Navegando por Autor "Vieira, Denise Maria"
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Item Influências da família e da escola no consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio entre crianças de classes sociais diferentes(Universidade Federal de Viçosa, 2013-06-06) Vieira, Denise Maria; Oliveira, Maria do Carmo Fontes de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788219A6; Bartolomeu, Tereza Angélica; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4709252T1; http://lattes.cnpq.br/6906545701574001; Silva, Neuza Maria da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783876Z0; Araújo, Raquel Maria Amaral; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760237T8Vários estudos apontam o consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio como um dos principais fatores para o aumento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil. Algumas ações vêm sendo desenvolvidas no País para reverter esse quadro, como programas educacionais e de intervenção nutricional. Contudo, cresce a cada dia o consumo de alimentos ultraprocessados com alto teor de açúcar, gordura e sódio e, consequentemente, o número de doenças relacionadas ao seu consumo. De acordo com o Ministério da Saúde, 260 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se a alimentação da população fosse adequada. Assim, tornam- se cada vez mais urgentes ações que promovam práticas alimentares mais saudáveis, as quais devem ser promovidas e incentivadas desde a infância, sendo a família e a escola fundamentais nesse processo. Este estudo teve como objetivo verificar a influência da família e da escola sobre o consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio entre crianças de 7 a 9 anos de idade. A amostra foi composta por 45 crianças, sendo 25 matriculadas em uma escola pública e 20 em uma escola particular da cidade de Viçosa, MG. Uma subamostra foi composta de 28 mães, sendo 13 mães de crianças da escola pública e 15 de crianças da escola particular. Os participantes da escola pública foram denominados grupo A (GA), e os participantes da escola particular, grupo B (GB). Para obtenção dos dados junto às crianças, foi utilizada a técnica de grupo focal e observação direta, com o objetivo de avaliar as preferências, o consumo e a percepção delas quanto aos alimentos que consomem nos intervalos das principais refeições. Quanto às mães, os dados foram obtidos através da aplicação de questionários e de reuniões com elas. Verificou-se que os grupos se diferenciavam quanto a classe econômica, escolaridade das mães, número de filhos, médias de idade das mães e ocupação destas. Por meio das oficinas de grupos focais, verificou-se que, embora as crianças pertencessem a grupos com características diferentes, elas tinham gostos semelhantes, preferindo alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio. Semelhanças quanto à percepção de quais alimentos são bons ou ruins para a saúde também foram encontradas entre os dois grupos. As crianças referiam-se aos alimentos como balas, pirulitos, refrigerantes, biscoitos recheados e salgadinhos tipo chips como alimentos que fazem mal à saúde, e a alimentos como frutas, legumes e verduras, como aqueles bons para a saúde. No entanto, as crianças do GA relataram consumir mais os alimentos de sua preferência, ao passo que as crianças do GB disseram consumir alimentos de sua preferência com menor frequência. Foi feito um levantamento, junto às mães, de 17 variedades de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio, consumidos por seus filhos, nos últimos seis meses. Foi avaliado também o quanto as mães das crianças eram autoeficazes em consumir uma dieta com redução de açúcar, gordura e sódio. Entre as crianças do GA a frequência de consumo desses alimentos foi maior em relação às do GB. Embora as crianças dos dois grupos compartilhassem preferências e percepções semelhantes em relação aos alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio, os comportamentos diante desses alimentos variavam de acordo com a classe econômica, escolaridade materna e autoeficácia das mães em seguir uma dieta com redução de açúcar, gordura e sódio. Os resultados mostraram que as crianças do GA pertenciam às classes econômicas C e D e eram filhas de mães com baixa escolaridade e baixa autoeficácia em reduzir o consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio. Essas crianças tinham grande disponibilidade desses alimentos nos ambientes familiar e escolar e grande autonomia para seu consumo. As crianças do GB pertenciam às classes econômicas A e B e eram filhas de mães com alta escolaridade e maior autoeficácia em reduzir o consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio. As crianças deste grupo tinham menos disponibilidade de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio tanto no ambiente familiar quanto no escolar e menor autonomia para seu consumo. Este estudo confirma a necessidade de intervenções de educação nutricional junto às mães, visando aumentar a autoeficácia destas para a redução do consumo de alimentos com alto teor de açúcar, gordura e sódio, uma vez que os resultados mostraram relação entre autoeficácia das mães e maior ou menor consumo desses alimentos por parte das crianças. Família e escola devem compartilhar dos mesmos ideais em relação à educação alimentar das crianças, sendo fundamental o desenvolvimento de parceria entre elas.