Teses e Dissertações

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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.

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    Análise das características etnobotânicas e etnofarmacológicas de plantas medicinais na comunidade de Lavras Novas, Ouro Preto - MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-10-29) Almassy Júnior, Alexandre Américo; Casali, Vicente Wagner Dias; http://lattes.cnpq.br/3503505739847214
    As pesquisas etnobotânicas e etnofarmacológicas são hoje importantes ferramentas de registro e documentação dos usos empíricos de plantas medicinais em comunidades tradicionais, gerando conhecimento útil ao desenvolvimento de novos medicamentos, à conservação da biodiversidade e a valorização do saber e da cultura local. Entretanto, em trabalhos recentes, pesquisadores tem concluído que fatores de transformações sociais e econômicas podem influenciar as características do conhecimento tradicional e sua forma de transmissão dentro da comunidade, influenciando nos resultados obtidos por levantamentos etnocientíficos. O objetivo deste trabalho foi analisar as características etnobotânicas e etnofarmacológicas da comunidade de Lavras Novas (Ouro Preto MG), que tem sido submetida a intensas transformações econômico-sociais durante a última década em decorrência da crescente atividade turística. As metodologias empregadas foram observação participante e entrevistas semi-estruturadas realizadas com 22 informantes- chave. Foi verificado que para os nativos da comunidade existe associação entre o sagrado e uso de plantas medicinais, sendo que é comum a interpretação de que a ação terapêutica destas é potencializada pela prática das orações. Em 10 anos, houve queda no uso de plantas medicinais cultivadas e aumento no uso de espécies espontâneas coletadas. Cerca de 73% dos informantes afirmaram encontrar dificuldades de repassar o conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais aos membros mais jovens da comunidade, o que tem levado a perda do hábito de cultivo dessas espécies e conseqüente desaparecimento de algumas delas na localidade. Conclui-se que o turismo exerce, nessa comunidade, impactos sociais, econômicos e culturais, porém não é possível valorar que esta influência seja completamente negativa, em relação ao tradicional uso de plantas medicinais, já que é comum o fato de turistas adotarem o recurso terapêutico dos remédios tradicionais, elaborados pelos moradores, em caso de necessidade. O impacto negativo do turismo em relação à utilização das plantas diz respeito à dificuldade de transmissão do conhecimento tradicional entre as gerações, já que os jovens do local, estão valorizando menos os elementos tradicionais da cultura lavranovense e mais os exemplos dos turistas. Além disso ocorre a perda do tradicional hábito do cultivo de plantas medicinais inclusive pela redução de área disponível nos quintais dos moradores, transformados em quartos ou casas de aluguel. Conclui-se também que as informações etnobotânicas e etnofarmacológicas, quando obtidas em determinados intervalos de tempo, podem ser indicadoras do grau de manutenção ou degradação do conhecimento tradicional de comunidades rurais.
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    O Programa Fitoverde e o Grupo Entre Folhas: a fitoterapia nas esferas governamental e não-governamental
    (Universidade Federal de Viçosa, 2000-08-22) Almassy Júnior, Alexandre Américo; Ferreira Neto, José Ambrósio; http://lattes.cnpq.br/3503505739847214
    A fitoterapia, ou seja, o tratamento baseado no uso de plantas medicinais, tem sido um método terapêutico crescentemente procurado no Brasil, hoje, por diversas instituições de caráter governamental ou não. A presente pesquisa, de ordem qualitativa, procurou identificar, interpretar e comparar as trajetórias institucionais de duas entidades envolvidas na oferta de serviços de fitoterapia à população: uma pertencente à esfera governamental e, a outra, à esfera não-governamental. A instituição governamental escolhida foi o Programa Fitoverde conduzido pela Prefeitura Municipal de João Monlevade, MG. Por sua vez, a instituição não-governamental trabalhada foi o Grupo Entre Folhas – Plantas Medicinais, Organização Não-Governamental (ONG), localizada no município de Viçosa, MG. Como técnica de investigação foi feito o uso, principalmente, de entrevistas semi-estruturadas, que foram conduzidas com informantes selecionados, através do processo de amostragem por "expert". Objetivou-se, dessa forma, analisar a trajetória de ambas as instituições, verificando as razões que deram origem à oferta deste tipo de trabalho e as principais semelhanças e diferenças encontradas entre elas. Verificou-se que, na esfera governamental, com base no Programa Fitoverde, os principais objetivos de trabalhar com a fitoterapia no serviço público de saúde dizem respeito à economia de recursos com a diminuição dos gastos com a aquisição de medicamentos, o que aumenta não só o acesso da população a estes, como também amplia a possibilidade de aumento do número de programas de promoção da saúde. Outra vantagem verificada seria a possibilidade de ofertar ao público medicamentos que causassem menor risco de efeitos colaterais. Por sua vez, na esfera não-governamental, com base no trabalho do Grupo Entre Folhas, a fitoterapia é compreendida não somente como método terapêutico e sim como parte de um processo de mudança de hábitos que objetiva auxiliar o indivíduo a não mais “obter saúde”, mas passar a “viver saúde”, ou seja, viver em um estado de equilíbrio com o todo que o envolve. As interpretações da fitoterapia, apresentadas pelas instituições pesquisadas, são reflexos das diferentes concepções do processo saúde-doença, ou seja, de diferentes combinações de modelos etiológicos e terapêuticos, que predominam em cada uma delas. A partir do estudo das instituições pesquisadas, concluiu-se que existem semelhanças em relação a trajetória, objetivos e forma de condução dos trabalhos de fitoterapia. Porém, as diferenças mais marcantes relacionaram-se a concepções distintas do processo saúde-doença que, na instituição governamental, restringe-se, principalmente, à questão da oferta de medicamentos, enquanto na ONG é parte integrante de uma filosofia de trabalho que compreende a saúde e, conseqüentemente, a doença como o resultado do modo de vida conduzido por cada indivíduo.