Efeitos colaterais dos inseticidas neurotóxicos flubendiamida e lambda cialotrina no intestino médio da lagarta desfolhadora Spodoptera cosmioides (Lepidoptera: Noctuidae)

Abstract

A lagarta Spodoptera cosmioides Walker, 1858 (Lepidoptera: Noctuidae), conhecida popularmente como lagarta-da-vagem ou lagarta-preta, é uma praga em expansão de diversos cultivos agrícolas. Elas provocam quedas nos rendimentos agrícolas e estão presentes em todos os estágios vegetativos. Atualmente, o controle desta praga é feito principalmente com o uso de inseticidas químicos, mas ainda há deficiências de inseticidas registrados para essa praga, por isso é importante testar outros possíveis químicos para serem utilizados no controle de S. cosmioides. O flubendiamida e o lambda-cialotrina são inseticidas são utilizados contra uma gama de lepidópteros pragas e é efetivo contra vários insetos pragas. A interação desses produtos com células do intestino médio de lagartas determina a sua eficácia inseticida. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevivência, toxicidade e as alterações histopatológicas no intestino médio de S. cosmioides expostas ao flubendiamida e ao lambda cialotrina. Flubendiamida foi tóxico para S. cosmioides (CL50 = 3,49 mg L-1 e CL90 = 8,095 mg L-1), com a taxa de sobrevivência após 72 h reduzida de 80,92% do controle para 39,76% com a CL 50 e 21,53% com a CL90. Lambda cialotrina foi tóxico para S. cosmioides (CL50 = 23,03 mg L-1 e CL90 = 174,8 mg L-1), com a taxa de sobrevivência após 72 h reduzida de 83,33% no controle, para 37,89%, 16,66%, 0%, e 0% com as CL25, CL50, CL75 e CL90 de lambda- cialotrina, respectivamente. Intestino médio de S. cosmioides foi extraído após ingestão dos inseticidas e avaliado por microscopia de luz. Os inseticidas causaram desorganização celular, degeneração da borda estriada, fragmentação de células e vacuolização celular e alguns núcleos com cromatina condensada. Portanto, Flubendiamida e Lambda cialotrina são nocivos a S. cosmioides em concentrações letais médias provocando mudanças histológicas severas com degeneração do epitélio do intestino médio. Palavras-chave: Flubendiamida. Lagartas. Lambda cialotrina. Toxicidade.

The caterpillar Spodoptera cosmioides Walker, 1858 (Lepidoptera: Noctuidae), popularly known as the black pod caterpillar, is an expanding pest of several agricultural crops. They cause declines in agricultural yields and are present in all vegetative courses. Currently, the control of this pest is mainly done with the use of chemical insecticides, but there are deficiencies of insecticides registered for this pest, so it is important to test other possible chemical products to be used in the control of S. cosmoides. Flubendiamide and Lambda cyhalothrin are insecticides that are used against a range of lepidopteran pests and are effective against various insect pests. The interaction of products with midgut cells of caterpillars determines their insecticidal diligence. Therefore, the objective of this work was to evaluate survival, toxicity and histopathological changes in the midgut of S. cosmioides exposed to flubendiamide and Lambda cyhalothrin. Flubendiamide was toxic to S. cosmioides (LC50 mg L-1 and LC90 = 895 mg L-1), with a survival rate after 72 h, reaching from 80.92% of the control to 39.76% LC50 and 21.53% with LC90. Lambda cyhalothrin was toxic to S. cosmioides LC50 = 2.03 mg L-1.03 mg L-1 LC90 = 174.8 mg L-1), with the survival rate after 72 h 3% in the control to 37, 89 %, 16.66%, 0%, and 0% with Lambda cyhalothrin LC25, LC50, LC75, and LC90, respectively. Midgut S. cosmioides was extracted after ingestion of insecticides and evaluated by light microscopy. The insecticides caused cellular disorganization, degeneration of the striated border, cell fragmentation and cell vacuolization and some nuclei with condensed chromatin. Therefore, Flubendiamide and Lambda cyhalothrin are harmful to S. cosmioides in their medium lethal intent causing changes with various degenerations of the medium epithelium. Keywords: Flubendiamide. Caterpillars. Lambda cyhalothrin. Toxicity.