Teses e Dissertações
URI permanente desta comunidadehttps://locus.ufv.br/handle/123456789/1
Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.
Navegar
6 resultados
Resultados da Pesquisa
Item Agricultura natural em um sistema agroflorestal de café beneficia a matéria orgânica do solo e a biodiversidade da fauna edáfica(Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-18) França, Emmeline Machado; Soares, Emanuelle Mercês Barros; http://lattes.cnpq.br/1374608154293485A fauna edáfica é um componente essencial das relações tróficas e funcionais em ecossistemas agrícolas e naturais, visto que desempenha um papel crucial na modificação das propriedades físicas, químicas e microbiológicas do solo. Sua atuação contribui para a saúde e estabilidade dos ecossistemas, promovendo a sustentabilidade desses ambientes. No entanto, atualmente, os impactos dos usos e manejos da terra na biodiversidade da fauna do solo permanece pouco estudado, particularmente em regiões tropicais, como a região da Zona da Mata de Minas Gerais, parte do bioma Mata Atlântica. Nesta pesquisa, foi avaliado o impacto do uso e manejo da terra a fim de compreender i) a relação entre matéria orgânica do solo e a riqueza e abundância da macro e mesofauna, ii) o impacto dos sistemas de cultivo na multifuncionalidade da fauna do solo e iii) o impacto do uso/manejo da terra na diversidade de artrópodes do solo, nomeadamente Chilopoda, Diplopoda e Arachnida. No final da estação chuvosa, em abril de 2022, monólitos (25 x 25 x 20 cm) foram coletados e divididos em duas camadas de solo (0-10 e 10-20 cm) e uma camada de serapilheira. Essas amostragens foram realizadas sob mata nativa (MN), uma lavoura de café convencional em pleno solo (PSC) e uma lavoura de café em sistema agroflorestal manejado de acordo com os princípios da agricultura natural (SAFN). No momento da remoção dos monólitos, a umidade do solo e a temperatura foram avaliadas com um sensor portátil a amostras de solo foram coletadas para determinações de atributos físicos, químicos e microbiológicos do solo Todos os organismos visíveis nas camadas amostradas dos monólitos foram triados em até 48 horas após a remoção dos blocos. Em geral, a abundância (N) e a riqueza (S) da fauna na serapilheira foram maiores em SAFN comparado ao PSC. No solo, o PSC apresentou N e S semelhantes ao SAFN, possivelmente devido à abundância predominante da espécie de minhoca exótica e peregrina, Pontoscolex corethrurus, no sistema convencional. Na serapilheira, alguns grupos apresentaram N e S mais elevados no SAFN em comparação ao PSC, particularmente adultos e larvas de Coleoptera, Heteroptera e Auchenorryncha. No total, cerca de 3.200 indivíduos foram identificados, distribuídos em 26 táxons e 277 morfoespécies. Três espécies desconhecidas pela comunidade científica foram identificadas, sendo até o presente momento, uma delas descrita a partir do exemplar coletado na presente tese, indicando que o papel desses organismos no solo ainda é subestimado e ainda não foi totalmente explorado. No geral, a maior riqueza foi observada no solo sob o MN, seguido pelo SAFN e o PSC. A presente tese destaca o paradoxo da exuberante riqueza da biodiversidade edáfica brasileira e o baixo conhecimento existente a cerca desta comunidade. As práticas da agricultura natural utilizadas no manejo do café em sistema agroflorestal demonstram potencial significativo para promover o armazenamento de carbono no solo, o aumento do pH, a retenção de água no solo e o beneficiamento de diversos grupos taxonômicos e funcionais da fauna edáfica, contribuindo para a redundância funcional (ou similaridade funcional) entre as espécies, o que pode levar ao aumento da resiliência do sistema frente as mudanças climáticas e antropogênicas. Palavras-chave: Ecologia do solo; diversidade funcional; diversidade taxonômica; mesofauna edáfica; macrofauna edáficaItem Desempenho agronômico e valor nutritivo de genótipos de capim-elefante de porte baixo sob duas alturas de desfolhação(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-11) Silva, Rafael Bolina da; Ribeiro, Karina Guimarães; http://lattes.cnpq.br/3619567943671603Objetivou-se estudar as características morfogênicas, produtivas, estruturais e a composição bromatológica de genótipos de capim-elefante anão, propagados vegetativamente e por sementes, em duas alturas de Desfolhação. O experimento foi conduzido em esquema fatorial 5 x 2, sendo cinco genótipos de capim-elefante (P 2022 S1, 1810, 2111, 2035 e BRS Kurumi) e duas alturas de Desfolhação (25 e 45 cm), no delineamento em blocos casualizados, com três repetições, durante dois anos. A desfolha ocorreu quando o dossel atingia entre 93-95% de interceptação luminosa no período chuvoso e a cada 45 dias no período seco. Não foi observada diferença entre os genótipos de propagação vegetativa e por semente (P 2022 S1), para a maioria das variáveis estudadas no período chuvoso. Verificou-se que a altura de desfolhação de 25 cm resultou em dosséis mais baixos (82 cm) do que com 45 cm (96 cm) alta taxa de aparecimento de folha, e menor filocrono. Houve aumento na porcentagem de lâmina foliar e redução na porcentagem de colmo na altura de desfolhação de 45 cm para os genótipos P 2022 S1 e 2111. Os genótipos 2111 e 1810 foram superiores `a BRS Kurumi, para porcentagem de lâmina foliar e de colmo na altura de desfolhação de 45 cm. Os genótipos 1810, 2035, 2011 e BRS Kurumi apresentaram menor intervalo médio entre cortes (24 dias) e maior número de colheitas (7 colheitas), em comparação ao P 2022 S1 que apresentou intervalo entre cortes de 29 dias e 6 colheitas no período chuvoso. A altura de desfolhação não influenciou a acúmulo de forragem no período chuvoso (13,6 t/ha) nem no período seco (4,6 t/ha) e o genótipo 2111 apresentou maior acúmulo de forragem (14,7 t/ha) e biomassa de lâmina de folhas por corte (2,3 t/corte). Os genótipos 1810, P 2022 S1, 2035 e 2111 apresentaram maior teor de matéria seca que a BRS Kurumi no período chuvoso e seco. O manejo a 45 cm resultou em maior teor de proteína bruta e da digestibilidade in vitro, no período chuvoso do primeiro ano. Os teores de proteína bruta variaram entre 14 e 19%. A BRS Kurumi apresentou menores teores de fibra em detergente neutro e maior teor de proteína bruta no período seco e chuvoso. No período seco o genótipo 2111 apresentou maior relação lâmina/colmo dentre os genótipos. Os genótipos 1810, 2111, 2035 e BRS Kurumi apresentaram maior porcentagem de folha e menor porcentagem de colmo. Os genótipos 1810, 2035, e 2111 apresentaram acúmulo de forragem, biomassa de lâmina de folhas por corte e taxa de acúmulo de forragem superior à da BRS Kurumi no primeiro ano A altura de desfolhação de 45cm resultou em maior densidade de forragem e taxa de acúmulo de forragem. As frações proteicas não foram influenciadas pela altura de desfolhação. Conclui-se que os genótipos 2111, 1810 e 2035 apresentaram melhor desempenho em termos de acúmulo de forragem, biomassa de lâmina foliar e teor de matéria seca, e que a altura de desfolhação de 45 cm favoreceu maiores teores de proteína bruta, digestibilidade e relação lâmina/colmo, além de reduzir a proporção de colmo. As frações proteicas não são afetadas pela altura de desfolhação. Palavras-chave: biomassa de forragem. fracionamento de proteína. digestibilidade. taxa de acúmulo. relação lâmina foliar/colmo.Item Selection of xerotolerant rhizobacteria to promote eucalyptus growth and minicuttings rooting(Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-20) Moreno, Ariane Maria Rizzoli; Costa, Maurício DutraSUMMARY GENERAL INTRODUCTION Chapter I .............................................................................................................. 17 IMPACT OF DROUGHT ON EUCALYPTUS FORESTS: HOW MICROORGANISMS CAN HELP IN THE DEVELOPMENT OF MORE TOLERANT SEEDLINGS: REVIEW 1. Climate Change: drought ................................................................................. 18 2. Eucalyptus forests .............................................................................................. 19 3. Impact of drought on eucalyptus forests...................................................... 20 4. Plant Growth-Promoting Rhizobacteria (PGPR) mechanisms that aid drought tolerance................................................................................................... 21 5. Inhibition of phytopathogens by bacteria: an essential action under water deficit conditions...................................................................................................... 30 6. Rooting of eucalyptus minicuttings by rhizobacteria, essential development for drought-tolerant seedlings............................................................................ 32 7. The use of microorganisms in the agricultural and forestry sectors to mitigate the effects of drought.............................................................................. 34 8. Conclusions and Perspectives ........................................................................36 REFERENCES ................................................................................................................37 Chapter II........................................................................................................................48 IN VITRO CHARACTERIZATION OF DIRECT AND INDIRECT MECHANISMS PERFORMED BY RHIZOBACTERIA TO PROMOTE DROUGHT TOLERANCE ABSTRACT ............................................................................................................... 49 1. INTRODUTION .................................................................................................. 51 2. MATERIALS AND METHODS ........................................................................52 2.1. Ability of rhizobacteria to tolerate low precipitation and high salinity environments............................................................................................................52 2.1.1. Identification of xerotolerant rhizobacteria......................................... 52 2.1.2. Identification of halotolerant rhizobacteria .......................................53 2.2. Direct mechanisms for drought tolerance ..............................................54 2.2.3. N fixation in NFb and JNFb media........................................................ 55 2.2.4. Phosphate solubilisation........................................................................... 55 2.2.5. Indole-3-acetic acid (IAA) production..................................................... 56 2.3. Indirect mechanisms for drought tolerance.............................................. 56 2.3.1. Ammonia (NH3) production assay........................................................... 56 2.3.2. Siderophore production ............................................................................... 57 2.3.3. Cellulase production ..................................................................................... 57 2.3.4. Chitinase production ...................................................................................... 58 2.3.5. Hydrogen cyanide production (HCN) ....................................................... 58 2.3.6. Antagonisms assays ........................................................................................ 59 2.3.6.1. Antagonism by direct confrontation ....................................................... 59 2.3.6.2. Antagonism by supernatant ....................................................................... 59 2.3.6.3. Antagonism by volatile organic compounds (VOCs)........................ 60 2.4 Statistical analyses ............................................................................................. 60 3. RESULTS ..................................................................................................................... 60 3.1 Ability of rhizobacteria to tolerate low precipitation and high salinity environments........60 3.1.1. Xerotolerant rhizobacteria............................................................................. 60 3.1.2. Halotolerant rhizobacteria ............................................................................ 62 3.2. Direct mechanisms for drought tolerance .................................................. 65 3.2.1. Exopolysaccharide (EPS) production......................................................... 65 3.2.2. Biofilm formation assay ................................................................................. 66 3.2.3. N fixation in NFb and JNFb media .............................................................. 68 3.2.4. Phosphate solubilisation ................................................................................ 70 3.2.5. Indole-3-acetic acid (IAA) production ....................................................... 73 3.3. Indirect mechanisms for drought tolerance ................................................ 74 3.3.1. Ammonia (NH3) production assay ............................................................. 74 3.3.2. Siderophore Production ............................................................................... 75 3.3.3. Cellulase production ...................................................................................... 77 3.3.4. Chitinase production ...................................................................................... 79 3.3.5. Hydrogen cyanide production (HCN) ...................................................... 80 3.3.6. Antagonisms assays ...................................................................................... 80 3.3.6.1. Antagonism by direct confrontation ...................................................... 80 3.3.6.2. Antagonism by supernatant ..................................................................... 82 3.3.6.3. Antagonism by volatile organic compounds (VOCs)........................ 84 4. DISCUSSION ............................................................................................................ 86 4.1 Ability of rhizobacteria to tolerate low precipitation and high salinity environments ..... 87 4.2 Direct mechanisms for drought tolerance .................................................... 88 4.3 Indirect mechanisms for drought tolerance ................................................ 90 5. CONCLUSION ......................................................................................................... 92 REFERENCES .............................................................................................................. 93 SUPPLEMENTARY MATERIAL ................................................................................ 97 Chapter III ....................................................................................................................... 99 PROMOTING THE GROWTH OF EUCALYPTUS CLONES IN A FOREST NURSERY UNDER WATER DEFICIT CONDITIONS THROUGH RHIZOBACTERIAL INOCULATION ABSTRACT ................................................................................................................ 100 1. INTRODUTION ................................................................................................. 102 2. MATERIALS AND METHODS ....................................................................... 103 2.1 Preparation of rhizobacteria inoculants .................................................... 103 2.2 Preparation of eucalyptus seedlings ......................................................... 104 2.3 Experiment assembly...................................................................................... 104 2.4 Morphological and nutritional evaluation ............................................... 105 2.5 Statistical analyses .......................................................................................... 107 3. RESULTS ................................................................................................................ 107 3.1 Morphological characteristics of eucalyptus clones under water reductions ................. 107 3.1.1 Leaf number, branching, collar diameter, and height of VM01 clone ........................ 107 3.1.2 Root, shoot and total dry mass of VM01 clone under water reductions ..................... 108 3.1.3 Leaf number, branching, collar diameter, and height of I144 clone ........................... 112 3.1.4 Root, shoot and total dry mass of I144 clone under water reductions......................... 112 3.2 Principal component analysis: effect of rhizobacteria inoculation on eucalyptus nutrition under water reductions............................................................................................................. 114 3.2.1 VM01 clone ............................................................................................. 114 3.2.2 I144 Clone ................................................................................................ 116 4. DISCUSSION .................................................................................................. 117 4.1 Morphological characteristics of eucalyptus clones under water reductions ................. 117 4.2 Effect of rhizobacteria inoculation on eucalyptus nutrition under water reductions ...... 118 5. CONCLUSION ....................................................................................................120 REFERENCES ......................................................................................................... 122 SUPPLEMENTARY MATERIAL ........................................................................ 125 Chapter IV ............................................................................................................... 140 POTENTIAL OF RHIZOBACTERIA IN IMPROVING ROOTING OF MINICUTTINGS OF CLONES VM01 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus camaldulensis) and I144 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis) IN GREENHOUSE ROOTING ABSTRACT .............................................................................................................. 141 1. INTRODUTION ................................................................................................. 143 2. MATERIALS AND METHODS ...................................................................... 144 2.1 Compatibility between rizobacterial isolates ........................................ 144 2.2 Rhizobacterial inoculants ............................................................................ 145 Assembling the Rooting Experiment ............................................................... 145 2.4 Determination of rooting time in a greenhouse rooting ..................... 147 2.5 Determination of root variables ................................................................ 147 2.6 Statistical analysis ........................................................................................ 148 3. RESULTS ............................................................................................................ 148 3.1 Compatibility test between rhizobacterial isolates ........................... 148 3.2 VM01 Clone .................................................................................................... 149 3.2.1 Percentage and rooting efficiency of minicuttings........................... 149 3.2.2 Morphological characteristics of the root system ............................ 151 3.2.2.1 Length (cm), diameter (mm) and distribution of root length by diameter class ....... 151 3.2.2.2. Projected area (cm2), surface area (cm2) and root volume (cm3) .......................... 153 3.2.2.3 Average root dry mass ..................................................................... 154 3.2.3 Development of the aerial part during the 35 days in the greenhouse rooting ............ 155 3.3 I144 Clone ........................................................................................................155 3.3.1 Percentage and rooting efficiency of minicuttings ........................... 155 3.3.2 Morphological characteristics of the root system ........................... 157 3.3.2.1 Length (cm), diameter (mm) and distribution of root length by diameter class ....... 157 3.3.2.2. Projected area (cm2), surface area (cm2) and root volume (cm3) ............................ 159 3.3.2.3 Average root dry mass ............................................................................ 160 3.3.3 Development of the aerial part during the 35 days in the greenhouse rooting ............ 161 4. DISCUSSION ......................................................................................................... 161 4.1 Rooting efficiency of VM01 and I144 clones ............................................ 161 4.2 Morphological characteristics of the root system ................................. 163 4.3 Rhizobacteria in root development of clones VM01 and I144............164 5. CONCLUSION ................................................................................................... 165 REFERENCES ........................................................................................................ 167Item Uso dos resíduos do processo kraft de celulose – dregs e grits – como adição mineral na produção de matrizes cimentícias(Universidade Federal de Uberlândia, 2022-08-18) Oliveira, Yasmine Simões de; Costa, Eliane Betânia Carvalho; http://lattes.cnpq.br/5602634507030450O processo de fabricação do cimento Portland é responsável por aproximadamente 7% das emissões totais de CO 2 no mundo. Para minimizar os impactos ambientais deste, as indústrias cimenteiras vêm adotando algumas medidas mitigadoras, como a incorporação de adições minerais em substituição parcial ao clínquer. Os resíduos dregs e grits gerados durante a produção da celulose, constituídos principalmente por óxido de cálcio, podem ser uma alternativa de material suplementar na produção de materiais de base cimentícia. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo analisar o efeito do uso dos resíduos dregs e grits como adição mineral na produção de matrizes cimentícias. Para isto, os resíduos foram moídos para obtenção de partículas inferiores a 75 µm, granulometria similar ao cimento Portland. A avaliação do potencial de uso dos resíduos foi feita pela substituição parcial do cimento em teores de 0%, 5%, 10%, 20% e 30% em massa por dregs ou grits na produção de pastas e argamassas. No estudo em pasta, foi constatada a influência destes na cinética de hidratação, hidratos formados. Pastas com 20 e 30% de dregs, apresentaram um período de indução superior à de referência, enquanto os grits em teores superiores a 10% tiveram o período de indução reduzido. Foram verificados hidratos típicos da hidratação do cimento Portland, CSH, CH, etringita, monossulfoaluminato e carbonato de cálcio, além da pirssonita (exceto para o teor de 5%) e do silicato de magnésio hidratado (M-S-H) nas pastas com 10, 20 e 30% de dregs. Os resultados mostraram que o uso de grits promoveu um aumento no índice de consistência das argamassas. Em termos de resistência à compressão, a substituição do cimento por ambos resíduos em diferentes teores, proporcionou uma redução das propriedades mecânicas devido ao efeito de diluição, no entanto ainda foi possível obter resistências de 25MPa substituindo em até 34% de cimento por dregs ou grits aos 28 dias. Palavras-chave: dregs, grits, resíduo, adição mineral, cimento Portland.Item Trabalho, educação e consenso: Apoio do Estado ao setor produtivo x geração de empregos e empregabilidade(Universidade Federal de Uberlândia, 2019-12-06) Tano, Cleide Francisca de Souza; Santos, Adriana Cristina Omena dos; http://lattes.cnpq.br/2584577957777459Esta pesquisa foi realizada com o intuito de melhor compreender as políticas elaboradas pelo Estado, que trazem, no seu bojo, o argumento de incentivo à empregabilidade e à redução das desigualdades sociais. Em decorrência disso, o objetivo geral da pesquisa foi tanto investigar e analisar os processos de trabalho e de integração presentes em agroindústrias de alimentos da região Geográfica Intermediária de Uberlândia e sua relação tanto com a formação profissional nos campi do IFTM, quanto com as políticas de incentivos fiscais em prol da empregabilidade e redução das desigualdades sociais. Os objetivos específicos desta pesquisa foram: discutir sobre as mudanças ocorridas no papel do Estado e sobre o Processo de Restruturação Produtiva a partir de 1990, mais especificamente as mudanças nas relações de trabalho, na educação e nas políticas públicas em prol da empregabilidade e. redução das desigualdades sociais; descrever o aparato de incentivos fiscais nas esferas federal, estadual e municipal que o Estado concede ao setor produtivo, bem como os programas políticos e de incentivos complementares e medidas afirmativas às empresas que promovem programas de empregabilidade; apresentar o aparato educacional de formação do trabalhador montado pelo Estado brasileiro a partir dos anos 2000 em atendimento à demanda do mercado/capital; indicar e analisar a representação que o Estado tem destas políticas, bem como sobre como ocorre o processo de monitoria e avaliação destas políticas e, ainda, refletir e discutir sobre como estas políticas são naturalizadas no seio da sociedade, criando um consenso de necessidade social dessas medidas. A hipótese inicial da pesquisa foi que: apesar das agroindústrias de alimentos serem um dos ramos mais interiorizados do setor industrial e da região ter sido privilegiada pela política de expansão da educação profissional e tecnológica, os trabalhadores da região Geográfica Intermediária de Uberlândia não conseguem se inserir de forma efetiva, ou seja, não são contratados para funções que requerem o grau de escolaridade compatível com sua formação no mercado de trabalho, porque o setor produtivo prefere contratar pessoas com formação superior às reais exigências das atividades, pelo mesmo valor de mercado, devido à grande oferta de trabalhadores altamente qualificados que estão desempregados. Como hipótese secundária temos que: é uma falácia o discurso político de Estado mínimo, gerencial, que defende que o Estado deve concentrar suas atribuições naqueles serviços mínimos necessários para o funcionamento regular da sociedade, tais como policiamento, forças armadas, poderes executivo, legislativo e judiciário etc. e proceder a não- intervenção na economia direta, inclusive com o afastamento de atuar por meio de estatais permitindo, assim, a liberdade individual e a competição entre os agentes econômicos e, assim, ele permitirá pela sua ausência no mercado, a concorrência, e, por sua vez, gerará mais empregos. A pesquisa segue a perspectiva histórico-crítica. Os resultados e conclusões permitem confirmar as hipóteses levantadas e também permitem avaliarmos que a tese proposta é passível de defesa. Os estudos comprovam que as questões econômicas sobressaem as questões sociais, até mesmo as relacionadas com a inserção profissional. E fato que para o setor produtivo continuar operando, ele precisa de lucro, de acumular capital e, desta forma, a empregabilidade está mais relacionada a questões econômicas do que a questões relacionadas à formação profissional. Neste contexto, identificou-se uma reciprocidade nas relações do Estado com o setor produtivo. Acreditamos que avançamos em nosso modo de compreender o objeto de estudo e esperamos que a pesquisa possibilite o aprofundamento sobre a temática problematizada. Palavras-chave: Trabalho. Educação. Consensos Construídos. Incentivos do Estado. Empregabilidade.Item Intervenções psicossociais para transtornos mentais comuns: percepções e demandas formativas na Medicina de Família e Comunidade(Universidade Federal de Juiz de Fora, 2021-06-16) Mendes, Flaviano Diego Meirelles; Campos, Estela Márcia Saraiva; http://lattes.cnpq.br/0155295125800218A crescente prevalência de problemas de saúde mental, especialmente de transtornos mentais comuns (TMC), tem motivado estratégias para aumentar a resolutividade dos serviços primários através da capacitação dos recursos humanos desse nível de atenção. A abordagem não farmacológica é o principal método terapêutico baseado em evidências para os TMC e, embora seja considerada competência essencial dos médicos de família, há um emprego insuficiente de intervenções psicossociais (IP) por esses profissionais na abordagem desses transtornos, sendo o treinamento insuficiente relatado como um dos principais motivos. São escassos na literatura dados que possam guiar estratégias de capacitação sobre esse tema. Este estudo visou investigar as percepções de médicos residentes do segundo ano (R2) de programas de residência em MFC (PRMMFC) de Minas Gerais sobre o uso de IP, a aprendizagem dessas intervenções e as demandas formativas em torno delas, na abordagem aos TMC. Para tanto, foi realizado um estudo descritivo, transversal, quantitativo, por meio de questionário semiestruturado, on-line, dirigido aos residentes. Os dados foram coletados entre outubro e novembro de 2020 e analisados através de estatística descritiva. Dos 102 residentes R2 identificados, 46 (45,1%) participaram da pesquisa e representam 83,3% dos PRMMFC convidados. Os residentes são, em sua maioria, mulheres (67,4%), com idade média de 30 anos e graduados em instituições privadas (62,2%). Quase a totalidade deles (93,5%) afirma utilizar IP para a abordagem de TMC, mas apesar de a maioria (81,4%) perceber melhora nos pacientes, somente 53,4% as aplicam em mais da metade dos casos de TMC. A maioria (69,6%) conhece e aplica de uma a seis das 13 IP de referência apresentadas no questionário, sendo que as mais aplicadas e nas quais eles se percebem mais competentes são: técnicas de comunicação clínica e de escuta ativa; técnicas de exploração da experiência do adoecimento e técnicas de resposta empática às emoções. Além de utilizar pouco, eles relataram possuir pouca habilidade prática em: terapia de solução de problemas; ativação comportamental; meditação guiada/mindfulness e técnicas de relaxamento físico e respiração. Mais de 78% relataram sentir dificuldade na utilização de IP e os principais motivos apontados foram não se perceber com formação adequada (74,4%) e o seu processo de trabalho dificultar ou inviabilizar essa utilização (57,6%). Os principais meios de aprendizado relatados para a aquisição de competências sobre o tema foram: método autoinstrucional (69,6%); aulas teóricas na residência (65,2%) e atuação prática em serviço na residência (58,7%). Apesar disso, 45,6% dos residentes consideram “pouca” ou “nenhuma” a contribuição da residência nesse aprendizado. As principais intervenções sobre as quais eles desejam ter mais capacitação são: meditação guiada/mindfulness; terapia comunitária; técnicas de relaxamento físico e respiração e terapia de solução de problemas. A residência teve uma contribuição considerada insuficiente e o processo de trabalho nos cenários de prática foi apontado como uma importante barreira nesse contexto. Com os resultados obtidos foi possível identificar a percepção de importantes lacunas formativas sobre o uso de IP na abordagem a TMC em residentes (R2) de MFC, o que permite apontar caminhos para a elaboração de estratégias de aprimoramento. Palavras-chave: Saúde Mental. Transtornos Mentais. Atenção Primária a Saúde. Medicina de Família e Comunidade. Educação Médica. Residência Médica.