Agroecologia
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Item Condições de saúde e nutrição de agricultores familiares e suas percepções sobre a participação no Programa de Aquisição de Alimentos, no município de Ubá (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-29) Batista, Lucimar Moreira Guimarães; Ribeiro, Sônia Machado Rocha; http://lattes.cnpq.br/2355507266309560Tratou-se de um estudo transversal descritivo realizado em 2014, com agricultores familiares inseridos no Programa de Aquisição de Alimentos-PAA do Banco de Alimentos, no município de Ubá-MG, zona da Mata de Minas Gerais. Objetivou- se caracterizar as condições de saúde e nutrição de agricultores familiares e a percepção sobre sua participação no PAA. Foi selecionada aleatoriamente amostra representativa (n=58) dos agricultores familiares inscritos no PAA do Banco de Alimentos-BA do município de Ubá (N=168), incluindo participantes de ambos os sexos na faixa etária acima de 19 anos. As condições de saúde e nutrição foram avaliadas por meio de história de doenças pré-existentes auto referidas, uso de medicamentos, oferta e demanda por serviços de saúde, exames bioquímicos, diagnóstico do estado nutricional por antropometria, indicadores de risco de doenças crônicas não transmissíveis a partir de exames bioquímicos e medidas antropométricas e de deposição de gordura corporal e consumo alimentar. Para avaliar a percepção sobre a participação do agricultor familiar no PAA foi utilizada a entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados, utilizou-se os softwares Diet Pro, versão 5.i e SPSS versão 22. A média da idade dos participantes foi de 48 anos, com maioria do sexo masculino 67,24% (n=39), de faixa etária adulta 86,2% (n=50), casados 87,9% (n=50) e com ensino fundamental 65,5% (n=38). O sexo masculino foi predominante entre os inseridos do PAA, embora tenha uma importante participação do sexo feminino principalmente no cultivo e manejo de hortaliças, legumes e frutas. Maior parte da renda familiar 91,4% (n=55) origina-se da atividade agrícola. A maioria dos agricultores familiares 71,4% (n=43) faz uso de agrotóxicos. Prevaleceu faixa etária adulta com ensino fundamental, casados, mão-de-obra familiar e as práticas agrícolas manuais de capina e colheita são predominantemente executadas por adultos jovens. O uso da tecnologia está presente para as atividades de aração e irrigação. Os problemas de saúde e desvios nutricionais encontrados foram semelhantes aos do meio urbano, sendo frequente o sobrepeso, a obesidade, o risco muito aumentado de DCV, excesso de gordura abdominal, dislipidemias e presença de indicadores bioquímicos de inflamação crônica de baixo grau. A hipertensão (27,6%) e a hipercolesterolemia (13,8%) tiveram maiores frequências; a maioria dos participantes apresentou sobrepeso, risco muito aumentado de Doença Cardiovascular (DCV) e excesso de gordura abdominal. Para maioria dos agricultores avaliados, o número de refeições diárias foi adequado, o consumo alimentar foi variado, incluindo alimentos de vários grupos alimentares do Guia Alimentar para a População Brasileira. O consumo de frutas e hortaliças foi adequado. O consumo energético foi estimado pelo valor energético dos alimentos considerando a necessidade estimada de energia. Houve um consumo de energia acima do EER de aproximadamente de 11,60% e 24,36% para os sexos feminino e masculino, respectivamente. Comparando-se com as DRIs, a ingestão de cálcio foi baixa e a de sódio alta e quanto a qualidade de lipídios verificou-se consumo inferior ao percetual recomendado para w-3 e w-6 e elevado consumo de trans. Os principais significados de fazer parte do PAA foram melhora da renda e da economia familiar podendo possibilitar investimentos nas propriedades, na agricultura, na saúde e alimentação da família. Conclui-se que apesar dos participantes viverem em meio rural o perfil de saúde e nutrição foi similar ao descrito para populações que reside no meio urbano, com a presença de DCNT, exceto que o consumo de frutas e hortaliças foi adequado. Este é um aspecto positivo que melhora a qualidade da dieta repercutindo em melhoria das condições de saúde e nutrição das futuras gerações.Item Efeito do extrato da casca do bacupari (Garcinia brasiliensis) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal em ratos Wistar obesos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-23) Araújo, Fernanda de Oliveira; Martino, Hércia Stampini Duarte; http://lattes.cnpq.br/8976026918721325A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura corporal. Os distúrbios metabólicos relacionados com a obesidade têm demonstrado promover inflamação sistêmica subclínica de baixo grau, que leva a alteração na composição da microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que pode aumentar o estresse oxidativo, a inflamação e a homeostase energética dos indivíduos. A espécie Garcinia brasiliensis, conhecida popularmente como bacupari, produz frutos comestíveis, ricos em compostos bioativos, principalmente benzofenonas, flavonoides e xantonas, que possuem propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias, antitumorais, antioxidantes e antiobesogênicas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do extrato etanoico da casca de bacupari (EEB) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal de ratos wistar obesos alimentados com dieta hiperlipídica. Ratos da linhagem Wistar, machos, adultos e obesos (n=24) foram randomizados em três grupos experimentais (n=8/grupo) e alocados em gaiolas individuais por oito semanas, divididos nos seguintes grupos: grupo controle normal (AIN-93M), grupo controle obeso (HFD) e o grupo teste obeso recebendo 300 mg por dia/animal de EEB adicionado à dieta hiperlipídica (BHFD). Avaliou-se a ingestão alimentar, medidas biométricas e, os índices de massa corporal e hepatossomático dos animais. O perfil de adipocinas (resistina e adiponectina) foi determinado no soro dos animais. No tecido hepático foram avaliadas as expressões dos genes, tais como: o fator nuclear kappa B (NF-kB), o receptor ativado por peroxissoma alfa (PPAR-ɑ), a carnitina palmitoil transferase alfa (CPT-1ɑ), a proteína de ligação ao elemento regulador de esteroides 1c (SREBP-1c) e receptor de adiponectina 2 (ADIPOR2), a proteína do choque térmico (HSP72) e a superóxido dismutase (SOD). Avaliou-se também os fatores de transcrição NF-kB por western blot e PPAR-ɑ por imunoensaio, a peroxidação de lipídios, a defesa antioxidante e a histomorfometria no fígado. A microbiota intestinal e a presença de ácidos graxos de cadeia curta foram avaliados nas fezes. O Coeficiente de eficiência alimentar (CEA), o peso final e o índice de massa corporal (IMC) do grupo controle obeso foram maiores (p<0,05) em relação ao tratado com bacupari. O peso do fígado e o índice hepatossomático foram menores (p<0,05) no BHFD em relação ao grupo HFD. Em relação aos níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias resistina reduziu (p<0,05) e adiponectina aumentou (p<0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A expressão dos genes NF-kB, PPAR-ɑ e ADIPOR2 foram menores (p<0,05) e CPT-1ɑ, HSP72 e SREBP-1c foram semelhantes (p>0,05) no grupo tratado com bacupari em relação ao controle normal. A banda formada pela identificação de NF-kB foi menor no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. As concentrações de malondialdeído, óxido nítrico e superóxido dismutase foram menores (p<0,05), a catalase foi maior (p<0,05) e a glutationa tranferase semelhante (p>0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A histologia dos tecidos hepáticos confirmou o efeito antioxidante do EEB ao reduzir o percentual de gordura hepática e o diâmetro dos núcleos no grupo BHFD em relação ao HFD (p<0,05). Para microbiota intestinal houve redução (p<0,05) da abundância do Filo Firmicutes, aumento do Filo Proteobacterias e do ácido propiônico no grupo BHFD em relação ao HFD. O presente estudo demonstrou que o extrato etanoico da casca de bacupari tem efeito protetor no estresse oxidativo, na inflamação e na esteatose hepática, além de modular positivamente a microbiota intestinal, em ratos obesos alimentados com dieta hiperlipídica.Item Efeito do extrato da casca do bacupari (Garcinia brasiliensis) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal em ratos Wistar obesos(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-23) Araujo, Fernanda Oliveira; Martino, Hércia Stampini Duarte; http://lattes.cnpq.br/8976026918721325A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acumulo excessivo de gordura corporal. Os distúrbios metabólicos relacionados com a obesidade têm demonstrado promover inflamação sistêmica subclínica de baixo grau, que leva a alteração na composição da microbiota intestinal e na produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), que pode aumentar o estresse oxidativo, a inflamação e a homeostase energética dos indivíduos. A espécie Garcinia brasiliensis, conhecida popularmente como bacupari, produz frutos comestíveis, ricos em compostos bioativos, principalmente benzofenonas, flavonoides e xantonas, que possuem propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias, antitumorais, antioxidantes e antiobesogênicas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito do extrato etanoico da casca de bacupari (EEB) na esteatose hepática, no estresse oxidativo, na inflamação e na microbiota intestinal de ratos wistar obesos alimentados com dieta hiperlipídica. Ratos da linhagem Wistar, machos, adultos e obesos (n=24) foram randomizados em três grupos experimentais (n=8/grupo) e alocados em gaiolas individuais por oito semanas, divididos nos seguintes grupos: grupo controle normal (AIN-93M), grupo controle obeso (HFD) e o grupo teste obeso recebendo 300 mg por dia/animal de EEB adicionado à dieta hiperlipídica (BHFD). Avaliou-se a ingestão alimentar, medidas biométricas e, os índices de massa corporal e hepatossomático dos animais. O perfil de adipocinas (resistina e adiponectina) foi determinado no soro dos animais. No tecido hepático foram avaliadas as expressões dos genes, tais como: o fator nuclear kappa B (NF-kB), o receptor ativado por peroxissoma alfa (PPAR-ɑ), a carnitina palmitoil transferase alfa (CPT-1ɑ), a proteína de ligação ao elemento regulador de esteroides 1c (SREBP-1c) e receptor de adiponectina 2 (ADIPOR2), a proteína do choque térmico (HSP72) e a superóxido dismutase (SOD). Avaliou-se também os fatores de transcrição NF-kB por western blot e PPAR-ɑ por imunoensaio, a peroxidação de lipídios, a defesa antioxidante e a histomorfometria no fígado. A microbiota intestinal e a presença de ácidos graxos de cadeia curta foram avaliados nas fezes. O Coeficiente de eficiência alimentar (CEA), o peso final e o índice de massa corporal (IMC) do grupo controle obeso foram maiores (p<0,05) em relação ao tratado com bacupari. O peso do fígado e o índice hepatossomático foram menores (p<0,05) no BHFD em relação ao grupo HFD. Em relação aos níveis séricos das citocinas pró-inflamatórias resistina reduziu (p<0,05) e adiponectina aumentou (p<0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A expressão dos genes NF-kB, PPAR-ɑ e ADIPOR2 foram menores (p<0,05) e CPT-1ɑ, HSP72 e SREBP-1c foram semelhantes (p>0,05) no grupo tratado com bacupari em relação ao controle normal. A banda formada pela identificação de NF-kB foi menor no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. As concentrações de malondialdeído, óxido nítrico e superóxido dismutase foram menores (p<0,05), a catalase foi maior (p<0,05) e a glutationa tranferase semelhante (p>0,05) no grupo BHFD em relação ao grupo HFD. A histologia dos tecidos hepáticos confirmou o efeito antioxidante do EEB ao reduzir o percentual de gordura hepática e o diâmetro dos núcleos no grupo BHFD em relação ao HFD (p<0,05). Para microbiota intestinal houve redução (p<0,05) da abundância do Filo Firmicutes, aumento do Filo Proteobacterias e do ácido propiônico no grupo BHFD em relação ao HFD. O presente estudo demonstrou que o extrato etanoico da casca de bacupari tem efeito protetor no estresse oxidativo, na inflamação e na esteatose hepática, além de modular positivamente a microbiota intestinal, em ratos obesos alimentados com dieta hiperlipídica.Item Frutas alimentícias não convencionais da zona rural de Viçosa, Minas Gerais: levantamento etnobotânico e valor nutricional(Universidade Federal de Viçosa, 2013-12-18) Paula Filho, Galdino Xavier de; Sant'Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/6248205173437879Estudos etnobotânicos e nutricionais são necessários para o resgate e registro do potencial disponível na flora nativa, que podem ser utilizados como recursos alimentícios e medicinais, e contribuir com a segurança e soberania alimentar da população. Objetivou-se realizar levantamento etnobotânico (estudo 1) e investigar o valor nutricional de frutas não convencionais (estudo 2) na zona rural do município de Viçosa, Minas Gerais. O estudo 1 foi realizado de outubro a dezembro de 2012, visitando in loco as comunidades, por meio de entrevistas semi-estruturadas, totalizando nove comunidades rurais caracterizadas predominantemente por vegetação de fragmentos florestais e de pastagem. Trabalhou-se com um universo de 20 entrevistados compostos por 75% de pessoas acima de 65 anos, sendo que 80% residiam na localidade há mais de 30 anos. As espécies de frutas alimentícias não convencionais foram coletadas junto aos informantes e, posteriormente, fez-se a identificação botânica, encontrando-se 23 frutas não convencionais pertencentes a 11 famílias botânicas, sendo a família Myrtaceae a mais representativa (sete espécies). A maioria das espécies citadas (87%; n=20) ocorre de forma espontânea e 13%; (n=3) era cultivada em pomares. As espécies com maior frequência relativa de citação foram jabuticaba de rama (Diclidanthera elliptica Miers.), maracujá mirim (Passiflora vitifolia L.) e maracujá do mato (Passiflora amethystina J. C. Mikan). Os índices de diversidade encontrados (Shannon-Wiener = 1,38 e equidade de Pielou = 0,84) indicam que há riqueza dessas espécies nas localidades pesquisadas e que o conhecimento está uniformemente distribuído entre os informantes. No estudo 2 investigou-se o valor nutricional das espécies: ananás do mato (Ananas bracteatus (Lindl.), var. albus); coco licuri (Syagrus coronata (Mart.) Becc.) (polpa e amêndoa), melão croá (Sicana sphaerica Vell.) e maracujina (Sicana odorifera Naud.). Determinou-se as características físicas (massa, diâmetro, comprimento e rendimento), a composição química e centesimal, a ocorrência e a concentração de carotenoides ( - - -criptoxantina e licopeno), vitamina C (ácido ascórbico e ácido desidroascórbico), vitamina E ( óis e tocotrienóis) e minerais (P, K, Ca, Mg, Cu, Mn, Fe, Zn, Cr, Na, Se, e Mo). Acidez titulável foi realizada por volumetria de neutralização. O potencial hidrogeniônico foi determinado por medida direta de pH. Vitamina C e carotenoides foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com detector de arranjo de diodos e vitamina E por CLAE, com detecção por fluorescência. Os minerais foram analisados por espectrometria de emissão atômica em plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). O rendimento da polpa das frutas variou entre 39,6 e 66,2% para a amêndoa do coco licuri e o melão croá, respectivamente. Os sólidos solúveis nas frutas variaram de 4 oBrix (maracujina) a 16 oBrix (ananás do mato). A umidade variou entre 30 e 83 g 100g-1, para coco licuri (amêndoa) e melão croá, respectivamente. O coco licuri (polpa) apresentou a maior concentração de fibra alimentar (6,1 g 100g-1). A concentração de lipídios variou de 0,72 g 100g-1 no melão croá a 44,2 g 100g-1 no coco licuri (amêndoa). A densidade calórica variou de 62,5 kcal 100g-1 no melão croá, a 486,8 kcal 100g-1 no coco licuri (amêndoa). As maiores concentrações de carotenoides foram observadas no coco licuri (polpa) (9,2 mg 100g-1) (p<0,05), o qual mostrou-se excelente fonte de vitamina A. O ananás do mato mostrou-se boa fonte de vitamina C, sendo observada concentração de 18,7 g 100g-1. A maior concentração de vitamina E foi encontrada na amêndoa de coco licuri (1.302 μg 100g-1). O ananás do mato foi considerado fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe, Mn e Mo. A polpa do coco licuri foi considerada fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe, Mn, Cr e Mo. A amêndoa do coco licuri foi considerada fonte de Fe, boa fonte de Cu e excelente fonte de Mn e Mo. A maracujina foi considerada fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe e Mo. O melão croá foi considerado boa fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe e Mo. Verificou-se que na zona rural de Viçosa ainda encontram-se diferentes espécies de frutas alimentícias não convencionais, cujo conhecimento sobre as mesmas concentra-se nos idosos e que a transmissão destes às gerações mais novas ocorre com dificuldade, tornando-se uma ameaça à preservação destes conhecimentos. As frutas investigadas são fontes de nutrientes, especialmente vitaminas e minerais, o que as torna importantes pela sua contribuição para a soberania e segurança alimentar e nutricional das famílias que as consomem, especialmente aquelas dos agricultores.Item Impacto de ações de nutrição e saúde no incentivo à produção para o autoconsumo na situação de (In)segurança alimentar e nutricional em agricultores familiares no Município de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-14) Lopes, Sílvia Oliveira; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/6597323744241410Objetivou-se verificar o impacto de ações de educação alimentar, nutricional e de saúde no incentivo à produção para o autoconsumo e contribuição com a Segurança Alimentar e Nutricional em agricultores familiares. O estudo foi realizado no Setor Nobres, Zona Rural do Município de Viçosa-Minas Gerais, com famílias de agricultores. Obteve-se aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa e ocorreu mediante assinatura do Termo de Consentimento Esclarecido. Foram convidadas todas as famílias do setor (n=69), destas 62 aceitaram. Realizou-se visitas domiciliares com aplicação de questionários semiestruturados, a fim de traçar um diagnóstico das famílias, constando de dados socioeconômicos e demográficos, disponibilidade alimentar domiciliar, avaliação da situação de (in) segurança alimentar atual e pregressa, caracterização da produção de alimentos para autoconsumo. Avaliou-se condições de saúde (presença de doença crônica não transmissível), aferiu-se as medidas antropométricas peso, estatura, perímetro da cintura e perímetro da panturrilha somente para idosos. Realizou-se avaliação de hemoglobina para diagnóstico de anemia. Posteriormente as famílias foram convidadas a participarem do programa de Educação Alimentar e Nutricional (EAN). No primeiro encontro foi realizado um diagnóstico das necessidades e demandas do grupo quanto aos temas a serem abordados. Após este encontro e o diagnostico domiciliar, estabeleceu-se os temas a serem trabalhados durante o programa educativo de EAN, composto por cinco encontros, realizados na comunidade, com subdivisão dos grupos. As oficinas foram baseadas em metodologias ativas participativas, estimulando práticas alimentares adequadas e saudáveis e sobre importância da alimentação para autoconsumo. Após 30 dias de finalização das atividades, o pesquisador retornou aos domicílios de todos os voluntários a fim de saber quais foram as atitudes impactadas com o processo educativo, assim como a disponibilidade domiciliar e variáveis antropométricas, dos participantes das oficinas e dos não participantes. 68% (n=42) das famílias participaram de pelo menos um encontro. As principais mudanças de atitudes relatadas perpassaram por processo de organização da rotina domiciliar, cuidados na manipulação de alimentos, diminuição no uso de sal, açúcar e óleos/gorduras, processo de escolha de alimentos e valorização da produção para autoconsumo. Estas mudanças foram motivadas por questões de saúde, diminuição de gasto e costume da família. Houve diminuição entre as famílias participantes do processo educativo de calorias totais disponíveis per capita, suco em pó e sal. Estratégias como essa de estabelecer um diagnóstico e estruturar intervenções educativas para a mudança de práticas para a promoção de alimentação saudável e adequada deve ser incentivada, já que este programa foi realizado em curto período de tempo e houve impactos positivos.Item Implementação do Programa de Aquisição de Alimentos, modalidade compra institucional, na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais e situação de (in) segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares beneficiários fornecedores(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-26) Assis, Silmara Christina Rodrigues de; Priore, Silvia Eloíza; http://lattes.cnpq.br/0046117804178650O objetivo deste estudo foi caracterizar o processo de implementação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Institucional no Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Minas Gerais, bem como, a situação de (In)Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) das famílias dos agricultores beneficiários fornecedores. O estudo foi dividido em duas etapas. A primeira etapa tratou-se de um estudo descritivo delineado como um estudo de caso de natureza exploratória, para o qual se utilizou a abordagem qualitativa, para descrever o processo implementação do programa na UFV no período de 2013 a 2015. Os instrumentos metodológicos para a coleta de dados foram: observação das reuniões da comissão gestora do PAA quando se registrou as informações em um caderno de campo. Pesquisa documental realizada através da apreciação de documentos escritos referentes ao PAA na UFV e entrevistas semiestruturadas com os informantes-chave. Identificou-se os principais envolvidos diretamente com o programa na UFV, comissão gestora (n=8, 89%), agricultores familiares (n=5, 83%) e dirigentes de empreendimentos beneficiados (n=2, 100%), utilizou-se anotações e gravação de voz para registrar as informações. Os dados foram analisados de acordo com metodologia qualitativa. Na segunda, etapa foi realizada uma pesquisa quantitativa, executada no domicílio dos agricultores para caracterização da situação de (In) SAN, através de indicadores sóciodemográficos, nutricional, disponibilidade alimentar e a percepção da insegurança alimentar pela EBIA. Este momento da pesquisa caracterizou-se como um estudo epidemiológico de corte transversal, que teve a família como unidade de análise. Do total de famílias de agricultores fornecedores do PAA (n=6, 100%), entre 2013 a 2015, exclui-se uma família (n=1), pois o agricultor encontrava-se em tratamento de saúde e impossibilitado de contribuir com a pesquisa. As famílias residiam em municípios da Zona da Mata de Minas Gerais. Analisou-se os dados quantitativos por meio de estatística descritiva. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFV sob o no de registro 920.855/2014. Todos os voluntários participaram da pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O PAA foi instituído na UFV em 2013, para atender parcialmente as necessidades do RU, a experiência foi iniciada com a aquisição de pó de café, banana prata e feijão carioca. Para segunda compra, em 2014, mantiveram-se três produtos e a terceira compra, em 2015, foi planejada para feijão (carioca e vermelho), pó de café, tangerina ponkan, banana prata e moranga. O processo implementação do PAA encontrava-se em fase de consolidação e enfrentou diferentes desafios, tais como, compreensão da legislação e do formato de tramitação da Chamada Pública. Financeiro, visto que os produtos da agricultura familiar possuíam preços maiores que os adquiridos por processos licitatórios. Atrasos no cronograma de fornecimentos dos alimentos, desorganização dos agricultores para atender um mercado da UFV. Limitações físicas, quando se referia à estrutura do RU que era antiga e impossibilitou a aquisição de uma maior quantidade de alimentos. No entanto, foi possível visualizar através das entrevistas com os envolvidos, que os objetivos delineados para sua implementação têm sido efetivados e foi possível perceber benefícios tanto para Universidade quanto para fornecedores, o primeiro por adquirir alimentos mais saudáveis, produzidos na região, que respeitavam a cultura alimentar, além de cumprir com seu papel social. O segundo em razão da agricultura familiar ter sua relação comercial fortalecida, seu produto valorizado e aumento na renda familiar. Para que o PAA se consolide na UFV é preciso articulação entre a produção familiar e a compra institucional, é necessário realizar planejamento prévio para que os agricultores se preparem para atender o mercado sem falhas no abastecimento. Acresce-se a necessidade de projetos de extensão e parcerias para preparar os agricultores e também maior envolvimento e participação social na operacionalização do PAA. Observou-se, que todas as famílias dos agricultores que participaram da pesquisa (n=5) encontravam em situação de segurança alimentar, segundo EBIA, todavia, existia a carência em alguns indicadores socioeconômicos, famílias com alterações no estado nutricional, sendo o excesso de peso em maior percentual 36,8 % (n=7). A disponibilidade calórica per capita/dia na maioria dos domicílios foi alta (≥ 3.000). Foi verificado que estruturar a unidade produtiva de forma diversificada, possivelmente, possibilitou aos agricultores possuir uma oferta de alimentos para atender o mercado e viabilizar a inserção no PAA da UFV, assim como contribuiu positivamente nas questões atinente à segurança alimentar de sua família. O mercado institucional propiciado pela Universidade surgiu como possível instrumento de fortalecimento da agricultura familiar e instrumento de política de SAN.Item Plantas alimentícias não convencionais em comunidades ribeirinhas na Amazônia(Universidade Federal de Viçosa, 2016-05-10) Chaves, Mariane Sousa; Cardoso, Irene Maria; http://lattes.cnpq.br/1379043515664842Plantas alimentícias não convencionais (PANC) são aquelas que possuem uma ou mais partes com importância alimentar, mesmo que atualmente em desuso pela maior parte da população. Com o objetivo de registrar o conhecimento sobre as plantas alimentícias não convencionais em comunidades tradicionais no baixo Tapajós foi realizado por meio da observação participante e de entrevistas semiestruturadas um levantamento etnobotânico com 47 famílias, distribuídas em três comunidades da Reserva Extrativista Tapajós- Arapiuns. Foram identificadas 80 espécies, pertencentes a 64 gêneros e 33 famílias botânicas. A maioria das espécies são árvores frutíferas nativas da Amazônia. Os produtos são, oriundos de florestas de terra-firme, capoeiras, fragmentos florestais, quintais, roças e florestas de igapó, consumidos in natura ou preparados de formas variadas e disponíveis para o consumo, principalmente de fevereiro a agosto, durante a estação chuvosa. O índice de importância relativa da bacaba (Oenocarpus bacaba) foi 100%, citada por todos os informantes. Os dados obtidos indicaram que a população desta região, possui uma forte relação com as PANC e detêm de um conhecimento importante para a sobrevivência e conservação da biodiversidade.Item Quintais urbanos e a situação de (in) segurança alimentar de famílias beneficiárias do programa bolsa família, no município de Viçosa, Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-27) Medeiros, Natália Sant’Anna de; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/2875694356641460A segurança alimentar e nutricional é definida pelo direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficientes. Como estratégia para auxiliar o acesso aos alimentos ressalta-se a agricultura urbana praticada nos quintais, sobretudo por famílias em vulnerabilidade social. Objetivou-se neste estudo verificar a contribuição dos quintais urbanos na situação de segurança alimentar em famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, no município de Viçosa, Minas Gerais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e a participação dos voluntários se deu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas para coleta de dados sociodemográficos e aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar para avaliação da percepção quanto à situação de (in) segurança alimentar das 261 famílias que compuseram a amostra. Destas, 120 (46%) famílias possuíam quintais produtivos em seus domicílios nos quais se realizou levantamento etnobotânico. Encontrou-se prevalência de 80,8% (n=211) de Insegurança alimentar estando esta associada ao perfil sociodemográfico da população estudada: domicílios com presença de menores de 18 anos e adolescentes, número de moradores por domicílio, situação do imóvel, tratamento da água e trabalho do titular. Nos 120 quintais amostrados foram citadas 1606 plantas distribuídas em 53 famílias botânicas e 123 gêneros. As plantas citadas foram classificadas segundo as categorias de uso sendo 68,2% alimentares, 20,2% medicinais, 6% apresentaram mais de uma categoria, 4,7% outros usos e 0,9% místico religiosas. As características relacionadas aos quintais urbanos não apresentaram associação com a situação de (in) segurança alimentar verificada, segundo a EBIA. A alta prevalência de Insegurança Alimentar em famílias beneficiárias do PBF também foi encontrada em outros estudos, indicando que este grupo acumula condições de maior vulnerabilidade social. Valores culturais intangíveis estão relacionados às práticas de cultivo em quintais além do acesso aos alimentos de qualidade. Os quintais apresentam potencial para auxiliarem a promoção da segurança alimentar. Ressalta-se a importância de levantamentos etnobotânicos em áreas urbanas associados a diferentes metodologias de avaliação da segurança alimentar e nutricional.Item Uso e contaminação microbiológica de caldas alternativas utilizadas por agricultores familiares da microrregião de Viçosa – MG(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-27) Rodrigues, Edvirges Conceição; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/1968682495775124A produção de alimentos orgânicos enfrenta desafios, ao buscar soluções para o controle de pragas e doenças. As caldas são alternativas utilizadas no sistema de cultivo sem agrotóxicos, cujos produtos são destinados a um público que busca qualidade e a garantia de consumo de um alimento saudável sob todos os aspectos. Neste cenário, a presente dissertação está estruturada em três capítulos. O primeiro aborda a identificação dos tipos de caldas utilizadas por agricultores familiares da região de Viçosa, e a compreensão da dinâmica de uso dessas caldas. O segundo capítulo se refere a sistematização das caldas mais citadas e à detecção das diferenças relacionadas à produção e confecção das mesmas. O terceiro capítulo trata da avaliação da presença de contaminantes microbiológicos nas caldas. Assim, realizou-se a aplicação de um questionário semiestruturado e entrevistas para obter informações sobre quais caldas são utilizadas e como estas são produzidas. Foram realizadas visitas as propriedades e com o auxílio dos agricultores foram produzidas e coletadas amostras das caldas e de água para posteriores análises microbiológicas. Observou-se que os agricultores da microrregião de Viçosa, lançam mão do uso de caldas alternativas para viabilizarem a atividade hortícola. A forma de uso das caldas não possui um padrão definido. A constatação de frequência do uso das caldas se revela no uso não sistematizado pelos agricultores, utilizam em momentos que observam que as culturas estão ameaçadas por pragas ou doenças. Praticam as receitas e aplicações segundo necessidades específicas e a lógica agrícola intrínseca à propriedade e ao contexto agrícola em que estão inseridos. As caldas mais utilizadas são as de microrganismos eficientes e de urina de vaca, ambos justificados pela facilidade de produção e aquisição de matéria prima. Foi registrada a presença de Escherichia coli (E. coli), bem como aeróbios mesófilos nas formulações de caldas. Foram registrados traços de contaminação microbiológica em todas as propriedades avaliadas, sendo necessária intervenção técnica a fim de eliminar os riscos de contaminação alimentar. Palavras-chave: Horticultura familiar. Segurança alimentar e nutricional. Contaminantes