Navegando por Autor "Ferreira, Fernanda Laurinda Valadares"
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Item Disponibilidade hídrica e aptidão da agricultura de sequeiro e irrigada no Cerrado(Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-26) Ferreira, Fernanda Laurinda Valadares; Rodrigues, Lineu Neiva; http://lattes.cnpq.br/7270193117371906A escassez hídrica vem se acentuando em diversas regiões do mundo, ocasionada em grande parte pelas mudanças climáticas, crescimento populacional, uso ineficiente da água e à falta de planejamento e gestão de recursos hídricos. Esse cenário de aumento da escassez hídrica evidencia a importância de melhorar o aproveitamento dos recursos hídricos, o que implica necessariamente em estabelecer estratégias de planejamento e gestão de recursos hídricos mais efetivas, que garantam uma alocação do recurso que favoreça aos usos múltiplos e traga segurança hídrica, de forma a assegurar o bem-estar social da população e o desenvolvimento sustentável da região. Nesse contexto, é fundamental que se tenha ferramentas que subsidie o gestor com informações que o auxilie no processo de tomada de decisão e possibilite um crescimento mais organizado e sustentável da agricultura na região. O objetivo geral desta tese, estruturada em forma de artigos, foi avaliar a disponibilidade hídrica e a aptidão da agricultura de sequeiro e irrigada na região do Cerrado brasileiro. No primeiro artigo, avaliou-se o impacto da aplicação de diferentes critérios de outorga anuais e sazonais, adotados nos estados que compõe o Cerrado, na disponibilidade hídrica potencial de bacias hidrográficas. Neste primeiro artigo, a área potencialmente irrigável, considerando cada um dos critérios de outorga avaliados, foi estimada. Os resultados indicam que, em média, nas ottobacias nível 5 do Cerrado, a disponibilidade hídrica potencial da Q90 anual foi 8% maior que a Q95 anual e 22% maior que Q7,10 anual. Em termos sazonais, as maiores vazões mínimas de referência mensal ocorreram em março, e o mês de menor disponibilidade foi outubro. Em relação ao potencial de área irrigável, considerando os critérios de outorga para o mês de maior disponibilidade, em comparação com o critério anual, observou-se um incremento de 142,5% na Q7,10, 130% na Q90 e 121,2% na Q95. No segundo artigo, avaliou-se o déficit e o excesso hídrico mensal provável nas bacias hidrográficas do Cerrado, bem como a tendência dos dados mensais do balanço hídrico climatológico e de suas variáveis de entrada e saída, como a precipitação e a evapotranspiração de referência na região de estudo. Os resultados evidenciaram a alta variabilidade na precipitação anual e evapotranspiração em todo o território do Cerrado. As ottobacias localizadas na área de transição entre o Cerrado e o bioma Amazônia geralmente apresentaram meses com excedente hídrico, enquanto as ottobacias ao Leste e Nordeste do Cerrado, área de transição com a Caatinga, possuem déficit hídrico em todos os meses, com maior déficit nos meses de estiagem, de maio a outubro. Além disso, foram identificadas tendências significativas no balanço hídrico climatológico em diferentes meses. Essas tendências foram em geral de redução, as quais estão relacionadas às tendências das variáveis de redução da precipitação e/ou aumento da evapotranspiração de referência utilizadas na estimativa do balanço hídrico climatológico. No terceiro artigo, o objetivo foi desenvolver um índice de viabilidade para produção de culturas anuais, tomando como base os fatores que interferem na demanda hídrica da cultura, e aplicá-lo para a cultura da soja na região do Cerrado brasileiro. O desenvolvimento do índice de viabilidade para produção de culturas agrícolas anuais permite analisar dentro de uma região as áreas com maior aptidão ao desenvolvimento da agricultura de sequeiro ou irrigada. A viabilidade da produção de soja no Cerrado é mais favorável nas regiões Noroeste, Norte e Nordeste com início nos meses de outubro e novembro, com outubro apresentando um desempenho ligeiramente superior. Em relação ao plantio da soja nos meses de setembro e outubro, a região Central não apresentou diferença significativa, mas observou-se que nessa região o plantio da soja em setembro é mais adequado que o plantio em novembro. Nas regiões Leste, Sudeste, Sudoeste e Oeste, o plantio em setembro é a opção mais vantajosa em comparação com outubro e novembro, destacando-se que outubro é o mês com maior aptidão para o cultivo de soja nesses locais. Palavras-chave: Área potencial irrigável. Aptidão agrícola. Estacionariedade. Ottobacias. Recursos hídricos. Savana. Vazão mínima de referência.Item Influência das precipitações e do uso e cobertura da terra no regime de vazões da bacia hidrográfica do rio Santo Antônio(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-29) Ferreira, Fernanda Laurinda Valadares; Rodrigues, Lineu Neiva; http://lattes.cnpq.br/7270193117371906A água é elemento essencial para existência da vida no planeta, dessa forma é necessário que se tenha conhecimento a respeito dos elementos que alteram a sua dinâmica, destacadamente a sua qualidade e quantidade. Em diversas regiões do Brasil, o quadro de escassez hídrica tem aumento em virtude do uso excessivo desse recurso, da ineficiência dos programas de gestão e das variações no ciclo hídrico. As alterações climáticas e a intensificação das atividades antrópicas nas bacias hidrográficas tem alterado de forma considerável o regime de vazões, o que se configura como um problema para os gestores dos recursos hídricos, pois estes são planejados considerando a hipótese de estacionariedade, ou seja, não consideram a ocorrência de mudanças significativas dos dados das séries hidrológicas ao longo do tempo. Neste cenário, os objetivos deste estudo foi modelar o comportamento da vazão em função da precipitação e do uso e cobertura da terra e analisar a relação entre as mudanças ocorridas nas precipitações pluviométricas e no uso e cobertura da terra no regime de vazões da bacia hidrográfica do rio Santo Antônio, MG. A análise do uso e cobertura da terra, no período de 1985 a 2014, foi realizado a partir da elaboração de mapas das classes de uso e cobertura da terra, utilizando informações fornecidas pelo Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil – MapBiomas, sendo o seu processamento realizado na plataforma Google Earth Engine (GEE). Para avaliar a relação da dinâmica da cobertura da terra com o regime de vazões, foram considerados cinco classes: Floresta Natural ou Formação Natural; Floresta Plantada; Formação Natural não Florestal; Agropecuária; e Área não Vegetada. Para caracterização do comportamento hidrológico foram utilizados dados de seis estações fluviométricas e 24 estações pluviométricas que apresentaram influência na área de estudo. Para verificação da hipótese de estacionariedade nos dados hidrológicos foram aplicados testes estatísticos de Run, Mann Kendall e Pettitt, ao nível de significância de 5%. Foram ajustados modelos de regressão múltipla para estimativa das vazões utilizando como variáveis explicativas a precipitação (β 1 ), e o uso e cobertura da terra (β 2 ). Em relação à dinâmica do uso e cobertura da terra, constatou-se que em todas às áreas de xiidrenagem as áreas de agropecuária já estavam em processo de expansão, com redução das áreas de floresta natural, e em quatro áreas de drenagem houve aumento considerável das áreas de floresta plantada. Verificou-se, também, que das seis estações fluviométricas localizadas na área de estudo, apenas uma apresentou os dados com comportamento não estacionário para o regime de vazão mínima (Q 7 ) anual, com tendência de redução, e para as vazões mensais foram contatados para as vazões médias (Q med ) e máximas (Q max ) tendência de redução para os meses de julho a setembro. Em relação aos dados pluviométricos, das estações utilizadas, 12 delas apresentaram comportamento não estacionário, em sua maioria com tendência de redução. Dos modelos de regressão múltipla, a estação fluviométrica 56825000, obteve os melhores ajustes dos dados para Q med , considerando as variáveis explicativas Precipitação Total Anuais (P a ); Precipitação do Semestre Chuvoso (P sc ), e Precipitação do Trimestre Chuvoso (P tc ), , Floresta Natural, Formação Natural não Florestal, Agropecuária e Área não Vegetada, com os valores do Coeficiente de Determinação Ajustado (𝑅 𝑎 2 ) superiores a 0,66. De maneira geral, foram obtidos ajustes satisfatórios em grande parte das estações fluviométricas, sendo que os valores de 𝑅 𝑎 2 variaram de 0,49 a 0,75. Analisando de maneira isolada a relação da precipitação e do uso e cobertura da terra no regime de vazões, constatou-se que os regimes de vazões que possuem relação significativa com as precipitações foram: P a , P sc e P tc , já a relação dos regimes de vazões com as classes de uso e cobertura da terra não foram significativas para nenhuma das áreas de drenagem. Os resultados obtidos confirmam a importância do estudo do regime de vazões na bacia em estudo, visando a adequação dos sistemas de gestão de recursos hídricos à variabilidade do comportamento ao longo do tempo.