Teses e Dissertações

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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.

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    Conflito trabalho-família e síndrome metabólica: resultados do estudo longitudinal de saúde do adulto (ELSA-Brasil)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-18) Almeida, Maria Isabel Lopes; Lopes, Leidjaira Juvanhol; http://lattes.cnpq.br/0242620527169499
    A síndrome metabólica (SM) é uma condição clínica caracterizada por um conjunto de alterações fisiopatológicas relacionadas ao aumento do risco cardiovascular. Os estudos a respeito do conceito conflito trabalho-família (CTF), desajuste em conciliar as demandas da vida profissional e familiar, aumentaram nos últimos anos, demonstrando a necessidade de entender suas possíveis consequências negativas à saúde. Estudos apontam o CTF como um fator associado a comportamentos não saudáveis e piores desfechos em saúde, mas não foram identificadas investigações sobre sua associação com a SM. Assim, esta investigação se propôs a estudar a associação entre o CTF e a incidência de SM a partir de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Para isso, foi realizada uma análise longitudinal, combinando dados da linha de base (2008-2010) e da segunda onda (2012-2014) de 2.565 homens e 3.576 mulheres participantes do ELSA-Brasil. A variável de exposição principal foi definida por quatro indicadores de CTF, mensurados por um instrumento validado para o português e aplicado na linha de base da coorte, que avaliam o conflito do trabalho para a família (T→F) baseado no tempo (i) e no desgaste (ii), da família para o trabalho (F→T) (iii), e o tempo disponível para o autocuidado e lazer (iv). A variável desfecho foi a incidência de SM entre linha de base e segunda onda. As covariáveis foram características sociodemográficas (gênero, idade, escolaridade, raça/cor e situação conjugal) e relacionadas ao contexto familiar e de trabalho (cuida de pessoa doente ou com deficiência, tem filhos menores de 5 anos, tem empregada doméstica mensalista, e jornada de trabalho semanal). As associações entre o CTF e a incidência de SM foram testadas por meio de modelos de regressão de Poisson, com variância robusta, ajustados por potenciais fatores de confusão. Todas as análises foram estratificadas por gênero, e foram testadas interações multiplicativas de cada indicador de CTF com escolaridade e jornada semanal de trabalho. Os resultados deste estudo indicam maior frequência de conflito T→F, tanto baseado no tempo (33,0% vs. 26,5%) como no desgaste (25,6% vs. 16,8%), assim como maior falta de tempo para autocuidado e lazer (35,7% vs. 25,8%) nas mulheres comparadas aos homens. A incidência de SM, por sua vez, foi de 24,4% nos homens e 17,1% nas mulheres. Os modelos de regressão para a amostra total não evidenciaram associação entre os indicadores de CTF e a incidência de SM, em ambos os gêneros. As análises de interação, no entanto, revelaram que a jornada semanal de trabalho atua como um modificador de efeito da relação estudada entre mulheres: o conflito T→F baseado no desgaste foi associado a um aumento no risco de SM (RR = 1,45, IC95% = 1,09-1,92) naquelas com jornada semanal superior a 40 horas. Logo, conclui-se que nossos achados contribuem para o conjunto de evidências sobre os efeitos deletérios do CTF sobre a saúde cardiometabólica ao apontar que a percepção de que o trabalho dificulta cumprir responsabilidades domésticas se associa a um aumento no risco de SM entre mulheres com maior jornada de trabalho. Palavras-chave: Síndrome metabólica. Conflito trabalho-família. Estudos longitudinais. Jornada de trabalho. Equilíbrio trabalho-vida. Saúde ocupacional. Gênero.