Intensification of agriculture and livestock based on low carbon technologies in the Amazon and Atlantic Forest

Abstract

The Amazon and the Atlantic Forest are Brazilian biomes that have undergone intense land use and cover changes, marked by the loss of native forest and the expansion of agriculture and livestock. These are areas with potential use for intensification based on low-carbon technologies, but this change is still taking place slowly. Some factors need to be identified to guide promising solutions for this issue. Aiming at this, this study aimed to identify the land use and land cover in a historical series of 35 years in the Amazon and Atlantic Forest and describe the patterns of sustainable land use by producers who use this technique in the Amazon, identifying their characteristics and perceptions regarding the change developed in the farm. The statistics of the platform from the Annual Mapping Project for Land Use and Land Cover in Brazil (MapBiomas) were used in an annual historical series from 1985 to 2020. The analysis of land use and land cover changes indicates that the native forest of the Amazon was reduced by 44.53 million hectares (Mha), while pastures, agriculture and planted forest increased by 38.10, 6.06 and 0.26 Mha, respectively, over the 35 years. In the Atlantic Forest, for the same period, forest and pasture reduced by 0.99 and 11.53 Mha, respectively, while agriculture expanded by 8.06 Mha and planted forest by 2.99 Mha. Sustainable land use strategies, such as Integrated Crop-Livestock-Forest (ICLF) or Agroforestry Systems (AFS), can support increased agricultural production while recovering and preserving the environment. In view of this, we identified in the Amazon, the pattern of land use by farmers who adopt sustainable technologies, considering AFS and managed pasture monoculture (MP). The results were generated through interviews and analysis of qualitative and quantitative research that allowed the evaluation of producers in three states in the Amazon (Mato Grosso, Pará and Rondônia). In general, farmers in the Amazon are still risk averse and mainly implement MP. But when assessing the states in isolation, we realize that the producers in Pará and Rondônia are more approachable when it comes to moving to a diversified system. We did not find many differences in the profile of these producers, but we noticed that pasture adopters always have areas of larger properties and generally develop livestock as their main economic activity. On the other hand, AFS producers have smaller areas of property, conserve more forest and may have agriculture as the main activity of the property. Regional and local fitness, producer tradition and technology transfer can influence the decision of the adopted technology. There are great opportunities to improve agricultural and livestock practices with MP systems and AFS, demonstrated through improvements in farm income, productivity and environment. This evidence can be extrapolated to land use in the Atlantic Forest biome. However, we emphasize the need to consider regional characteristics, socioeconomic conditions and the perspectives of producers in the development of public policies and programs to encourage sustainable agriculture. Keywords: Sustainable Development. Agroforestry System. Crop-Livestock-Forestry Integration. Rural Producer.

A Amazônia e a Mata Atlântica são biomas brasileiros que sofreram intensas mudanças de uso e cobertura da terra, marcada pela perda de mata nativa e expansão da agricultura e pecuária. São áreas com potencial uso para intensificação baseada em tecnologias de baixa emissão de carbono, mas essa mudança ainda ocorre de forma lenta. Alguns fatores precisam ser identificados para que o caminho seja promissor. Visando isso, este estudo teve como objetivo identificar o uso e cobertura do solo em uma série histórica de 35 anos na Amazônia e Mata Atlântica e descrever os padrões de uso da terra sustentáveis por produtores que se utilizam dessa técnica na Amazônia, identificando as suas características e percepções quanto a mudança desenvolvida na propriedade. As estatísticas da plataforma do Projeto de Mapeamento Anual de Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) foram utilizadas em uma série histórica anual de 1985 a 2020. A análise das mudanças de uso e cobertura da terra indica que a floresta nativa da Amazônia foi reduzida em 44,53 milhões de hectares (Mha), enquanto pastagens, agricultura e a floresta plantada aumentaram 38,10, 6,06 e 0,26 Mha, respectivamente, ao longo dos 35 anos. Na Mata Atlântica, para o mesmo período, a floresta e pastagem reduziram em 0,99 e 11,53 Mha, respectivamente, enquanto a agricultura expandiu 8,06 Mha e a floresta plantada em 2,99 Mha. Estratégias de uso sustentável da terra, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Sistemas Agroflorestais (SAFs), podem apoiar o aumento da produção agrícola ao mesmo tempo em que recuperam e preservam o meio ambiente. Visto isso, identificamos, na Amazônia, o padrão de uso do solo por produtores que adotam tecnologias sustentáveis, considerando o SAFs e o monocultivo de pastagem manejada (PM). Os resultados gerados por meio de entrevistas e análise de pesquisa qualitativa e quantitativa permitiu avaliar os produtores de três estados da Amazônia (Mato Grosso, Pará e Rondônia). De forma geral, os produtores da Amazônia ainda são avessos ao risco e implantam, principalmente, a PM. Mas, quando olhamos isoladamente para os estados, percebemos que os produtores do Pará e Rondônia são mais acessíveis quanto à mudança para um sistema diversificado. Não evidenciamos muitas diferenças no perfil desses produtores, mas percebemos que os adotantes de pastagem possuem sempre áreas de propriedades maiores e, geralmente, desenvolvem a pecuária como principal atividade econômica. Por outro lado, o produtor de SAF detêm menores áreas de propriedade, conserva mais a floresta e pode ter a agricultura como atividade principal da propriedade. A aptidão regional, tradição do produtor e transferência de tecnologia podem influenciar na decisão da tecnologia adotada. Existem grandes oportunidades para melhorar as práticas agrícolas e pecuárias com os sistemas de PM e os SAFs, demonstradas a partir de melhorias na renda, produtividade e ambiente de propriedades. Essas evidências poderão ser extrapoladas ao uso do solo no bioma Mata Atlântica. Entretanto, destacamos a necessidade de considerar características regionais, condições socioeconômicas e perspectivas dos produtores no desenvolvimento de políticas públicas e programas de incentivo a uma agricultura sustentável. Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Sistema Agroflorestal. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Produtor Rural.