Biologia Celular e Estrutural
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/183
Navegar
Item Ação da própolis de Scaptotrigona aff. postica (Latreille, 1807) (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) em diferentes linhagens de células tumorais(Universidade Federal de Viçosa, 2014-06-25) Sanches, Márcia Aparecida; Serrão, José Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785636U6; http://lattes.cnpq.br/5624845537584512; Cardoso, Silvia Almeida; http://lattes.cnpq.br/6041368188542057; Contini, Silvia Helena Taleb; http://lattes.cnpq.br/3150041419125347; Bastos, Esther Margarida Alves Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3631900068139252; Siqueira, Maria Augusta Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777253E4A própolis de abelhas sem ferrão (Apidae, Meliponini) vem sendo estudada nos últimos anos em várias linhagens de células tumorais quanto à citotoxidade de seus componentes. Neste estudo, extratos etanólicos de própolis de Scaptotrigona aff. postica nas concentrações: 1 mg/mL, 0,5 mg/mL, 0,25 mg/mL e 0,125 mg/mL foram avaliados em linhagens de adenocarcinoma mamário (MCF7), melanoma murino (B16F10), astrocitoma (U343MGa) e fibroblastos de camundongos (3T3). Os resultados evidenciaram que a própolis de S. aff. postica apresenta atividade citotóxica em todas as linhagens celulares nas concentrações utilizadas. As frações do extrato etanólico obtidas a partir de diferentes solventes (hexano, hexano:acetato, acetato, acetato:metanol, metanol) mostraram atividade citotóxica para todas as linhagens celulares, com exceção para a fração hexano, cujas porcentagens de mortalidade foram baixas ou nulas. Determinações analíticas da fração hexano:acetato evidenciaram a presença do esteroide etisterona e de cardanol I. Os resultados apresentados confirmam a possibilidade de uso da própolis de S. aff. postica como fonte de substâncias antitumorais.Item Alterações no intestino anterior durante a metamorfose da abelha Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae): origem do proventrículo(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-23) Guedes, Daniela de Castro; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/9112109608104411Abelhas são insetos holometábolos, passando assim por uma complexa mudança corpórea durante a metamorfose. Além disso, são insetos bem-sucedidos evolutivamente, e parte desse sucesso se deve a variedade fisiológica e estrutural de seu trato digestório, que é dividido em três porções anatomicamente distintas: intestino anterior ou estomodeu, intestino médio ou ventrículo e intestino posterior ou proctodeu. O intestino posterior tem como função o equilíbrio osmótico e excreção, o intestino médio é simples morfologicamente, porém é complexo funcionalmente, sendo este o principal sitio de digestão e absorção de nutrientes. No intestino anterior ocorre a passagem e o armazenamento do alimento. Este, segundo Cruz-Landin (2009), não sofre uma metamorfose real no sentido de degeneração, o que ocorre de fato é uma diferenciação seguida de uma reorganização celular, ocorrendo assim um alongamento dessa porção do intestino e a formação do papo e do proventrículo. O proventrículo é o segmento final do intestino anterior, situado na transição para o intestino médio. Durante a fase larval o proventrículo está representado apenas pela válvula estomodeal, sendo o bulbo formado durante a metamorfose. O presente estudo buscou investigar os eventos celulares que possibilitam a formação e diferenciação do proventrículo durante a metamorfose de Apis mellifera. As regiões precursoras do proventrículo foram submetidos a análises histológicas e de imunofluorescência para detecção de apoptose, autofagia, proliferação e diferenciação celular. Os dados mostraram proliferação celular ocorrendo nas pré- pupas, nas pupas de olho branco e de olho marrom. Nas pupas de olho rosa não ocorre proliferação, e sim uma intensa diferenciação celular. Morte celular por apoptose ocorre em grande quantidade nas pré-pupas, sendo raras nos outros estágios do desenvolvimento. Pupas de olho preto e adultas não apresentaram células positivas para os anticorpos testados.Item Análise proteômica da glândula de Dufour em operárias nutridoras e campeiras de Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-04) Teixeira, Aparecida das Dores; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/0589444655432816Em abelhas eussociais, que inclui Apis mellifera, a colônia é constituída por uma rainha, com função reprodutiva, e de operárias estéreis ou semi-estéreis, que exercem as demais funções dentro da colônia como cuidados com a prole e busca por alimento. Associada ao aparelho do ferrão há a glândula de Dufour, que dentre outras funções, desempenha importante papel na comunicação entre os membros da colônia. Esta glândula libera substâncias químicas, mas a natureza e a função dos compostos variam em diferentes táxons. O objetivo deste estudo foi identificar proteínas com abundância diferencial nas glândulas de Dufour de operárias nutridoras e campeiras de A. mellifera. As glândulas de Dufour foram dissecadas, e as proteínas, extraídas. Os extratos proteicos foram submetidos à eletroforese bidimensional em gel. Spots diferencialmente abundantes foram digeridos e os peptídeos analisados no espectrômetro de massas MALDI/TOF- TOF. Os espectros de fragmentação (MS/MS) foram pesquisados em bancos de dados usando a ferramenta Mascot, e as proteínas identificadas foram validadas usando o software Scaffold. Um total de 131 spots apresentou abundância diferencial entre nutridoras e campeiras, sendo identificadas 28 proteínas distintas. Destas 28 proteínas identificadas, 21 foram mais abundantes em nutridoras e sete proteínas foram mais abundantes em campeiras. As proteínas identificadas pertencem a diferentes categorias funcionais envolvidas nos metabolismos proteico, energético, lipídico e de carboidratos, detoxificação, homeostase, comunicação celular, citoesqueleto, proteínas constitutivas e alergênicas. Os dados obtidos neste estudo trazem novas informações que contribuem para a compreensão das funções biológicas da glândula de Dufour e seu papel na organização social das abelhas.Item Diversidade citogenética em Apidae (Hymenoptera) com foco na evolução cromossômica da tribo Meliponini(Universidade Federal de Viçosa, 2021-02-03) Cunha, Marina Souza da; Campos, Lucio Antônio de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/0222235511376911A família Apidae engloba cerca de 20.000 espécies descritas no mundo. Destas, em torno de 200 espécies já foram cariotipadas e sabe-se o tamanho de genoma de apenas 70. A maioria destes estudos são focados na tribo Meliponini, conhecidas como abelhas sem ferrão. Nessa tribo, o número cromossômico varia de n=8 até n=17 na região neotropical, sendo possível reconhecer três grupos: n=9, n=15 e n=17. Os objetivos desta tese foram: (i) fazer uma revisão dos estudos citogenéticos publicados com abelhas e construir um domínio online para que os dados fiquem disponíveis permanentemente; (ii) isolar sequências altamente repetitivas em duas espécies do gênero Melipona para entender os padrões de crescimento e acumulação de heterocromatina neste gênero; (iii) entender como o número cromossômico e o tamanho do genoma influenciaram a evolução cariotípica das abelhas sem ferrão; (iv) identificar os rearranjos cromossômicos que ocorreram durante a evolução cariotípica da tribo Meliponini através da citogenética molecular. Como resultados, (i) o site www.bees.ufop.br foi criado, possibilitando fácil acesso a pesquisadores interessados em grupos específicos, bem como na identificação de padrões gerais para toda a família Apidae, mostrando os avanços da citogenética de abelhas no último século. (ii) O isolamento das sequências altamente repetitivas em espécies do gênero Melipona, através da técnica de c 0 t-1, indicaram a independência do crescimento da heterocromatina nos subgêneros Michmelia e Melikerria e, ainda, possibilitou a inferência da origem dos cromossomos B por hibridização interespecífica em Melipona quinquefasciata. Um possível cenário para o crescimento da heterocromatina neste gênero foi hipotetizado. (iii) Através da coleta de representantes dos três grupos de Meliponini neotropical foi possível abranger a variação de número diploide de n=8 até n=17, e uma variação do tamanho de genoma de 1C=0,31 pg até 1C=0,92 pg. Esses dados foram combinados à filogenia existente da tribo e foram usados para inferir a importância das fusões Robertsonianas que levaram à diminuição do número cromossômico durante a evolução do clado Meliponini neotropical. (iv) Os marcadores microssatélites confirmaram a importância das fusões Robertsonianas na evolução do clado Meliponini neotropical a partir de um possível ancestral n=15 na separação do grupo 1 e n=17 na separação dos grupos 2 e 3. Conclui-se, também, que o aumento do número de regiões 18S rDNA e a diminuição donúmero cromossômico se deu de maneira independente entre os gêneros, e que o microssatélite (TTAGG) 6 constitui a sequência telomérica das abelhas sem ferrão. Palavras-chave: Abelhas. C 0 t-1. Caracterização da cromatina. FISH. Sequências repetitivas. Tamanho de genoma nuclear.Item Efeitos colaterais do imidacloprido em larvas e adultos de operárias da abelha Apis mellifera(Universidade Federal de Viçosa, 2022-11-24) Carneiro, Lenise Silva; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/5902619659741437A abelha Apis mellifera tem sido utilizada tanto para polinização quanto para produção de produtos apícolas devido a sua eficácia e ampla disponibilidade. O declínio de populações de abelhas tem sido reportado em vários locais como Europa e Ásia e uma das causas é a exposição a pesticidas. O imidacloprido é um dos inseticidas mais utilizados no mundo, pois possui toxicidade seletiva é neurotoxico e causa hiperexcitação e paralisa. Sendo um inseticida sistêmico e persistente, é capaz de translocar pelos tecidos da planta e atingir as abelhas através da alimentação. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos colaterais do imidacloprido no intestino médio de adultas de A. mellifera e intestino médio e corpo gorduroso de larvas de operárias de A. mellifera. No capítulo 1, a toxicidade, histopatologia, citotoxicidade e expressão do gene atg1 relacionado à autofagia foram avaliados no intestino médio de operárias expostas oralmente ao imidacloprido. O epitélio do intestino médio de abelhas tratadas apresentaram a ocorrência de vacúolos citoplasmáticos, espaços intercelulares aumentados, desorganização da borda estriada e picnose nuclear, com índice de lesão de órgãos que aumenta com o tempo de exposição. As células digestivas do intestino médio das abelhas tratadas apresentam saliências apicais, mitocôndrias danificadas e autofagossomos que foram caracterizados por conteúdo com restos de organelas e alta expressão de atg1. Essas características indicam a ocorrência de morte celular. No capítulo 2, foram avaliados os efeitos do imidacloprido no intestino médio e corpo gorduroso de larvas através de análises histopatológicas, citoquímicas e expressão de cdc20 para divisão celular. No intestino médio de larvas tratadas foi observada a desorganização da arquitetura do epitélio, formação de bolhas na superfície, apical, liberação de fragmentos celulares para o lúmen do órgão, perda de borda estriada, condensação nuclear e vacuolização citoplasmática, indicando morte celular. A presença de proteínas foi detectada em todo epitélio intestinal de larvas tratadas e controle, provavelmente são enzimas responsáveis pela digestão. O teste histoquímico para polissacarídeos neutros evidenciou o glicocálice, que se mostrou desorganizado nas abelhas expostas ao inseticida. Os trofócitos, principal célula do corpo gorduroso, não apresentaram alterações morfológicas entre tratamento e controle. Mas o citoplasma das células do tratamento apresentaram gotículas lipídicas significativamente menores e maior quantidade de proteínas provavelmente respostas ao estresse causado pelo inseticida. A quantidade de carboidratos não variou estatisticamente entre tratamento e controle o que pode estar associado à tolerância a inseticidas. A expressão de cdc20 não apresentou diferença significativa entre tratamento e controle de nenhum dos órgãos avaliados, indicando que a exposição ao inseticida não induziu divisão celular. Juntos, esses resultados demonstram que o imidacloprido afeta órgãos não alvo da abelha A. mellifera reforçando o seu impacto negativo sobre esses importantes polinizadores. Palavras-chave: Abelha. Corpo gorduroso. Imidacloprido. Intestino médio. Larva.Item Expressão e função do receptor de vitelogenina nas glândulas hipofaríngeas de Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2020-05-28) Dohanik, Virgínia Teles; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/0121976450659780O receptor de vitelogenina (VgR) pertence à superfamília de receptores de lipoproteínas de baixa densidade (LDLR) e é um componente essencial na captação e transporte da proteína precursora de vitelo, a vitelogenina, que é uma fosfoglicoproteína, sintetizada no corpo gorduroso e liberada na hemolinfa, na qual circula até ser absorvida por diversos órgãos, especialmente pelos ovários, via endocitose mediada por receptor. A importância da vitelogenina vai além das vias reprodutivas, pois está presente em abelhas operárias não reprodutoras, sendo sugerida como envolvida na produção da geleia real pelas glândulas hipofaríngeas como uma possível adaptação desta proteína na evolução das abelhas eussociais que pode ter permitido um cuidado com a cria mais eficiente. O objetivo foi verificar se o receptor de vitelogenina está presesente nas glândulas hipofaríngeas de operárias da abelha Apis mellifera. Para tal, foi avaliada a expressão gênica de AmVgR (gene para receptor de vitelogenina em A. mellifera) em operárias com diferentes funções, na presença e ausência de rainhas no ninho, a presença desse receptor nas glândulas hipofaríngeas por imunohistoquímica, e a importância funcional para o desenvolvimento glandular com o silenciamento do gene por dsRNA-VgR. AmVgR é expresso nas glândulas hipofaríngeas de operárias, apresentando maior expressão nas operárias nutridoras do que nas recém-emergidas ou forrageiras. AmVgR apresenta maior expressão em operárias com 11 dias de idade em colônias que possuem rainha do que em colônias órfãs. Operárias nutridoras com glândulas hipofaríngeas desenvolvidas apresentam maior expressão de AmVgR do que aquelas com glândulas pouco desenvolvidas. A imunohistoquímica evidencia a colocalização da vitelogenina, do VgR e da clatrina nos ácinos glandulares das glândulas hipofaríngeas indicando endocitose mediada para receptor. Os ensaios com dsRNA mostram que não há mudança na expressão dos transcritos de AmVgR nas glândulas hipofaríngeas de operárias injetadas com dsRNA-VgR. Os resultados obtidos mostram que o VgR é responsável pelo transporte da vitelogenina da hemolinfa para as glândulas hipofaríngeas, contribuindo para a compreensão do desenvolvimento desta glândula e sua participação no contexto social das abelhas melíferas. Palavras-chave: Abelhas. Expressão gênica. Geleia real. Operárias.Item Heterocronia na maturação cuticular e imunidade primária e secundária em operárias adultas de Apis mellifera (Apidae: Apini)(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-28) Teixeira, Geisyane Franco da Luz; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/7695094353420517A cutícula e a matriz peritrófica em insetos funcionam como barreiras primárias atuando como primeiras linhas de defesa contra patógenos. Defesas imunes secundárias mediadas por células e por substâncias antimicrobianas são utilizadas quando as primárias não são suficientes. Entre elas estão os peptídeos antimicrobianos (AMPs) e a enzima lisozima que atuam diretamente contra os microrganismos invasores. Como os insetos podem regular plasticamente suas defesas conforme o risco de infecção, estudos sobre como a imunidade das abelhas sociais responde às diferentes pressões de patógenos ao longo de sua vida e das diferentes atividades realizadas são importantes para a melhoria de estratégias de manejo desses polinizadores. O objetivo do presente trabalho foi avaliar componentes das respostas imunes primária e secundária de operárias adultas de Apis mellifera nutridoras e campeiras com diferentes idades, e quando assumindo precocemente funções externas à colônia. As quantidades de melanina na cutícula tegumentar, de quitina na matriz peritrófica e a expressão de cpr14 foram usadas para medir barreira primária. As expressões de abaecina, defensina, himenoptaecina e lisozima foram usadas para medir a diferença na resposta imune secundária. A expressão de malvolio foi usada para detectar estímulo precoce para realização de atividades externas à colônia. As amostras consistiram de nutridoras e campeiras ou guardas obtidas de minicolônias compostas por operárias da mesma idade realizando tarefas diferentes (“single-cohort colony”) e de minicolônias com transição natural entre as tarefas conforme a idade. Campeiras tiveram maior quantidade de melanina na cutícula que nutridoras, mas não quando o efeito da idade foi anulado, indicando a aquisição gradual deste pigmento no tegumento de abelhas adultas de A. mellifera e corroborando a heterocronia na diferenciação cuticular do tegumento. A quantidade de quitina na matriz peritrófica foi semelhante tanto entre as operárias de diferentes idades e funções, quanto entre aquelas de mesma idade e diferentes funções, sugerindo que a resposta imune primária exercida pela matriz peritrófica não difere entre as fases da vida adulta da operária. A expressão de cpr14 foi similar entre nutridoras e campeiras e entre operárias com diferentes funções e mesma idade. Expressão de mvl variou entre operárias de mesma idade e funções diferentes, mostrando que a expressão desse gene está relacionada ao início das atividades de forrageio e aceleração da maturação comportamental. As expressões dos AMPs foram diferentes entre operárias com diferentes funções e mesma idade indicando que a atividade das operárias estimula a expressão gênica para substâncias efetoras contra microrganismos. A expressão de lisozima foi semelhante entre os grupos em todas as etapas experimentais. Como a complexidade estrutural da cutícula do tegumento é alcançada apenas em operárias mais velhas, as colônias ficam mais vulneráveis quando operárias nutridoras assumem precocemente atividades de forrageio. A expressão diferenciada do gene mvl, acelerando a mudança de função das operárias, e dos genes para defesa imune naquelas assumindo precocemente funções externas à colônia, evidenciam investimento em mecanismos de defesa secundária quando a defesa primária da cutícula ainda não está completamente desenvolvida. Palavras-chave: Quitina da matriz peritrófica. Melanina cuticular. Peptídeos antimicrobianos. Expressão gênica.Item Mudanças nos órgãos excretores da abelha Apis mellifera durante a metamorfose: morfogênese, remodelação, morte e proliferação celular(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-14) Gonçalves, Wagner Gonzaga; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/8502576724635112A abelha Apis mellifera tem importância ecológica e econômica, no entanto, sofre um declínio populacional, talvez devido à exposição a compostos tóxicos, que são excretados pelos túbulos de Malpigui. Durante a metamorfose de A. mellifera, os túbulos de Malpigui degeneram e são formados de novo. O objetivo deste trabalho foi verificar os eventos celulares na renovação dos túbulos Malpighi, acompanhando na metamorfose, quais as etapas da remodelação celular, determinando os tipos celulares e seus papéis na atividade excretora e inicio do controle homeostático em A. mellifera. As análises ultraestruturais e de imunofluorescência mostraram que as células dos túbulos de Malpighi de larvas degeneraram por apoptose e autofagia (larva L5S e pré-pupa) e novos túbulos de Malpigui são formados por proliferação celular. (larva L5S e pupa de olhos castanhos). A ultraestrutura das células dos túbulos de Malpigui sugere que uma remodelação celular ocorra a partir de pupa de olhos marrons, indicando o inicio de uma atividade de excreção nos túbulos de Malpigui pupais. Em abelhas adultas (recém-emergida e forrageira), dois tipos celulares ocorrem nos túbulos de Malpigui, um com características ultraestruturais de produção da urina primária e outro tipo de célula com características que sugerem um papel na reabsorção da urina primária. Este estudo sugere que, durante a metamorfose, os túbulos de Malpigui não são funcionais até pupa de olhos castanhos, indicando que A. mellifera pode ser vulnerável a compostos tóxicos nas primeiras nas fases pupais. Além disso, a ultraestrutura celular sugere que os túbulos Malpigui podem ser funcionais a partir de pupa de olhos marrons e adquirem maior complexidade na abelha operária forrageira. Nos insetos, o intestino posterior é um órgão homeostático, sendo este dividido em piloro, íleo e reto, que reabsorvem água, íons e pequenas moléculas produzidas na filtragem da hemolinfa e nas fezes. Esse estudo reporta as mudanças morfológicas e os eventos celulares que ocorrem no intestino posterior durante a metamorfose da abelha A. mellifera. No intestino posterior, a imunolocalização de autofagossomos e a ultraestrutura as células epiteliais e do revestimento cuticular sugerem que em pré-pupa tem início a degradação cuticular, que em pupas de olhos brancos e rosas é reabsorvida e reciclada por autofagossomos, sendo a deposição da nova cutícula em pupa de olhos castanhos. Em larva L5S e pré-pupa, o intestino posterior apresenta proliferação celular em suas extremidades anterior e posterior. Na pupa, as regiões do piloro, íleo e reto estão evidentes e com proliferações celulares que cessam a partir de pupa de olhos marrons. Apoptose ocorre de larva L5S até pupa de olhos rosas. Em pupas de olhos castanhos e marrons, o epitélio do íleo muda de pseudoestratificado para simples somente após a produção da lâmina basal e o epitélio retal é achatado. Nas células do íleo de pupa de olhos pretos ocorrem grandes vacúolos e espaços subcuticulares, enquanto que na operária adulta forrageira, ocorrem invaginações apicais longas e muitas mitocôndrias, sugerindo uma atividade no transporte de compostos. Os resultados mostram que a morfogênese do intestino posterior é dinâmica, com remodelações teciduais e eventos celulares para a formação de diferentes regiões do órgão, reconstrução de uma nova cutícula e remodelação dos músculos viscerais.Item Nosema ceranae e Apis mellifera: proteção pela matriz peritrófica e ação de sais derivados de ditiocarbimatos no controle da infecção(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-25) Oliveira, André Henrique de; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/9994545419304248A abelha Apis mellifera é considerada um dos maiores polinizadores naturais do mundo. Sua preservação vem sendo alvo de estudos devido a grandes declínios populacionais, muitas vezes relacionados com questões como perda de habitat, uso indiscriminado de agroquímicos e infecções por patógenos. Esse trabalho traz informações sobre como a matriz peritrófica influencia na infecção por Nosema ceranae e investiga a capacidade de controle dessa doença com a utilização de compostos derivados de ditiocarbimatos. Primeiro, através de técnicas histológicas e ultraestruturais, foi avaliada a função que a matriz peritrófica possui na proteção contra o patógeno Nosema ceranae, mostrando que sua ausência afeta a concentração de esporos em indivíduos infectados e acelera o ciclo completo da infecção possibilitando liberação de novos esporos mais rapidamente para infecções sequenciais. Na segunda parte, ditiocarbimatos, compostos agroquímicos apresentados como possíveis alternativas menos tóxicas, foram testados para o controle de esporos de N. ceranae. Compostos não tóxicos às abelhas foram testados e mostraram possuir diferentes níveis de controle sobre o esporo de N. ceranae tanto em testes in vitro, como in vivo. Sendo assim, esse trabalho suporta o papel protetivo da matriz peritrófica no grau de infecção e comprova que compostos derivados de ditiocarbimato possuem potencial como agentes de proteção contra N. ceranae em A. mellifera. Palavras-chave: Abelhas. Intestino-médio. Matriz peritrófica. Nosema. Toxicidade.Item Utilização de abelhas adultas em análises de citometria de fluxo(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-20) Faustino, Alessandra de Oliveira; Salomão, Tânia Maria Fernandes; http://lattes.cnpq.br/5969990793254393O primeiro trabalho de citometria de fluxo utilizando abelhas da tribo Meliponini, quantificou o genoma de três espécies, as quais apresentaram conteúdo de DNA de 0,43 pg em Scaptotrigona xantotricha, 0,93 pg em Melipona rufiventris e 0,95 pg em Melipona mondury. Posteriormente à determinação do seu conteúdo genômico, S. xantotricha passou a ser utilizada como padrão interno, em todos os estudos de citometria com meliponíneos. Atualmente, valores de apenas 63 espécies de abelhas estão disponíveis, mostrando uma escassez de dados nesse grupo. Uma das razões para esse desprovimento de dados, pode ser devido à dificuldade do acesso as larvas e pupas, que foram as únicas utilizadas, até o momento, nos estudos de quantificação do genoma de abelhas. Sendo assim, a busca pela utilização de material mais acessível, pode ser uma estratégia para que mais espécies sejam analisadas. Portanto, o presente estudo teve como objetivo testar diferentes tampões para a quantificação do conteúdo de DNA nuclear em abelhas adultas. Para a preparação das suspenções nucleares, a serem analisadas no citômetro de fluxo, foram utilizadas abelhas adultas da espécie S. xantotricha e o padrão interno Drosophila melanogaster, juntamente com os tampões LB01, Galbraith, MgSO 4 e TRIS. Os histogramas obtidos, apresentaram bons níveis de resolução e coeficiente de variação satisfatórios, com percentuais menores do que 5%, variando de 2,24% com o tampão Galbraith a 3,34% com o tampão LB01. O tamanho do genoma de adultos de S. xantotricha apresentou valores muito próximos ou idênticos aos dados disponíveis na literatura para as larvas e pupas dessa mesma espécie. Da mesma forma, a razão experimental não apresentou grandes variações em relação à teórica (2,39), sendo o tampão MgSO 4 com razão de 2,34 o mais distante. Em relação à porcentagem de debri celular, as amostras que utilizaram os tampões Galbraith, MgSO 4 e TRIS, mostraram-se mais limpas em relação as que utilizaram o tampão LB01. Por fim, os resultados dos parâmetros analisados, no mesmo dia da extração e 24 após extração, foram muito semelhantes. Mediante o exposto, podemos concluir que a utilização de abelhas adultas para a determinação do conteúdo de DNA é tão eficaz quanto ao uso de larvas e pupas, visto que seus resultados não apresentaram diferenças estatisticamente significantes quando comparados com os dados da literatura.