Siqueira, Maria Augusta LimaMartins, Gustavo FerreiraViana, Thaís Andrade2024-02-162024-02-162022-07-19VIANA, Thaís Andrade. Efeitos da exposição oral a partículas poluidoras e à bactéria geneticamente modificada Serratia AS1 em Partamona helleri. 2022. 75 f. Tese (Doutorado em Entomologia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2022.https://locus.ufv.br//handle/123456789/32143As avaliações de risco englobam a identificação e a análise dos riscos aos quais um organismo pode estar exposto. Essas avaliações contribuem para a elaboração e a adoção de estratégias para evitar, minimizar e enfrentar riscos. Estudos sobre os potenciais riscos da exposição às partículas poluidoras e a organismos geneticamente modificados em insetos polinizadores são escassos. Considerando que os polinizadores vêm sendo bastante estudados devido ao seu declínio populacional ocasionado por diferentes impactos das atividades humanas, este trabalho explorou: (a) o impacto da ingestão de partículas plásticas (poliestireno expandido-EPS e polietileno tereftalato-PET) e de dióxido de titânio (TiO2) em adultos de Partamona helleri (Friese) derivados de larvas que ingeriram estes compostos e (b) o impacto da ingestão de alimento contendo a bactéria geneticamente modificada Serratia eGFP AS1 – portadora das proteínas anti-Plasmodium, em operárias de P. helleri. Não foi encontrada diferença significativa na sobrevivência durante a fase imatura e na proporção de pupas deformadas derivadas de larvas que ingeriram as partículas de EPS, PET ou TiO2 (500ng/abelha, 500ng/abelha, 10µg/abelha, respectivamente). Entretanto, a ingestão destas partículas causou aumento na massa corpórea dos adultos derivados de larvas tratadas. A contagem total de hemócitos (CTH) diminuiu em abelhas alimentadas com EPS, e aumentou com PET e TiO 2. E a contagem diferencial de hemócitos (CDH) também foi alterada, onde a proporção de prohemócitos aumentou em abelhas alimentadas com EPS e a proporção dos plasmatócitos foi reduzida com os tratamentos EPS e PET em comparação com o controle. O número de hemócitos circulantes reflete na capacidade do indivíduo em lidar com desafios imunes. Portanto, a contaminação por nano/micropartículas pode prejudicar as colônias de abelhas sem ferrão. A colonização do sistema digestivo de P. helleri por S. AS1 foi verificada nos tempos 24h, 72h e 144h após a ingestão do alimento inoculado com a bactéria, e nenhuma alteração foi detectada na sobrevivência e nos comportamentos de alimentação, caminhamento e voo dos adultos, mesmo sendo detectadas no intestino posterior após 144h após o início do experimento. Nossos resultados demonstraram que S. AS1 não prejudicou P. helleri, e pode ser uma candidata segura para combate de doenças transmitidas por vetores, sem comprometer espécies nativas e ecologicamente relevantes. Considerando a relevância das abelhas como polinizadores, os resultados apresentados aqui fornecem informações inéditas que poderão auxiliar na elaboração de avaliações de risco envolvendo a ingestão de partículas poluidores e sobre a ação de organismos simbiontes geneticamente modificados em abelhas sem ferrão. Palavras-chave: Abelhas sem ferrão. Dióxido de titânio. Micropartículas de plástico. Organismo geneticamente modificado. Paratransgênese. Poliestireno expandido. Polietileno tereftalato.Risk assessments encompass the identification and analysis of the risks to which an organism may be exposed. These assessments contribute to elaborating and adopting strategies to avoid, and minimize risks. Studies on the potential risks of exposure to polluting particles and genetically modified organisms in pollinating insects are scarce. Considering that pollinators have been extensively studied due to their population decline caused by different impacts of human activities, this work explored (a) the impact of the ingestion of plastic particles (polystyrene-PS and polyethylene terephthalate-PET) and titanium dioxide (TiO2) in adults of Partamona helleri (Friese) derived from larvae that ingested these compounds; and (b) the impact of ingestion of food containing the genetically modified bacterium Serratia eGFP AS1 - carrier of anti- Plasmodium proteins in workers of P. helleri. No significant difference was found in survival during the immature phase and in the proportion of deformed pupae derived from larvae that ingested EPS, PET, or TiO2 particles (500ng/bee, 500ng/bee, 10µg/bee, respectively). However, body mass of treated adults was higher. Total hemocyte counts (THC) decreased in bees that ingested EPS and increased in bees that ingested with PET or TiO2. The differential hemocyte count (DHC) was also altered, where the proportion of prohemocytes increased in bees fed EPS, and the proportion of plasmatocytes was reduced with the EPS or PET treatments compared to the control. Therefore, nano/microparticle contaminations can harm stingless bee colonies, once the number of circulating hemocytes reflects the individual's ability to deal with immune challenges. Colonization of the digestive system of P. helleri by S. AS1 was checked at 24h, 72h, and 144h after the ingestion of food inoculated with the bacterium, and no changes were detected in the survival and in the feeding, walking, and flying behaviors of the adults, even though they were detected in the hindgut 144h after the beginning of the experiment. Our findings demonstrate the S. AS1 is not harmful to P. helleri. They may be a safe candidate for combating vector-borne diseases, not compromising native and ecologically relevant species, such as wild bees. Considering the relevance of bees as pollinators, the results presented here provide new information that could help in the elaboration of risk assessments involving contamination by pollution particles, as well as information on the action of genetically modified symbiotic organisms in stingless bees. Keywords: Stingless bees. Titanium dioxide. Genetically modified organism. Paratransgenesis. Expanded polystyrene. Polyethylene terephthalate.porAcesso AbertoBactérias gram-negativasAbelhas sem ferrão - GenéticaDióxido de titânioMIcroplásticosAnimais transgênicosPoliestireno expandidoPolietileno tereftalatoTesehttps://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.601Ciências Agrárias