viçosa-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-19) Pereira, Dayana Ladeira Macedo; Juvanhol, Leidjaira Lopes; http://lattes.cnpq.br/0060456533068888
    A obesidade é um distúrbio metabólico crônico que está diretamente relacionado a diferentes agravos, como síndrome metabólica, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares. Estudos recentes têm sugerido que a obesidade não representa uma condição homogênea, uma vez que indivíduos de mesmo estado nutricional possuem risco diferenciado de acordo com a presença ou não de alterações metabólicas. Esses diferentes subtipos de indivíduos caracterizam os denominados fenótipos metabólicos. O objetivo deste trabalho é investigar a prevalência dos fenótipos metabólicos e fatores associados na população adulta de Viçosa – MG. O presente estudo foi realizado utilizando-se dados da pesquisa “Síndrome metabólica e fatores associados: um estudo de base populacional em adultos de Viçosa-MG”. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, conduzido na zona urbana de Viçosa–MG, com adultos na faixa etária de 20 a 59 anos, de ambos os sexos. Foi realizado um processo de amostragem por conglomerados, em duplo estágio, e a amostra final do presente estudo foi de 957 indivíduos. A primeira fase de coleta de dados foi composta pela aplicação do questionário estruturado e, na segunda fase, realizou-se coleta de sangue, antropometria e aplicação de questionário de frequência de consumo alimentar. As associações foram testadas por meio de regressão logística multinomial e os padrões alimentares foram identificados através da análise fatorial exploratória e extraídos por meio da análise de componentes principais. Os resultados são apresentados em dois artigos originais. No primeiro artigo, identificou-se elevada prevalência dos fenótipos peso normal metabolicamente não saudável (9,3%) e excesso de peso metabolicamente saudável (23,4%), e que os fatores idade, percentual de gordura, perímetro da cintura e ácido úrico são associados positivamente aos fenótipos metabólicos. No segundo artigo, foram identificados três padrões alimentares: Padrão 1 (bebidas alcoólicas, óleos e gorduras, condimentos, refrigerante e suco,açúcares e doces, lanches, e carne e derivados), Padrão 2 (preparações culinárias, feijão, leite e derivados e café e chá) e Padrão 3 (hortaliças e frutas, cereais integrais, frango e peixe e leite desnatado), o primeiro e terceiro padrão foram associados aos fenótipos com excesso de peso (EPMNS e EPMS). Identificou-se importante prevalência dos fenótipos peso normal metabolicamente não saudável e excesso de peso metabolicamente saudável, e os fatores associados aos fenótipos metabólicos foram idade, ácido úrico, perímetro da cintura e percentual de gordura alterado, e os fenótipos com excesso de peso associaram-se aos padrões compostos por alimentos mais calóricos e mais saudáveis. Ressalta-se a necessidade de definição de um critério para categorização dos fenótipos metabólicos, possibilitando melhor comparabilidade entre os estudos, e de mais estudos sobre os fatores associados aos fenótipos metabólicos, sobretudo na população brasileira.
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    Análise multidimensional da insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-10-11) Schott, Eloise; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/6771700731084418
    O desenvolvimento de pesquisas que analisam fatores associados à insegurança alimentar e nutricional são imprescindíveis para o planejamento de ações e políticas públicas de promoção da saúde, bem como, para o direcionamento adequado e prioridades para aplicação de recursos materiais, financeiros e humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e fatores associados a insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, inserido no projeto de Fortalecimento do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional nos Estados do Amapá, Pará e Tocantins, realizado na área urbana de 22 municípios divididos nas 08 microrregiões do Estado do Tocantins. Foi utilizado um plano de amostragem complexa por conglomerados, dividido em três estágios. Para o cálculo amostral considerou-se o tamanho da população (N), o total de domicílios da zona urbana do estado do Tocantins; a prevalência (p) de insegurança alimentar no estado; erro tolerável (d) de 5%; efeito do desenho do estudo (EDFF) de 1,5 e nível de confiança de 95% (α=5%). Foram adicionados 10% para controle de fatores de confusão, perfazendo um total de 595 domicílios estudados. Os dados foram coletados em duas etapas: primeiramente obtiveram-se informações sobre os municípios e dados relacionados a diferentes determinantes locais/regionais da (in)segurança alimentar e nutricional. Posteriormente realizou-se avaliação da insegurança alimentar e nutricional e seus determinantes nos níveis domiciliar/individual, a partir de visitas domiciliares. Foi realizada dupla digitação dos dados no programa Microsoft Excel 2010 ® e o tratamento estatístico foi conduzido com auxílio do Software Stata® versão 14.0. Foram realizadas análises de regressão logística multinomial, teste de Qui-quadrado de Pearson, teste de tendência linear e teste de Mann-Whitney, e para todos considerou-se como nível de significância estatística α =0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa sob parecer no 1.561.102, e todos os participantes assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os 7 resultados apontam que a insegurança alimentar atinge 63,4% da população do estado do Tocantins, e as microrregiões com maiores prevalências de insegurança alimentar também apresentam condições preocupantes em relação aos indicadores sociais, saneamento básico e estado nutricional. Observou-se que a baixa escolaridade do chefe de família, baixa renda per capita, recebimento de benefício de programa socioassistencial e falta de água potável no domicílio foram associados à insegurança alimentar (p<0,05). Em relação à disponibilidade de alimentos, verificou-se que a maior contribuição calórica disponível nos domicílios foi de alimentos in natura e minimamente processados. Além disso, a disponibilidade de alimentos foi reduzida tanto pela vulnerabilidade socioeconômica das famílias quanto pela situação de insegurança alimentar dos domicílios. Constatou-se a partir deste estudo elevada prevalência de insegurança alimentar e seus determinantes, mostrando a necessidade de políticas públicas locais, para melhoria das condições de saúde, educação e renda da população, além de ações multisetoriais para aperfeiçoar a disponibilidade e acesso aos alimentos, melhorando assim o cenário da insegurança alimentar e nutricional no estado. Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional. Estado nutricional. Políticas públicas. Inquérito populacional. Fatores socioeconômicos.
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    Ambiente alimentar no território das escolas urbanas de Viçosa, Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-20) Novaes, Taiane Gonçalves; Pessoa, Milene Cristine; http://lattes.cnpq.br/7285960218295637
    O ambiente alimentar no território escolar pode influenciar o consumo alimentar das crianças e dos adolescentes, de maneira positiva ou negativa, a depender dos alimentos que são comercializados. Dessa forma, o estudo teve por objetivo analisar o ambiente alimentar no território das escolas urbanas públicas e privadas de Viçosa – MG. Trata-se de estudo exploratório, realizado em 2016, com todas as escolas e todos os estabelecimentos de venda de alimentos da zona urbana de Viçosa – MG. A listagem das escolas foi fornecida pela Secretaria Municipal de Educação e as informações sobre renda da vizinhança foram obtidas utilizando- se dados do censo demográfico do ano de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados sobre os estabelecimentos de venda de alimentos foram coletados por avaliação objetiva do ambiente, por meio da aplicação de questionários propostos a partir da adaptação de instrumento desenvolvido para a realidade brasileira. Estes foram categorizados em saudáveis, não saudáveis, mistos e supermercados, segundo a predominância dos itens vendidos. Os pontos dos estabelecimentos e das escolas foram georreferenciados a partir dos endereços. Avaliou-se a distribuição dos estabelecimentos nos buffers de 400 e 800 metros do território das escolas, estratificada de acordo com o tipo das escolas (públicas ou privadas), os níveis de ensino (escolas que oferecem ensino médio e escolas que oferecem apenas ensino infantil e/ou fundamental), a localização (central ou não central) e a renda per capita da vizinhança (em tercis). A proximidade dos estabelecimentos de venda de alimentos em relação às escolas foi avaliada pela distância euclidiana, em metros. A função K de Ripley bivariada foi utilizada para avaliar a existência de agrupamento dos estabelecimentos no território das escolas. Observou-se que todas as escolas tinham pelo menos um estabelecimento de venda de alimentos no seu território, sendo os estabelecimentos de venda predominante dos alimentos não saudáveis os mais presentes. A distância mediana da escola para qualquer tipo de estabelecimento foi de 52,2 metros, estando as escolas mais próximas dos estabelecimentos não saudáveis e mais distantes dos supermercados. As escolas privadas, com oferta de ensino médio, localizadas na região central e no tercil de maior renda dispuseram de mais estabelecimentos de venda de alimentos no seu território, com maior proximidade e agrupamento de todas as categorias de estabelecimentos. Observou-se evidência de agrupamento dos estabelecimentos de venda de alimentos em todas as distâncias analisadas (0 a 1,5km), com até 3 vezes mais estabelecimentos do que seria esperado. Ao avaliar os tercis de renda per capita da vizinhança, observou-se que a aglomeração dos estabelecimentos de todas as categorias no território das escolas aumentou de acordo com o aumento da renda. Os escolares estão mais expostos ao ambiente alimentar não saudável, o que pode ser um fator para contribuir com escolhas alimentares inadequadas. Demonstra-se a necessidade de ações que visem a melhoria do ambiente alimentar, como a instalação de estabelecimentos saudáveis e em menor distância das escolas, especialmente nas regiões de menor renda.
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    Prevalência da insuficiência e deficiência de vitamina D e fatores associados em crianças pré-púberes de Viçosa-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-23) Milagres, Luana Cupertino; Novaes, Juliana Farias de; http://lattes.cnpq.br/5631643880683391
    A insuficiência/deficiência de vitamina D tem sido apresentada por uma significativa parcela da população mundial sendo considerada um problema de saúde pública. Apesar do Brasil ser um país de clima tropical, estudos encontraram altas prevalências de inadequação de Vitamina D na população. Esta deficiência pode estar associada ao desenvolvimento de fatores de risco cardiometabólicos tais como obesidade, intolerância à glicose, hipertensão arterial e dislipidemias. A investigação da vitamina D com esses fatores de risco é pouco estudada na população infantil, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Neste sentido, este estudo objetivou avaliar a prevalência de insuficiência/deficiência de vitamina D e fatores ambientais, demográficos e cardiometabólicos associados em crianças associados em crianças pré-púberes de Viçosa-MG. Trata-se de um estudo transversal realizado com 268 crianças de 8 e 9 anos matriculadas em todas as escolas públicas urbanas de Viçosa, MG. Foram coletadas informações socioeconômicas e demográficas pela aplicação de um questionário semiestruturado. Avaliou-se a ingestão alimentar (três recordatórios de 24 horas), a antropometria (peso, altura, perímetro da cintura e do pescoço, índice de massa corporal e relação cintura/estatura), composição corporal (gordura corporal), a prática de atividade física, pressão arterial e exames bioquímicos (25(OH)D, paratormônio, colesterol total e frações, triglicerídeos, glicose e insulina). A regressão de Poisson com variâncias robustas foi realizada para estimar a associação entre as variáveis e a insuficiência/deficiência de vitamina D. Mais da metade das crianças avaliadas (57,9%) apresentou insuficiência/deficiência dos níveis séricos de vitamina D. As prevalências de deficiência e insuficiência de vitamina D foram de 12,3% e 45,6%, respectivamente. A média da concentração sérica de vitamina D nas crianças foi de 29,5 ng/ml, sendo classificada como insuficiente. Observou-se altas prevalências de fatores de risco cardiometabólicos nas crianças tais como obesidade (15,7%), sobrepeso (15,3%), adiposidade corporal (32,8%) e abdominal excessivas (9,7%), resistência à insulina (3,0%), RCE (16,8%) e PP (17,5%) elevados, hipercolesterolemia (47,8%), baixo HDL-c (32,1%), alto LDL-c (25%) e hipertrigliceridemia (15,3%). A média de ingestão de vitamina D foi 1,66 μg/d e nenhuma criança atingiu sua recomendação de ingestão. O comportamento sedentário e a falta da exposição solar foram fatores associados aos menores níveis de vitamina D, ao contrário da ingestão alimentar. Além disso, a prevalência de insuficiência/deficiência de vitamina D foi maior no inverno (RP: 1,55; IC95%: 1,15-2,09), nas crianças de raça negra (RP: 1,33; IC95%: 1,04-1,72), com excesso de gordura corporal (RP: 1,30; IC95%: 1,06-1,60) e com resistência à insulina (RP: 1,46; IC95%: 1,03-2,06). Conclui-se que o estilo de vida atual das crianças, com baixa ingestão de vitamina D e com poucas atividades ao ar livre, podem explicar a alta prevalência da insuficiência/deficiência da vitamina D. O estímulo das crianças a comportamentos mais saudáveis tais como realização de brincadeiras e esportes ao ar livre, em horários adequados de exposição solar, deve ser realizado por pais, professores e profissionais da saúde. É importante a avaliação da deficiência de vitamina D em crianças, mesmo em país de clima tropical como o Brasil, além de suas relações com fatores de risco modificáveis como excesso de gordura corporal e resistência à insulina na infância.