Teses e Dissertações

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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.

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    Um modo de viver livre do temor e da miséria: a superação da precarização da vida nas famílias rurais com aposentados
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-28) Barros, Vanessa Aparecida Moreira de; Fiúza, Ana Louise de Carvalho; http://lattes.cnpq.br/4775190123297205
    Esta tese objetivou analisar de que forma os efeitos da institucionalização da previdência social rural influenciam o modo de vida das famílias rurais com aposentados. Os procedimentos metodológicos adotados para alcançar os objetivos e testar as hipóteses foram divididos em quatro etapas. A primeira e segunda etapas corresponderam à revisão bibliográfica que trouxe em um capítulo o histórico da seguridade social no mundo e as suas contribuições para a institucionalização da previdência social rural no Brasil. A terceira etapa voltou-se para a pesquisa com dados primários, obtidos junto a Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Presidente Bernardes, Minas Gerais, com a realização de entrevistas em profundidade com 62 famílias. A quarta etapa dos procedimentos metodológicos foi realizada utilizando-se os dados do Censo Demográfico de 2010 relativos à microrregião de Viçosa. O resultado da revisão sobre o histórico da seguridade social no mundo evidenciou as tentativas de promoção do amparo social que não resultaram em práticas exitosas de seguridade social, principalmente no período pré- revolução industrial, na Inglaterra, mas evidenciaram, também, os sistemas de seguridade social que se institucionalizaram, no contexto do Pós-Primeira e Segunda Guerra, propagando-se como referência para vários países do mundo, inclusive o Brasil. As avaliações das pesquisas sobre a previdência rural no Brasil apontaram três eixos temáticos, o primeiro eixo abordou as questões do segurado especial em diálogo com o Regime Geral de Previdência Social, dando ênfase às especificidades históricas, as conquistas alcançadas e os desafios atuais. Já o segundo eixo avaliou os resultados desta política, dando ênfase aos seus efeitos em nível dos municípios; o terceiro eixo enfatizou o seu efeito nas famílias de trabalhadores rurais. A pesquisa de campo no município de Presidente Bernardes mostrou que o recebimento certeiro da renda da aposentadoria instituiu em termos materiais, na vida dos idosos, uma vida doravante marcada pela monetarização, pelo consumo de bens duráveis e de primeiras necessidades. Em termos de visão social de mundo, o futuro. O tempo para planejar, para investir em projetos de vida pessoais e familiares. E em termos de condição cívica, a conquista da cidadania, do sentimento de reconhecimento do trabalho realizado desde tenra idade, como uma forma de amparo básico, ainda que tardia. Os dados do Censo Demográfico 2010 e do Ministério da Previdência Social possibilitaram verificar a relação entre os benefícios previdenciários e os municípios. Para 17 dos 20 municípios da Microrregião de Viçosa a arrecadação dos benefícios previdenciários rurais é superior ao valor dos benefícios urbanos, o que demostra a importância da aposentadoria rural para a economia dos municípios. Entre o número de aposentados rurais, se destacou o número de mulheres que recebiam o benefício. Por fim, conclui-se que o grande achado desta pesquisa foi o habitus previdenciário: um novo modo de vida que transformou o habitus precário em uma referência a um tempo de penúria e abandono. O habitus previdenciário se instituiu através da “renda certeira”. Trouxe a segurança para dentro da vida dos aposentados rurais.
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    A aposentadoria rural e as mudanças nos modos de vida dos idosos que vivem no campo: em análise os municípios de Piranga e São Miguel do Anta, Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-06-16) Barros, Vanessa Aparecida Moreira de; Mafra, Rennan Lanna Martins; http://lattes.cnpq.br/7855740978392721; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723600T9; Fiúza, Ana Louise de Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796571E6; http://lattes.cnpq.br/4775190123297205; Barbosa, Rômulo Soares; http://lattes.cnpq.br/8347426074504871; Costa, Luciano Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/1158803600261887
    A presente dissertação teve como objetivo investigar os efeitos da aposentadoria rural no modo de vida das famílias com aposentados. Buscou-se analisar as mudanças nos modos de vida das famílias com idosos a partir da institucionalização do habitus previdenciário em sua vida. Embora a pesquisa não tenha tratado a aposentadoria rural como uma variável causal em relação às mudanças dos modos de vida das famílias com aposentados, ela procurou incidir sobre a vida destas famílias. Para efeitos de classificação e considerando-se o objetivo desta pesquisa, pode-se enquadrá-la como descritiva-explicativa. Em termos metodológicos utilizou-se procedimentos de coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos, com a aplicação de um survey com perguntas abertas e fechadas. Para a realização do estudo escolheu-se os municípios de Piranga e São Miguel do Anta, ambos pertencentes à Microrregião de Viçosa. A escolha se deveu ao fato de ambos apresentarem diferentes conotações da ruralidade. A amostra da pesquisa foi representativa da população, tendo sido constituída por 117 idosos rurais: 64 em Piranga e 53 em São Miguel do Anta. Os dados foram categorizados, analisados e testados por meio do software StatisticalPackage for Social Science (SPSS) versão 20.0. Os resultados da pesquisa mostraram que houve a institucionalização do que se poderia definir como um habitus previdenciário na vida dos aposentados rurais, em função dos mesmos terem incorporado uma nova forma de perceber o tempo e se organizar perante ele. O horizonte do futuro adentrou a vida das famílias com aposentados, que mediante a segurança do dinheiro recebido, mensalmente, desenvolveram hábitos e práticas de médio e longo prazo. Um modo de vida hibridizado com elementos da vida urbana passaram a se combinar com costumes e práticas tradicionais. As famílias com aposentados rurais mantinham vivos elementos da cultura rural. Assim, os seus modos de vida se mostraram híbridos, apresentando uma síntese entre a influência da cultura urbana e a herança rural. Tal fato pôde ser constatado através das mudanças na estrutura da casa, na aquisição de utensílios e eletrodomésticos, nos investimentos tecnológicos na propriedade e, até mesmo no consumo de alimentos e roupas. O crediário e o investimento em bens parcelados, assim como o investimento nos estudos dos netos e filhos, foram algumas das práticas que apontaram para as alterações que se estavam dando nos seus modos de vida, os quais se aproximaram dos padrões de vida urbanos. Os dados mostraram que tais transformações se institucionalizaram em suas vidas com o recebimento mensal da aposentadoria, a qual materializou um habitus previdenciário , marcado pelo horizonte do futuro planejado. O medo da fome e a incerteza em relação ao amanhã ficaram para trás. A segurança do recebimento do benefício previdenciário, mês após mês, introduziu o futuro em suas vidas. Um tempo vindouro, através do qual passam a fazer projetos de melhoramento na casa, de aquisição de bens e de auxílio aos projetos dos parentes próximos, à medida que conseguiam poupar parte do que recebiam para investir. O dinheiro certo mostrou-se como um fator de afastamento do medo de gastar com algum investimento na propriedade, pois, doravante, não precisavam se arriscar a comprar implementos e tecnologias agrícolas, se endividando no banco. O recebimento da aposentadoria rural criou, assim, uma predisposição para planejar o amanhã. Verificou-se, por fim, que a renda previdenciária teve um impacto diferenciado na vida de homens e mulheres: estas, que eram acostumadas a trabalhar, mas não a receber pelo trabalho que realizavam, com a aposentadoria rural passaram de dependente a autônomas , decidindo sobre a forma de usar o dinheiro que recebiam.