Teses e Dissertações
URI permanente desta comunidadehttps://locus.ufv.br/handle/123456789/1
Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.
Navegar
Item Adubação orgânica com resíduos animais e uso de microrganismos eficientes na produção agroecológica de capim elefante(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-28) Procópio, Kathlin Dias; Lana, Rogério de Paula; http://lattes.cnpq.br/1952823254152902O uso de resíduos orgânicos em capineiras, além de proporcionar menor custo de produção da cultura, pela redução de gastos com insumos, devido a presença de nutrientes contido nos resíduos e ser benéfico ao meio ambiente, possibilita a melhoria na produtividade da massa de forragem e na composição química da planta e do solo. Estudos com EM (Microrganismos Eficientes) relatam sua eficiência de uso em diferentes áreas, como no crescimento e desenvolvimento de plantas e na degradação de compostos orgânicos. O objetivo dessa pesquisa foi analisar se os resíduos sólidos animais, associados ou não ao uso de microrganismos eficientes (EM), melhoram a produtividade, as características químicas e de minerais do capim elefante (Capítulo 1) e o perfil da microbiota do solo (Capítulo 2). O experimento foi conduzido no sítio Boa Vista, distrito de Cachoeira de Santa Cruz, Viçosa-MG, pertencente à Universidade Federal de Viçosa (UFV). Inicialmente, foi feita a análise do solo e dos resíduos orgânicos, em laboratório, para obtenção das características físico-químicas. O EM foi produzido e incorporado, com o uso de um pulverizador, na área experimental, após a aplicação dos resíduos curtidos. As doses de compostos que foram aplicadas no capim elefante teve como base os seus teores de nitrogênio, devido a exigência da cultura. Sendo assim, o experimento foi conduzido em esquema de parcelas subdivididas, com delineamento em quadrado latino, com quatro repetições. Nas parcelas, foram estudados os tratamentos: testemunha, resíduos sólidos de suínos, resíduos sólidos de bovinos e resíduos sólidos de frangos (cama de frango); e, nas subparcelas, foram estudados a aplicação (com) ou não (sem) de EM, totalizando 32 unidades experimentais de 10 m2 cada. Nas épocas correspondentes aos cortes, foram feitas avaliações das características morfológicas do capim elefante, análises bromatológicas completas e de minerais (cálcio, fósforo, magnésio, sódio e potássio). Ao final do experimento, foram coletadas com trado holandês, à profundidade de 0-20 cm, amostras compostas de solo em cada subparcela. Parte dessas amostras foram coletadas para análises das características químicas do solo e outra parte foi acondicionada em freezer a -20°C. A abundância de esporos das amostras de fungos micorrízicos arbusculares (FMA), foi avaliada pela técnica de peneiramento úmido com as amostras de solos bem como foram avaliados em nível molecular pela técnica de PCR- DGGE. Os dados de produtividade, bromatologia, minerais, abundância total de esporos, índices de diversidade de FMA e bactérias foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, quando houve significância, as médias de tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de significância, utilizando-se o programa SAS 9.4 na função PROC MIXED. Houve melhorias nos parâmetros de produtividade do capim elefante, sendo que as variáveis massa verde e massa seca tiveram aumento de mais de 150 % em relação ao tratamento controle. Entretanto, houve queda na composição químico-bromatológica e de minerais, após o tratamento, indicando a necessidade de ajustes no tempo de corte e adubação. Os resultados demonstram não haver efeito significativo do EM para composição bromatológica (P>0,05), tendo efeito da adubação orgânica, em que a cama de frango apresentou melhores resultados do que os outros tratamentos. Já em relação as análises moleculares, os resultados indicaram haver homogeneidade no perfil de bandas tanto para bactérias quanto para FMA na PCR- DGGE, independente do resíduo aplicado e da subparcela ter recebido ou não EM. Houve maior similaridade (84 %) entre os FMA, com predominância de separação de grupos que receberam ou não EM. Houve baixa similaridade entre as comunidades de bactérias, com 25 % de similaridade entre dois grupos similares em relação aos tratamentos. Houve efeito significativo com a aplicação de EM para dominância nas comunidades de FMA, porém reduziu-se os demais índices de diversidade. O capim elefante teve boa produtividade, destacando-se o tratamento com a cama de frango. Os tratamentos que produziram mais, removeram mais minerais. Os componentes químicos no capim reduziram com os tratamentos, indicando a necessidade de adubação mais frequente e ajuste do período de corte. Os resíduos orgânicos não afetaram o perfil da comunidade microbiana e o EM afetou comunidade de FMA do solo com capim elefante plantado.Item Aspectos determinantes para adoção de sistemas agroflorestais no brasil: revisão sistemática e metanálise(Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-10) Ribeiro, Julio Cesar Pereira; Filho, Elpídio Inácio Fernandes; http://lattes.cnpq.br/9170795633184678Os sistemas agroflorestais (SAFs) representam atividades agrícolas que otimizam o uso e cobertura da terra e possuem potencialidades ecológicas e econômicas. Apesar dos estudos sobre SAFs mostrarem resultados promissores, muitos agricultores ainda não adotam esse modelo de agricultura. Esta revisão sistemática e metanálise identificou quais desafios e barreiras interferem na tomada de decisão dos agricultores para adotar sistemas agroflorestais no Brasil. Dos 957 artigos identificados, 60 artigos foram incluídos na análise final após uma rigorosa revisão de triagem duplo-cega. Dos 60 artigos, 35 foram selecionados para extração de dados e utilizados para revisão sistemática, enquanto apenas 10 foram utilizados para metanálise. A revisão e metanálise mostraram que, embora os SAFs apresentem vantagens para aumento de renda e recuperação ambiental, a falta de informação torna-se uma das principais barreiras para a adoção do SAF. Agricultores com acesso à informação têm 2,21 vezes mais chances de adotar um SAF em comparação com agricultores sem acesso à informação. Além disso, existem vários desafios para adoção e aceitação do SAF no Brasil, incluindo políticas públicas, assistência técnica qualificada, acesso à terra, participação em cooperativas e associações, uso do SAF para recuperação de áreas degradadas, educação, comercialização do produto SAF, aplicação de metodologias participativas, acesso a crédito e subsídios. Esta revisão e metanálise destacou as lacunas existentes para a adoção do SAF e a ausência de estudos que apontassem os principais avanços com os SAFs. Pesquisas futuras sobre variáveis associadas à adoção do SAF devem, em primeiro lugar, criar um método de coleta de dados, um protocolo de pesquisa para orientar a condução da pesquisa do SAF. Isso permitirá a criação de um banco de dados para compor informações referenciais para acompanhar a evolução dos SAFs no Brasil e estabelecer políticas que estimulem sua expansão Palavras-chave: Agrofloresta. Acesso à Informação. Adoção de SAF. Agricultura Familiar. Agroecologia.Item Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): participação da agricultura familiar em Viçosa-MG e a situação de (in)segurança alimentar e nutricional de famílias de agricultores fornecedores(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-26) Trivellato, Paula Torres; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/1324876961183007Objetivou caracterizar o desenvolvimento da compra de alimentos da agricultura familiar para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no Município de Viçosa- MG, assim como a situação de (In)Segurança Alimentar e Nutricional de famílias de agricultores fornecedores. O estudo foi realizado em Viçosa-MG, com atores sociais envolvidos com o PNAE, assim como agricultores fornecedores e suas famílias, e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e a participação ocorreu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ou Termo de Assentimento. A pesquisa se dividiu em duas etapas, sendo a primeira voltada para a caracterização da implementação da compra de alimentos da agricultura familiar para o PNAE municipal, a partir da Lei 11947 de 2009, por meio de abordagem qualitativa: observação da rotina de trabalho do Setor de Merenda Escolar e das reuniões com os atores sociais do PNAE; pesquisa documental de materiais referentes à execução do Programa; e entrevistas a informantes chaves. Essa etapa descreveu o processo de participação da agricultura familiar na alimentação escolar municipal, trazendo os antecedentes da agricultura familiar local, os passos iniciais para implementação da legislação, as relações intersetoriais, os procedimentos burocráticos, as dificuldades e avanços enfrentados, assim como a percepção dos atores quanto aos desafios e potencialidades dessa medida. Foi verificado que o Município iniciou tardiamente a compra de alimentos da agricultura familiar para o PNAE, ocorrendo a primeira chamada pública em 2011, devido a entraves políticos e dificuldades administrativas, mas o procedimento de compra evoluiu à medida que se solidificava o entendimento local e aprimorava o processo de comercialização, tanto por parte da Entidade Executora quanto por parte da agricultura familiar e seus colaboradores. O destaque desse processo foi o envolvimento multi e intersetorial. As ações do Programa somente se efetivam com o estabelecimento de relações conjuntas. Nesse contexto, o Município foi capaz de alcançar, em alguns anos, mais que o mínimo de compra estipulado pela Lei e trazer benefícios tanto à alimentação escolar quanto às famílias de agricultores fornecedores, promovendo assim, Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). A segunda etapa do estudo tratou de avaliar a situação de (in)segurança alimentar e nutricional das famílias dos agricultores que forneceram para o PNAE de 2011 a 2016. Os métodos utilizados foram indicadores socioeconômicos e demográficos, nutricionais, com medidas antropométricas, dosagem de hemoglobina e disponibilidade alimentar e a percepção da insegurança alimentar. Foram realizadas visitas a 27 famílias, totalizando 91 indivíduos, residentes na zona rural de Viçosa-MG. A maioria das famílias (74% n=20) encontraram-se em situação de segurança alimentar e teve seus domicílios classificados em condições intermediárias de moradia (56% n=15) seguidos da classificação adequada (44% n=12). Todavia, foi observado carências em alguns indicadores socioeconômicos, destacando a presença de extrema pobreza em 11% (n=3) das famílias e alterações nutricionais, como excesso de peso em 78% (n=21), baixo peso em 11% (n=3) e presença de anemia em 30% (n=8) das famílias. Quanto a disponibilidade calórica, a maioria das famílias (59% n=16) teve disponibilidade alta (≥ 3.000). O panorama das famílias fornecedoras do PNAE foi melhor que o encontrado em outras famílias rurais do Município, mas ainda traz a pertinência de medidas de intervenção na área social e de educação alimentar e nutricional. Dessa forma destaca-se a vulnerabilidade do meio rural e a relevância de Programas de SAN que contemplem esse setor.Item Segurança alimentar e indicadores nutricionais de agricultores familiares expositores em feiras livres de Viçosa-MG e suas percepções referentes à pandemia da COVID-19 e condições de vida(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-06) Rezende, Isabella de Andrade; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/0627366215304670Introdução: A Segurança Alimentar e Nutricional envolve aspectos no que se refere a produção de alimentos, acesso, disponibilidade, qualidade e práticas alimentares. Com a chegada do vírus Sars-Cov-2, as medidas de tentativa de contenção do mesmo levaram a bloqueios de estradas, fechamento de comércios e feiras livres, e consequentemente perda financeira para os agricultores familiares. Muitos produtores que dependiam de feiras livres para exposição e comercialização de seus produtos tiveram sua renda diminuída ou comprometida nesse período. Objetivo: Avaliar a situação de (In) Segurança Alimentar e indicadores nutricionais de agricultores familiares expositores em feiras livres locais e suas percepções referente ao impacto da pandemia da COVID-19 em suas condições de vida. Metodologia: foram avaliados agricultores familiares, maiores de 18 anos, que expõem seus produtos em feiras livres locais. Um questionário foi aplicado contendo informações demográficas, socioeconômicas, de consumo alimentar e da percepção do impacto da pandemia nas condições de vida. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) foi utilizada para o diagnóstico da Segurança Alimentar (SA). A avaliação do estado nutricional foi feita pelo Índice de Massa Corporal. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n. 5.401.008). As análises estatísticas foram conduzidas no software R versão 4.0.5, adotando-se nível de significância de p<0,05. A comparação das variáveis categóricas entre os grupos de InSA e SA foi realizada pelo teste Qui-quadrado. A Oddis Rattio foi utilizada para determinar a magnitude de associação entre a InSA e cada variável analisada. Resultados: No estudo realizado 52,3% (n = 35) dos agricultores estavam em situação de InSA. Observou-se que participar de programa governamental, ter maior disponibilidade energética diária per capita e possuir abastecimento de água da rede pública apresentou relação com a SA. Quanto maior a pontuação na EBIA menor a disponibilidade energética, de carboidratos, proteínas e lipídeos per capita diária. A maioria dos agricultores, independente da situação de SA ou InSA, relataram ter feito trocas alimentares durante a pandemia, sendo que foi observado aumento no consumo de arroz e redução no consumo de carne bovina. Considerações finais: A paralisação das feiras livres agravou a situação dos agricultores familiares expositores, já que,muitas vezes, a venda dos seus produtos nesses locais é sua única ou principal fonte de renda. Estratégias devem ser tomadas para minimizar o impacto da pandemia na saúde e alimentação dessa população. Portanto, são necessárias medidas governamentais que visem garantir condições socioeconômicas e segurança alimentar, assegurando assim o direito a todos a alimentação em qualidade e quantidades suficientes. Palavras-chave: Agricultura Familiar. COVID-19. Feiras Livres. Segurança Alimentar.Item Teor de iodo na água, sal e temperos consumidos por agricultores familiares da região geográfica imediata de Viçosa – MG associados às suas procedências(Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-19) Mayer, Edna Miranda; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/7110864626011452O objetivo deste estudo foi associar os teores de iodo na água, sal, temperos caseiros e industrializados consumidos pelos agricultores familiares da Região Geográfica Imediata de Viçosa com suas procedências. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido no meio rural da Zona da Mata de Minas Gerais, tendo como público, 306 adultos. Foram coletadas e analisadas 300 amostras de sal, 314 água e 166 temperos consumidos, no período de julho de 2020 a agosto de 2021. Para determinar a concentração de iodo na água baseou-se no método espectrofotométrico “Leuco Cristal Violeta”, no sal utilizou-se o descrito no Manual do Instituto Adolfo Lutz (2008) e para o tempero um método baseado no escrito por Perring et al. (2001). Com o questionário semiestruturado obteve-se informações sobre as procedências da água, sal e tempero de consumo. A mediana de teor de iodo na água de consumo das amostras da torneira foi de 4,56 μg L -1 e nas nascentes, 7,08 μg L -1 . 94,1% das amostras de água da torneira estão com baixa concentração de iodo. A mediana da ingestão hídrica diária foi de 2000 mililitros disponibilizando 9,12 μg de iodo. A concentração de iodo na água foi diferente entre as cidades participantes. Ocorreu associação entre a concentração de iodo abaixo da mediana com água advinda de poço artesiano ou cisterna, água armazenada em caixa d’água de polietileno e amianto e limpeza da caixa d’água ≤ 6 meses. A mediana de teor de iodo das amostras de sal foi de 23,42 mg. Kg -1 . O sal refinado apresentou maior mediana de teor de iodo (24,01 mg Kg -1 ). 80,6% das amostras analisadas encontraram-se adequadas com relação a concentração de iodo e 94,3% são compostas por sal refinado. Verificou-se que 50,7% dos sais foram da marca A, 43,0% são armazenados em locais considerados quentes, 94,0% retiram o sal da embalagem original e 95,7% utilizam utensílio seco para manusear o sal. Os valores de mediana, mínimo e máximo da disponibilidade diária de sal de consumo alimentar consumido foi de 11,1 g, 1,4 g e 33,3 g, respectivamente, oferecendo 260,0 μg, 0,0 μg e 4319,6 μg de iodo, respectivamente. A concentração de iodo no sal de consumo foi diferente entre o do sal mineral com sal refinado. A distribuição de iodo no sal de consumo foi diferente entre a Marca C com a Marca A e Marca B. A média de iodo das amostras de tempero foi de 52,68 μg/100g. Identificou-se que, 37,3% dos temperos foram acondicionados em locais secos e ventilados, 65,1% são colocados em potes de plásticos e 89,8% utilizam utensílio seco para manuseá-lo. A mediana de concentração de iodo no tempero foi de 0,97 mg 100g -1 (0,0 – 2,8 mg 100g -1 ). O sal de consumo é o que mais contribuiu para a disponibilidade de iodo para a população do estudo, seguido do tempero e água. Palavras-chave: Iodo. Agricultores familiares. Adulto.