Teses e Dissertações

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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.

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    Características individuais e ambientais relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados (Projeto CUME)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-30) Mattar, Jéssica Bevenuto; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/4736102734860236
    A transição nutricional, marcada principalmente pelo aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, já é uma realidade nos países do Sul Global, incluindo o Brasil. Estudar as características individuais e, principalmente, ambientais que se relacionam a este consumo é crucial para a elaboração de novas políticas públicas que promovam hábitos alimentares saudáveis da população. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar como características individuais e do ambiente construído e social se relacionam com o consumo alimentar de egressos de universidades mineiras. Trata-se de um estudo transversal, conduzido com 4.987 adultos graduados e/ou pós-graduados na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e/ou Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entre os anos 1994 e 2014, que preencheram o questionário de linha de base da Coorte de Universidades Mineiras (CUME) no período de março a agosto de 2016. A variável dependente foi o maior consumo de alimentos ultraprocessados, obtido por meio de um questionário de frequência de consumo alimentar e pela classificação dos itens alimentares baseando-se no grau de processamento proposto pela classificação NOVA. Dados sobre as práticas alimentares, características socioeconômicas, e de estilo de vida foram obtidos por meio de um questionário online auto respondido. Os respondentes que relataram residir em Viçosa (Minas Gerais) foram convidados a comparecer em uma etapa de coleta de dados presencial, e compuseram assim uma sub amostra do estudo. Na etapa presencial, duas escalas sobre a percepção do ambiente social e construído foram aplicadas. Ademais, os dados geográficos dos endereços residenciais e profissionais dos participantes foram obtidos. Para caracterizar o ambiente alimentar, os endereços dos estabelecimentos bares/lanchonetes, alimentícios (varejos bares/restaurantes, de açaí, restaurantes, sorveterias, feiras açougues, livres, peixarias, varejistas de hortifrutigranjeiros, mercearias, padarias, varejistas de produtos naturais, varejistas de laticínios e frios, supermercados e serviços ambulantes de alimentação) foram coletados em listagens disponibilizadas pela Vigilância Sanitária, com posterior verificação in loco, utilizando o aplicativo ColetAPP (versão 1.0). O buffer euclidiano de 200 metros foi utilizado como unidade de medida. No Software QGIS ® (versão 3.4.7), realizou-se a contagem dos estabelecimentos alimentícios e das ocorrências policiais para cada buffer que continha como centroide o endereço residencial ou profissional dos participantes. Para todos os participantes da etapa online, análises univariadas de regressão logística multinomial foram conduzidas para estimar as razões de chance (OR) associadas ao maior consumo de alimentos ultraprocessados em um intervalo de confiança de 95%, usando o primeiro quartil de consumo como referência. As análises foram ajustadas pelas covariáveis sexo, idade e renda individual e conduzidas no software STATA® (versão 12). Para comparar a distribuição dos estabelecimentos alimentícios, obtida pela contagem dentro dos buffers, entre os tercis de consumo de alimentos ultraprocessados, o teste de Kruskal-Wallis foi conduzido no software estatístico SPSS ® (versão 23.0), com α adotado de 5%. Para a amostra total, percepção negativa do estado de saúde (OR 2.12, 95% CI 1.41 – 3.20), maior tempo gasto no computador (OR 1.65, 95% CI 1.19 – 2.26) ou na TV (OR 2.25, 95% CI 1.50 – 3.37), inatividade física (OR 1.83, 95% CI 1.36 – 2.45), o hábito de adicionar açúcar nas bebias (OR 1.34, 95% CI 1.03 – 1.74) e sal na salada (OR 1.43, 95% CI 1.10 – 1.85), não ter o hábito de consumir alimentos prebióticos (OR 1.81, 95% CI 1.40 – 2.32), ou orgânicos (OR 2.03, 95% CI 1.59 – 2.59), ou vegetais refogados (OR 1.61, 95% CI 1.25 – 2.07), alto consumo de alimentos fritos (OR 2.62, 95% CI 2.01 – 3.41) e almoçar em restaurantes fastfood (OR 4.04, 95% CI 2.60 – 6.27) se associaram ao maior consumo de alimentos ultraprocessados. A prevalência do maior consumo de alimentos ultraprocessados aumentou 1,89 vezes (95% CI: 1,10 – 3,25) entre aqueles que almoçam em restaurante universitário e diminuiu 0,41 vezes (RP: 0,59; 95% CI: 0,37 – 0,94) entre aqueles que almoçam em casa. A distribuição dos estabelecimentos alimentícios e de ocorrências policiais não diferiu entre os tercis de consumo para os endereços residenciais, enquanto menor distribuição de bares/lanchonetes, restaurantes e estabelecimentos de aquisição de ultraprocessados foi encontrada no maior tercil de consumo de alimentos ultraprocessados para os endereços profissionais. Os fatores mais associados ao maior consumo de alimentos ultraprocessados foram relacionados ao estilo de vida e às práticas alimentares, e avaliar apenas a exposição alimentar em áreas residenciais subestima a exposição total a qual os indivíduos estão submetidos, comprometendo estimativas das reais associações entre indivíduos e seus ambientes. Além disso, refeições realizadas em ambiente domiciliar se apresentaram como fator protetor ao consumo de alimentos ultraprocessados. Palavras-chave: Estilo de vida. Ambiente obesogênico. Ambiente social. Ambiente alimentar. Classificação NOVA.
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    Distribuição espacial, percepção dos ambientes construído, alimentar e social no estilo de vida e excesso de peso - projeto CUME
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Domingos, Ana Luiza Gomes; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/8369387836814213
    No Brasil, observa-se o aumento da prevalência de excesso de peso e da prática insuficiente de atividade física entre os adultos. Devido a esse perfil comportamental, faz-se necessário compreender não apenas os fatores individuais associados a esses desfechos, mas também as características dos ambientes social e construído nos quais as pessoas estão inseridas. Diante disso, o objetivo desse estudo foi estimar a associação entre características ambientais e individuais e o estilo de vida e excesso de peso dos participantes da Coorte de Universidades Mineiras. Para o presente estudo foi adotado o delineamento transversal e observacional referente às informações coletadas na linha de base (Q_0; 2016), em questionário online, tendo como população alvo os egressos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a obtenção da lista de participantes da linha de base (n=4.291), todos os participantes residentes na cidade de Viçosa (n=315), foram convidados a participar de uma entrevista presencial. Foram considerados os seguintes desfechos: excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2), tempo excessivo de exposição às telas do computador e/ou TV-vídeo (≥ 8 horas/dia; p50) e horas semanais de caminhada e/ou corrida (≥ 5 horas/semana, p90). Com o questionário online foi possível obter o endereço residencial, além de informações sociodemográficas, de estilo de vida, clínicas, consumo e práticas alimentares. A unidade de vizinhança adotada foi um buffer circular de 800 m (equivalente a 10 minutos de caminhada), considerando a residência do participante como ponto central. A partir disso, averiguou-se o número de equipamentos públicos e privados que o indivíduo teria acesso na unidade, assim como o número de ocorrências criminais. Foram cadastrados: clubes, academias ao ar livre, centros de ginástica e musculação, pilates, ioga, academias de luta e dança; agências bancárias; igrejas e templos religiosos; hospitais e unidades básicas de saúde. Em relação ao ambiente alimentar, os estabelecimentos foram cadastrados e agrupados em: Ambiente alimentar saudável (feiras-livres, sacolões, açougue e peixarias, lojas de produtos naturais, estabelecimentos de venda de laticínios e frios), Ambiente alimentar não saudável (bares, lanchonetes e confeitarias, sorveterias, comércio ambulante de alimentos, mercearias, lojas de conveniência) e Ambiente alimentar misto (padarias, restaurantes e supermercados). As ocorrências policiais em 2015/2016 foram geolocalizadas e agrupadas em crimes contra a dignidade sexual, crimes contra o patrimônio e crimes contra a pessoa. Ainda, aqueles que compareceram à coleta presencial (n=138), preencheram duas escalas de percepção do ambiente, transformadas posteriormente em escores. A coleta das coordenadas foi realizada por meio do aplicativo ColetAPP versão 1.0. Os dados foram coletados em configuração de Sistema de Coordenadas Geográficas WGS 84 e posteriormente transformados para o Sistema de Coordenadas Projetadas, Sistema Universal Transverso de Mercator, fuso 23S, datum SIRGAS 2000, por meio do software QGIS 3.4.2. As análises foram realizadas nos programas SPSS ® versão 21.0 e R versão 3.5.0. As diferenças entre dois grupos independentes foram avaliadas pelo teste t de Student e teste de Mann Whitney. Para as variáveis categóricas foi realizada um teste qui-quadrado (χ2) de Pearson. Todas as variáveis com um valor-p < 0,20 foram incorporadas no modelo de regressão logística. As variáveis que demonstraram valor-p ≤ 0,05, plausibilidade biológica e relevância epidemiológica, permaneceram no modelo logístico multivariado, ajustado pelo teste de Hosmer e Lemeshow. Para avaliar a associação entre o excesso de peso e as demais variáveis, utilizou-se ainda o Modelo Aditivo Generalizado (GAM), tendo os testes global e local do risco aplicados no modelo final. Dentre os participantes residentes em Viçosa, 33,6% apresentaram excesso de peso, 53,3% relataram passar mais de 8 horas/dia diante da tela e apenas 10,1% tinham o hábito de caminhar ou correr por lazer por mais de 5 horas na semana. Considerando a distribuição espacial, verificou-se uma maior concentração dos indivíduos próxima a UFV, sendo identificadas duas áreas de alto risco para a ocorrência do excesso de peso e uma área de baixo risco (próxima à universidade). No modelo GAM, o sexo, a faixa etária e a percepção de saúde apresentaram associação com o excesso de peso. O acesso a diferentes equipamentos, ambiente alimentar e ocorrências criminais diferiram entre os grupos eutrófico e excesso de peso. Não ter um animal de estimação (cachorro) e morar em uma região com ruas não planas tiveram associação com o excesso de tempo de tela (R2 ajustado =12,9%, p< 0,001). Já a presença de um lugar público para a prática de atividade física próximo à própria residência foi associada a maior quantidade de horas de caminhada ou corrida (R2 ajustado =8,7%, p<0,001). Os resultados indicaram a associação entre características ambientais e o excesso de peso, tempo de tela e prática de caminhada/corrida em adultos participantes da coorte CUME residentes em Viçosa. Diante disso, deve-se considerar o contexto ambiental que o indivíduo está inserido para que políticas públicas efetivas e específicas possam ser desenvolvidas na região.
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    Consumo de refrigerantes, doces e açúcares de adição e prevalência de depressão em graduados brasileiros (projeto CUME)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-08) Leal, Arieta Carla Gualandi; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; http://lattes.cnpq.br/9915559595941916
    A depressão é um transtorno mental, de causa multifatorial, no qual, para o diagnóstico os sintomas devem permanecer por pelo duas semanas. Pesquisas realizadas pelo IBGE mostraram que aproximadamente 11,5 milhões (5,8%) de brasileiros sofrem com a doença, e outros dados, estes sobre o padrão alimentar brasileiro, mostram o alto consumo de doces, refrigerantes e acréscimo de açúcar em bebidas. Assim, o presente teve como objetivo associar o consumo de refrigerante, açúcares e doces à prevalência de depressão entre os participantes da Coorte das Universidades MinEiras (CUME) na sua linha de base. Nesse estudo transversal, participaram 3.151 participantes (954 homens e 2.197 mulheres), ex-alunos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com idade média de 36,3±9,4 anos. Dados sociodemográficos, de estilo de vida e antropométricos foram obtidos mediante questionário online da linha de base do projeto CUME, bem como os dados do consumo alimentar com preenchimento online de um questionário quantitativo de frequência de consumo alimentar com 144 itens alimentares. A prevalência de casos de depressão foi determinada mediante o auto relato dos participantes ao responder questão sobre condições de saúde, que questionava o diagnóstico de depressão. Outas variáveis utilizadas tanto para a caracterização, quanto para o ajuste do modelo foram: prática de atividade física (sim/não), o tabagismo (nunca fumou e ex-fumante/fuma atualmente), a idade (anos), sexo (masculino/feminino), horas TV/dia e consumo de bebidas alcoólicas. O teste utilizado foi regressão de Poisson, realizado no STATA 13.0. Como resultados, aqueles indivíduos com maior consumo de refrigerantes (>48,1g/d) tiveram maior prevalência - 1,33 (IC 95%: 1.09 – 1,63) - de depressão, do que àqueles no primeiro tercil. E para o consumo de açúcares e doces a prevalência foi de 1,29 (IC 95% 1.06 – 1,58), também significativo para o último tercil (>67,3 g/d) independente de sexo, idade, IMC, prática de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas e horas de TV/d. Além disso, os participantes incluídos no T3 de consumo de refrigerantes, açúcares e doces (>123,71 g/d) apresentaram um estilo de vida menos saudável quando comparados àqueles incluídos no T1. Em relação ao consumo alimentar, a ingestão de lácteos, carnes brancas, cereais integrais, leguminosas, azeite, frutas, hortaliças, café e/ou chimarrão, vinho, ômega 3, fibra, vitamina C, magnésio potássio, carboidratos e proteína foram significativamente maiores no T1 de consumo de refrigerantes, açúcares e doces. Enquanto a ingestão de carnes vermelhas, cereais refinados, frituras, margarina e/ou maionese, sucos industrializados, açúcares e/ou doces, cerveja, cafeína lipídeos, gordura saturada e ômega foi maior entre os participantes de T3. Dessa forma, o maior consumo de refrigerantes, açúcares e doces esteve associado com maior ocorrência de depressão nos participantes do projeto CUME, bem como a um estilo de vida menos saudável, incluindo sedentarismo e menor consumo de alimentos ricos em vitaminas, minerais e fibras.
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    “Plantando com a memória”: os quintais como espaços de vida na poética de gente, tempo e lugar
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-14) Silva, Yan Victor Leal da; Oliveira, Marcelo Lelles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/8045681148295030
    A experiência humana na trajetória da roça para a cidade guarda memórias relacionadas ao espaço e ao tempo vivido. Este trabalho buscou compreender como algumas dessas pessoas, seja de forma coletiva ou individual, territorializam memórias, afetos e conhecimentos em espaços do domínio da vida. Dentre os vários espaços do domínio da vida memorizados pelas pessoas enfatizarei os quintais. Esse lugar está povoado de campesinidades, simbolismos, cosmologias e significados. Como parte indissociável da casa, os quintais nas periferias urbanas representam micromundos onde se reproduzem memórias de momentos anteriores à migração. Sendo constantemente territorializados por plantas de uso alimentício e medicinal, classificadas por sistemas de conhecimentos e, algumas, utilizadas em rituais de curas e benzeções, os quintais materializam também a memória biocultural. Em uma abordagem etnográfica e microsocial, acompanhei quatro moradores que cultivam seus quintais em Nova Viçosa, Viçosa (MG). Dos quatro sujeitos entrevistados foram relatadas experiências de deslocamentos distintos a partir de seus lugares de origem até chegar ao bairro Nova Viçosa. Dois deles têm suas origens em Cajuri e em Porto Firme, na microrregião de Viçosa. Entrevistei, também, uma senhora benzedeira que nasceu em Taquaraçu, município próximo a Mariana (MG) e mais uma senhora das Posses, bairro vizinho de Nova Viçosa. Optei por trabalhar com quatro moradores para trazer uma diversidade nos significados e sentidos que são atribuídos aos quintais por essas pessoas. Para compreender os quintais como espaço de memória, utilizei instrumentos qualitativos de análise, sejam eles a observação participante, entrevistas abertas e diários de campo. Por meio desses instrumentos metodológicos registrei depoimentos e elaborei uma descrição em diário de campo das práticas realizadas nos quintais durante o trabalho de campo. Além disso, realizei um levantamento biocultural das espécies cultivadas, bem como os usos e cosmologias a elas associadas. As entrevistas abertas e vivências realizadas com os sujeitos de pesquisa indicaram que os quintais e a casa são lugares de sociabilidade, privilegiados no presente em uma relação de temporalidade com o passado. Os quintais são lembrados como lugares de experimentações e brincadeiras sendo também cultivados, na atualidade, como lugar de deleite. Para além de uma utilidade apenas material, as pessoas compreendem as plantas em seus quintais não como objetos, mas como atoras não-humanas que potencializam as relações. É através de trocas simbólicas realizadas com vizinhos que os quintais são espaços de uma diversidade biocultural. As vivências realizadas nos quatro quintais de Nova Viçosa trouxeram depoimentos e práticas que apontam a coexistência das práticas cotidianas dos quintais com o tempo disciplinado do trabalho determinado pelo relógio. Nessa coexistência de ritmos de vida distintos os quintais surgiram como espaços de reconstrução das trajetórias de vida dos sujeitos de pesquisa. Sob esta perspectiva, os quintais estão permeados de campesinidades e ritmos de tempos não industriais e não capitalistas, como também territorializam memórias que provocam o caminho para um mundo pós-capitalista, para as terras do bem-viver.
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    Modos de vida e modos de habitar em moradias autoconstruídas: um estudo nos bairros Nova Viçosa e Posses, em Viçosa – MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-17) Souza, Maressa Fonseca e; Stephan, Ítalo Itamar Caixeiro; Maressa Fonseca e Souza
    A pesquisa buscou analisar de que forma os modos de vida se expressam nos modos de habitar e na conformação do espaço doméstico de moradias autoconstruídas pela população de baixa renda, adotando como recorte espacial os bairros Nova Viçosa e Posses, localizados em Viçosa, MG. A pesquisa de campo assumiu a forma de estudos de caso, para os quais foram selecionadas 6 moradias para a aplicação dos procedimentos metodológicos, sejam eles entrevistas semiestruturadas seguidas de passeio acompanhado na residência e realização de mapa afetivo. Foram feitas medições e registros fotográficos para elaboração dos levantamentos arquitetônicos, bem como observações diretas durante as visitas. Os resultados foram apresentados de forma descritiva, sistematizados em quadros-síntese e analisados graficamente em matrizes de descobertas que enfatizaram a conformação espacial da residência e as dimensões relativas aos modos de habitar. A análise dos dados apontou que não há um padrão espacial na moradia autoconstruída, contudo existem aspectos comuns entre os casos estudados. Ao se tratar dos contextos de Nova Viçosa e Posses, observou-se uma continuidade de referências ao modo de vida rural bem como a presença de modos de vida e modos de habitar híbridos; constatou-se que os valores expressos na moradia são grandemente influenciados pelas condições socioeconômicas. Observou-se, dentre vários aspectos, o elevado número de reformas e ampliações realizadas, o desenvolvimento de atividades produtivas no espaço doméstico, a coabitação nos terrenos, a importância da dimensão temporal no processo de apropriação espacial e as dificuldades técnicas no planejamento e no processo construtivo. Destacou-se a necessidade de viabilização e operacionalização da Lei 11.888/08, garantindo a assistência técnica pública e gratuita para o alcance mais eficaz da satisfação residencial.
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    Associação entre o estilo de vida e a composição corporal com os fatores de risco para as doenças cardiometabólicas, microbiota intestinal e imagem corporal de adolescentes do sexo feminino
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-29) Miranda, Valter Paulo Neves; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/2507870178829886
    A inatividade física e o comportamento sedentário têm sido cada vez mais observado nos adolescentes, sendo mais evidente no sexo feminino. Estes fatores aliados à alimentação inadequada e desbalanceada podem resultar em sobrepeso e obesidade, bem como na manifestação dos fatores de risco para doenças cardiometabólicas, além de alteração da microbiota intestinal e seus metabólitos. Além disso, tais aspectos comportamentais e o excesso de peso podem estar relacionados à avaliação negativa da imagem corporal, que é mais evidente nas meninas. Visto isso, o objetivo do estudo foi avaliar a associação do estilo de vida e composição corporal com os fatores de risco para as doenças cardiometabólicas, microbiota intestinal e imagem corporal de adolescentes do sexo feminino. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico; com adolescentes de 14 a 19 anos, do sexo feminino, residentes no município de Viçosa-MG, Brasil. O estilo de vida foi analisado pelo Recordatório de Atividade Física de 24h, número de passos, tempo de tela (TT), celular (TC), tempo sentado, questionário de frequência alimentar, consumo de álcool e tabaco. A análise de classes latentes (ACL) foi selecionada para avaliação do estilo de vida, sendo realizada no pacote poLCA da biblioteca do software R. Aferiu-se o peso, estatura, perímetro da cintura (PC), pescoço (PP) e percentual de gordura corporal (%GC), este avaliado pelo equipamento de Absortometria de raios-X de Dupla Energia (DXA). Avaliou-se a pressão arterial, parâmetros bioquímicos e proteína C reativa ultrassensível (PCR-us). Os marcadores pró e anti inflamatórios Interleucina 6 (IL-6), Fator de Necrose Tumoral α (TNF-α), leptina e interleucina 10 (IL-10) foram analisados pela tecnologia Luminex. A análise dos filos Firmicutes, Bacteroidetes e Proteobactérias foi realizada pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real e os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (acético, butírico e propiônico) no aparelho de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). A insatisfação, distorção e aspecto cognitivo da imagem corporal foram avaliados, respectivamente, pelo Body Shape Questionnaire (BSQ), escala de xvisilhuetas e Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire – 3 (SATAQ-3). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, sob o número de parecer 700.976.2014. Participaram da pesquisa 405 adolescentes, no entanto, ACL foi realizada com 325, sendo definido um modelo com três classes latentes do estilo de vida: classe 1 inativo e sedentário (n = 252, 77,5%), classe 2 inativo e não sedentário (n = 52, 16,71%) e classe 3 ativo e sedentário (n = 21, 6,5%). Mais da metade apresentou nível de atividade física baixo e elevado TT e TC, principalmente no final de semana. Também, observou-se que o consumo de álcool e exposição ao tabaco foi relatado pelo menos uma vez por quase 60% das participantes. O estilo de vida e o %GC influenciaram nos níveis de pressão arterial, alteração do perfil lipídico e aumento do ácido úrico. As classes latentes do estilo de vida, %GC, resistência à insulina e PCR-us associaram-se com as concentrações dos marcadores cardiometabólicos. O perímetro da cintura (PC), do pescoço (PP) e frequência do consumo de óleos e gorduras mostraram relação com a abundância de Firmicutes e AGCC. Novamente o PC, associou-se com os marcadores cardiometabólicos. As adolescentes da classe do estilo de vida inativo e sedentário apresentaram 1,71 (IC95%: 1,08 - 2,90, p = 0,047) mais chances de se sentirem insatisfeitas com a aparência física, que aquelas nas classes 2 e 3. As adolescentes que praticavam mais atividade física moderada e vigorosa, tempo de tela elevado, consumo de álcool e com excesso de peso e %GC elevado tiveram associação com diferentes distúrbios da imagem corporal. Concluímos com este estudo que o estilo de vida inativo e sedentário, excesso de peso, gordura corporal total e central elevada mostraram associação com fatores de risco para doenças cardiometabólicas, abundância do filo Firmicutes, concentrações dos AGCC e avaliação negativa da imagem corporal das adolescentes do sexo feminino. Avaliação conjunta de comportamentos relacionados com estilo de vida, juntamente com a análise mais completa da composição corporal dos adolescentes é importante e deve ser praticada frequentemente por educadores e profissionais da saúde. Desta forma, atitudes mais eficazes poderão ser tomadas visando a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis e distúrbios da imagem corporal, os quais podem se manifestar nas idades mais jovens e se agravarem na vida adulta.
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    Características socioculturais, nutricionais e hábitos de vida de adolescentes eutróficas com gordura corporal elevada, em Viçosa - MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-03-31) Vieira, Poliana Casagrande Ribeiro; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/5979551282566235
    Sabe-se que o excesso de gordura corporal aumenta os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas. Encontra-se na literatura uma alta prevalência de adolescentes eutróficas com elevado percentual de gordura corporal. Objetivou-se conhecer as variáveis biológicas, comportamentais e de saúde de 120 adolescentes eutróficas, que foram divididas em dois grupos, o de estudo (n=60) com gordura corporal elevada, e o controle (n=60) com gordura corporal normal. Foram aferidos o peso, a estatura, a porcentagem de gordura corporal pela Tanita e pelo somatório das quatro pregas cutâneas (bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca), a circunferência braquial, da cintura e do quadril e o comprimento de perna. As técnicas utilizadas foram as propostas na literatura. As adolescentes responderam a um inquérito sobre os fatores de risco, registraram a sua atividade física durante 24 h, e 20% do total amostral foi sorteado para aferição do gasto energético basal, através do monitor Deltratac II. Calculou-se a Odds Ratio, considerando-se como significantes os valores de p<0,05. Os dados foram analisados pelo software Epi Info e Sigma Stat. Os grupos não se diferiram quanto à idade cronológica, etnia informada, peso ao nascer, aleitamento materno, tempo de aleitamento, uso de dieta para emagrecer, tabagismo e presença de enfermidades crônico-degenerativas nos familiares. Quanto às variáveis antropométricas, não se observou diferença na estatura, no comprimento de perna, na massa magra e no IMCLG. O número de refeições realizadas, o consumo energético total, a inadequação dos nutrientes da dieta analisados segundo as DRIs, as preferências e a freqüência alimentar de consumo, também, não foram significantemente diferentes, com exceção das hortaliças cruas cujo consumo foi maior para o grupo de estudo. O consumo de bebidas alcoólicas foi maior no grupo de estudo que no controle. O grupo de estudo apresentou peso, circunferência da cintura, do quadril, gordura em quilos, IMC e tempo gasto em atividades sedentárias superiores ao grupo controle. Esse tempo maior refletiu em maior gasto energético nessas atividades. A taxa metabólica basal e o metabolismo basal de gordura foi maior nas adolescentes do grupo controle que no de estudo. Um maior número de adolescentes do grupo de estudo omitia o desjejum, possuía menor consumo de carboidratos em gramas, e menor percentual destes na dieta com maior porcentagem de proteínas em relação ao VET total. Apresentaram- se mais inadequadas em relação às recomendações propostas pela SBAN, e tinham um consumo maior de alimentos diet/light ou desnatados que o grupo controle. Os fatores de risco para a gordura corporal elevada foram o uso de adoçantes e produtos diet/light, ou desnatados, omissão do desjejum, consumo de bebidas alcoólicas, presença de obesidade na infância, baixo consumo de carboidratos, consumo de proteínas acima de 12% do VET e idade da menarca menor que 12 anos.Verificou-se a importância de avaliar a composição corporal detalhada e não simplesmente a utilização do IMC para classificação do estado nutricional de adolescentes, uma vez que o IMC não prevê o excesso de gordura corporal. Alguns fatores biológicos e sociais estão associados ao elevado percentual de gordura corporal. Na vida adulta, o excesso de gordura corporal está associado ao aumento de peso e este, por sua vez, com o aumento da morbimortalidade. Alguns dos fatores de risco encontrados são, também, fatores de risco para a obesidade e devem ser tratados com cautela. Com a análise da composição corporal e desses fatores, pode-se fazer um diagnóstico precoce do excesso de gordura corporal, propor intervenções e modificações nos hábitos inadequados.
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    Marcadores de risco para dislipidemias em adolescentes residentes em Viçosa-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-07-23) Castro, Luiza Carla Vidigal; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/9256720589042252
    As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no Brasil e constituem uma das principais causas de internação hospitalar. A aterosclerose está presente desde a infância e adolescência e seu ritmo de progressão depende do grau de exposição a uma série de fatores de risco, como, por exemplo, a dislipidemia que, por sua vez, é influenciada pelo estado nutricional. O presente estudo teve como objetivo verificar os marcadores de risco para dislipidemias em adolescentes. Foram avaliados 89 adolescentes na faixa etária de 17 a 19 anos e 11 meses, residentes em Viçosa, MG. Coletou-se dados sobre estilos de vida, uso de medicamentos, história pessoal e familiar de doenças cardiovasculares, além da obtenção de dados bioquímicos (colesterol total, frações LDL e HDL-colesterol e triglicerídeos), dietéticos (calorias, proteínas, carboidratos, lipídios totais, colesterol, ácidos graxos saturados, mono e polinsaturados, ferro, cálcio, ácido ascórbico, equivalente de retinol, vitamina E total e fibras), antropométricos (peso, estatura, circunferências da cintura e quadril, pregas cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca), de composição corporal (percentual de gordura corporal por bioimpedância e somatório das quatro pregas) e pressão arterial (PAS – pressão arterial sistólica, e PAD, pressão arterial diastólica). Dos adolescentes estudados, 55,1% pertenciam ao sexo feminino. Os parâmetros antropométricos, bioquímicos, de composição corporal e de pressão arterial diferiram estatisticamente entre os sexos. O colesterol total e LDL-colesterol apresentaram correlação positiva com a gordura corporal. No sexo feminino não foram verificadas correlações e, no sexo masculino, tanto o colesterol total quanto o LDL- colesterol correlacionaram-se positivamente com a gordura corporal e sua distribuição central. Os níveis de HDL-colesterol apresentaram correlações negativas com parâmetros associados com distribuição central de gordura em ambos os sexos. Os triglicerídeos apresentaram correlação positiva com CC, RCQ, razão pregas cutâneas centrais/periféricas e IMC. A PAS e a PAD também apresentaram correlações com parâmetros antropométricos em ambos os sexos. As chances de as adolescentes apresentarem níveis séricos aumentados de colesterol total e LDL-colesterol foram, respectivamente, 6,95 e 7,29 vezes maior que os do sexo masculino. No sexo feminino, o uso de contraceptivo oral foi marcador de risco para todos os tipos de dislipidemias; a história familiar e o sedentarismo foram marcadores de risco para o colesterol total elevado; o sedentarismo e o estado nutricional foram fatores de risco para baixos níveis de HDL- colesterol. No sexo masculino, a circunferência da cintura elevada foi marcador de risco para hipertrigliceridemia. De acordo com os resultados encontrados, conclui-se que os marcadores de risco para dislipidemias estão presentes já na adolescência e seu conhecimento é fundamental para adotar estratégias de prevenção específicas.
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    Marcadores de risco para dislipidemias em adolescentes residentes em Viçosa-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-07-23) Castro, Luiza Carla Vidigal; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/9256720589042252
    As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no Brasil e constituem uma das principais causas de internação hospitalar. A aterosclerose está presente desde a infância e adolescência e seu ritmo de progressão depende do grau de exposição a uma série de fatores de risco, como, por exemplo, a dislipidemia que, por sua vez, é influenciada pelo estado nutricional. O presente estudo teve como objetivo verificar os marcadores de risco para dislipidemias em adolescentes. Foram avaliados 89 adolescentes na faixa etária de 17 a 19 anos e 11 meses, residentes em Viçosa, MG. Coletou-se dados sobre estilos de vida, uso de medicamentos, história pessoal e familiar de doenças cardiovasculares, além da obtenção de dados bioquímicos (colesterol total, frações LDL e HDL-colesterol e triglicerídeos), dietéticos (calorias, proteínas, carboidratos, lipídios totais, colesterol, ácidos graxos saturados, mono e polinsaturados, ferro, cálcio, ácido ascórbico, equivalente de retinol, vitamina E total e fibras), antropométricos (peso, estatura, circunferências da cintura e quadril, pregas cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca), de composição corporal (percentual de gordura corporal por bioimpedância e somatório das quatro pregas) e pressão arterial (PAS – pressão arterial sistólica, e PAD, pressão arterial diastólica). Dos adolescentes estudados, 55,1% pertenciam ao sexo feminino. Os parâmetros antropométricos, bioquímicos, de composição corporal e de pressão arterial diferiram estatisticamente entre os sexos. O colesterol total e LDL-colesterol apresentaram correlação positiva com a gordura corporal. No sexo feminino não foram verificadas correlações e, no sexo masculino, tanto o colesterol total quanto o LDL- colesterol correlacionaram-se positivamente com a gordura corporal e sua distribuição central. Os níveis de HDL-colesterol apresentaram correlações negativas com parâmetros associados com distribuição central de gordura em ambos os sexos. Os triglicerídeos apresentaram correlação positiva com CC, RCQ, razão pregas cutâneas centrais/periféricas e IMC. A PAS e a PAD também apresentaram correlações com parâmetros antropométricos em ambos os sexos. As chances de as adolescentes apresentarem níveis séricos aumentados de colesterol total e LDL-colesterol foram, respectivamente, 6,95 e 7,29 vezes maior que os do sexo masculino. No sexo feminino, o uso de contraceptivo oral foi marcador de risco para todos os tipos de dislipidemias; a história familiar e o sedentarismo foram marcadores de risco para o colesterol total elevado; o sedentarismo e o estado nutricional foram fatores de risco para baixos níveis de HDL- colesterol. No sexo masculino, a circunferência da cintura elevada foi marcador de risco para hipertrigliceridemia. De acordo com os resultados encontrados, conclui-se que os marcadores de risco para dislipidemias estão presentes já na adolescência e seu conhecimento é fundamental para adotar estratégias de prevenção específicas.
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    A aposentadoria rural e as mudanças nos modos de vida dos idosos que vivem no campo: em análise os municípios de Piranga e São Miguel do Anta, Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-06-16) Barros, Vanessa Aparecida Moreira de; Mafra, Rennan Lanna Martins; http://lattes.cnpq.br/7855740978392721; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723600T9; Fiúza, Ana Louise de Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796571E6; http://lattes.cnpq.br/4775190123297205; Barbosa, Rômulo Soares; http://lattes.cnpq.br/8347426074504871; Costa, Luciano Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/1158803600261887
    A presente dissertação teve como objetivo investigar os efeitos da aposentadoria rural no modo de vida das famílias com aposentados. Buscou-se analisar as mudanças nos modos de vida das famílias com idosos a partir da institucionalização do habitus previdenciário em sua vida. Embora a pesquisa não tenha tratado a aposentadoria rural como uma variável causal em relação às mudanças dos modos de vida das famílias com aposentados, ela procurou incidir sobre a vida destas famílias. Para efeitos de classificação e considerando-se o objetivo desta pesquisa, pode-se enquadrá-la como descritiva-explicativa. Em termos metodológicos utilizou-se procedimentos de coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos, com a aplicação de um survey com perguntas abertas e fechadas. Para a realização do estudo escolheu-se os municípios de Piranga e São Miguel do Anta, ambos pertencentes à Microrregião de Viçosa. A escolha se deveu ao fato de ambos apresentarem diferentes conotações da ruralidade. A amostra da pesquisa foi representativa da população, tendo sido constituída por 117 idosos rurais: 64 em Piranga e 53 em São Miguel do Anta. Os dados foram categorizados, analisados e testados por meio do software StatisticalPackage for Social Science (SPSS) versão 20.0. Os resultados da pesquisa mostraram que houve a institucionalização do que se poderia definir como um habitus previdenciário na vida dos aposentados rurais, em função dos mesmos terem incorporado uma nova forma de perceber o tempo e se organizar perante ele. O horizonte do futuro adentrou a vida das famílias com aposentados, que mediante a segurança do dinheiro recebido, mensalmente, desenvolveram hábitos e práticas de médio e longo prazo. Um modo de vida hibridizado com elementos da vida urbana passaram a se combinar com costumes e práticas tradicionais. As famílias com aposentados rurais mantinham vivos elementos da cultura rural. Assim, os seus modos de vida se mostraram híbridos, apresentando uma síntese entre a influência da cultura urbana e a herança rural. Tal fato pôde ser constatado através das mudanças na estrutura da casa, na aquisição de utensílios e eletrodomésticos, nos investimentos tecnológicos na propriedade e, até mesmo no consumo de alimentos e roupas. O crediário e o investimento em bens parcelados, assim como o investimento nos estudos dos netos e filhos, foram algumas das práticas que apontaram para as alterações que se estavam dando nos seus modos de vida, os quais se aproximaram dos padrões de vida urbanos. Os dados mostraram que tais transformações se institucionalizaram em suas vidas com o recebimento mensal da aposentadoria, a qual materializou um habitus previdenciário , marcado pelo horizonte do futuro planejado. O medo da fome e a incerteza em relação ao amanhã ficaram para trás. A segurança do recebimento do benefício previdenciário, mês após mês, introduziu o futuro em suas vidas. Um tempo vindouro, através do qual passam a fazer projetos de melhoramento na casa, de aquisição de bens e de auxílio aos projetos dos parentes próximos, à medida que conseguiam poupar parte do que recebiam para investir. O dinheiro certo mostrou-se como um fator de afastamento do medo de gastar com algum investimento na propriedade, pois, doravante, não precisavam se arriscar a comprar implementos e tecnologias agrícolas, se endividando no banco. O recebimento da aposentadoria rural criou, assim, uma predisposição para planejar o amanhã. Verificou-se, por fim, que a renda previdenciária teve um impacto diferenciado na vida de homens e mulheres: estas, que eram acostumadas a trabalhar, mas não a receber pelo trabalho que realizavam, com a aposentadoria rural passaram de dependente a autônomas , decidindo sobre a forma de usar o dinheiro que recebiam.