Ciência e Tecnologia de Alimentos
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Item Avaliação de diferentes métodos de insensibilização e sangria de rãs(Universidade Federal de Viçosa, 1994-02-10) Albinati, Fátima Liúscher; Gomide, Lúcio Alberto de Miranda; http://lattes.cnpq.br/4546458112648033Foram realizados quatro experimentos, avaliando métodos de sangria e insensibilização de rãs para abate, utilizando 150 animais ( Rana catesbeiana) com peso, variando de 100 a 325 gramas, com os seguintes objetivos: a) comparar os métodos de sangria mais utilizados no abate; b) avaliar O tempo necessário para uma máxima sangria; c) verificar o tempo de retorno à consciência, após a insensibilização Por diferentes métodos; d) avaliar o volume percentual de sangue eliminado, em diferentes tempos, e a concentração residual de ferro na carne de rãs, insensibilizadas por diferentes métodos.Encontrou-se maior eficiência para o método de sangria, pelo corte dos vasos do tronco cardíaco. No tempo final de sangria, achou-se um rendimento correspondente a cerca de 95% do volume total de sangue eliminado com 10 minutos. O tempo de retorno aos movimentos normais foi variável entre os métodos de insensibilização, tendo ocorrido a morte dos animais, insensibilizados pelo método de imersão em salmoura a 10% durante 15 min. O método da lesão medular apresentou eficiência de sangria inferior aos demais métodos de insensibilização, que não diferiram entre si. Com relação ao tempo para máxima sangria, o método da lesão medular manifestou o menor tempo, e o da salmoura a 10% gelada, durante 15 min mostrou O tempo mais longo. Quanto à concentração de ferro residual na carne, não houve variação entre os métodos de insensibilização.Item Enriquecimento de leite tipo C com ferro aminoácido quelato: biodisponibilidade e características físico-químicas e sensoriais(Universidade Federal de Viçosa, 1996-02-28) Soglia, Silvio Luiz de Oliveira; Brandão, Sebastião César Cardoso; http://lattes.cnpq.br/7916109791912965Foram enriquecidas amostras de leite tipo C com ferro aminoácido quelato e sulfato ferroso, em diferentes níveis de adição (0, 6, 12, e 24 mg/l). Metade delas foi homogeneizada e todas as amostras foram submetidas a análises físico-químicas de pH, acidez, teor de gordura e índice de TBA, além de teste sensorial com julgadores treinados para sabor oxidado, durante um período de estocagem de três dias, sob refrigeração a 5oC. Estudou-se, ainda, a biodisponibilidade relativa do ferro aminoácido quelato, por meio da regeneração dos níveis de hemoglobina em ratos anêmicos. Os resultados obtidos mostraram que o ferro aminoácido quelato, adicionado ao leite, apresentou uma biodisponibilidade que não diferiu estatisticamente (p>0,01) do sulfato ferroso, sendo capaz de restabelecer, em 14 dias, os níveis de hemoglobina em ratos anêmicos, quando adicionado nos níveis de 12 e 24 mg/l. O uso de 24 mg de ferro/l de leite, na forma de ferro aminoácido quelato, manteve as características físico-químicas do leite, não alterando o sabor, durante todo período de estocagem a 5oC, enquanto o sulfato ferroso, nas dosagens de 12 e 24 mg/litro, promoveu alterações na oxidação da gordura, influenciando no sabor do leite, que foi perceptível pelo painel de julgadores, sem contudo alterar as suas características físico-químicas de acidez e pH. Para ambas as fontes de ferro, o processo tecnológico de enriquecimento do leite mostrou-se simples e de fácil execução, sem modificar apreciavelmente a rotina de processamento do leite tipo C. Desta forma, o ferro aminoácido quelato mostrou-se superior ao sulfato ferroso no enriquecimento do leite tipo C, dadas as suas características nutricionais, físico-químicas e sensoriais satisfatórias, nos níveis de 12 e 24 mg/l, com potencial para uso em programas institucionais de suplementação alimentar, no combate à anemia ferropriva.Item Avaliação físico-química, microbiológica e sensorial de carne de rã (Rana catesbeiana) estocada sob refrigeração e congelamento(Universidade Federal de Viçosa, 1996-02-28) Uquillas Loaiza, Juan Francisco; Gomide, Lúcio Alberto de MirandaForam estudados dois sistemas de evisceração de rãs (tradicional e alternativo), com o objetivo de verificar sua influência na qualidade das carcaças, estocadas sob refrigeração (4±1oC) até 15 dias, ou sob congelamento (-18±2oC), durante 180 dias. Periodicamente (0, 2, 4, 7, 10 e 15 dias, no caso da refrigeração, e 0, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias, no caso do congelamento) foram realizadas análises microbiológicas (contagens de mesófilos, psicrotróficos, fungos e leveduras e NMP de coliformes totais e fecais), físico-químicas (pH, NNP, BVT e TBA) e sensorial (limosidade, textura, odor, brilho e cor). Os resultados das análises mostraram que o índice de BVT e as contagens de mesófilos e psicrotróficos foram os melhores indicadores das alterações, ocorridas no produto estocado sob refrigeração, o qual foi considerado apto para consumo até o oitavo dia. O odor, seguido da cor e da textura, foi o melhor atributo sensorial para se determinar a qualidade da carne refrigerada. Na carne de rã congelada, até 180 dias de estocagem, não foram detectadas alterações físico-químicas, microbiológicas ou sensoriais, que prejudicassem sua qualidade. Nenhum dos atributos sensoriais mostrou um comportamento, que permite ser utilizado como índice de qualiade de carne congelada. O sistema de evisceração alternativo mostrou-se superior ao tradicional, por apresentar menor contaminação com coliformes e por permitir menos operários na linha de abate. Sugere-se, portanto, a utilização do sistema de evisceração alternativo para o abate de rãs.Item Determinação da estrutura de pigmentos de feijão e estudo da sua ação na qualidade protéica(Universidade Federal de Viçosa, 1997-04-11) Chiaradia, Ana Cristina Nascimento; Gomes, José Carlos; http://lattes.cnpq.br/4792469048139967Objetivou-se com este trabalho identificar as estruturas químicas dos pigmentos presentes no feijão-preto adquirido na região de Viçosa. Etanol 70% acidificado com 0,5% de HCl foi utilizado como solvente extrator. Após a obtenção do extrato bruto, foram testadas diversas fases móveis para cromatografia descendente em papel. BFW (n-butanol - ácido fórmico - água) na proporção 15:2,5:2,4 apresentou os melhores resultados e possibilitou a separação das seis frações de antocianinas presentes. Através de reações químicas específicas e métodos espectrofotométricos e cromatográficos identificaram-se as três principais frações isoladas. São elas: delfinidina 3- glicosídeo, cianidina 3-glicosídeo e malvidina 3-glicosídeo. Avaliou-se, através de ensaios biológicos, o efeito da retirada do tegumento e das antocianinas e de outros polifenóis na qualidade das proteínas do feijão. Foram analisados PER, NPR, NPU e digestibilidade. Os resultados obtidos mostram que a retirada do tegumento do feijão cozido reduz seu valor protéico, provavelmente pela eliminação simultânea de aminoácidos sulfurados e lisina provenientes de proteínas presentes nessa parte dos grãos. A extração de pigmentos de feijão não provocou o aumento da qualidade protéica, como se esperava. Esse resultado se deve, provavelmente, à migração de polifenóis dos tegumentos para os cotilédones durante o processo de extração desses compostos. Esta migração proporciona a interação destes polifenóis com proteínas, tornando-as indisponíveis.Item Corantes em alimentos: perspectivas, usos e restrições(Universidade Federal de Viçosa, 1997-09-12) Mascarenhas, Jean Márcia Oliveira; Stringheta, Paulo César; http://lattes.cnpq.br/5962268913072354Os corantes são substâncias adicionadas intencionalmente aos alimentos, com o objetivo de conferir cor. São aplicados em grande diversidade de alimentos. Este trabalho teve como meta gerar conhecimentos que possibilitem conhecer o setor de corantes no Brasil. Para sua execução foram distribuídos e coletados questionários entre indústrias e consumidores, assim como foram elaboradas planilhas para observação dos rótulos dos produtos alimentícios. No primeiro levantamento, foi constatado que, do total das indústrias pesquisadas, 54,17% são produtoras de corantes naturais e 12,50% produtoras de corantes sintéticos. Cerca de 36,36% das indústrias abordadas concordam que há uma tendência clara de utilização dos corantes naturais. Os corantes naturais mais produzidos são o urucum e o carmim; nos sintéticos se destaca a tartrazina; e nos inorgânicos, o beta-caroteno. Das 22 indústrias produtoras de corantes pesquisadas, apenas sete conseguem exportar seus produtos. Os países que mais compram corantes do Brasil são Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai. No segundo levantamento verificou-se a freqüência com a qual os corantes se apresentam nos rótulos das embalagens em diferentes alimentos, agrupados em sete categorias: laticínios, bebidas, doces, carnes, massas, diversos e sorvetes. Dos 769 produtos pesquisados, foi constatado que é grande o número de produtos que não vem especificando o tipo de corante adicionado. O corante carmim é mais encontrado nos sorvetes. Os corantes sintéticos, inorgânicos e sintéticos idênticos aos naturais também são incluídos nessa análise. O terceiro levantamento incluiu uma amostra de 279 pessoas, sendo 81 alunos da pós- graduação, 79 professores e 119 funcionários com níveis médio e superior. Constatou-se que 96,06% dos entrevistados concordam que a cor é um fator muito importante. Do total dos entrevistados, 89,96% afirmam ter o hábito de ler o rótulo dos alimentos, principalmente para saber sobre seus constituintes e o prazo de validade. Cerca de 27,96% dos entrevistados sempre levam em consideração a cor dos alimentos. As indústrias alimentícias tomam como base a IDA para liberação e comercialização dos corantes. Pode ser verificado que todos os corantes sintéticos e sintéticos idênticos aos naturais tiveram sua IDA estabelecida, ao passo que os naturais, caramelos e inorgânicos tiveram sua IDA especificada apenas para alguns tipos. O FDA alega que estes corantes são isentos de certificação, ou seja, não necessitam ser especificados, por não oferecerem riscos à saúde, embora em 1984 tenha sido criada uma IDA para o urucum extremamente restrita (0,065g/kg/Pc).Item Efeito de métodos de insensibilização e sangria sobre características de qualidade da carne de rã-touro e perfil das indústrias de abate(Universidade Federal de Viçosa, 1999-09-15) Moura, Onofre Maurício de; Gomide, Lúcio Alberto de Miranda; http://lattes.cnpq.br/2591643051501129Este trabalho foi dividido em dois capítulos. No primeiro, determinaram- se algumas características bioquímicas, físicas e físico-químicas da carne de rã de diferentes sexos, submetida a três métodos de insensibilização (químio, termo e eletronarcose) e dois métodos de sangria (com e sem). No segundo, levantaram-se os problemas e as potencialidades da indústria brasileira de abate e processamento, procurando estabelecer o perfil desta atividade agroindustrial e projetando um instantâneo de sua situação atual. Levantaram- se também informações sobre o mercado mundial de carne de rã. Verificou-se que o valor mínimo de pH32h (6,04) foi obtido pela aplicação de eletronarcose. Apesar de diferenças (P<0,05) sofridas por cada um dos índices de cor (valores de L, a e b), a carne de rã apresentou-se sempre com coloração branco-cremosa. Os valores de R indicaram que a instalação do rigor mortis em rãs teve retardo mínimo de oito horas, sendo esse retardo maior (P<0,05) quando se empregou a termonarcose (cerca de 11 horas). As características físico-químicas (CRA, CE, PE) da carne de rã não foram (P>0,05) afetadas por nenhuma das variáveis estudadas e suas interações. A CE da carne de rã (111,13 mL óleo/g de amostra) mostrou-se similar àquela reportada na literatura para a carne bovina magra (115,6 mL óleo/g de amostra). A PPC da carne foi afetada (P<0,05) pela interação entre sexo e tipo de sangria. A maciez da carne sofreu (P<0,05) efeito da interação entre os métodos de insensibilização e sangria. Esses resultados indicaram que, aparentemente, as metodologias de insensibilização e sangria estudadas, assim como o sexo das rãs, não trazem maiores conseqüências para as características de qualidade da carne de rã. Constatou-se que, no Brasil, os abatedouros de rã, em média, empregam 7,3 trabalhadores, operam com elevada (75%) capacidade ociosa e, em conjunto, apresentam produção (1998) de cerca de 75 toneladas, correspondendo a cerca de 19% da produção estimada dos ranários. A maioria das empresas tem operado com amadorismo em relação ao produto e ao consumidor. Não existe definição ou classificação para o produto (padrão de qualidade); os aspectos sanitários de algumas empresas e algumas operações da linha de abate podem ser melhoradas. Há necessidade de desenvolver e adequar equipamentos e utensílios de abate próprios à atividade, bem como uniformizar as exigências dos serviços de inspeção (SI) do País. No exterior, a classificação da carne de rã se dá unicamente com relação ao peso das coxas, exportadas congeladas. Não há, no mercado, produtos processados, e a exigência de qualidade sanitária dos produtos tem sido utilizada como barreira à sua entrada nos países importadores.Item Translocação e desaparecimento de células viáveis de Lactobacillus acidophilus em baço, fígado, rins e coração de ratos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-02-09) Condé, Maria do Rosário Gil; Ferreira, Célia Lúcia de Luces FortesOs probióticos são alimentos funcionais que carreiam números elevados de bactérias benéficas, originadas do trato gastrointestinal humano ou do animal para o qual está sendo destinado. Os microrganismos mais empregados como probióticos pertencem aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium. O Lactobacillus acidophilus NCFM é uma estirpe de origem humana presente em vários produtos probióticos. No entanto, há pouca informação sobre sua translocação para os órgãos do hospedeiro. Para avaliar esta translocação, empregaram-se 110 ratos de ± 61 g da raça Wistar, divididos em dois grupos (controle e teste) de 50 animais, e um grupo basal de dez animais. O grupo-controle recebeu uma dieta-padrão “ad libitum” e 0,1 mL de leite desnatado, via oral, diariamente. O grupo-teste recebeu a mesma dieta e 0,1 mL de leite desnatado, carreando 1,0 x 10 10 UFC/mL da estirpe humana de Lactobacillus acidophilus, por dia. Após 14 dias de administração, dez animais de cada grupo foram sacrificados e o baço, o coração, o fígado e os rins avaliados quanto à presença de Lactobacillus acidophilus . O mesmo procedimento foi repetido sete, 14, 21 e 28 dias após o período de administração do probiótico. Verificou-se maior translocação (em UFC) de Lactobacillus acidophilus para o fígado (2,9 x 10 3 ). Para os demais órgãos os números de células translocadas (em UFC) no tempo zero foram: (1,4 x 10 3 ); (5,2 x 10 2 ); e (9,0 x 10 1 ) para rins, baço e coração respectivamente. As contagens 28 dias após a administração, de acordo com o modelo de regressão ajustado, indicaram maior eliminação (% desaparecimento) dos microrganismos translocados no baço (100), fígado (98,41), rins (97,7) e coração (98). A avaliação dos órgãos estudados dos grupos controle e basal, nos diversos tempos, não indicou a presença de Lactobacillus acidophilus. Observou-se que os números de células translocadas nos órgãos além de baixos exibiram uma eliminação constante no período estudado. O tempo de eliminação completa de Lactobacillus acidophilus foi calculado, para os diferentes órgãos, de acordo com o modelo de regressão ajustado, sendo 25,6 dias para o baço. No caso do coração, rins e fígado, permanecendo a tendência verificada no intervalo de tempo estudado (28 dias), esta eliminação aconteceria em 28,9, 40,5 e 46,9 dias respectivamente. Os dados desta experimentação sugerem que 46,9 seja o tempo necessário para eliminar Lactobacillus acidophilus ingeridos como probióticos a 1,0 x 10 10 UFC/mL. Sugere-se que a capacidade de translocação seja um parâmetro a ser considerado para adição de probióticos em alimentos, uma vez que se desconhecem as implicações desta translocação para o hospedeiro.Item Avaliação dos parâmetros de qualidade envolvidos na desidratação de banana (Musa spp. nanica (AAA))(Universidade Federal de Viçosa, 2000-02-14) Cano Chauca, Milton Nobel; Ramos, Afonso Mota; http://lattes.cnpq.br/1033917187117771O presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de minimizar a carência de informações sobre a desidratação de banana (banana passa), baseando-se no controle de qualidade de cor, textura e atividade de água, assim como em curvas de secagem. Os objetivos foram estabelecer as curvas de secagem de banana desidratada (banana passa), utilizando-se uma velocidade constante do ar de secagem (1,5 m/s), nas temperaturas de 50, 60 e 70oC; e determinar o teor de umidade ideal para obter um produto estável de umidade intermediária com teor de umidade de 20-25% b.u. e atividade de água entre 0,60 e 0,84. Analisou-se o efeito da temperatura de secagem (50, 60 e 70oC) sobre os parâmetros de qualidade de cor e textura da banana. Os resultados indicaram que a menor alteração na cor ocorre à temperatura de secagem de 50oC, e à maior a temperatura de secagem de 70oC. A textura variou ao longo do processo de secagem, atingindo valores de força de corte no final do processo de 1,37; 1,48; e 1,43 kgf nas temperaturas de secagem de 50, 60 e 70oC, respectivamente. A atividade de água varia ao longo do tempo de secagem, apresentando valores ao final dos processos de 0,76; 0,70; e 0,69, nas temperaturas de secagem de 50, 60 e 70oC, respectivamente. Os resultados da caracterização físico-química da banana ”in natura” e desidratada e após um período de 30 dias de armazenamento evidenciaram que os valores obtidos da banana ”in natura” foram similares aos apresentados na literatura, entretanto, após secagem e armazenagem, tiveram ligeira variação quanto a acidez, pH e cor. A análise sensorial da banana após secagem foi realizada através do teste de aceitação, utilizando-se a escala hedônica de nove pontos, que apresentou boa aceitabilidade sensorial nas três temperaturas utilizadas. As médias situaram-se entre os termos hedônicos “gostei moderadamente” e “gostei muito”. A análise microbiológica da banana após a secagem e depois de 30 dias de armazenamento apresentou baixo número de microrganismos, sendo, quanto a bolores e leveduras, menor que 10 UFC/g e, quanto a coliformes totais e fecais, menor que 3NMP/g.Item Modelo computacional para simular a redução da microbiota contaminante em pepinos (Cucumis sativus L.) submetidos a tratamento térmico(Universidade Federal de Viçosa, 2000-04-20) Mattos, Fabrícia Ribeiro; Damasceno, Guido de SouzaFrutas e vegetais frescos podem conter vários microrganismos que causam deterioração e problemas quanto à segurança alimentar. Apesar da maioria das evidências mostrarem que a população microbiana está localizada próxima da superfície do fruto, existem relatos sobre localização interna. Métodos eficazes para a inativação desses organismos exigirão informações sobre sua localização. Desenvolveu-se um modelo computacional para determinar a redução microbiana em pepinos frescos submetidos a um processo de branqueamento. O modelo combina equações de transferência de calor transiente em duas dimensões e de cinética de morte microbiana. O tempo de morte térmica (Ftz) para qualquer localização dentro do pepino foi calculado pelo modelo e usado para predizer o tempo necessário para a redução em 2-log da carga microbiana, durante o branqueamento em água quente. Pepinos com diâmetro entre 45 e 55 mm foram branqueados a 60, 80 e 90 oC por 112, 12 e 7 segundos, respectivamente. Os pepinos branqueados foram homogeneizados e amostras foram retiradas para determinação do número da microbiota de aeróbios mesófilos e esporos aeróbios mesófilos. Os resultados experimentais da contagem de aeróbios mesófilos e os resultados preditos pelo modelo computacional foram comparados, demonstrando não existir diferença estatística significativa (P > 0,05) entre os valores encontrados para redução microbiana (em log) na faixa de temperatura empregada. A variação do tempo de morte térmica (Ftz) com a posição obtida a partir do modelo mostrou que os microrganismos estudados estão localizados numa faixa de 0,65mm de espessura a partir da superfície do fruto. A profundidade da distribuição microbiana foi baseada em resultados simulados para alcançar, durante o branqueamento de pepinos, uma redução microbiana de 99,0 e 99,9% (2 e 3 ciclos log) nas temperaturas especificadas. O modelo de transferência de calor e cinética de morte microbiana (TCCMM) deverá ser útil na determinação de processos térmicos mínimos para inativação da microbiota em pepinos, sem perda de características de qualidade. De acordo com a Food and Drug Administration (FDA) tem sido recomendada a redução em 5-log de microrganismos patógenos para alguns grupos de alimentos. Os tempos simulados pelo modelo TCCMM, para que essa redução fosse atingida foram de 186, 18 e 9 segundos a 60, 80 e 90 oC, respectivamente. Entretanto, devido à limitação do número inicial de microrganismos no pepino e presença de organismos resistentes ao calor, não foi possível alcançar experimentalmente, a redução em 5-log da carga microbiana.Item Efeito da adição de sangue tratado com monóxido de carbono sobre as características químicas e de cor de mortadela(Universidade Federal de Viçosa, 2000-05-26) Pereira, Araída Dias; Gomide, Lúcio Alberto de Miranda; http://lattes.cnpq.br/1234791227102807Visando maior aproveitamento de sangue animal na indústria de alimentos, estudou-se o efeito da adição de sangue tratado com monóxido de carbono (CO) desidratado e reconstituído, sangue líquido tratado com CO e sangue não-tratado, em níveis de 5, 10, 15 e 20%, sobre a estabilidade química (valor de TBA e teor de nitrito residual), a composição centesimal (teores de proteínas, lipídios, umidade, cinzas, carboidratos e ferro) e as características de cor (valores L*, a*, b* e ∆E*) de mortadelas. Contrastaram-se esses resultados com aqueles de uma mortadela controle (sem adição de sangue). Os valores de TBA não variaram (P>0,05) em função dos tipos e níveis de sangue adicionados às mortadelas ou do tempo de estocagem. Os valores de TBA e de a*, teor de nitrito residual e composição centesimal das mortadelas controle não diferiram (P>0,05) daqueles de mortadelas formuladas com diferentes tipos e níveis de sangue. O mesmo ocorreu com os valores de b* até o nível de 5% de adição e com o teor de ferro até o nível de 15% de adição. Os valores de L* das mortadelas controle foram superiores (P<0,05) àqueles de mortadelas adicionadas de diferentes tipos e níveis de sangue. Para o mesmo nível de adição de sangue, os valores de L* das mortadelas não diferiram (P>0,05) em função do tipo de sangue utilizado, à semelhança do que ocorreu com os valores de a* até o nível de 15% de adição. O aumento na adição de sangue promoveu redução (P<0,05) do teor de nitrito residual e dos valores de L*, a* e b*, bem como elevação na diferença de cor (∆E*) e do teor de ferro das mortadelas. O tempo de estocagem não provocou (P>0,05) alteração nos valores de TBA, de a* e de b* ou na diferença de cor, mas levou à redução (P<0,05) do teor de nitrito residual e elevação dos valores de L* das mortadelas. O teor de nitrito das mortadelas formuladas com sangue líquido tratado com CO não diferiu (P>0,05) daqueles de mortadelas formuladas com sangue não-tratado ou sangue tratado com CO desidratado e reconstituído, que diferiram entre si (P<0,05). A diferença de cor entre a mortadela controle e aquelas formuladas com os diferentes tipos e níveis de sangue esteve sempre classificada como forte ou muito forte. Em nenhum momento o teor de nitrito residual de qualquer das mortadelas esteve abaixo do valor limiar crítico para controle do C. botulinum de 10 mg/kg, ou os valores de TBA estiveram acima do valor limiar de percepção de 1 mg/kg. Os resultados indicam a possibilidade de utilização de sangue animal, em especial daqueles tratados com monóxido de carbono, na formulação de embutidos cárneos curados.Item Adesão bacteriana em modelo de circuito de processamento de leite(Universidade Federal de Viçosa, 2000-06-15) Figueiredo, Hamilton Mendes; Andrade, Nélio José; http://lattes.cnpq.br/9511401139367004Para entender melhor a adesão bacteriana em superfícies para processamento de alimentos, uma série de experimentos foi efetuada num modelo de linha de circulação de leite, equipado com cupons de prova em aço inoxidável, AISI 304, nas formas de T, cotovelo 90 o e cilíndrica. Avaliou-se, a adesão de Enterococcus faecium, Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442 e Bacillus cereus NCTC 11145, nas formas vegetativa e esporulada, antes e após a circulação do leite pelo modelo. Os números de bactérias aderidas antes da circulação do leite pelo modelo apresentaram diferença significativa (p < 0,05), sendo que 24,60% dos esporos de B. cereus aderiram, sua forma vegetativa mais esporulada aderiu 2,21% e P. aeruginosa e o E. faecium, aderiram 5,83 e 0,57%, respectivamente. Após a circulação do leite, os percentuais de adesão foram de 4,10, 2,30, 5,36, 5,51, para B. cereus na forma esporulada, B. cereus (esporos e células vegetativas), P. aeruginosa e E. faecium, respectivamente. No experimento que avaliou o efeito da temperatura de armazenamento do leite na adesão bacteriana, observaram-se mudanças nas porcentagens de adesão. P. aeruginosa apresentou maior capacidade de adesão a 18 oC, antes da circulação do leite pelo modelo, quando comparada com 10 oC e 5 oC. Já após a circulação do leite os percentuais de adesão obtidos para as diferentes temperaturas foram bastante semelhantes. Com relação à influência da velocidade de circulação do leite no modelo, verificou-se que a 0,5 m/s permaneceram aderidas aos cupons de prova 10,7% das células, enquanto que nas velocidades de 1,0 e 1,5 m/s as porcentagens de adesão foram de 5,40 e 4,90, respectivamente. Quando foi avaliada a influência da concentração de bactérias em relação a adesão, verificou-se que maiores concentrações de bactérias permitem maior número de células aderidas aos cupons, porém das células inicialmente aderidas a maior parte é removida pela circulação do leite a 1 m/s, o que fez com que as porcentagens de adesão final fossem de 5,36, 4,92 e 5,83, respectivamente 5 5 para as concentrações bacterianas de 9,3 x 10 UFC/mL, 2,2 x 10 UFC/mL e 4 2,9 x 10 UFC/mL. A influência do tempo de incubação do leite sobre a adesão mostrou que aumentando o período de incubação ocorre maior proliferação bacteriana com conseqüente aumento do número de bactérias aderidas, porém a remoção de células pelo fluxo de leite é maior nos biofilmes com alta porcentagem de células aderidas, como o obtido para o tempo de 48 horas (48,70%) quando comparado com as adesões obtidas para os tempos de 12 e 24 horas.Item Contribuição ao processo de padronização na indústria de alimentos: um estudo em Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2000-06-28) Azeredo, Alberto Monteiro Cordeiro de; Chaves, José Benício PaesAs indústrias de alimentos são continuamente desafiadas a satisfazer os consumidores com produtos que estão sempre sujeitos a alterações químicas, físicas e biológicas. Considerando a importância da padronização para aperfeiçoar o segmento e para a segurança da população, o presente trabalho foi desenvolvido com os seguintes objetivos: no Capítulo 1 foi compilado um referencial teórico para servir de base sobre o assunto; no Capítulo 2 procurou-se descrever o estágio atual de adoção da padronização em empresas representantes de três segmentos da indústria de alimentos em Minas Gerais, consultando gerentes de produção ou de controle da qualidade, de forma a caracterizar o nível de conhecimento sobre a padronização, descrever características de uso da ferramenta, identificar dificuldades em sua aplicação e avaliar expectativas relacionadas a potenciais benefícios. A construção do referencial teórico sobre o tema evidenciou o fato de que o atendimento a padrões estabelecidos voluntariamente é condição para o aperfeiçoamento de produtos, redução de custos, cumprimento de prazos e garantia de segurança. Os questionários, enviados a 230 médias e grandes empresas, conforme dados da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (JUCEMG) relativos a 1998, foram respondidos por vinte e duas indústrias: oito representantes do segmento de frutas/doces, sete indústrias de carnes e sete de laticínios. Todos os entrevistados afirmaram conhecer o significado e o potencial de contribuição da padronização. Dezenove empresas (64%) haviam iniciado o processo de implantação da padronização, porém apenas três (14%) o concluíram. As causas apontadas de problemas no processo produtivo foram a mão-de-obra, depois a matéria-prima e, por fim, os equipamentos. Dezoito empresas (82%) reconheceram a necessidade dos Padrões Operacionais; entretanto, apenas 21% afirmaram que os operadores os utilizam, sempre. Contudo, 64% responderam que o treinamento dos operadores é feito tomando-os como referência, sempre ou na maioria das vezes. Mais de metade das empresas relatou a utilização de Padrões Técnicos sempre ou na maioria das vezes e 18% não os adotam. Apenas 42% das empresas praticam auditorias sempre ou na maioria das vezes. Relatou-se o uso de um ou mais entre três métodos sistematizados de controle: enquanto dezenove empresas usam fichas de controle, o uso de gráficos e do controle informatizado foi, cada um, relatado por seis empresas. O uso destes dados para auxiliar a tomada de decisões gerenciais ocorre sempre ou na maioria das vezes em 68% das empresas e ocasionalmente em 27%. Ficou evidente que falta treinamento para utilização de Padrões Operacionais e faltam auditorias para verificar sua correta utilização.Item Sistemas aquosos polietilenoglicol-sal: separação de α -lactoalbumina e β -lactoglobulina do soro de queijo e hidrodinâmica em um extrator Graesser(Universidade Federal de Viçosa, 2000-07-12) Zuñiga, Abraham Damian Giraldo; Coimbra, Jane Sélia dos ReisNeste trabalho foi estudada, em uma primeira etapa, a separação das proteínas do soro de queijo α-lactoalbumina (α-la) e β-lactoglobulina (β-lg) usando Sistemas Aquosos Bifásicos (SABs), compostos por polietilenoglicol (PEG) e fosfato de potássio (FFP). A seleção dos SABs foi feita avaliando-se a relação de volume entre as fases e os coeficientes de partição das proteínas (K). O sistema que melhor separou as proteínas foi constituído por 18% de polietilenoglicol e 18% de fosfato de potássio em pH 7. Foi analisada a influência da massa molar do PEG (1.500, 4.000, 6.000 e 8.000 dáltons) sobre o coeficiente de partição. Os dados de partição para α-la mostraram que, quanto maior a massa molar do PEG, menor o valor de K. Para a β-lg foi observada tendência inversa de crescimento de K com a elevação da massa molar do polímero, exceto para PEG 8.000. Foram medidas a viscosidade, densidade e tensão interfacial para os SABs PEG/FFP pré-selecionados. A fase inferior rica em FFP apresentou-se mais densa que a fase superior rica em PEG, e a viscosidade mostrou comportamento inverso. Visando a caracterização hidrodinâmica do extrator Graesser para estudos futuros de separação contínua das proteínas α-la e β-lg, foi feito, em uma segunda parte do trabalho, um estudo de distribuição de tempos de residência (DTR) e dos coeficientes de mistura axial nas fases polimérica e salina, da fração retida da fase polimérica no extrator ("Hold-Up") e do ponto de inundação. O sistema analisado nessa etapa foi composto por 18% de PEG 1.500 e 18% de FFP. Na faixa de velocidades de agitação avaliada, de 6,6 a 15,5 rpm, os valores de "Hold-Up" mantiveram-se restritos a uma pequena faixa de variação e diminuíram com o aumento da relação de vazões entre as fases salina/polimérica. Os tempos de residência médios foram de 58 minutos para a fase salina e 65 minutos para a fase polimérica. Para descrever a DTR, foram testados quatro modelos de distribuição de tempos de residência: o da dispersão, aberto e fechado, o da difusão molecular e o de tanques em série. O modelo de dispersão axial para um sistema aberto foi o que melhor representou os dados experimentais. Para a velocidade de agitação de 6,6 rpm ocorreu inundação na condição de operação de 80 mL/min para a fase salina e 8 mL/min para a fase polimérica. A mistura axial aumentou com a elevação da velocidade linear das fases, mostrando dependência suave com relação à elevação da velocidade de rotação.Item Utilização de adoçantes e edulcorantes na elaboração de alimentos para diabéticos e obesos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-08-21) Roque, Valéria Siqueira; Rosado, Gilberto Paixão; http://lattes.cnpq.br/7194002613361797O objetivo do presente estudo foi o desenvolvimento de um produto dietético destinado ao consumo por diabéticos e obesos, que não determinasse elevação significativa da glicemia e obtivesse boa aceitação. Para tanto, foi realizada a determinação dos índices glicêmicos dos seguintes açúcares e edulcorantes, em solução aquosa e no produto desenvolvido: glicose, sacarose, frutose, manitol, sorbitol, ciclamato/sacarina e sucralose. O referido produto (flan com sabor de baunilha) foi submetido a avaliação sensorial e físico-química. A determinação dos índices glicêmicos, foi feita em 12 voluntários, indivíduos normais, do sexo feminino, na faixa etária de 18 a 35 anos e com Índice de Massa Corporal (IMC) entre 18,5 a 24,9. Foram administradas 50g de cada adoçante/edulcorante em solução aquosa e no flan, utilizando-se a glicose como padrão 100%. A glicose plasmática foi medida em jejum e após 15, 30 e 45 minutos a partir da ingestão das amostras. Em solução aquosa, a sucralose determinou o menor o menor índice glicêmico, (1,3%), seguida do ciclamato/sacarina e manitol (3,8%), sorbitol (16,8%), frutose (26,1%), e sacarose (61,2%). Os adoçantes/edulcorantes, no flan desenvolvido, comportaram-se semelhantemente a administração em solução aquosa, produzindo índices de 1,3% para a sucralose; 1,7 para o ciclamato/sacarina 3,3% para o manitol; 17,4% para o sorbitol; 23,0% para a frutose e 37,8 para a sacarose. Para a avaliação sensorial foram realizados testes de aceitação de amostras de flan com todos os adoçantes/edulcorantes pesquisados, em condições laboratoriais controladas, com 30 consumidores. A amostra mais aceita foi então, submetida ao teste de aceitação em local central, com 150 consumidores realizado com o flan contendo sucralose, obtendo 8,4 da aceitação dos provadores. Em seguida, foi realizada análise da composição centesimal do produto, apresentando resultados de 77,1% para umidade, 0,58% de teor de lipídeos, 15,37% de teor de proteínas e 6,95% de teor de carboidratos. O produto final teve seu valor energético estimado em 94,5 Kcal/100g, correspondendo a restrição de 60% em suas calorias, comparado ao seu similar convencional. Obteve-se, desta forma, um produto que produz baixa resposta glicêmica, com boa aceitação e adequação às necessidades de pacientes diabéticos e obesos.Item Diagnóstico da qualidade e proposta de sistema APPCC para abatedouros bovinos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-08-24) Simbalista, Renée Leão; Silva, Carlos Arthur Barbosa da; http://lattes.cnpq.br/7155553145945227Diagnóstico da qualidade e proposta de sistema APPCC para abatedouros bovinos. Professor orientador: Carlos Arthur Barbosa da Silva. Professores Conselheiros: José Benício Paes Chaves e Lúcio Alberto de Miranda Gomide. Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de fornecer subsídios para a aplicação de princípios e sistemas de qualidade em abatedouros bovinos. Em uma primeira etapa foram realizadas entrevistas nos abatedouros da região Sudeste do País para diagnóstico da situação de gestão da qualidade. Em uma segunda etapa, baseado nas recomendações da Portaria 46/98, do Ministério da Agricultura e Abastecimento, foi elaborado um plano genérico, contendo orientações aos abatedouros, para implementação do Sistema APPCC em suas linha de produtos, mais especificamente, para a produção de meia-carcaça. Os resultados do diagnóstico evidenciaram que a grande maioria das empresas não havia implementado a APPCC em suas linhas de produção e que o principal motivo seria a falta de informações sobre o assunto. Das empresas que possuem o Sistema todas estão sob inspeção Federal, e a partir dos resultados pôde-se observar que estas empresas possuem maior nível tecnológico do que aquelas sob inspeção Estadual. Com relação às melhorias, muitas citaram serem necessários investimentos nas salas de abate e em aspectos sanitários que poderiam ser resolvidos com a implementação da APPCC. Desta forma é necessário fornecer a estes profissionais informações sobre a importância destas ferramentas. Em atendimento à Portaria 46/98-MAA, o conteúdo elaborado configura as diretrizes básicas para o desenvolvimento do Sistema APPCC para os abatedouros. Mesmo sendo um plano genérico, que deve ser adaptado às condições de cada planta processadora, o material fornecido se traduz como um ponto de partida ou um guia para o enquadramento dos abatedouros dentro da ótica da segurança dos alimentos.Item Avaliação da digestibilidade e da qualidade protéica de linhagens de soja com ausência do inibidor de tripsina Kunitz e das isoenzimas lipoxigenases(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-04) Monteiro, Márcia Regina Pereira; Moreira, Maurílio Alves; http://lattes.cnpq.br/5163524504062843As farinhas de soja integrais utilizadas neste trabalho foram obtidas, a partir de grupos de sementes (bulks) derivadas de linhagens que diferem entre si com relação à presença de lipoxigenases (LOX) e/ou inibidor de tripsina Kunitz (KTI). Para essa seleção e confirmação dos genótipos realizaram-se análises de lipoxigenases, de inibidores de tripsina e de quimotripsina. Realizou-se ainda, análise da composição química centesimal para caracterização das farinhas e atividade hemaglutinante nas sementes e nas farinhas de soja derivadas. Constatou-se , através da atividade hemaglutinante, que o tratamento térmico (89oC por 5 minutos) aplicado no processamento das farinhas foi suficiente para inativar as lectinas presentes na soja. Com o objetivo de avaliar a qualidade protéica e digestibilidade in vivo das farinhas de soja, procedeu-se aos ensaios biológicos com ratos, em que foram avaliados o PER (Relação da Eficiência Protéica), NPR (Razão Protéica Líquida), NPU (Utilização Protéica Líquida) e a digestibilidade. Os valores de PER, NPR, NPU para as variedades de soja foram inferiores aos valores obtidos para caseína, possivelmente em virtude da deficiência da proteína de soja em algum tipo de aminoácido essencial. Para as farinhas sem KTI foram obtidos valores de digestibilidade maiores que para as farinhas com KTI, e esses foram bem próximos aos da caseína. Isto comprova que a eliminação genética do KTI melhora consideravelmente a digestibilidade da proteína de soja. No entanto, essa diferença não refletiu em melhor qualidade protéica dessa variedade, visto que não houve diferença nos valores de PER, NPR e NPU entre as variedades estudadas. Procedeu-se a determinação da composição aminoacídica das farinhas e cálculo do PDCAAS (Escore Químico Corrigido pela Digestibilidade) , constatando-se que o aminoácido limitante dessa soja é lisina e não metionina, ao contrário do que aponta a literatura, possivelmente em decorrência do melhoramento genético que levou a essa alteração. Os resultados do PDCAAS não indicaram diferença entre as farinhas sem KTI das farinhas derivadas de linhagens com KTI, como foi observado pelos resultados da digestibilidade in vivo. Conclui-se que a retirada genética do inibidor de tripsina Kunitz melhora significativamente a digestibilidade da proteína de soja, eliminando a necessidade de se empregar altas temperaturas nos produtos de soja visando inativação desse inibidor e, conseqüentemente, evitando o superaquecimento com insolubilização de proteínas, perdas de características funcionais e destruição de alguns aminoácidos.Item Variedades de soja e seus efeitos na regulação do metabolismo do colesterol em ratos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-26) Esteves, Elizabethe Adriana; Monteiro, Josefina Bressan Resende; http://lattes.cnpq.br/0467793003733051O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de um novo cultivar de soja (UFV116), geneticamente melhorado para ausência das lipoxigenases 2 e 3, na regulação do metabolismo do colesterol. Utilizou-se uma variedade comercial (OCEPAR-19), para fins comparativos. Foram determinados os teores de proteínas e lipídios totais e a composição em aminoácidos, ácidos graxos e isoflavonas em farinhas obtidas dos grãos de ambos os cultivares. Não houve diferença significativa entre eles, com relação ao teor de proteína. O cultivar UFV116 apresentou maior teor de fenilalanina, treonina, tirosina, glicina, ácidos aspártico e glutâmico. O teor de lipídios totais foi menor para UFV116, que no entanto apresentou maiores teores de ácidos palmítico e linoléico e menores para esteárico, linolênico e oléico. Este cultivar apresentou maior teor de isoflavonas nas formas agliconas. Numa segunda etapa, grupos de ratos machos Wistar foram alimentados com dietas semipurificadas, nas quais as fontes protéicas foram provenientes dos cultivares UFV116 (UFV) e OCEPAR-19 (OCP) e da caseína (CAS), com ou sem a adição de colesterol dietético (0,25%), por 28 dias. O cultivar UFV116 foi mais eficaz na redução do colesterol sérico na dieta sem adição de colesterol que a variedade OCEPAR- 19. Contudo, não teve influência no acúmulo de colesterol no fígado, com e sem a adição de colesterol dietético. Ambos os cultivares reduziram o colesterol do sangue e seu acúmulo no fígado, em comparação à caseína, independente da adição de colesterol na dieta. Houve redução dos níveis de mRNA para 3-hidroxi-3-metilglutaril coenzima A redutase (HMGR) nas dietas de soja, quando comparadas com a caseína, independente da adição de colesterol dietético. As dietas de soja promoveram aumento nos níveis de mRNA para colesterol 7α-hidroxilase (CYP7A), com e sem a adição de colesterol dietético, em comparação à caseína. Isto foi acompanhado por maior excreção de ácidos biliares fecais, especificamente ácidos biliares secundários. Não houve diferença significativa entre os cultivares de soja nos parâmetros avaliados. A adição de colesterol às dietas experimentais provocou aumento da excreção de esteróides neutros. Estes resultados evidenciam que o colesterol hepático provavelmente foi convertido em esteróides e excretado nas fezes, primariamente como ácidos biliares. Adicionalmente, a síntese hepática de colesterol foi reduzida, contribuindo para a manutenção dos baixos níveis séricos. É importante ressaltar que os componentes não-protéicos dos cultivares podem ter influenciado os seus efeitos hipocolesterolemiantes.Item Análise de viabilidade e risco de implantação da coleta de leite a granel(Universidade Federal de Viçosa, 2000-11-14) Sant'Anna, Danielle Dias; Silva, Carlos Arthur Barbosa daA atividade leiteira é atualmente uma das principais fontes de renda para uma parcela significativa da população brasileira. Com a mudança do panorama econômico do país na última década, tornou-se primordial a modernização deste setor, que passou a se preocupar com a redução dos custos operacionais e a melhoria da qualidade da matéria-prima. Visando atingir estes objetivos, vem sendo implementado na logística de suprimento o sistema de coleta de leite a granel, onde o leite é resfriado nas fazendas produtoras e coletado por caminhões tanques isotérmicos, ocorrendo a substituição do tradicional sistema de coleta a latão. No presente trabalho realizou-se uma análise de viabilidade financeira e risco da implantação de tanques de expansão direta nas propriedades rurais, para três tamanhos alternativos (250, 500 e 1.000 litros), e da granelização para duas classes de estabelecimentos industriais, uma unidade de processamento com capacidade efetiva de 8.000 litros de leite/dia e uma unidade de captação e resfriamento com capacidade efetiva de 45.000 litros de leite/dia. Para as fazendas os resultados demonstraram que os investimentos em tanques de 500 e 1.000 litros são viáveis, não sendo atrativos para tanques de 250 litros. Apesar dos benefícios adicionais encontrados para a aquisição destes tanques serem maiores que os custos adicionais, a diferença não é suficiente para tornar atraente os investimentos num horizonte de 10 anos. Analisando estes investimentos sob condições de risco, observou-se que a flexibilização do volume de leite resfriado e do adicional de preço recebido melhora a expectativa de rentabilidade para os três tamanhos considerados. Nesta análise, o tanque de menor capacidade seria viabilizado, porém com um risco ainda considerável (42% de retorno inferior ao custo de oportunidade do capital). Para a indústria, constatou-se não ser financeiramente atrativa a implantação da granelização. No caso da unidade que produz derivados de leite, os benefícios financeiros da granelização são inferiores aos custos adicionais. Para a unidade que apenas resfria o leite, os benefícios são maiores que os custos, mas não satisfazem um índice mínimo de rentabilidade compatível com o custo de oportunidade considerado para o investimento (12% ao ano). A análise de risco foi feita apenas para a unidade de resfriamento, revelando uma probabilidade de 39% de se obter uma taxa interna de retorno inferior ao custo de oportunidade do capital. De modo geral, as análises de sensibilidade e risco demonstraram que o preço pago pelo litro de leite e o volume produzido são as variáveis que mais afetam a rentabilidade do capital investido. Para tornar mais atrativo o investimento no tanque de resfriamento de pequeno porte, um aumento do incentivo oferecido aos produtores pelo fornecimento de leite resfriado poderia ser imaginado como uma estratégia. No entanto, esta política inviabilizaria ainda mais os investimentos a serem realizados pelos laticínios na granelização da coleta. Assim, uma estratégia recomendável para o sucesso do empreendimento seria a busca por aumentos de volume de leite, tanto na produção nas fazendas quanto na recepção pelos estabelecimentos industriais.Item Remoção de colesterol da gordura do leite por adsorção em sílica gel(Universidade Federal de Viçosa, 2000-12-12) Valente, Gerson de Freitas Silva; Brandão, Sebastião César Cardoso; http://lattes.cnpq.br/8109004312912446O processo de remoção de colesterol da gordura de leite por adsorção em sílica gel foi avaliado como uma alternativa para a elaboração de produtos lácteos com baixo teor de colesterol. A remoção do colesterol do óleo de manteiga foi estudada em colunas de diâmetro interno de 22 mm, que foram preparadas “in loco” usando 10,0 g, 12,5 g e 15,0 g de sílica, utilizando as temperaturas de 70oC, 80oC e 90oC para a sílica gel com duas granulometrias, que foram de 5 μm a 40 μm e de 45 μm a 60 μm. Os dados experimentais mostraram que é possível produzir óleo de manteiga com uma redução de até 95% na concentração de colesterol nas primeiras frações da fase móvel. Adsorção de até 10,1 mg de colesterol injetado por grama de sílica foi obtida, equivalente a 3,1 mL de óleo produzido para cada grama do adsorvente para a sílica de menor granulometria. Para a sílica de maior granulometria foi adsorvido até 6,9 mg de colesterol injetado por grama do adsorvente, isto é, uma relação de até 1,7 mL de óleo de manteiga por grama de sílica de maior granulometria. Foi possível verificar que nos tratamentos testados, a concentração de produtos da oxidação do colesterol foram inferiores a 10 μg/g de óleo para o óxido 25-hidroxicolesterol e 5 μg/g de óleo para o óxido 7-β-hidroxicolesterol logo após o processo. Portanto, com base nos resultados, pode-se afirmar que a técnica é uma alternativa promissora para a remoção de colesterol da gordura do leite.Item Avaliação da radiação ultravioleta no controle de microrganismos aderidos em filmes de polietileno de baixa densidade(Universidade Federal de Viçosa, 2000-12-12) Silva, Cleuber Antônio de Sá; Andrade, Nélio José de; http://lattes.cnpq.br/1288627337491573A adesão de células de Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli K12 foi avaliada em embalagens de polietileno de baixa densidade (PEBD), empregando-se as seguintes condições: área interna da embalagem de 630 cm 2 , temperaturas de adesão de 8 e 18oC, concentrações iniciais das suspensões bacterianas na ordem de 10 5 , 10 6 e 10 7 UFC/mL e tempo de incubação de 12 horas. Constataram-se diferenças significativas (p<0,05) na temperatura de adesão e também nas interações entre microrganismos e as contagens iniciais na suspensão bacteriana. A adesão na temperatura de 18oC foi superior àquela encontrada a 8oC. Também, houve tendência de maior adesão com aumento do número inicial de células na suspensão bacteriana. A eficiência bactericida da radiação ultravioleta (UV) na redução do número de E. coli e S. aureus aderidas ao PEBD foi avaliada a partir de concentrações iniciais na ordem de 10 5 a 10 7 , temperatura de adesão de 18oC por 12 horas e exposição entre 216 e 175 μWcm -2 . Constatou-se que a E. coli é mais resistente à exposição à radiação UV , apresentando valores D de 4,35 e 1,84 segundos, quando os logaritmos dos números iniciais de células são iguais a 5 e 6,8, respectivamente; para S. aureus, os valores de D obtidos foram de 1,96 e 1,18, respectivamente. No estudo da redução da intensidade versus eficiência bactericida da radiação UV, observou-se redução na intensidade de 288 para 78 μWcm -2 após 1.500 horas de uso, sendo esse declínio mais acentuado nas 100 horas iniciais. A eficiência da radiação UV sobre E. coli decresceu de 0,94 RD, após 70 h de uso da lâmpada, para 0,36 RD, após 1500 horas. Para S. aureus, esses valores variaram de 1,04 a 0,58 RD. Foram avaliadas amostras de PEBD de três bobinas, antes e após irradiação, com 137 μWcm -2. por dois segundos. Constatou-se contaminação inicial nas embalagens de 0,16 NMP/cm 2 de mesófilos aeróbios, que, após exposição à radiação, diminuiu para 0,014 NMP/cm 2 , sendo este valor abaixo da recomendação de 0,1 UFC/cm 2 . Por meio de microscopia de força atômica (MFA), observou-se a existência de irregularidades na superfície do PEBD, como fendas e elevações. Essas imperfeições podem alojar bactérias, facilitando o processo de adesão, além de reduzirem a eficiência da radiação UV, devido à presença de regiões que protegem as células do contato com a radiação. Os resultados mostram que a radiação UV apresenta ação sobre bactérias aderidas à superfície de PEBD, sendo uma técnica útil na redução da microbiota presente nessa embalagem.