Teses e Dissertações
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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.
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Item Análise das descargas atmosféricas e queimadas ao longo das linhas de transmissão nos estados do PR, SP e RJ(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Alves, Leticia Prechesniuki; Justino, Flávio Barbosa; http://lattes.cnpq.br/6698332264545388As descargas atmosféricas e as queimadas são as principais causas de desligamentos não programados nas linhas de transmissão de energia, causando danos consideráveis ao setor elétrico. O presente estudo tem como objetivo identificar os padrões de temperatura, precipitação, CAPE (Energia Potencial Convectiva Disponível) e índices extremos associados aos desligamentos devido a ocorrência de raios e queimadas, nos estados do PR, SP e RJ Sul no período de 2013 a 2020. Para isso, foram utilizados dados de descargas atmosféricas da Rede Integrada Nacional de Detecção de Descargas Atmosféricas (RINDAT) da Rede Brasileira de Detecção de Descargas Atmosféricas (BrasilDAT) e focos de calor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) compreendendo um período de 2005 a 2020. Dados de reanálises do ERA5 (temperatura, precipitação e CAPE) foram utilizados, para definir os padrões das váriáveis na ocorrêndia de raio e queimada. Foram fornecidos dados de desligamentos oriundos de descargas atmosféricas e queimadas pela ANEEL. Os resultados mostraram que São Paulo apresentou a maior quantidade de raios no verão e primavera e as queimadas no inverno e primavera ao longo das linhas de transmissão (LTs) em relação ao PR e RJ. Em relação ao total de desligamentos em torno da LT fornecidos pela ANNEL, oriundos de raios e queimadas no período de 2013 a 2020, 45% e 37,5% foram identificados como possível canditado ao desligamento por raio e queimada. Os padrões de temperatura, precipitação e CAPE, relacionadas as datas e horários de desligamento, apresentaram valores médios de temperatura igual ou próximo ao valor climatológico no entorno da LT. Em relação a precipitação, os resultados indicaram que parte dos desligamentos ocorrem com a presença de raios, seguidos de pouca precipitação, sendo mais propício para queimadas. A CAPE apresentou valor médio de 1488,17 J/kg, os valores correspondentes não são altos, mas podem estar associados a tempestades. Palavras-chave: Energia. Desligamentos. RaioItem Análise de footprint e eficiência no uso da água em pastagem natural(Universidade Federal de Viçosa, 2020-11-06) Santos, Hugo Thaner dos; Santos, Eduardo Alvarez; http://lattes.cnpq.br/3330419904032861As pastagens naturais são consideradas um importante bioma devido a sua grande biodiversidade, importante função no ciclo do carbono, produção de gado e outros serviços ambientais. Devido à importância ecológica e econômica das pastagens naturais, é necessário estudar como a variabilidade climática e as práticas de manejo influenciam os fluxos de carbono e energia. O estudo da interação entre os fluxos de carbono e energia é necessário para compreender a interação pastagem natural-atmosfera. A associação entre os fluxos de CO 2 e H 2 O pode ser feita estudando a eficiência do uso da água (WUE). Os objetivos desta tese são suscitar as peculiaridades das estimativas de WUE em nível de folha, planta e ecossistema; analisar a origem dos fluxos de massa e energia em uma pastagem natural por meio de um modelo de footprint e quantificar a WUE de uma pastagem natural. A meta- análise indicou que as estimativas de WUE em diferentes escalas demandam instrumentos precisos e muitas vezes caros, por exemplo, o método eddy covariance (EC). A estimativa da WUE com os isótopos estáveis representa o único método que pode ser utilizado para estimar a WUE da folha à escala de ecossistema. Fluxos de CO 2 e energia foram obtidos pelo método EC em um local pertencente à Rede Nacional de Observação Ecológica (NEON) na Estação Biológica da Konza Prairie (KPBS) em 2017, 2018 e 2019. Uma parametrização de um modelo de footprint (FFP) foi utilizada para determinar a área de influência dos fluxos turbulentos. Foi observado que em 2018 a área agregada de contribuição para os fluxos no sítio foi igual a 146,1 hectares e em 2017 e 2019 esse valor foi 29% e 25% menor, respectivamente. Em todos os anos, o footprint apresentou uma área maior em condições estáveis de estabilidade atmosférica e menores valores de comprimento de rugosidade. Os resultados indicam que as bacias hidrográficas K2A, C3SA, K20A, C3SB e K1B contribuíram com 83%, 12,4%, 2,7%, 1% e 0,5%, para os fluxos medidos, respectivamente. A eficiência do uso da água pelo ecossistema (WUE e ) foi calculada para os anos de 2017, 2018 e 2019 utilizando a relação entre a produtividade primária bruta e a evapotranspiração real. A WUE e média foi igual a 2,02; 2,86 e 2,28 g C kg -1 H 2 O, nos anos de 2017, 2018 e 2019, respectivamente. A pastagem natural se comportou como sumidouro de carbono no triênio avaliado, sendo o maior GPP igual a 1007,20 gC m -2 e observado em 2019, ano com maior disponibilidade hídrica no solo na KPBS. Em 2017 e 2018, a WUE e foi dependente da disponibilidade de água no sítio (razão de Bowen (β) > 0). Já em 2019, a WUE e foi dependente da disponibilidade de energia (β < 0). A WUE e representou uma resposta biofísica da pastagem natural aos anos secos (2017 e 2018) e ao ano úmido (2019) na KPBS. Medições de fluxos adicionais são necessárias para estudar outras bacias hidrográficas da KPBS sob diferentes condições de manejo. Palavras-chave: Condições Aerodinâmicas. Carbono. Evapotranspiração.Item Áreas protegidas do cerrado: vulnerabilidade e adaptação às mudanças climáticas(Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-21) Castro, Mirele Pereira; Torres, Roger Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/1587082944802729A preocupação com a manutenção do bioma Cerrado e sua relevância ecológica faz com que as estratégias de conservação in situ de áreas protegidas sejam estabelecidas. O presente estudo tem o objetivo de fornecer uma caracterização atualizada da vulnerabilidade ambiental das áreas protegidas do cerrado brasileiro diante as mudanças climáticas, utilizando os novos cenários socioeconômicos SSPs (Shared Socioeconomic Pathways) e dados em alta resolução provenientes do NEXGDDP-CMIP6, como ferramenta de avaliação. Para isso, foi utilizado o Índice Regional de Mudanças Climáticas (RCCI), que sintetiza dados provenientes das projeções climáticas. Avaliou-se o comportamento da vegetação no período de 1990 a 2021, utilizando a plataforma MapBiomas versão 7.1. Foi classificada a vulnerabilidade das áreas protegidas dividindo os valores de risco e resiliência em 4 partes iguais (25% de cada elemento). Foram descritas as vias de adaptação: refúgios, manutenção do ecossistema, adaptação natural e transições facilitadas, para cada área protegida. Os resultados mostraram que 91,6% das áreas protegidas do Cerrado estão classificadas entre os riscos alto e moderado, enquanto as áreas de baixo risco representam 8,4%. A resiliência das áreas varia entre alta e moderada ao longo do bioma, sendo que, 92,8% das áreas demonstram alta resiliência e apenas 7,2% moderada. As áreas apresentam baixa vulnerabilidade ambiental, no entanto, aproximadamente 15,4% dessas áreas estão classificadas como vulnerabilidade moderada e 0,5% apresentam alta vulnerabilidade. A implementação da via de adaptação manutenção do ecossistema foi indicada a 256 áreas protegidas, e representa aproximadamente 65,5% das áreas analisadas. A via de adaptação refúgios foi recomendada para 18,7% das áreas analisadas. Os resultados obtidos por meio da utilização do RCCI e MapBiomas demonstraram de maneira efetiva a vulnerabilidade ambiental das áreas protegidas do Cerrado brasileiro. As informações são pertinentes para embasar a formulação de estratégias de conservação com base na projeção da exposição climática futura. Palavras-chave: Conservação da Biodiversidade. Condições climáticas. Modelos Climáticos.Item Assessing current and future changes in extreme climate events in Brazil(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-21) Ávila Díaz, Álvaro Javier; Justino, Flávio Barbosa; http://lattes.cnpq.br/2547112795321977Brazil is vulnerable to climatic variability, especially those related to climate extremes of the air temperature and precipitation because they provide expressive losses related to agricultural activities and the management of water resources. Climate change is expected to have a likely negative socio-economic impact, increasing the number of natural disasters in regions where climate change will be more pronounced. The main objective of this study was to evaluate the current and future changes of the climatic extremes in Brazil. To understand the magnitude of these changes, extremes of temperature and precipitation set by the team of experts from the climate extremes indices defined by the Expert Team on Climate Change Detection and Indices (ETCCDI) were selected. The first part of the research evaluated the performance of 25 Earth System Models (ESMs) in representing the variability of climatic extremes for the period between 1980 and 2005. ESMs use statistical and dynamic downscaling to reduce the original horizontal scale, which ranges from 1-3o for a spatial resolution of 0.25 ° (~ 25 km latitude/longitude). Statistical downscaling data were obtained from the National Aeronautics and Space Administration Earth Exchange Global Daily Downscaled Projections (NEX- GDDP). Dynamic downscaling data was provided by the National Institute for Space Research (INPE). The results showed that the obtained indices, using ESM downscaling, were similar to the observed climate indices, although the performance metrics revealed that climate extremes are not adequately represented in the Amazon basin. In addition, there are uncertainties in heat wave simulations for almost all models. In general, the average of the set of simulations of the ESMs, or multi-model ensemble (MME), that used statistical downscaling has the best results in comparison to any individual model. The second part of the work, aimed to assess the trend and magnitude of climate extremes in the last four decades (1980-2016) using several databases (e.g., observations and reanalysis). The projected changes in the extreme indices up to the middle of the 21st century (2046-2065) and the end of the 21st century (2081–2100) in relation to the 1986-2005 reference period were also analyzed. Future climate changes were analyzed from the ensemble of 20 downscaled ESMs of the NEX-GDDP dataset. For the historical period (1980-2016), temperature-related indices showed consistent heating patterns across Brazil with increasing trends on hot days/nights and decreasing trends for cold days/nights. Also, a similar warming pattern is projetected for the mid and late 21st century. For precipitation-related indices, observations show an increase in consecutive dry days and a reduction in consecutive wet days in almost all of Brazil from 1980-2016. Additionally, future scenarios indicate that the frequency and intensity of extremely wet days are likely to be more intense. The results of this research aim to contribute to the current understanding of extreme weather events in Brazil, in order to provide further essential insights for studies of impact, adaptation and vulnerability to climate change. Keywords: Extreme climate indices. Hydrological Basins. Climate Change. Trends. CMIP5. Downscaling.Item Avaliação climática e econômica para a cultura da cana-de-açúcar nos Tabuleiros Costeiros de Alagoas(Universidade Federal de Viçosa, 2021-09-27) Cordeiro, Cláudio José Soriano; Imbuzeiro, Hewlley Maria Acioli; http://lattes.cnpq.br/6389276164315434O Brasil é detentor de 40% do cultivo mundial com 720 milhões de toneladas produzidas em 2019, representando 2% do produto interno bruto, gerando um valor aproximado de R$ 40 bilhões ao ano. Dessa forma, o conhecimento dos elementos do clima, que afetam a produção e o gerenciamento adequado dos recursos envolvidos no sistema de corte, carregamento e transporte tem grande impacto na indústria canavieira. Assim sendo, o presente estudo teve como objetivo quantificar a influência dos elementos climáticos e fatores econômicos na produção da cana-de-açúcar, para o estado de Alagoas no período de 1991 a 2016. Os dados de precipitação, temperatura, área plantada e quantidade produzida, foram submetidos ao teste de tendência de Mann-Kendall e, posteriormente, pôde ser quantificado o estimador de declive proposto por Sen. E com o intuito de identificar a relação entre a quantidade produzida e as variáveis independentes foi realizado uma regressão linear múltipla. no decorrer do trabalho concluímos que: (1) as análises de tendências de precipitação apresentaram resultados significativos, com 5 municípios apresentando diminuição nos índices pluviométricos; (2) as análises de tendências para os dados de temperatura média, demonstraram que houve tendência significativamente positiva, no aumento da temperatura para 16 municípios; (3) para os dados de área plantada e quantidade produzida, os testes de tendências demonstraram que para a área plantada, 8 municípios apresentaram uma diminuição estatisticamente negativa; (4) a regressão linear múltipla, demonstrou que as variáveis de temperatura, área plantada e o preço pago ao produtor, foram estatisticamente significativas. Essas condições, associadas também a diminuição da área plantada do estado, podem afetar diretamente o PIB de Alagoas, afetando toda uma cadeia produtiva. Com isso, há necessidade de adoção de políticas públicas junto das iniciativas privadas para mitigar um cenário futuro. Palavras-chave: NEB. Tabuleiros Costeiros. Saccharum spp.Item Avaliação da densidade superficial do mar e conteúdo de calor oceânico no Oceano Austral a partir de dados de reanálises(Universidade Federal de Viçosa, 2022-01-20) Reis, Rafael Afonso do Nascimento; Justino, Flávio Barbosa; http://lattes.cnpq.br/3765086491321993O Oceano Austral é uma peça-chave do clima global. Ele sozinho é responsável pela maior parte do sequestro de dióxido de carbono e calor antropogênico. Apesar de sua importância, ele permanece pobremente amostrado e muitos estudos visam a utilização de reanalises e modelos oceânicos para melhor compreender este tão importante oceano. Com base nisso, este trabalho estuda a capacidade das reanálises GLORYS, ORAS5 e GODAS em representarem a densidade neutra em superfície e o conteúdo de calor na camada de 0 a 300 metros do Oceano Austral. As reanálises apresentam erro na densidade neutra em relação aos dados coletados in situ, variando entre -1 e 2 kg/m³. A maior parte dos erros significativos ocorre na década de 1990 em virtude da baixa cobertura de dados de sensoriamento remoto da região. As tendências de densidade neutra das reanálises são distintas, devido aos diferentes perfis de salinidade. Todas as reanálises apresentam perfis de tendência de temperatura e de fluxos de densidade muito similares. O ORAS5 é o mais diferente entre as reanálises, pois apresenta uma tendência negativa de salinidade e de densidade neutra para a maioria do Oceano Austral. Acredita-se que o motivo dessa tendência é o fato de sua salinidade ser restringida por um processo chamado nudging. Em relação ao conteúdo de calor, todas as reanálises apresentam crescimento do conteúdo de calor, sendo o mais intenso o GLORYS com um aumento de 1,38x10 18 J/yr. O primeiro módulo de variabilidade das reanálises é diretamente ligado ao ENOS com GLORYS e ORAS5 apresentando uma correlação maior que GODAS e tendo um claro Dipolo Antártico. O segundo modo de variabilidade é representado por GLORYS e ORAS5, por estar relacionado aos vórtices oceânicos, cuja reanálise GODAS não resolve. GLORYS e ORAS5 são as únicas a apresentarem correlação com a MAS. A MAS impacta o conteúdo de calor também com um Dipolo Antártico, mas de maneira contrária ao ENOS. Ao se retirar o sinal do ENOS da correlação da MAS com o conteúdo de calor, é possível verificar que ela perde a característica de dipolo. Isso indica que a MAS age mais como um regular do impacto do ENOS do que por si própria no Oceano Austral. Os dois modelos oceânicos MOM025 e MOM, rodados com os parâmetros do experimento CORE-II, falham em representar o conteúdo de calor no Oceano Austral; bem como seus módulos de variabilidade em razão de eles descartarem o impacto do ENOS no conteúdo de calor. Palavras-chave: GODAS. GLORYS. ORAS5. ENSO. SAM. Salinidade na superfície do mar. Fluxos de densidade. CORE-II.Item Balanço hídrico em plantios jovens de eucalipto na região de Belo Oriente, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2001-10-09) Sacramento Neto, Olívio Bahia do; Ribeiro, Aristides; http://lattes.cnpq.br/0137342662731100No intuito de investigar os componentes do balanço hídrico em plantios jovens de eucalipto, objetivou-se, neste trabalho: determinar a taxa de água da chuva interceptada pelo dossel e pela serapilheira; calibrar o modelo de Penman-Monteith para a estimativa da evapotranspiração em plantios de eucalipto; entender a contribuição das diferentes camadas de solo no suprimento de água para o processo de transpiração do eucalipto; e simular a variação do armazenamento de água do solo através do cálculo do balanço hídrico. Este estudo foi conduzido no período de outubro de 2000 a março de 2001, no município de Belo Oriente, Estado de Minas Gerais, contemplando plantios clonais com idade de 1 e 2 anos, introduzidos respectivamente em 1999 e 1998. Coletou-se dados de precipitação pluvial, velocidade do vento, umidade e temperatura do ar, radiação solar e pressão atmosférica. As diferentes partições da água da chuva pela interação com a cobertura vegetal também foram medidas ao longo do período de estudo, tendo sido coletados dados de precipitação interna no plantio, água da chuva escoada pelos troncos, variação da umidade da manta, umidade do solo. Foram, ainda, determinadas, através de medições de campo, as distribuições de raízes por camada do perfil do solo, a resistência do dossel à transferência de água via radicular e a altura e diâmetro das árvores ao longo do período de estudo. Verificou-se que os plantios de 1 ano de idade apresentaram maior interceptação da água da chuva que os plantios de 2 anos. Esse fato não pode ser explicado pela variação do IAF verificado entre os plantios, indicando que a arquitetura distinta do dossel entre eles seja mais importante na quantificação da contribuição deste elemento no balanço hídrico do solo. Embora os valores encontrados de interceptação da água da chuva pela manta orgânica, presente unicamente no plantio de 2 anos, sejam pequenos, devem ser contabilizados dentro do balanço hídrico uma vez que são de ordem de grandeza da interceptação do dossel. Os plantios de 2 anos de idade apresentaram uma maior transpiração que os plantios de 1 ano de idade, sendo observado que a camada do solo de 0 a 45 cm é a que mais contribui no total de água transferido do solo para a atmosfera via raízes. Os modelos de balanço hídricos gerados nesse trabalho apresentaram bom ajuste, e seus coeficientes de determinação apresentaram estreita relação entre as variáveis estimadas a as medidas em campo.Item Datas de plantio e início da estação chuvosa no Oeste da Bahia no período de 2001 a 2019(Universidade Federal de Viçosa, 2021-04-23) Fonseca, Humberto Paiva; Pires, Gabrielle Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8274408152285747É incontroversa a importância econômica do agronegócio para o Produto interno Bruto brasileiro, devido em grande parte à expansão, tecnificação e mecanização em larga escala de regiões como o Oeste da Bahia. Para tanto, fazem-se necessários estudos que auxiliem a gestão agrícola de alto rendimento, principalmente na compreensão da forma com que as alterações da data de início da estação chuvosa afetam o calendário de semeadura, para culturas sob os sistemas de irrigação e sequeiro. Este estudo buscou avaliar a relação entre as datas de plantio e o início da estação chuvosa para agricultura irrigada e de sequeiro no Oeste da Bahia. Para isso, foram construídas curvas fenológicas a partir de séries temporais densas de Normalized Difference Vegetation Index, dos anos de 2001 a 2019, por meio das imagens MCD43A4 do sensor MODIS a bordo dos satélites Terra e Aqua. A partir das curvas fenológicas foram identificadas as datas de green-up e, posteriormente, a data de semeadura para cada pilha de pixels da série temporal. Neste estudo, também foram identificadas as datas de início de estação chuvosa por meio do método Anomalous Accumulation com dados de precipitação do produto CHIRPS. Por fim, foram calculadas as divergências interanuais existentes entre as datas de semeadura para sistemas de sequeiro e irrigação e o início da estação chuvosa a cada ano. Os resultados indicaram que a semeadura sob os sistemas de sequeiro e irrigação (primeira safra) é feita em média entre 26 de outubro e 15 de novembro, período condizente com o início das chuvas na região, que ocorrem em média entre 17 e 27 de outubro. Também foram observados anos anômalos, em que a semeadura de sequeiro foi realizada na primeira quinzena de dezembro, em decorrência de atrasos no início da estação chuvosa. Tais atrasos podem estar relacionados à conjunção de dois fatores: forte El Niño e o posicionamento da ZCIT ao norte de sua posição climatológica. Contudo, o mesmo não foi observado para a semeadura sob o sistema de irrigação, que ocorreu até 25 dias antes do início da estação chuvosa. Esse fato pode evidenciar certa autonomia dos produtores irrigantes em relação ao período das chuvas. Apesar de contraintuitivos, os resultados deste estudo também indicam que a semeadura no Oeste da Bahia é realizada no sentido leste-oeste, de encontro à estação chuvosa. Tal fato está relacionado ao perfil de plantio nas diferentes porções da região, pois na porção leste são plantadas culturas não oleaginosas, que estão fora das normativas da ADAB para o controle da ferrugem asiática e podem ser semeadas antes da data estipulada para o final do vazio sanitário. Conclui-se que a data de início da estação chuvosa exerce influência sobre a data de semeadura na agricultura de sequeiro e irrigação, em especial em anos de El Niño, em que as chuvas ocorrem após a segunda quinzena de dezembro. Palavras-chave: MODIS. Anomalous Accumulation. Semeadura. Sensoriamento Remoto.Item Determinação do consumo de água e do desenvolvimento de mudas (pré-viveiro) de macaúba (Acrocomia aculeata) em ambiente controlado com base na evapotranspiração de referência(Universidade Federal de Viçosa, 2018-08-27) Peterle, Gabriel; Imbuzeiro, Hewlley Maria Acioli; http://lattes.cnpq.br/8730910785701644O objetivo desse trabalho foi determinar o consumo de água e o desenvolvimento de mudas de macaúba na fase de pré-viveiro, cultivadas em ambiente protegido. O trabalho foi conduzido no viveiro pertencente a da Acrotech Sementes e Reflorestamento Ltda, localizado no município de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. O experimento foi implantado no delineamento em blocos casualizados, com seis tratamentos baseados na evapotranspiração de referência (80%, 90%, 100%, 110%, 120% e lâmina usualmente aplicada pela empresa) e três repetições, totalizando 18 parcelas experimentais. Do total de parcelas experimentais, 12 estavam sobre minilísimetros, equipamento desenvolvido no Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa, com a finalidade de medir a variação da massa em bandejas de produção de mudas. Foram avaliadas: altura da planta, comprimento da raiz, diâmetro do coleto, massa seca da parte aérea, massa seca da raiz e massa seca total, além das variáveis morfológicas também foram determinados o coeficiente da cultura (kc) para os tratamentos. O tratamento como o melhor desempenho para altura da planta foi a lâmina de 100% da ET 0 , enquanto para as demais variáveis avaliadas a maior lâmina obteve melhores resultados. A partir das variáveis agronômicas foi calculado o Índice de Qualidade de Dickson, não sendo constatada diferença estatística entre os tratamentos.Item Dimensionamento de reservatórios residenciais para atenuação de cheias e aproveitamento de águas pluviais utilizando informações hidrometeorológicas(Universidade Federal de Viçosa, 2023-05-26) Martino, Bernardo Lucas; Cecílio, Roberto Avelino; http://lattes.cnpq.br/6458114836777120A urbanização no Brasil aumentou a vulnerabilidade da população às estiagens e inundações e uma alternativa para lidar com esse problema é o uso de reservatórios. Os reservatórios de retenção (RR) são comuns no combate à seca, enquanto os reservatórios de detenção (RD) são projetados para mitigar os impactos das enchentes. A implementação combinada desses reservatórios em ambientes residenciais é pouco explorada e, portanto, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver um método baseado em informações hidrometeorológicas de dimensionamento e operação de reservatórios para atenuação de cheias e aproveitamento de águas pluviais (RACAP). Assim sendo, foi escolhida para esse estudo a região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) devido à sua vulnerabilidade a esses eventos extremos e a disponibilidade de dados pluviométricos e fluviométricos adequados da região. Utilizando a estação pluviométrica 01943006, foi possível gerar uma série sintética de 10 anos característica da região e, com a estação fluviométrica 41260000, foi possível identificar o período de maior risco de enchentes na RMBH. O reservatório proposto conta com duas regras de operação distintas: na primeira ele atua como um RR tradicional; na segunda ele é parcial esvaziado diariamente, de forma que essa última é utilizada somente durante os períodos mais propícios às enchentes, ou períodos críticos (PC). O RACAP foi simulado e dimensionado e, para fins de comparação, foi contrastado com um RR de mesmas dimensões. Os resultados mostraram que, para o período simulado, o RACAP foi capaz de entregar uma média de 67,7% da demanda nominal e o RR 71,9%. Além disso, o RACAP não extravasou durante o PC do ano, enquanto o RR extravasou 113 ocorrências durante esse mesmo período. Portanto, o estudo destacou a importância de considerar a época do ano no planejamento de reservatórios de prevenção de enchentes e na adição dessa capacidade aos RRs residenciais em áreas urbanas. O trabalho também pontua que ainda há espaço para ajustes e melhorias no método proposto. Palavras-chave: Reservatório; Enchente; Escassez hídrica.Item Dinâmica hídrica em microbacias cultivadas com eucalipto e pastagem no leste de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-24) Almeida, André Quintão de; Ribeiro, Aristides; http://lattes.cnpq.br/5929672339693607O número de novos plantios comerciais de eucalipto vem aumentando consideravelmente em regiões tropicais. Só no Brasil, a área plantada é de aproximadamente 4,5 milhões de hectares, correspondendo a 0,5% do território nacional. Extensas áreas de pastagem e outras culturas estão sendo substituídas por plantios florestais desta espécie. Toda mudança de uso do solo provoca alterações no balanço de energia e de água, no entanto, ainda não se conhece, no Brasil, o impacto desta expansão (pastagem eucalipto) sobre o uso e disponibilidade de água nas bacias de drenagem onde são plantadas. Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho foi avaliar os efeitos de plantios comerciais de eucalipto e de pastagem sobre os principais componentes do balanço hídrico em microbacias hidrográficas. O trabalho foi realizado entre os anos de 2009 e 2010 em quatro microbacias localizadas no leste de Minas Gerais, duas cultivados com plantios comerciais de eucalipto e duas com solos degradados sob pastagem. As florestas são compostas por híbridos de eucalipto grandis x urophylla aos sete anos de idade. As microbacias com pastagem são cultivadas com Brachiaria decumbens há mais de 30 anos. Os dados micrometeorológicos foram coletados por sensores instalados em torres no interior das microbacias. A vazão do curso d’água foi medida por um linígrafo do tipo Thalimedes instalado em um vertedouro triangular na saída de cada microbacia. As medidas fisiológicas das culturas foram realizadas com o auxílio do analisador de gases no infravermelho. O estudo da vazão foi realizado no período de um ano (2010), com base na vazão específica mínima diária (q 95% ), média diária (q média ) e na máxima instantânea (q máx ) ocorrida a cada cinco minutos. O escoamento superficial foi analisado a partir dos valores de lâmina total escoada no ano e do coeficiente de escoamento superficial (CE), dado pela relação entre o total escoado e precipitado no ano. A modelagem do balanço hídrico foi realizada na escala diária, considerando como a principal entrada de água a precipitação pluvial e as principais saídas a evapotranspiração, a lâmina de escoamento superficial e a drenagem profunda. A evapotranspiração da microbacia foi estimada pelo total transpirado pela cultura (eucalipto ou pastagem), pela evaporação do solo, pela interceptação da precipitação pluvial por parte do dossel vegetal (eucalipto ou pastagem) e pela evapotranspiração da área de vegetação nativa (Mata Atlântica). A transpiração foi estimada pela equação de Penman-Monteith modificada pela resistência estomática do dossel (r s ). A evaporação do solo no eucalipto foi calculada a partir da equação original de Penman-Monteith com a condutância do solo (r solo ) diminuindo rapidamente quando a disponibilidade de água no solo cai. A interceptação da precipitação pluvial no eucalipto foi estimada pela diferença entre o total evapotranspirado, dado pelo método da razão de Bowen (β), e a transpiração mais a evaporação do solo. Na pastagem, a interceptação da precipitação pluvial mais a evaporação do solo foram estimadas pela diferença entre o total evapotranspirado, dado pelo método da razão de Bowen, e a transpiração. A evapotranspiração da área de mata nativa foi estimada pela equação original de Penman-Monteith com coeficiente de cultura (k c ) igual a um. A lâmina de escoamento superficial foi individualizada diretamente da lâmina total escoada no curso d’água. A drenagem profunda foi estimada a partir do modelo do balanço hídrico nos períodos com excesso de água no solo. O desempenho do modelo de balanço hídrico foi avaliado pela água disponível no solo medidos em campo pelo método gravimétrico e da sonda de nêutrons. O valor médio anual interceptado da precipitação pluvial pela cultura de eucalipto foi de 10%, enquanto a soma do interceptado da precipitação pluvial mais o evaporado do solo sob a pastagem, foi de 11%. O total evapotranspirado nas microbacias com eucalipto foi superior em aproximadamente 15% em relação às microbacias com pastagem. As variações sazonais de água disponível no solo, estimadas pelo modelo do balanço hídrico foram semelhantes às medidas em campo. No geral, as vazões analisadas (q 95% , q média e q máx ) foram superiores nas microbacias com pastagem, indicando um maior potencial de produção de água (↑vazões mínimas) e menor conservação do solo (↑vazões máximas). Nestas microbacias, as vazões mínimas estão associadas principalmente com o baixo consumo de água pela vegetação e as vazões máximas, com os elevados valores de escoamento superficial, entre outros fatores. Em uma microbacia com eucalipto as vazões foram regularizas, com a menor variação encontrada entre as vazões mínimas e máximas relacionadas com as características do dossel vegetal e as características físicas do solo, como a elevada taxa de infiltração estável de água no solo. Pode-se concluir que, apesar das maiores taxas de infiltração de água no solo, nas microbacias cultivadas com eucalipto há uma menor produção potencial de água em relação às microbacias com pastagem, havendo, no entanto, uma maior conservação dos solos nestas áreas.Item Efeito do sombreamento automatizado no enraizamento de miniestacas de Eucalyptus(Universidade Federal de Viçosa, 2021-01-19) Pedroso, Elias José; Ribeiro, Aristides; http://lattes.cnpq.br/7444422795948449Atualmente, um dos principais desafios para a produção de mudas clonais de Eucalyptus, é o maior controle dos elementos meteorológicos no interior das casas de vegetação, durante o enraizamento das miniestacas, em especial, a irradiância solar e a temperatura do ar. Diante disso, projetamos uma casa de vegetação com sistema automatizado de controle da irradiância solar com possibilidade de implementarmos quatro níveis diferentes de irradiância solar. Os níveis de irradiância solar foram programados visando maior atenuação da irradiância solar em relação ao cultivo em casa de vegetação convencional, sob hipótese que o controle adequado da irradiância solar levará ao aumento/favorecimento do enraizamento de miniestacas em clones de Eucalyptus . Os estudos de ambiência feitos por modelagem computacional de CFD (Computational fluid dynamics) permitiram simular a dinâmica da temperatura do ar no interior das casas de vegetação com erro absolute médio de 3,7 %. As condições de temperatura do ar no interior da casa de vegetação automatizada, com sombreamento médio de 77 %, foram 1,6 °C menores se comparada a casa de vegetação convencional, sob sombreamento médio de 56 %. A casa de vegetação automatizada apresentou, em média, ganhos de 11,7 % no enraiza- mento em relação a casa de vegetação convencional em condição de verão. No inverno o principal limitante para enraizamento adventícios de miniestacas Eucalyptus são as baixas temperaturas do ar. Os genótipos com maior plasticidade fenotípica, conseguiram ajustar-se aos maiores níveis de irradiância solar, a observar-se pelos clones A e B que apresentaram aumento do teor de antocianinas, um mecanismo de fotoproteção, ao passo que o clone D, teve redução das trocas gasosas. Por sua vez, o enraizamento adventício dos clones A e C se sobressaem ao clone B e D que possuem certa limitação ao enraizamento. No geral, clones com mecanismos de fotoproteção e com facilidade de enraizamento, tiveram melhor desempenho do que clones sem mecanismos de fotoproteção e com limitação ao enraizamento. As curvas de respostas da fotossíntese são parâmetros importantes para otimizar o manejo das mudas em viveiros. Palavras-chave: Ecofisiologia vegetal. Modelos matemáticos. Simulação (Computadores). Propagação vegetativa. LuzItem Efeitos da expansão agrícola na disponibilidade hídrica do oeste da Bahia via modelagem hidrológica(Universidade Federal de Viçosa, 2021-12-10) Fontes, Vitor Cunha; Costa, Marcos Heil; http://lattes.cnpq.br/8473023262138609O oeste da Bahia passou por uma grande expansão agrícola nos últimos anos e nessa região estão localizados alguns dos maiores produtores agrícolas do Brasil. Por conta disso, entre 1990 e 2015, 31% da vegetação natural da região foi convertida para regiões de pastagem e agricultura. Essa mudança de uso do solo pode ter afetado as vazões dos rios da região. O objetivo desse trabalho é avaliar a magnitude desse impacto. Esse tipo de análise pode ser feito por meio da modelagem. Primeiro foi necessário calibrar os modelos INLAND (Integrated Model of Land Surface Processes) e THMB (Terrestrial Hydrology Model with Biogeochemistry) para simularem a hidrologia da região. Foram calibrados um total de 19 parâmetros resultando numa simulação com um índice de eficiência de Kling-Gupta (KGE) de 0,83 para o período de calibração e de 0,80 para o período de validação. Depois foram simulados cenários sem desmatamento e sem aquífero. A diferença entre o cenário controle e o cenário sem desmatamento mostrou que a substituição da vegetação natural por áreas agrícolas e pastagens aumenta o volume do aquífero (diminuindo a evapotranspiração) e consequentemente a vazão (tanto a média quanto os valores mínimos e máximos). A diferença entre o cenário controle e o cenário sem aquífero mostrou que o aquífero ajuda a estabilizar a vazão mantendo valores mais altos de vazão mínima. Esses resultados, apesar de parecerem positivos, podem estar escondendo uma possível mudança climática que pode diminuir a precipitação da região e no levar no futuro a uma diminuição da vazão. Portanto, é preciso que os tomadores de decisão leve esse estudo como um alerta e passem a monitorar o uso do solo e os seus impactos na vazão para evitar possíveis futuros conflitos no uso da água. Palavras-chave: Calibração. Desmatamento. Aquífero. Vazão.Item Erosividade da chuva no estado de São Paulo com base em séries sintéticas de dados pluviográficos(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-28) Teixeira, David Bruno de Sousa; Cecílio, Roberto Avelino; http://lattes.cnpq.br/5227260851683986Dentre os fatores intervenientes no processo de erosão hídrica, o fator climático de erosividade da chuva é considerado como o de maior sensibilidade às mudanças no clima, e alterações em sua magnitude apresentam grande potencial de impacto nos sistemas de produção agrícola e nas produtividades atuais e futuras. Nesse contexto, o objetivo geral deste trabalho foi estimar a erosividade da chuva para o Estado de São Paulo utilizando-se de séries sintéticas de dados pluviográficos. Como objetivos específicos incluíram-se: a) estabelecer equações de regressão para estimar a erosividade da chuva a partir de totais precipitados em escalas mensal e anual; b) espacializar a erosividade das chuvas no estado de São Paulo; c) projetar as anomalias na erosividade da chuva frente às mudanças climáticas futuras para a Vertente Paulista da Bacia Hidrográfica do Rio Grande. A partir de dados de chuva diária de 700 estações pluviométricas do estado de São Paulo foram gerados dados pluviográficos sintéticos com a utilização do gerador climático ClimaBR 2.3. A partir destes, foram selecionadas a chuvas erosivas diárias e calculados os valores de EI 30 mensais e anuais. Para a espacialização dos valores de erosividade obtidos foram testados os interpoladores Inverso da Potência da Distância (IPD), com potências variando de 1 a 6; e as técnica de Krigagem Simples (KS), Ordinária (KO) e Universal (KU), analisados a partir dos valores obtidos para o avaliador estatístico Raiz do Erro Quadrático Médio (RMSE). Para a projeção das anomalias na erosividade da chuva na VPBHRG considerando mudanças climáticas futuras foram utilizados dados dos modelos climáticos CCSM4 e HadGEM2-ES, considerando os cenários RCP 4.5 e RCP 8.5 (2021 a 2050), além do período histórico (1976 a 2005). A erosividade futura foi estimada a partir de equações de regressão e as anomalias foram obtidas considerando a variação percentual da erosividade projetada para os cenários futuros em relação à estimada para o período histórico. A erosividade da chuva anual obtida para o estado de São Paulo a partir do uso de séries sintéticas de dados pluviográficos apresentou valores médios de 6.946 MJ mm ha -1 h -1 ano -1 e variação entre 3.954 e 23.915 MJ mm ha -1 h -1 ano -1 , sendo os maiores valores estimados para o litoral paulista. Das 700 equações de correlação geradas para a estimativa da erosividade a partir de totais pluviométricos, 87% apresentou valores de coeficiente de determinação acima de 0,75, caracterizando uma boa capacidade de predição. Dentre os interpoladores avaliados, o Inverso da Potência da Distância com potência 2 foi o que apresentou os menores valores de RMSE para a maioria dos meses avaliados, sendo utilizado para a geração dos mapas espacializados de erosividade da chuva mensal e anual para o estado de São Paulo. Para a VPBHRG, projeta-se, em termos médios, uma redução de 10 e 12% nos valores de erosividade da chuva considerando, respectivamente, os cenários RCP 4.5 e RCP 8.5. Finalmente, considera-se que o presente estudo foi capaz de ampliar a compreensão da dinâmica espacial da erosividade da chuva no estado de São Paulo, caracterizando-se como uma ferramenta de auxílio à tomada de decisões visando a conservação dos solos e a manutenção das produtividades agrícolas, atuais e futuras, no estado.Item Espacialização de elementos meteorológicos diários em bacias hidrográficas do Sul do Espírito Santo(Universidade Federal de Viçosa, 2020-07-31) Baratto, Pablo Francisco Benitez; Cecílio, Roberto Avelino; http://lattes.cnpq.br/7013096770701516Dados espacializados de elementos meteorológicos diários (precipitação e evapotranspiração de referência) são fundamentais em diversas aplicações relacionadas à hidrologia e à meteorologia aplicada, tais como a detecção de mudanças climáticas, estudo de inundações, compreensão da interação do clima com os processos hidrológicos e biogeoquímicos, planejamento e tomada de decisão com relação a agricultura irrigada, produção de água, recomposição florestal etc. Todavia, para cada região, as formas de espacialização de cada variável meteorológica devem ser criteriosamente analisadas a fim de obterem-se mapas que representem, da melhor maneira possível, a distribuição espacial dos elementos meteorológicos. Nesse sentido, este trabalho objetivou, para as bacias hidrográficas do Sul do Espírito Santo, a seleção de métodos de interpolação espacial mais adequados para a elaboração de mapas dos elementos meteorológicos precipitação e evapotranspiração de referência, em escala diária. Também objetivou-se, após a seleção dos interpoladores, a criação de uma base de dados espaciais deste elementos meteorológicos, em formato grid. A avaliação dos interpoladores foi feita por meio de validação cruzada, na qual o método da Distância Angular Ponderada (ADW) apresentou melhor desempenho na espacialização da precipitação e o método Random Forest (RF) apresentou o melhor desempenho na espacialização da evapotranspiração de referência. A aplicação do ADW e RF para todos os dias do período entre 1980 e 2018, originou duas bases de dados de precipitação e evapotranspiração diária em formato grid, com resolução espacial de 0,01° (1111,33 m) e 0,004° (444,53 m), respectivamente. Finalmente, procedeu-se à comparação das bases criadas com outras bases de dados em formato grid. As bases de dados criadas tiveram desempenho semelhante à de Xavier et al. (2015) para a representação espacial das chuvas e evapotranspiração de referência na região, sendo melhor que outras também avaliadas. Palavras-chave: Precipitação. Evapotranspiração de referência. Validação cruzada. Random Forest. ADW.Item Espacialização de variáveis meteorológicas em áreas de relevo ondulado na bacia do Rio Doce(Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-22) Amorim, Raniéri Carlos Ferreira de; Ribeiro, Aristides; http://lattes.cnpq.br/6639209700174709A crescente importância das variáveis meteorológicas para a estimativa de produtividade e também a carência de trabalhos científicos relacionados à espacialização de variáveis meteorológicas, mostrou a necessidade da realização de estudos que auxiliem na compreensão da climatologia local e suas aplicações. Desta forma, este trabalho tem como objetivo testar e validar o desempenho de uma metodologia para espacialização das variáveis meteorológicas: temperatura do ar, precipitação pluvial, umidade do ar e velocidade do vento para uma área de relevo ondulado. O estudo foi realizado em um polígono regional que contém parte da bacia do Rio Doce localizada na região do Vale do Rio Doce, Estado de Minas Gerais, com coordenadas geográficas entre os paralelos 18° 26’ e 20° 18’ de latitude Sul e entre os meridianos 42° 8’ e 43° 35’ de longitude Oeste, com uma área de 41.512,5 km2, pertencente à empresa Celulose Nipo-Brasileira S.A. (CENIBRA). O período de estudo foi de junho de 2001 a junho de 2004. Comprovou-se a eficiência do método de espacialização das variáveis temperatura e umidade relativa desenvolvido para o local e período estudado, o qual envolveu as etapas: a) criação de uma grade de dados regulares a partir de dados pontuais irregulares, que amplia a disponibilidade de informações meteorológicas; b) correção do gradiente adiabático seco nos pontos de grade com base no modelo digital de elevação; e c) interpolação destas informações utilizando o método do inverso do quadrado da distância. A espacialização da temperatura e umidade relativa foi independente da influência na sazonalidade, de efeitos latitude e continentalidade nas escalas espaciais e temporais consideradas, com um erro relativo médio de 11,1% e 6,6%, respectivamente. A espacialização da velocidade do vento foi satisfatória nas escalas espacial e temporal, com um erro relativo médio de 27% para a maioria das estações estudadas. A espacialização da precipitação pluvial não foi eficiente para representar as variações espaciais dos mecanismos de formação dos eventos de chuva com um erro relativo médio de 66,5%.Item Estimativa da evapotranspiração e análise de crescimento para alface (Lactuca sativa L.) cultivada em sistema hidropônico em condições de casa-de-vegetação(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-13) Lyra, Gustavo Bastos; Zolnier, Sérgio; http://lattes.cnpq.br/2677800541601144Foram conduzidos dois experimentos independentes em casa-de-vegetação não-climatizada, tipo cobertura em arco, coberta com um filme de polietileno, com a maior dimensão no sentido Norte-Sul. A casa-de-vegetação foi construída na área experimental do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Viçosa. Os objetivos principais do trabalho foram: a) ajustar modelos de crescimento para simular a variação do índice de área foliar (IAF) depois do transplantio e b) determinar o valor da resistência da cultura (rc) para três cultivares de alface (Grand Rapids, Regina e Great Lakes), sob cultivo hidropônico. O objetivo complementar foi avaliar as diferenças de crescimento entre os cultivares de alface, utilizando modelos e componentes de crescimento, tais como o modelo expolinear, logístico e Gompertz. As plantas foram cultivadas em sistema hidropônico com circulação laminar de nutrientes (NFT), no espaçamento de 0,25 m entre plantas e linhas. Foram coletados dados do ambiente e da planta, no período de 18/05 a 09/06/2001 (1° experimento) de 24/06 a 26/07/2001 (2° experimento). O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com três tratamentos (cultivares) e duas repetições (plantas dispostas nas bancadas de crescimento). Pela análise de crescimento, os cultivares não apresentaram diferenças estatísticas significativas com relação à matéria seca final (MS), porém o cultivar do tipo lisa (Regina) apresentou uma área foliar (AF) 54% maior que os cultivares do tipo crespa (Grand Rapids e Great Lakes), mostrando que esse cultivar necessitou de uma AF maior para a mesma produção de MS. Os modelos de crescimento (expolinear, logístico e Gompertz) foram capazes de simular muito bem o acúmulo de matéria seca depois do transplantio de todos os cultivares de alface em questão. Valores dos coeficientes de determinação ajustados estiveram acima de 98,47% para todos os modelos avaliados. O índice de área foliar se ajustou bem ao modelo proposto por GOUDRIAAN & MONTEITH (1990), tendo graus-dias (GD) como variável independente, com coeficientes de determinação acima de 99,55%. A resistência da cultura foi determinada após o fechamento do dossel na bancada de cultivo, porém antes do período de formação de cabeça. Os valores médios de rc encontrados foram 88 (± 1), 103 (± 11) e 105 (± 14) s m-1, os quais estiveram associados aos IAFs de 2,40 (± 0,02), 2,87 (± 0,06) e 3,91 (± 0,49), respectivamente para os cultivares Grand Rapids, Great Lakes e Regina. Os valores de rc, citados anteriormente, os quais foram determinados entre 8:00 e 16:00 horas, foram então usados na equação de Penman-Monteith para estimativa da evapotranspiração. Verificou-se que o modelo de Penman-Monteith estimou de forma satisfatória a evapotranspiração da cultura (ETc) para valores de IAF superiores a 0,5. Apenas para o período inicial de crescimento, correspondendo a duas semanas depois do transplantio, os resultado não foram muito consistentes, sendo que o modelo superestimou ou subestimou a ETc dependendo do cultivar. Verificou-se também que o modelo apresentou uma pequena tendência de superestimar os valores de ETc no início da manhã e final da tarde porque valores constantes de rc foram utilizados durante o período diurno.Item Estimativa da temperatura base inferior e avaliação dos modelos BETA, RCM e GDD em diferentes subperíodos das culturas de milho, arroz e feijão(Universidade Federal de Viçosa, 2004-04-02) Andrade, Ricardo Guimarães; Sediyama, Gilberto Chohaku; http://lattes.cnpq.br/7166723601852147Foram determinadas as temperaturas base inferior, em vários subperíodos, aplicando-se as fórmulas propostas por Yang e Colaboradores, em 1995. Foram estudadas as seguintes culturas e subperíodos, respectivamente: milho (Phoenix, Mezcla Amarillo e Pioneer 515) na semeadura-emergência, emergência- pendoamento e semeadura-pendoamento; arroz (IAC 4440) na semeadura- germinação, germinação-floração, floração-colheita e semeadura-colheita; feijão (Negrito 897 e Ricobaio 1014) na semeadura-floração, floração-colheita e semeadura-colheita. Também foi feita uma comparação entre as fórmulas propostas por Yang e seus colegas, em 1995 e a metodologia comumente utilizada. Desta forma, constatou-se que, em geral, as fórmulas de cálculo da temperatura base inferior foram consistentes. Além disso, verificou-se que houve variação da temperatura base inferior tanto pelo método de cálculo quanto pelo subperíodo analisado, bem como o método do menor desvio-padrão em graus-dia diferiu, consideravelmente, dos demais métodos de estimativa. Os modelos Beta, RCM e GDD foram avaliados quanto a estimativa dos diversos subperíodos das culturas anteriormente mencionadas. Constatou-se que os modelos Beta e RCM foram idênticos, apresentando a mesma duração dos subperíodos, bem como um melhor desempenho na estimativa dos subperíodos,em comparação com o modelo GDD.Item Estimativa da transpiração da macaúba utilizando o método de dissipação térmica(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-19) Ribeiro, Rian Antonio dos Reis; Imbuzeiro, Hewlley Maria Acioli; http://lattes.cnpq.br/9364573562651136A macaúba (Acrocomia aculeata) é uma palmeira nativa das florestas tropicais com grande potencial agroeconômico. No entanto, existem poucas informações sobre os seus aspectos ecofisiológicos em condições de campo, especialmente em relação à transpiração que está relacionada com a produtividade da cultura. O objetivo do trabalho foi estimar a transpiração da macaúba no município de Viçosa (MG) utilizando o método de dissipação térmica. O experimento foi realizado em uma área experimental de consórcio de macaúba com café arábica (Coffea arábica L.), no período de 17 de agosto a 03 de outubro de 2018. Os sensores de dissipação térmica foram instalados em 5 plantas representativas da área na posição norte e sul do caule. Foram monitoradas as variáveis meteorológicas (temperatura e umidade relativa do ar, radiação solar, velocidade do vento e precipitação) e a umidade do solo. Com base nos dados coletados foi realizada a análise do curso médio diurno da transpiração para o período de avaliação, nas condições de céu parcialmente nublado e nublado e sua variação quanto à posição de instalação do sensor no caule. Posteriormente, foram realizadasanálises de regressão (p<0,05) para avaliar a relação entre transpiração e o déficitde pressão de vapor (DPV), radiação solar global (Rg), evapotranspiração de referência (ET0) e umidade do solo (). Observou-se que a transpiração acompanhou a mudança diurna da radiação solar, déficit de pressão de vapor e evapotranspiração de referência, apresentando apenas uma defasagem temporal.O valor médio da transpiração da macaúba para o período de avaliação foi de 35 L dia-1, em que a transpiração foi influenciada principalmente pelo déficit de pressão de vapor e pela radiação solar global. Sendo assim, o método de dissipação térmica utilizado na estimativa da transpiração mostrou-se eficaz para a macaúba.Item Estimativa dos componentes superficiais do balanço hídrico no bioma Mata Atlântica - modelo de superfície INLAND(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-19) Paim, Bruna Lüdtke; Imbuzeiro, Hewlley Maria Acioli; http://lattes.cnpq.br/7244245254662067O bioma Mata Atlântica abriga uma das maiores florestas tropicais da América e vem sofrendo grande perda de seu habitat natural. Atualmente existem poucos estudos realizados para este bioma com o intuito de entender como o desmatamento pode influenciar no balanço hídrico das bacias hidrográficas. Para que estudos envolvendo a dinâmica do ciclo hidrológico na Mata Atlântica sejam realizados, é fundamental que os modelos simulem satisfatoriamente as interações entre a atmosfera e biosfera no bioma. Assim, o objetivo principal deste trabalho é entender como o ciclo hidrológico da região de Mata Atlântica é afetado pela mudança do uso do solo. Na primeira parte do trabalho o modelo de superfície INLAND foi calibrado e validado para este bioma. Após foram analisadas as mudanças na precipitação sobre o bioma e a influência do desmatamento nas componentes superficiais do ciclo hidrológico. A mudança na precipitação foi analisada através de teste de tendência e comparação entre dois períodos. Já para a influência do desmatamento nos componentes superficiais do ciclo hidrológico, foram simulados e comparados dois cenários de ciclo hidrológico. Além disto, foi estimada a mudança na partição da chuva entre os componentes superficiais do balanço hídrico, de acordo com o desmatamento. Os resultados mostraram que o escoamento total no cenário com desmatamento durante o período 1951-1960 foi, em média, 16,82% inferior ao valor encontrado para o período de 1971-1980. A precipitação aumentou em média nas regiões sul e sudeste, em 4,85%, sendo significativa ao nível de confiança de 95%. A utilização da modelagem também possibilitou estimar o comportamento da diferença entre a evapotranspiração e do escoamento total simulados com a ocorrência de desmatamento e com a área inteiramente preservada. Foi observado que o bioma Mata Atlântica apresenta certa resiliência ao desmatamento até determinado momento, a partir do qual a evapotranspiração diminui e o escoamento total aumenta. Palavras-chave: Desmatamento. Balanço hidrológico. Floresta tropical. Bacia hidrográfica.