Navegando por Autor "Mattos, Lúcia Portilho"
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Item O Poder Público Municipal como agente modelador do espaço urbano: o caso do bairro Novos Tempos no município de Carangola (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-05) Mattos, Lúcia Portilho; Carvalho, Aline Werneck Barbosa de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766934H2; Stephan, ítalo Itamar Caixeiro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4762364D8; Ribeiro Filho, Geraldo Browne; http://lattes.cnpq.br/3896317531441357; Lopes, Roberto de Almeida Goulart; http://lattes.cnpq.br/8904590537144504Esta pesquisa teve como objetivo discutir o papel desempenhado pelo Estado na produão de bairros destinados à população de baixa renda em cidade de pequeno porte demográfico. Mais especificamente, a análise deteve-se no papel do poder público municipal de Carangola, Minas Gerais, no processo de produção dos loteamentos Campo de Aviação I e Campo de Aviação II, implantados em 1996, que deram origem ao bairro Novos Tempos. Ao analisar os loteamentos mencionados, a pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória. As primeiras investigações sobre o processo de produção dos loteamentos indicavam a manifestação de práticas conservadoras, fato que motivou a formulação da seguinte hipótese: o papel do poder público local no processo de produção do espaço urbano para a população de baixa renda de Carangola pautou-se por políticas clientelistas, isto é, por práticas norteadas na troca de favores. A pesquisa caracterizou-se por ser um estudo de caso, ao analisar os loteamentos mencionados. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, cujos sujeitos da pesquisa foram os primeiros moradores do bairro e o prefeito que o criou. O método usado no tratamento dos dados foi a análise de conteúdo. As análises indicaram que os loteamentos foram implantados por iniciativa do prefeito da época. Os projetos dos loteamentos foram feitos em desacordo com a Lei 6766/79, os órgãos de fiscalização da prefeitura, que deveriam ter um comportamento técnico acabam se moldando aos interesses do próprio prefeito, contribuindo para consolidar a prática clientelista, as casas foram doadas sem estarem finalizadas, como também a infraestrutura do loteamento, a localização escolhida para a implantação dos loteamentos também foi inadequada, tendo em vista a distância relativa ao centro e as condições de acesso. Conclui-se que ao invés de o poder público local cumprir seu papel visando atenuar a segregação socioespacial, reforçou tanto a desigualdade quanto o grau de dependência dos grupos sociais menos favorecido ao clientelismo político. Assim no final do século XX configura-se em Carangola uma prática típica da política brasileira, pautada na troca de favores, indicando que esse sistema continua enraizado na cultura política local.