Ecologia
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Item Reconhecimento de padrões sonoros por plantas: um estudo da resposta de Impatiens walleriana ao canto de Quesada gigas(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-22) Cypriano, Raphael Jonas; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727338J9; http://lattes.cnpq.br/8566071367586923; Kuki, Kacilda Naomi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784674P6; Lima, Eraldo Rodrigues de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783762J5; Ferreira Junior, Silvio da Costa; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763358H3O som é um estímulo ambiental que pode ser detectado pelas plantas, influenciando seu comportamento, contudo, ainda não compreendemos quais são as implicações ecológicas das respostas vegetais ao som. Este trabalho teve por objetivo: (i) avaliar uma nova abordagem metodológica para estudos envolvendo efeitos sonoros em plantas e (ii) testar se sons emitidos por insetos podem ser utilizados pelas plantas como elementos acessórios para detectar condições e recursos ambientais, estimulando respostas fisiológicas sincronizadas. Para tanto, foram construídas dez câmaras com isolamento acústico para condução de três experimentos em condições semicontroladas de laboratório, com plantas de Impatiens walleriana divididas em tratamentos sonoros, expostos ao som por duas horas diárias, e tratamentos sem exposição ao som. No primeiro experimento, sementes foram submetidas ao som das cigarras por 16 dias, sendo avaliados padrões de germinação e desenvolvimento inicial. No segundo, plantas foram submetidas ao som das cigarras por dez dias, sendo analisados os efeitos do som nas trocas gasosas. E no último experimento, plantas foram expostas ao som das cigarras misturado, com o padrão sonoro desorganizado, por dez dias, sendo também avaliado seus efeitos nas trocas gasosas. Não foram verificadas diferenças significativas nos padrões germinativos e de desenvolvimento inicial das sementes expostas ao som das cigarras quando comparadas com o controle. Por outro lado, foi registrado um aumento significativo na Taxa Fotossintética nas plantas expostas ao som das cigarras, com redução na Relação Carbono interno/Carbono externo (Ci/Ca). Enquanto no tratamento exposto ao som das cigarras misturado foi verificada uma redução significativa na Taxa Fotossintética, sem alterações na Relação Ci/Ca. A metodologia proposta se mostrou eficaz para condução de experimentos avaliando o efeito de sons em plantas. Os resultados experimentais indicam que a influência do som das cigarras em I. walleriana dependem do estágio de desenvolvimento das plantas. Além disso, os dados de trocas gasosas sugerem que plantas podem reconhecer o som das cigarras como uma informação ambiental, uma vez que este som estimulou a atividade fotossintética, enquanto o som das cigarras desorganizado gerou uma resposta fisiológica inversa. A capacidade de perceber sons pode ser evolutivamente fixada entre as plantas, sendo o processo de percepção do som ambiental, assimilação da mensagem acústica e disparo de respostas fisiológicas um mecanismo complexo com um significado ecológico em termos de integração das plantas com o ambiente que as rodeia.Item Influência de variáveis ambientais na abundância de grilos (ORTHOPTERA: GRILLOIDEA) de liteira na Amazônia Central(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-26) Vargas, Jansen Macedo de Souza; Yotoko, Karla Suemy Clemente; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763141P7; Silva, Fabyano Fonseca e; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766260Z2; Sperber, Carlos Frankl; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798938U6Esta dissertação faz parte do subprojeto Determinantes da Biodiversidade de Orthoptera do Brasil que integra a Rede de Pesquisa Biota de Orthoptera do Brasil, que visa am- pliar o conhecimento atual sobre a orthopterofauna brasileira. No presente trabalho, analisamos a relação entre a abundância das morfoespécies mais frequentes de grilos de serrapilheira da Ama- zônia Central e fatores ambientais. Para coletar os grilos, utilizamos armadilhas de queda ( pitfall), com álcool combustível como solução mortífera em três áreas da amazônia central, com diferen- tes fisionomias florestais: Reserva Florestal Adopho Ducke, Tarumã-Mirim e Reserva Biológica da Campina. Os fatores ambientais analisados foram agrupados em duas hipóteses explicativas: i. Top-Down, que relaciona a pressão de predação à abundância dos grupos de Orthoptera analisa- dos e ii. Bottom-Up, que associa as condições do ambiente e os recursos disponíveis com a abun- dância das morfoespécies em estudo. Utilizamos o DIC (Deviance Information Criterion) para escolher o modelo matemático que melhor se ajustasse aos dados sob cada hipótese. Os resultados obtidos apontam que a profundidade da liteira é a única variável significativamente relacionada com a espécie dominante nas três áreas estudadas Hygronemobius sp. 1, (aproximadamente 52 % dos espécimes amostrados). No entanto, há a necessidade de trabalhos que envolvam manipulação de serapilheira e a abundância desta morfoespécie, pois este resultado pode ter origem nas carac- terísticas da armadilha utilizada. Em serapilheiras mais altas, há menor chance de queda de grilos, por que estes podem utilizar mais camadas da liteira para se locomover pelo solo, logo em serapi- lheiras mais rasas a probabilidade de captura é maior. Além disso em locais onde há mais serapi- lheira, há também maior queda de folhas, essas folhas podem impedir o contato dos grilos com a solução mortífera, permitindo que os grilos pulem para fora dos pitfalls. A variável que influenci- ou o maior número de morfoespécies, no entanto, foi a umidade do solo, uma caracterísitca am- biental muito importante na Amazônia, que ajuda a manter a microbiota de solo, responsável pela ciclagem de nutrientes. Observamos também a influencia positiva da ocorrência de frutos na abundância de Ligypterus sp.1 e Luzaridella p. 1, além da relação negativa entre distância entre árvores e a abundância de Nemobiinae sp. 1.Item Filtro ambiental de sombreamento em sistemas agroflorestais diminui o risco de invasão biológica em áreas de conservação de biodiversidade(Universidade Federal de Viçosa, 2013-08-23) Ramos, Nina Celli; Gastauer, Markus; http://lattes.cnpq.br/3843526011662634; Meira Neto, João Augusto Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728376H9; http://lattes.cnpq.br/1090995055958522; Messias, Maria Cristina Teixeira Braga; http://lattes.cnpq.br/0716705806773564; Schoereder, José Henrique; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783461Y6Unidades de conservação (UCs) e fragmentos florestais são geralmente circundados por uma matriz agrícola que é fonte de propágulos de espécies exóticas invasoras, afetando diretamente os ecossistemas naturais. A conservação da biodiversidade dependerá da habilidade das sociedades humanas em manejar paisagens agrícolas de forma a compatibilizar produção e conservação. Nesse sentido, sistemas agroflorestais (SAFs) podem funcionar como áreas de amortecimento contra invasões biológicas no entorno de áreas naturais. O objetivo deste trabalho foi testar a hipótese de que o sombreamento promovido por árvores em cafezais implantados em SAFs age como filtro ambiental, diminuindo a riqueza e abundância de espécies exóticas comparativamente com cafezais em monocultura e causando agrupamento filogenético. A coleta de dados consistiu na amostragem de plântulas, de herbáceas e de fotografias hemisféricas em parcelas circulares de 1 m2 em cafezais em SAFs e em monoculturas de 3 propriedades rurais localizadas no entorno do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro (PESB). A fim de verificar o grau de agrupamento filogenético em cada parcela, foi realizado o cálculo do Índice de Relacionamento Filogenético líquido (NRI) e o Índice de Táxon mais Próximo (NTI), utilizando o software PHYLOCOM 4.2 e as análises estatísticas se deram por comparações de modelos mistos utilizando o ambiente R. Os resultados mostraram que os sistemas agroflorestais são menos propensos à invasão biológica por espécies exóticas do que o cafezal em monocultura e que o sombreamento existente nos SAFs é um filtro ambiental, selecionando homologias de tolerância ao sombreamento e promovendo agrupamento filogenético. Portanto, o sombreamento dos SAFs diminui a riqueza e abundância de espécies exóticas potencialmente invasoras no entorno do PESB. Assim, os SAFs são modalidades mais adequadas ao entorno de áreas naturais como o PESB quando comparados com cultivos em monoculturas, por melhor compatibilizar produção agrícola e conservação da biodiversidade.Item Processos ecológicos e evolutivos na comunicação acústica entre grilos: partição de nicho acústico e seleção de sítios de chamado(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-14) Oliveira, Gabriel Lobregat de; Zefa, Edison; http://lattes.cnpq.br/7398906470318595; Sperber, Carlos Frankl; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798938U6; http://lattes.cnpq.br/6462356796671466; Ribeiro, Servio Pontes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784343T5; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/4480079684936769A comunicação acústica é amplamente utilizada pelos animais, diminuindo o gasto de energia na busca ativa por parceiros sexuais. Para que a comunicação seja efetiva, os sinais acústicos devem passar por três processos: produção dos sinais pelo organismo, propagação dos mesmos pelo ambiente e recepção dos sinais por um receptor alvo. Por estar intimamente relacionada ao sucesso reprodutivo, a seleção natural favorece adaptações que aumentam a eficiência dos sinais em atingir o receptor e minimizam a interferência com outros sons provindos de fontes bióticas ou abióticas. Neste trabalho, estudamos processos de inibição da atividade acústica e de diferenciação nos parâmetros sonoros de espécies simpátricas de grilos, além de estratégias comportamentais relacionadas à emissão e à propagação dos sinais acústicos. No primeiro capítulo, avaliamos uma assembleia de grilos da Mata Atlântica quanto a eventuais processos ecológicos de inibição da atividade acústica, em resposta à interferência sonora interespecífica. Analisamos para todos os pares de espécies a relação entre a coocorrência das espécies e a similaridade nos parâmetros temporais e na frequência de seus sons de chamado. Também avaliamos processos de diferenciação dos sinais acústicos ao aplicarmos análises de modelos nulos sobre os parâmetros do som de chamado das espécies. Verificamos que: (i) a similaridade entre espécies quanto a componentes temporais dos parâmetros do som de chamado foi negativamente correlacionada com a coocorrência temporal entre elas e (ii) a similaridade na frequência sonora não se correlacionou significativamente com a coocorrência temporal. Também observamos espaçamento regular entre os valores de frequência das espécies, enquanto que diferenças nos componentes temporais dos parâmetros sonoros se deram ao acaso. Baseado nisso, inferimos que as espécies com parâmetros temporais semelhantes minimizam a interferência sonora interespecífica evitando emissão simultânea de sinais acústicos. O espaçamento regular entre as frequência sonoras das espécies fornece evidências de pressões seletivas atuando sobre toda a comunidade que favoreceram frequências sonoras diferentes, levando à partição regular do espaço sonoro e a diminuição da interferência entre as frequências. No segundo capítulo, trabalhamos questões relacionadas à produção, propagação e interferência sonora em duas espécies simpátricas de grilos, Phyllocyrtus amoenus e Cranistus coliurides, que apresentam frequências sonoras semelhantes. Para isto, avaliamos eventuais estratégias comportamentais de aumento da intensidade sonora durante a estridulação, as interações agonísticas em relação à ocupação de poleiros, e sua escolha por sítios de chamado quanto à altura em relação ao solo e às dimensões das folhas utilizadas como sítio. Verificamos que as duas espécies apresentaram comportamento semelhante durante a estridulação, utilizando a superfície das folhas como defletores acústicos e emitindo sinais acústicos em múltiplas direções. Observamos interações agonísticas intra- e interespecíficas de defesa de sítio de chamado, sempre com expulsão de um dos competidores ao final. Os sítios de chamado utilizados pelas duas espécies foram semelhantes quanto às dimensões do limbo foliar, porém as espécies apresentaram diferenças quanto à altura em relação ao solo. O comportamento de estridulação observado para as duas espécies nos fornece evidências de que ambas estariam maximizando o raio de ação dos sinais acústicos emitidos. As interações agonísticas provavelmente se relacionam à ocupação de melhores sítios de chamado para a propagação dos seus sinais. Ao considerarmos a semelhança entre as espécies quanto às suas frequências sonoras, sugerimos que a similaridade nas dimensões das folhas utilizadas como sítio está relacionada à ocupação de locais onde a propagação de seus sinais é melhor.Item Hipóteses filogenéticas baseadas em caracteres moleculares e estudos do tamanho do genoma em Dyckia Schult. & Schult.f. e Encholirium Mart. ex Schult. & Schult.f. (Bromeliaceae)(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-25) Moura, Mariana Neves; Forzza, Rafaela Campostrini; http://lattes.cnpq.br/6249814039461102; Yotoko, Karla Suemy Clemente; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763141P7; http://lattes.cnpq.br/7371010649780052; Viccini, Lyderson Facio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784356J2; Cardoso, Danon Clemes; http://lattes.cnpq.br/2156046234204854O gênero Dyckia Schult. & Schult. f. contém espécies exclusivas na América do Sul, cujos centros de diversidade encontram-se no sul do Brasil e nas áreas de Cerrado. Das 132 spp. reconhecidas, 129 ocorrem no Brasil e 112 são endêmicas do país. Já Encholirium Mart. ex Schult. & Schult. f. apresenta distribuição mais restrita, que se extende do sul do Mato Grosso do Sul ao norte do Piauí, com uma alta diversidade nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço de Minas Gerais. Hoje são aceitas 27 espécies de Encholirium, das quais 13 são endêmicas à porção mineira da cadeia do Espinhaço. Esses dois gêneros ocupam majoritariamente ambientes de clima estacional na diagonal seca, formada pela junção da Caatinga, Cerrado e Chaco. As espécies de ambos os gêneros são rupícolas, adaptadas ao estresse hídrico e possuem morfologia externa característica, com folhas suculentas e fortemente aculeadas. A delimitação dos gêneros Dyckia e Encholirium tem sido alvo de controvérsias ao longo do histórico taxonômico, o que se deve à similaridade morfológica entre eles, apesar de existirem caracteres que os distinguem (principalmente a posição do escapo floral). O principal objetivo desse trabalho foi testar o monofiletismo de Encholirium através de inferências filogenéticas baseadas em dois genes do cloroplasto. Vinte e duas espécies de Encholirium e sete de Dyckia foram coletadas nas cercanias de 11 municípios ao longo da Diagonal Seca ou adquiridas da coleção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. As inferências filogenéticas geradas não sustentam o monofiletismo de Encholirium. O segundo objetivo do trabalho foi obter os tamanhos dos genomas das espécies em estudo para tentar encontrar evidências de separação entre os dois gêneros e verificar se existe correlação entre o tamanho do genoma e medidas de estruturas morfológicas. Não foram encontradas diferenças significativas do tamanho dos genomas das espécies classificadas nos gêneros Dyckia e Encholirium (p = 0,9) e não foram detectadas relações entre medidas de caracteres morfológicos e tamanhos de genoma. Os resultados desse trabalho, somados a outros já publicados, sugerem a necessidade de revisão taxonômica dos gêneros para verificar se trata-se ou não de um único táxon.Item Competição entre árvores em florestas tropicais(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-27) Moreira, Luís Cláudio Benevides; Meira Neto, João Augusto Alves; http://lattes.cnpq.br/9571820885208454A competição é uma interação entre indivíduos, provocada por uma exigência compartilhada para um recurso de provisão limitada, conduzindo a uma redução no crescimento e sobrevivência do indivíduo menos adaptado. A competição é um importante fator que estrutura comunidades vegetais, porém mensurar competição em florestas tropicais é uma tarefa que tem se demonstrado árdua e pouco efetiva pelos métodos usuais embasados em distâncias e abundâncias inerentes ao ambiente e a alta densidade e diversidade encontradas nestas florestas. Pelas dificuldades inerentes à mensuração de competição em florestas naturais, este estudo teve o objetivo de avaliar a competição por meio de diferentes metodologias para verificar a ocorrência de competição em uma floresta tropical por intermédio do vigor competitivo e da densidade de indivíduos. As hipóteses de trabalho foram que a alometria é mais efetiva na mensuração de competição entre árvores de florestas tropicais que o número de indivíduos e que as maiores árvores da comunidade dirigem o processo competitivo nas florestas tropicais. Para isso foram selecionadas três áreas de estudos: I) Floresta do Seu Nico (FSN, localizada no município de Viçosa, Minas Gerais. II) Mata da Biologia (MDB), localizada no município de Viçosa, Minas Gerais III) Floresta de Tabuleiro de Caravelas (FTC), localizada no município de Caravelas, Bahia. Para a área da FSN e MDB, foram alocadas 100 parcelas contínuas (grid) de 10 x 10 metros (100 m2), totalizando 1 ha. Para a área da FTC, foram alocadas 50 parcelas de 10x10m2 totalizando 0,5 ha. Foram amostrados todos os indivíduos nas parcelas e que apresentaram circunferência a altura do peito (CAP) a 1,30 metros do solo com circunferência do tronco superior ou igual a 10 cm para a FSN e superior ou igual 15 cm para MDB e FTC, o que vale respectivamente a um diâmetro a altura do peito (DAP) igual ou superior a 3,2cm e 4,8 cm. Para inferir a competição entre as árvores, foram feito os seguintes estudos: O vizinho mais próximo; CAP, DAP ou Área Basal como medida do vigor Competitivo; Verificação da competição através do vigor competitivo; A influência do vigor competitivo na competição; As relações do aumento do CAP e a influência do indivíduo mais vigoroso; A regressão do método do vizinho mais próximo não foi significativa; O CAP se mostrou a melhor medida para se usar como vigor competitivo. A correlação para verificar a competição através do vigor competitivo foi significativa para as três áreas de estudo. As correlações para verificar a competição pela influência do vigor competitivo na competição não foi significativa para nenhuma área. Todas as correlações de incremento demonstrando o aumento do CAP foram significativas. As correlações mostrando a influência do indivíduo mais vigoroso foram significativas. Os resultados encontrados demonstraram que o método do vizinho mais próximo foi inadequado para Florestas Tropicais, que a mensuração do vigor competitivo por meio do CAP, demonstrou significativo efeito dos indivíduos de maior vigor competitivo sobre as demais árvores das parcelas. Encontramos, também, significativo efeito do CAP médio das árvores das parcelas na exclusão competitiva, sendo que quanto maior o CAP médio, menor o número de indivíduos nas parcelas. Além de demonstrar uma influência significativa das grandes árvores e do CAP médio no processo competitivo da comunidade, o método mostrou que a CAP é uma medida adequada para mensuração do vigor competitivo e para avaliação da competição. Outra resposta foi que embora o efeito das árvores dominantes seja importante na competição da comunidade, não houve significância na relação entre o CAP do maior indivíduo sobrevivente nas parcelas e o número de indivíduos nas parcelas. Contudo, houve significância na relação negativa entre o número de indivíduos nas parcelas e o CAP médio nas parcelas.Pela relação ser negativa, o maior vigor competitivo médio sugere uma forte exclusão competitiva como efeito do conjunto de indivíduos mais competitivos e não pelo efeito de um único competidor dominante.Item Restrição por sódio em formigas em ambientes naturais e antropizados(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Dias, Devlynn Coelho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/7355935025886468Vários elementos químicos são fundamentais para os organismos que compõem um ecossistema. Dentre os elementos importantes para os organismos, pode-se destacar o sódio, um elemento de fundamental importância para plantas e animais, por suas funções fisiológicas. Em habitats onde se observa qualquer intervenção do ser humano, se espera que haja uma modificação ou até mesmo restrição de certos elementos químicos. Consequentemente, como o sódio faz parte da solução de diversos solos no Brasil, pode-se esperar que com a ação antrópica, a disposição do sódio nos solos poderia ser também modificada. A partir disso, seria plausível esperar que essa alteração cause efeitos negativos também nos organismos associados a esses habitats modificados. Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho é determinar se modificações antrópicas na cobertura vegetal podem alterar a disponibilidade de sódio no ambiente, e consequentemente causar uma modificação na utilização desse nutriente pelos organismos presentes nesse habitat, sendo utilizadas aqui as formigas como objeto de estudo. Assim, os objetivos específicos do trabalho foram testar as seguintes hipóteses: i) a disponibilidade de sal no solo é maior em áreas antropizadas (ex. pasto e cafezal) do que áreas preservadas (matas) ii) a utilização de sal por formigas é maior em áreas preservadas (matas) do que em áreas com maiores ações antrópicas (ex. pasto e cafezal); iii) existe um efeito negativo da concentração de sódio no solo sobre a utilização de iscas de sódio por formigas, sendo que esse efeito é dependente do habitat amostrado (pasto, cafezal e mata). Para testar essas hipóteses foram escolhidos três habitats (cafezal, pasto e mata) nas Cidades de Alto Jequitibá, Alto Caparaó, Luisburgo, Viçosa e Ervália que compõem a Zona da Mata Mineira. Após o procedimento amostral de coleta de solos, procedeu-se a analise deste solo, a fim de identificar a concentração de sódio. Quanto as formigas, foram identificadas as espécies e preferências pelas soluções oferecidas. Para o procedimento amostral de formigas foram oferecidas soluções de água destilada, glicose e solução salina, colocadas diretamente sobre o solo, com distâncias de 2 metros entre si em uma parcela de 60x60 metros, em cada habitat estudado. Foi observado que a concentração de sódio nos solos de habitats antropizados (pasto e cafezal) foi maior do que em habitats naturais (mata) assim como previsto em nossa primeira hipótese. No entanto, ao contrário do esperado nas hipóteses 2 e 3, não houve efeito do habitat ou da concentração de sódio no solo sobre a utilização preferencial das iscas de sal pelas formigas. Para o presente estudo três possíveis fatores são apontados como principais: i) baixo número de “iscas visitadas por formigas”; ii) baixa concentração de sódio comparado a solos sódicos e iii) ausência de limitação de sódio para formigas nos três habitats. Finalmente, fazem-se necessários mais estudos, principalmente abordando diferentes tipos de usos do solo, que tentem investigar o efeito da antropização sobre a dinâmica de nutrientes e seu respectivo efeito sobre as comunidades naturais.Item Effect of Cowpea mild mottle virus on Bemisia tabaci(Universidade Federal de Viçosa, 2014-04-29) Prado, Felipe Vigato; Elliot, Simon Luke; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4232577U2; http://lattes.cnpq.br/7757520748842163; Pallini Filho, ângelo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798707A3; Cristaldo, Paulo Feliipe; http://lattes.cnpq.br/0426390460269258As relações ecológicas entre plantas, patógenos e vetores são complexas e são muitos os possíveis efeitos diretos e indiretos sobre os participantes. Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) são os insetos que causam as maiores perdas econômicas em plantações. Moscas-brancas, devido a sua polifagia, transmitem vírus para uma ampla gama de hospedeiros. O vírus CPMMV (Cowpea mild mottle virus) é o agente etiológico da Necrose da haste da soja e é transmitido de maneira não persistente pela mosca-branca MEAM1 (Middle East-Asia Minor 1). O objetivo desse estudo é testar: (i) se a mosca-branca MEAM1 transmite o isolado CPMMV:BR:GO:01:1 para a soja cultivar (cv.) CD206 e (ii) se a soja infectada com o CPMMV diminui o fitness da mosca-branca MEAM1. O experimento de oviposição foi realizado com ninfas de B. tabaci dispostas em folíolos de soja sadios ou infectados com CPMMV no interior de placas de Petri previamente preparadas. O experimento de transmissão foi realizado deixando B. tabaci se alimentarem de soja infectada com CPMMV e posteriormente transferindo esses insetos para plantas de soja saudáveis. Foi verificado que é possível a transmissão de CPMMV:BR:GO:01:1 para soja cv. CD206 através de B. tabaci MEAM1. Isso é fundamental para entender os parâmetros evolutivos que moldam as relações entre esses organismos. A respeito do experimento de oviposição, ambos os parâmetros usados para estimar o fitness dos insetos (eclosão de ninfas e oviposição) aumentaram com o aumento da área da folha e, além disso, as folhas das plantas infectadas apresentaram tamanhos menores do que as folhas de plantas saudáveis. Dessa maneira, o vírus teve um efeito negativo direito sobre sobre as plantas e um efeito negativo indireto sobre as moscas-brancas. Visto que vírus transmitidos de maneira não persistente tem efeitos negativos sobre seus vetores, a não permanência dos insetos nas plantas após picadas de prova pode favorecer a transmissão do vírus e o fitness desses insetos. Assim, esse estudo demonstrou uma pequena parte das relações entre esses organismos, mas baseado nele é possível que sejam feitas predições que vão contribuir para a delimitação mais precisa de experimentos futuros que irão contribuir para a compreensão dos aspectos ecológicos de sistemas inseto-planta-vírus.Item Seletividade de espécies arbóreas à margem do lago da barragem de Marimbondo em Frutal, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2014-11-06) Ferreira, Cristiano dos Santos; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/8493029392655133A variação na flutuação natural do nível do rio é de grande importância para a conservação e integridade das matas ciliares, uma vez que as plantas desses ambientes são adaptados a estas flutuações naturais. Mudanças nos regimes hidrológicos podem alterar características importantes destes habitats e modificar esses ecossistemas. Assim, o objetivo deste estudo foi o de determinar como a mudança no nível de água causado pela construção de uma barragem hidrelétrica influencia a vegetação arbórea nas margens do lago resultante. O experimento foi realizado no município de Frutal, Minas Gerais, em um fragmento de 34 ha de Floresta Semidecídua às margens do lago da na Usina Hidrelétrica de Marimbondo. A fim de verificar possíveis mudanças na fitossociologia da comunidade de plantas, bem como a composição dos grupos funcionais de espécies sob influência da água do lago, foram estudadas tanto a vegetação original e os estratos de regeneração. Transectos de 100x20 m foram estabelecidos e todos os indivíduos arbóreos com pelo menos 10 cm de circunferência na altura do peito (CAP) foram amostrados. No estrato de regeneração, indivíduo com CAP entre 1-9,9 cm também foram amostrados. Todos os indivíduos amostrados foram registrados e identificados para o menor nível taxonômico possível, e, então, classificados em duas categorias: espécies características de Matas Ciliares (MC) e espécies Não Ciliares (NC). As análises estatísticas dos dados mostraram que a vegetação original tem maior riqueza e abundância de espécies ciliares nas margens do lago de espécies, e ambas diminuem quando distanciamento das margens do lago. Por outro lado, a riqueza e abundância de espécies Não ciliares aumentam com a maior distância da margem do lago. No estrato de regeneração, apenas abundância de indivíduos aumenta em direção a margem do lago, uma resposta semelhante às espécies ciliares. Estes resultados evidenciam que a elevação periódica do nível de água do lago tem um efeito marcante sobre a vegetação estabelecida nas suas margens, atuando como um filtro ambiental para o estabelecimento das espécies. A vegetação na área próxima ao rio é dominada por espécies ciliares, embora a vegetação não possa ser caracterizada fitossociologicamente como uma mata ciliar original. No entanto, as espécies arbóreas amostradas no local indicam que a vegetação está atuando funcionalmente como mata ciliar.Item A importância do efeito Top-down em comunidades de insetos : formigas afetam o acesso dos cupins à matéria orgânica?(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-06) Souza, Tamires de Lima; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/6747490613296154O presente estudo teve como objetivo determinar se as formigas afetam negativamente o acesso dos cupins à matéria orgânica. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA-MP), em um fragmento de Mata Atlântica em Viçosa onde foram montadas 30 estações de coleta de dimensões 14x 2,5 m. Cada estação recebeu 12 “iscas celulósicas”, feitas de esterco bovino moldado que foram pesadas e secas individualmente antes de serem levadas ao campo. À cada 9 dias, as iscas de esterco eram monitoradas quanto à ocupação por cupins e uma isca de cada estação era coletada, seca e pesada novamente para a estimativa da perda de peso. Durante o experimento, 15 das 30 estações receberam 15g de sardinha a cada 5 dias com objetivo de aumentar a atividade de formigas nestas estações (grupo tratamento). Por outro lado, as outras 15 estações não receberam iscas de sardinha (grupo controle). Antes do início das coletas e no final de todo o experimento duas armadilhas do tipo pitfall foram montados em todas as estações. Em cada estação medimos também o risco de predação através do tempo gasto para encontro de iscas de cupins por formigas. Além disso, fizemos coleta ativa de cupins no solo de todas as estações. O peso final das iscas foi comparado entre as estações dos grupos controle e tratamento e a ocupação dos cupins no solo e nas iscas de esterco foi analisada levando-se em consideração a abundância e riqueza de formigas. (Os resultados indicam que embora as formigas sejam conhecidas como potenciais predadoras, em nosso sistema parece não afetar negativamente a comunidade de cupins. Em conjunto, estes resultados mostram que os efeitos parecem estar diluídos a nível de comunidades e precisam de novos estudos mais aprofundados,especialmente sobre o efeito direto das formigas sobre os cupins.Item Efeito do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-25) Maia, Maria Luiza Bicalho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/5216540675107658Além de ser uma força evolutiva importante, influenciando na distribuição dos biomas e na manutenção da estrutura e função das comunidades, o fogo foi uma das primeiras ferramentas usadas pelo homem para modificar seu espaço. O aumento crescente de atividades humanas e desmatamento, com a extensão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira, têm tornado os incêndios florestais mais frequentes. O objetivo geral do estudo foi avaliar o efeito a curto prazo do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia. Para isso, testamos as seguintes hipóteses: 1) o efeito do fogo sobre a mirmecofauna de serapilheira causa uma diminuição na diversidade de espécies, sendo esse efeito maior no tratamento com adição de combustível; 2) existe um efeito negativo dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade de formigas. Adicionalmente, verificamos se a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas diferem entre si. O estudo foi desenvolvido numa área de transição Cerrado-Amazônia, no estado do Mato Grosso. O experimento de fogo foi realizado em seis plotes inseridos em uma área de 150 ha de vegetação típica da região, sem histórico pregresso de fogo. Cada um desses seis plotes foi re-dividido em três parcelas de 40 m2, cada uma com um tratamento: 1) fogo com adição de combustível, 2) fogo sem adição de combustível e 3) controle. Nos tratamentos com fogo foram tomadas medidas de parâmetros estruturais do fogo. As coletas de formigas foram realizadas num intervalo de 15 a 28 dias após a passagem do fogo experimental. Para a amostragem das formigas de serapilheira, utilizamos a metodologia do Extrator de Winkler. Foram peneiradas 10 amostras de Winkler por tratamento. Ao todo, foram realizadas 180 amostras de Winkler nos seis plotes. Nós amostramos 87 espécies de formigas, distribuídas em 32 gêneros, pertencentes a sete subfamílias. Houve uma menor frequência de espécies, riqueza média e riqueza acumulada no tratamento com adição de combustível como esperado, sendo que não houve diferença entre o controle e o sem adição de combustível. Além disso, não houve diferença na diversidade beta entre os tratamentos. Entretanto, houve uma maior contribuição do aninhamento quando comparados os tratamentos com adição e sem adição de combustível, ou seja, houve uma maior perda de espécies ao comparar esses dois grupos do que quando comparados ao controle. Apesar de não termos encontrado efeito direto dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade alfa e beta, a taxa de espalhamento e intensidade do fogo tiveram um efeito significativo sobre o aninhamento. Não encontramos evidências de que a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas sejam diferentes entre si. Nesse estudo observamos que a mirmecofauna de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia responde de formas distintas a diferentes regimes de fogo. A mirmecofauna não apresentou mudanças drásticas a curto prazo com um fogo de menor intensidade. Mas observamos que um aumento no combustível disponível para queima tende a originar fogos mais intensos que alteram a riqueza e frequência de espécies. De forma geral, a mirmecofauna de serapilheira da transição Cerrado-Amazônia apresentou a curto prazo resistência a um fogo menos severo.Item Interação Cecropia-Azteca e seus efeitosna herbivoria e Crescimento(Universidade Federal de Viçosa, 2015-08-10) Oliveira, Karla Nunes; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/2212686835876286A herbivoria é uma importante interação ecológica que pode apresentar impactos negativos na sobrevivência, crescimento e reprodução das plantas. A presença de estratégias de defesa podem diminuir esses efeitos ao evitar as injúrias causadas por herbívoros. Dentre as diferentes estratégias de defesa, a defesa biológica por formigas foi considerada a mais efetiva. Entender os benefícios que as plantas recebem da associação com suas formigas mutualísticas pode ajudar a compreender melhor a relação ecológica e evolutiva entre esses organismos. Nesse sentido, esta tese apresenta dois capítulos. No primeiro capítulo, com a finalidade de investigar os benefícios da presença da colônia de formigas para plantas, foram avaliados a taxa de crescimento da planta, a herbivoria, o conteúdo de nitrogênio e os investimentos em outras defesas em indivíduos de Cecropia glaziovii naturalmente colonizados e não-colonizados por Azteca muelleri. Além do benefício de proteção contra herbivoria, foi encontrado um aumento na taxa de crescimento de plantas colonizadas, que pode inclusive ser um benefício indireto provenientes da proteção contra herbivoria. Assim, no segundo capítulo, com o objetivo de verificar se existe um efeito da herbivoria no crescimento das plantas, foram avaliadas a dinâmica do crescimento, a herbivoria e a fauna de herbívoros em plantas jovens, ainda não colonizadas por formigas. De fato, foi encontrado um efeito negativo da herbivoria no crescimento de plantas jovens, corroborando assim a hipótese de que a proteção pelas formigas contra herbivoria beneficiaria o crescimento da planta. Além disso, os resultados da dinâmica de herbivoria nesse sistema revelaram que altos níveis de herbivoria são encontrados com pouca frequência em plantas jovens no seu ambiente natural. Embora diferentes estudos sejam necessários para determinar as reais causas destes resultados, podemos sugerir um investimento em outros tipos de defesas por essas plantas, evitando que as mesmas alcancem altos níveis de herbivoria ao longo do tempo. Dessa forma, esses resultados podem contribuir para elucidar os mecanismos de investimento em defesas de plantas durante a sua ontogenia. Além disso, se extrapolados para o restante da comunidade vegetal, podem ainda trazer importantes informações acerca dos fatores que afetam o sucesso do estabelecimento de plantas em florestas tropicais. Finalmente, as informações geradas pelos resultados da presente tese podem contribuir para o desenvolvimento da teoria de defesa de plantas.Item Dinâmica da serapilheira e macrofauna edáfica em floresta estacional semidecidual atingida por barragem(Universidade Federal de Viçosa, 2015-08-12) Siqueira, Raphael Marinho; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/3341974520838977O pulso de inundação é a principal força que atua na biodiversidade, na produtividade e nos processos ecossistêmicos de ambientes que sofrem influência direta do rio. Entre essas áreas que são estabelecidas e mantidas pela influência do pulso de inundação encontramos as matas ripárias. Essas matas têm sido intensamente impactadas, sendo um dos principais fatores a instalação de hidrelétricas. Os reservatórios das hidrelétricas além de eliminarem as faixas de vegetação ripária natural dos rios, podem alterar a funcionalidade do ecossistema florestal sob sua influência. Baseado na premissa de que o barramento da água pode gerar alterações nos processos ecossistêmicos de um fragmento de floresta, foram estudadas a produção e a decomposição da serapilheira, bem como a riqueza e a abundância da macrofauna associadas a ela, visando responder se o funcionamento do ecossistema no fragmento florestal sob influência direta da inundação é semelhante ao de uma mata ripária. Assim, foram testadas as hipóteses de que (1) a produção de serapilheira é menor às margens do reservatório em relação ao interior do fragmento; (2) a decomposição da serapilheira é maior às margens do reservatório em relação ao interior do fragmento e (3) a diversidade e a abundância da macrofauna edáfica são maiores nas áreas com maior taxa de decomposição da serapilheira. O desenho amostral utilizou 6 transectos de 100 x 20m, distantes entre si por 90m, apresentando 5 parcelas de 20 x 20m cada. As primeiras parcelas de cada transecto foram instaladas na borda da vegetação, seguindo para o interior do fragmento. Para avaliar a produção da serapilheira foram instalados 30 coletores, um em cada parcela e mensalmente realizada coleta e triagem do material. A decomposição da serapilheira foi avaliada utilizando-se bolsas de malha 2mm com material foliar (litter bags). Cada parcela continha 12 bolsas de decomposição e mensalmente era retirada uma bolsa de cada parcela para avaliar a perda de biomassa (taxa de decomposição). Para avaliar a macrofauna edáfica foram realizados duas coletas, uma no período seco (Maio/13) e outra no período chuvoso (Outubro/13), utilizando um gabarito de metal de 25 x 25 x 10 cm. Foi realizada uma coleta específica para cupins no período chuvoso (Janeiro/14), utilizando-se iscas de papel higiênico. Os resultados encontrados mostram que a produção da serapilheira no fragmento estudado cresce com o aumento da distância do reservatório da UHM, sendo similar à produção da serapilheira de matas ripárias. A decomposição da serapilheira também cresce com o aumento da distância do reservatório da usina hidrelétrica, porém esse resultado é oposto ao padrão encontrado em matas ripárias. A distribuição da macrofauna edáfica foi uniforme no fragmento estudado, não acompanhando a taxa de decomposição. Esses dados mostram que o fragmento em estudo não pode ser considerado como uma mata ripária nem como uma mata de terra firme.Item Nicho trófico de grilos de serrapilheira florestal: uma análise utilizando isótopos estáveis de carbono e nitrogênio(Universidade Federal de Viçosa, 2015-09-29) Jesus, Fabiene Maria de; Sperber, Carlos Frankl; http://lattes.cnpq.br/5222507542999786Vários mecanismos propostos por ecólogos teóricos buscam elucidar os processos envolvidos na coexistência de espécies em comunidades biológicas. Dentre esses mecanismos destacam-se aqueles que preveem a coexistência de espécies sendo facilitada por uma partição de recursos, associando processos competitivos à teoria de nicho. Assim, a coexistência e as interações entre as espécies têm sido investigadas por meio dos conceitos de nicho postulados e revisados por diversos estudiosos. Alguns autores têm proposto uma abordagem metodológica e tecnológica relativamente nova baseada em análise de isótopos estáveis (AIE), que pode ser utilizada para medir algumas das muitas dimensões dos nichos ecológicos. Neste contexto, a utilização da AIE em tecidos animais está permitindo descrever nichos isotópicos, cujos eixos em um espaço multidimensional seriam diferentes assinaturas isotópicas (por exemplo, δ 15 N e δ 13 C). A utilidade da AIE reside no fato de que os tecidos em expansão apresentam grandes variações temporais de δ 15 N e δ 13 C que refletem diretamente a gama de recursos alimentares consumidos e isotopicamente contrastantes ao longo do tempo. No entanto, estudos que utilizam AIE para estimar nicho trófico exigem o conhecimento de alguns fatores que podem alterar os valores isotópicos de δ 15 N e δ 13 C em tecidos animais, tais como: (i) os tipos de preservação que as amostras são submetidas antes da análise; (ii) o fracionamento isotópico que ocorre em tecidos de consumidores com relação a sua dieta. Neste contexto, esta tese apresenta três capítulos. No primeiro capítulo, nosso objetivo foi estabelecer uma metodologia que preservasse amostras de grilos para posterior AIE sem que houvesse alterações nos valores de δ 15 N e δ 13 C. Para isso, nós comparamos amostras de grilos recém processadas (controle) com amostras submetidas a dois métodos de preservação: físico (congelamento) e químico (etanol comercial e combustível) por 15 e 60 dias. Nossos resultados indicam que todos os métodos de preservação testados alteram pelo menos um dos valores isotópicos dos grilos quando comparado com o controle. Assim, recomendamos o uso de material recém-processado para AIE em grilos. No segundo capítulo, nosso principal objetivo foi avaliar como se dá o fracionamento dos valores isotópicos de δ 13 C e δ 15 N encontrados em corpos de grilos alimentados com dieta artificial e com isso fornecer informações de base para interpretar resultados de nicho trófico baseados na AIE de grilos em comunidades biológicas. Para isso, estimamos os valores isotópicos de δ 13 C e δ 15 N de indivíduos de três espécies de grilos alimentados com dieta artificial, e comparamos com os valores isotópicos da dieta artificial. Estimamos também os valores isotópicos de δ 13 C e δ 15 N encontrados em corpos de grilos alimentados em campo (dieta natural desconhecida). Nós demonstramos que a AIE é uma ferramenta promissora para investigar a posição trófica dos grilos de serrapilheira, uma vez que temos estimativas do quanto o 15 N varia nos grilos com relação à sua dieta. E por último, no terceiro capítulo descrevemos o nicho trófico da comunidade de grilos, avaliando a partição de nicho entre espécies coocorrentes de grilos. Encontramos evidências de que a coexistência de espécies de grilos em comunidades naturais envolve partição de recursos alimentares. O local de forrageamento influenciou diretamente no uso da dieta e conseqüentemente na posição trófica dos grilos, os quais apresentaram até três níveis tróficos quando avaliados em um contexto global da dieta. Essa partição é evidenciada pelos diferentes valores de δ 15 N encontrados nos corpos dos grilos. Os valores de δ 13 C evidenciam que os grilos utilizam recursos alimentares com origem em plantas C 3 . Finalmente, encontramos evidências de estreitamento do nicho trófico à medida que aumenta o número de espécies coocorrentes.Item Fire in the Amazon: impacts of fuel loads and frequency on ants and their interactions with seeds(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-15) Paolucci, Lucas Navarro; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/9491593321334653Fire is a major disturbance shaping the distribution and diversity of species across several biomes. Tropical forests rarely burn naturally, but human activities such as logging and agriculture fragment the original habitat, increasing fuel loads and consequently the flammability and frequency of understory fires. Southern Amazonian forests are currently facing extremely land-use change, and are under a state of high recurrent burning. Understory fires severely degrade the structure of these forests, but the role of fuel loads or fire frequency on their faunal communities has been little studied. Here we experimentally addressed how understory fires affect shade-adapted ant communities from southern Amazonian forests. In the first chapter we investigated the influence of fire and fuel loads on ant communities and their interactions with myrmecochorous seeds. Single fires and fuel addition were applied to plots in six replicated blocks, and ants were sampled in four strata: subterranean, litter, epigaeic and arboreal. We found that highly specialized taxa are the most sensitive, but species composition remained little altered. Fire reduced rates of seed location and transport, which we attribute to increased thermal stress, although enhanced fuel loads will not decrease ant diversity and ecosystem services through increased fire severity. In the second chapter we investigated the role of recurrent fires on ant communities, and assessed the extent to which their responses are consistent with those of trees. Two plots were subjected to annual and triennial fires over a six-year period, while one plot remained unburnt. Species diversity and composition varied similarly for trees and ants, with minor effects on richness, increased evenness and different species composition due to fire. However, fire had a much more severe impact on abundance and biomass of trees than of ants, reflecting the direct effects of fire on the former and indirect on the latter. In conclusion, we suggest that the prevention of recurrent fires should be of special concern for the maintenance of biodiversity of these forests, particularly considering that ants have a well-established role on indicating disturbances on other faunal groups, so such negative effects likely occur for other taxa from these forests as well.Item Estudos citogenético-moleculares em espécies do gênero Hypostomus (Teleostei, Loricariidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-22) Reis, Dinaíza Abadia Rocha; Kavalco, Karine Frehner; http://lattes.cnpq.br/1812131541700853Loricariidae é uma família encontrada exclusivamente em região Neotropical e possui representantes conhecidos como cascudos. É classificada em sete subfamílias, das quais Hypostominae apresenta o maior número de estudos citogenéticos. Nas subfamílias, o cariótipo e o número diploide apresentam tendências evolutivas diferentes, ao contrário dos fenótipos de RONs, que são características cromossômicas compartilhadas. O gênero Hypostomus é considerado um grupo parafilético, só diagnosticável por simplesiomorfias. H. ancistroides apresenta distribuição natural nas bacias do rio Tietê, do rio Ribeira de Iguape e do Alto rio Paraná. Há indícios que o táxon H. ancistroides represente um complexo de espécies nesta região, pois análises morfológicas prévias revelam diferentes morfotipos em diferentes bacias de sua área de distribuição. O objetivo geral do trabalho foi resgatar as relações evolutivas entre populações de Hypostomus spp. distribuídas na bacia do Alto rio Paraná. Para isso, foram definidos os complementos cromossômicos de cinco populações alopátricas de H. ancistroides utilizando citogenética clássica e molecular e foram inferidas árvores filogenéticas para algumas espécies de Hypostomus. H. aff. ancistroides de São Miguel Arcanjo é uma nova espécie do complexo de espécies. Esta ideia é corroborada pela redução do número diploide apresentado com consequente isolamento reprodutivo, pela existência de um sistema cromossômico sexual e pelo monofiletismo em relação às outras populações de H. ancistroides. Populações de H. ancistroides apresentam polimorfismos na fórmula cariotípica, Ag-RONs e rDNA 5S, reforçando a ideia deste ser um grupo complexo. Além disso, foi possível identificar a dispersão como mecanismo de evolução para esta espécie com base em rDNA 5S, que é um potencial marcador populacional. Existem pelo menos dois grandes grupos dentro do gênero Hypostomus, corroborados por dados morfológicos, cariotípicos e moleculares. As análises filogenéticas realizadas conseguiram validar as simplesiomorfias cromossômicas encontradas entre as espécies. Assim, por se tratar de um grupo recente e muito diverso, as espécies de Hypostomus necessitam de mais estudos para compreensão de sua diversidade e evolução.Item Simulação de alagamento como filtro ambiental para o recrutamento de espécies árbóreas(Universidade Federal de Viçosa, 2016-04-08) Paz, André Araújo da; Azevedo, Aristéa Alves; http://lattes.cnpq.br/9741745816348542Em áreas ciliares o alagamento nas planícies de inundação pode ocorrer em diferentes frequências e intensidades, dependendo das condições locais. Habitats às margens dos rios são mais propensos a inundações do que os mais elevados na paisagem. Este gradiente hídrico seleciona diferentes grupos de plantas de acordo com sua tolerância à inundação. No entanto, quando os rios são barrados por ações antrópicas pode ocorrer o alagamento de áreas até então nunca inundadas. As condições hídricas geradas afetarão as comunidades e determinadas espécies poderão ter sua distribuição comprometida, uma vez que suas sementes ou plantas jovens podem não suportar o alagamento. Consequentemente, pode haver perda de espécies e serviços ecossistêmicos em decorrência das novas condições impostas. Na recuperação dessas áreas ciliares há espécies indicadas para recuperar hábitats alagáveis (HA) e não-alagáveis (HA). Para testar a hipótese de que sementes e plântulas de espécies de HN não resistem a inundações prolongadas, escolhemos espécies de ambos hábitats e realizamos um experimento de inundação prolongada em sementes e plântulas por 90 dias. O alagamento afetou de forma distinta a germinação das sementes das diferentes espécies, havendo respostas semelhantes em ambos os grupos. A germinação sob alagamento foi acelerada, mas ocorreu em menor número. Ao contrário do esperado, duas espécies de HA não germinaram enquanto submersas. As plantas jovens também tiveram seu desenvolvimento comprometido pelo alagamento, diminuindo o crescimento em altura, o investimento em folhas e a taxa fotossintética. Plantas das espécies de HN foram mais prejudicadas e praticamente perderam suas raízes. A restauração ecológica de reservatórios e áreas submetidas ao alagamento temporário deve ser criteriosa e levar em conta as características das diferentes fases de vida das plantas a serem utilizadas.Item We, predators: humans, apex predators and their preys in the Atlantic Forest trophic cascades(Universidade Federal de Viçosa, 2016-12-15) Perilli, Miriam Lucia Lages; Solar, Ricardo Ribeiro de Castro; http://lattes.cnpq.br/5972904625144756Tropical forests represent Earth's richest biodiversity ecosystems and yet are severely threatened by anthropogenic effects. Humans major trends affecting tropical forests are habitat loss, fragmentation, and degradation of remaining forest. When large vertebrate species are able to persist in fragmented landscapes, the remaining habitat and the reorganization of species biotic interactions may influence their distribution and abundance. Yet, it is difficult to separate those effects from the direct impact of humans. Therefore, in addition to habitat modification we must also account for the direct impact of vertebrate harvest by humans in Neotropical forests. In the following chapters, we observed the current picture of medium and large mammals’ distribution in one the core forest remnants and proposed to incorporate humans as a “hyperkeystone” species in the Atlantic forest food webs. In Chapter I, we described the spatio-temporal dynamics of meso and large mammals, using a joint-species distribution model to the data recorded by camera-traps. We observed that the medium and large terrestrial mammal community varied in their responses to environmental conditions and showed patterns of co- occurrences that may indicate shared environmental niches or intra-guild interactions across time and space. In Chapter II, we proposed a conceptual model with four likely scenarios for the role of apex predators and human beings in natural interaction webs. We concluded that poaching has outsized impacts on the food webs and must not be considered an “invisible” threat. Thus, from the ecological and conservationist perspective, we must account for our own species not as external separate entity, but as an active part of the ecosystems that have direct impacts on trophic interactions.Item Ecologia e taxonomia de Ciidae (Coleoptera) da África do Sul(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-22) Gonçalves, Igor de Souza; Andrade, Cristiano LopesOs besouros micetobiontes são aqueles que dependem de fungos como hábitat e alimento, e são organismos importantes para estudos ecológicos e evolutivos. Ciidae é o táxon mais diverso e abundante de besouros micetobiontes, com mais de 700 espécies em 51 gêneros. Cis Latreille é o gênero mais diverso dentro da família, e as espécies que ocorrem na América do Norte, Austrália, Europa e Japão são relativamente bem conhecidas, mas as das faunas das Américas Central e do Sul, África e áreas subtropicais e tropicais da Ásia carecem de estudos taxonômicos abrangentes. Ceracis tebellifer (Mellié), originalmente da região Neotropical, atualmente é a espécie de ciídeo mais encontrada na África subsaariana. Entretanto, não se sabe ainda os efeitos dessa invasão nas populações locais. Com o objetivo de compreender as relações ecológicas entre ciídeos e seus fungos hospedeiros, esta dissertação é dividida em dois capítulos. No primeiro, descrevemos sete novas espécies de Cis da África do Sul: C. aster Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. mandelai Souza-Gonçalves & Lopes- Andrade, C. makebae Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. masekelai Souza- Gonçalves & Lopes-Andrade, C. nesesorum Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade, C. stalsi Souza-Gonçalves & Lopes-Andrade e C. urbanae Souza-Gonçalves & Lopes- Andrade. No segundo, analisamos as possíveis influências da espécie invasora no padrão de interação entre ciídeos locais e seus fungos hospedeiros. A partir dos resultados, concluímos que a espécie invasora Cer. tabellifer não está deslocando as espécies locais de seus recursos, mas provavelmente apenas utilizando fungos que não eram utilizados previamente; e mostra manter o comportamento do seu habitat nativo, onde apresenta hábito alimentar polífago e grandes populações.Item Estudo ecológico e citogenético da formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni Wheeler, 1925 em ecossistema Costeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-27) Pereira, Tássia Tatiane Pontes; Cristiano, Maykon Passos; http://lattes.cnpq.br/5759564403722302O gênero Trachymyrmex possui um comportamento intermediário entre as formigas cultivadoras de fungo não-cortadeiras e cortadeiras, pois utilizam tanto matéria ogânica em decomposição como as formigas não cortadeiras quanto material vegetal cortado fresco como as cortadeiras para substrato no cultivo do fungo. Além disso, o gênero Trachymyrmex, o qual divergiu entre 15 e 20 milhões anos assumi uma posição filogenética intermediária. Esses aspectos fazem com o que o estudo das características biológicas das espécies que compõem esse gênero seja importante para compreender os passos intermediários na evolução do cultivo do fungo simbionte. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo ecológico e citogenético da espécie de formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni a fim de contribuir para a compreensão da evolução do grupo. A abordagem ecológica consistiu em descrever a arquitetura do ninho, a demografia da colônia em duas estações do ano e avaliar o padrão de distribuição dos ninhos em ecossistema de Restinga. A abordagem citogenética foi realizada por meio do estudo do cariótipo de quatro populações geograficamente distintas. O estudo ecológico foi realizado ao longo de três praias no litoral sul brasileiro, nas localidades de Morro dos Conventos-SC, Balneário Gaivota-SC e Torres-RS e o citogenético, além dessas três, incluímos uma população de Cachoeira do Campo-MG localizada a aproximadame nte 1.500km de distância das demais populações. Escavamos e coletamos 50 ninhos para descrição da arquitetura e demografia. Amostramos ninhos na paisagem por meio de quadrantes e utilizamos os índices R de Clarck e Evans e Ip de Morisita para o padrão de distribuição. Para o estudo citogenético, utilizamos os ninhos coletados para o estudo demográfico e um ninho da população de Cachoeira do Campo-MG. As colônias foram mantidas vivas em laboratório e utilizamos as larvas para coleta do tecido cerebral para obtenção de cromossomos metafásicos. Conduzimos a técnica convencional de Giemsa para avaliar número e a morfologia. Utiliza mos a coloração com fluorocromos CMA 3 e DAPI para avaliar a composição de bases GC/AT dos cromossomos. Nossos resultados nos permitiram afirmar que a arquitetura do ninho e a demografia da colônia variam entre as estações. No outono os ninhos apresentaram três câmaras de fungo e um número significativo de indivíduos da casta reprodutiva, já na primavera apresentou 5 câmaras em média e mais imaturos do que no outono. Estes resultados sugerem que as colônias de T. holmgreni investem em reprodução durante o outono estabelecendo novos ninhos durante o inverno e investem em crescimento durante a primavera e verão. Além disso, vii encontramos um padrão de distribuição agregado dos ninhos, indicando que provavelme nte fatores abióticos como disponibilidade de recurso e condições microclimáticas do solo interferem no sucesso do estabelecimento das colônias. O estudo citogenético mostrou que T. holmgreni não apresenta clinas cromossômicas sendo o cariótipo composto por 2n = 20M (n = 10), mas apresentam variação no tamanho total dos cromossomos. Além disso, T. holmgreni apresentou marcações positivas para o fluorocromo CMA 3 na região centromérica e pericentromérica, as quais foram negativas na coloração com DAPI, mostrando que essa região é rica em pares de bases GC. Esses resultados sugerem uma estabilidade desse cariótipo e que provavelmente as pequenas variações encontradas no gênero sejam resultados de rearranjos cromossômicos a partir desse cariótipo.