Resistência de genótipos de milho não-Bt a populações de Spodoptera frugiperda susceptível e resistente a toxinas Bt.

Abstract

Em alguns genótipos de milho não-Bt tem-se observado menores infestações de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) do que outros genótipos de milho Bt (Bacillus thuringiensis). Entretanto não se identificou se esse fato tem ocorrido por serem resistentes a esta praga. Assim o objetivo do trabalho foi determinar se há resistência nesses genótipos a S. frugiperda. Dois experimentos de tabela de vida foram realizados em laboratório. No primeiro experimento foi avaliado desempenho biológico da população de S. frugiperda suscetível a toxinas Bt em genótipos de milhos. Já o segundo experimento avaliou-se o desempenho biológico da população de S. frugiperda resistente às toxinas Bt Cry1A.105+Cry2Ab em genótipos de milho não Bt e eventos que expressavam as toxinas Cry1A.105 e Cry2Ab. No primeiro experimento, o desempenho dos insetos variou nos genótipos de milho testados. A sobrevivência larval foi maior no milho RK3014 e menor em GNZ7280, UFVM100 e GNZ2005, resultando em um menor desempenho biológico dos insetos nos genótipos GNZ7280 e GNZ2005. Já no segundo experimento, a sobrevivência dos insetos da população resistente em dois híbridos de milho Bt GNZ7280PRO2 e RB9110PRO foi menor do que nos híbridos não-Bt (GNZ7280 e GNZ2005), mas os insetos tiveram desempenho biológico semelhante no híbrido com resistência natural (GNZ7280) e seu isohíbrido Bt (GNZ7280PRO2), indicando não haver magnificação da resistência transgênica pela resistência natural presente nas plantas. Em suma, esses resultados indicam que os milhos GNZ7280 e GNZ2005 são promissores como fonte de resistência a S. frugiperda, mas a resistência natural presente no híbrido GNZ7280 não reduz o crescimento populacional de insetos resistentes a toxinas Bt Cry1 e Cry2.

In some non-Bt maize genotypes, larger infestations of Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae) than other Bt maize genotypes (Bacillus thuringiensis). However, it has not been identified if this fact has occurred because they are resistant to this pest. Two life table experiments were performed in the laboratory. In the first experiment, we evaluated the biological performance of S. frugiperda populations susceptible to Bt toxins in corn genotypes. The second experiment evaluated the biological performance of the S. frugiperda population resistant to Bt Cry1A.105 + Cry2Ab toxins in non-Bt maize genotypes and events that expressed the toxins Cry1A.105 and Cry2Ab. In the first experiment, insect performance varied in the maize genotypes tested. Larval survival was higher in maize RK3014 and lower in GNZ7280, UFVM100 and GNZ2005, resulting in a lower biological performance of the insects in the genotypes GNZ7280 and GNZ2005. In the second experiment, the survival of insects of the resistant population in two hybrids of Bt maize GNZ7280PRO2 and RB9110PRO was lower than in the non-Bt hybrids (GNZ7280 and GNZ2005), but the insects had similar biological performance in the hybrid with natural resistance (GNZ7280 ) and its Bt isohybrid (GNZ7280PRO2), indicating that there is no magnification of the transgenic resistance by the natural resistance present in the plants. In summary, these results indicate that maize GNZ7280 and GNZ2005 are promising as a source of resistance to S. frugiperda, but the natural resistance present in the hybrid GNZ7280 does not reduce the population growth of insects resistant to toxins Bt Cry1 and Cry2.