Análise da ativação neuromuscular do tronco durante a sessão de equoterapia

Abstract

Introdução: A melhora da qualidade de vida após a equoterapia é expressiva para os familiares e profissionais, promovendo uma crescente visibilidade midiática desta modalidade. Por outro lado, há um número limitado de evidências científicas em relação à adequação do material para montaria, do tipo de montaria e da duração de uma sessão de equoterapia, bem como com relação à ativação de grupamentos musculares específicos durante essa atividade. Objetivo: Estudar o comportamento da ativação neuromuscular dos músculos iliocostal, longuíssimo, multífidos e trapézio superior de crianças durante quatro momentos de uma sessão de equoterapia, utilizando-se dois materiais distintos para montaria. Metodologia: Foram avaliadas 30 crianças, com idade entre 8 e 11 anos, distribuídas aleatoriamente em três grupos: Grupo Equoterapia Sela (GES); Grupo Equoterapia Manta (GEM) e o Grupo Controle (GC). Os dados foram coletados através de um eletromiógrafo de superfície durante os movimentos de flexão e extensão do tronco à partir da posição de pé. Os dados foram analisados através do software estatístico Stata®, pelos testes Shapiro- Wilk e “t” de Student. Resultados: Em relação ao repouso, houve aumento significante da ativação neuromuscular dos músculos iliocostal, longuíssimo e multífido nos GES após 30 minutos de sessão, com médias de 12,31mV (p=0,0136), 5,08mV (p=0,0096) e 6,24mV (p=0,0321), respectivamente. Conclusão: Concluímos que a base estável da sela, aliada ao apoio dos pés no estribo, durante a equoterapia, fornece uma postura ideal para recrutamento destes músculos no movimento de flexão e extensão do tronco.Introduction: The improvement of the quality of life after the hippotherapy is expressive for the relatives and professionals. On the other hand, there is a limited amount of scientific evidence regarding the suitability of the mount material, the type of mount and the duration of hippotherapy session, as well as the activation of specific muscle groups during this activity. Objective: To study the behavior of the neuromuscular activation of iliocostalis, longissimus, multifidus and upper portion of trapezius muscles during four moments of hippotherapy session, using two different mount materials for riding. Methodology: A total of 30 children, aged between 8 and 11 years, were randomly assigned to three groups: Saddle Hippotherapy Group (SHG); Blanket Hippotherapy Group (BHG) and the Control Group (CG). Data were collected through a surface electromyograph during the flexion and extension movements of the trunk from the standing position. Data were analyzed using the statistical software Stata®, by Shapiro-Wilk and Student's t-test. Results: In relation to rest, there was a significant increase in the neuromuscular activation of the iliocostalis, longissimus and multifidus muscles in GES after 30 minutes of session, with a mean of 12.31mV (p = 0.0136), 5.08mV (p = 0.0096) and 6.24mV (p = 0.0321), respectively. Conclusion: We conclude that the stable base of the saddle, together with the support of the feet in the stirrup, during hippotherapy, provides the best posture for recruitment of these muscles in the movement of flexion and extension of the trunk.