Educação Física
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Item Hipotonia e função respiratória em crianças com Transtorno do Espectro Autista: uma revisão sistemática(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-09) Gomes, Natália Reis; Pereira, Eveline TorresO Transtorno do Espectro Autista (TEA) é estudado há mais de 60 anos. Hoje é classificado pelo Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V) como um transtorno de desenvolvimento que interfere na interação social de comunicação, podendo apresentar alterações motoras e posturais. Suas manifestações variam de acordo com o desenvolvimento e idade cronológica de cada criança. Essas alterações interferem no desenvolvimento e podem acarretar prejuízos posturais (desvio postural), déficit de equilíbrio, alteração na coordenação motora fina e grossa, hipotonia (HP) e movimentos estereotipados, que impactam a capacidade funcional do indivíduo. No que diz respeito à HP, a principal característica é a dificuldade de controle postural e do tônus. Nesse sentido, ao correlacionar a HP com o sistema respiratório, é importante observar que, se houver a presença da HP e, ou, fraqueza da musculatura respiratória associada à alteração muscular da caixa torácica, podem ocorrer alterações na ventilação pulmonar, tosse ineficaz, dificuldade na deglutição, sialorreia em excesso e infecções respiratórias recorrentes e processos alérgicos. Entretanto, não é fácil estabelecer relação sob a HP e o TEA nas alterações respiratórias devido à escassez de artigos na literatura. É nesse contexto que este estudo objetivou investigar as influências da hipotonia no TEA sobre o sistema respiratório. Uma revisão sistemática foi realizada com base em duas buscas separadas a partir das cominações dos termos, em inglês: Autism Spectrum Disorder, Autistic Disorder, Autismo, Muscle Hypotononia, Respiratory System Respiratory Tract Diseases, associados pelo operador booleano ‘‘AND’’ e ‘‘OR’’. A primeira busca seguiu esta ordem: ‘‘Respiratory system OR respiratory tract diseases AND muscle hypotonia OR hypotonia’’; a segunda busca seguiu: ‘‘Autism spectrum disorder OR autistic disorder OR austism AND muscle hypotonia OR hypotonia’’. Os resultados evidenciaram que não foram encontrados estudos sobre TEA que abordassem e, ou, avaliassem o sistema respiratório. Dessa forma, ao correlacionar os achados das duasbuscas a partir do objetivo proposto e dos estudos analisados, esta revisão sistemática pressupôs que existe influência da HP no sistema respiratório e, possivelmente, em indivíduos com TEA. As questões relacionadas à HP no TEA já são descritas como presentes na literatura, entretanto não se encontram estudos que discutam a HP no sistema respiratório desses indivíduos. Há indícios de que a HP, ao acometer a região de tronco e estruturas próximas, leva à alteração da mecânica respiratória, favorecendo infecções recorrentes e exercendo um peso importante nas análises encontradas e que devem ser consideradas. Entretanto, as estruturas de buscas e os resultados reportados, atualmente, mostram-se ainda insuficientes para o estabelecimento de conclusões concretas. Assim, observa-se a necessidade de novos estudos abordando a avaliação respiratória em indivíduos com TEA com a presença de HP, levando a novas e aprimoradas linhas de pesquisa na área. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista, Hipotonia, Sistema Respiratório, Infecções Respiratórias.Item Validade e reprodutibilidade do contrarrelógio de 8 minutos para a determinação de variáveis fisiológicas para o treinamento de ciclistas de mountain bike(Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-11) Mota Júnior, Rômulo José; Amorim, Paulo Roberto dos Santos; http://lattes.cnpq.br/7422689494038309Testes de contrarrelógios são rotineiramente aplicados para a obtenção de variáveis fisiológicas para o treinamento de ciclistas, contudo, a validade e reprodutibilidade desses protocolos devem ser testadas para que sua aplicação tenha reconhecimento científico. Neste intuito, o presente estudo objetivou avaliar a validade e reprodutibilidade do contrarrelógio de 8 minutos (CR8) no ciclismo de mountain bike em ambiente laboratorial. Esta tese foi elaborada com três estudos, sendo que para o primeiro estudo foram recrutados 9 ciclistas treinados, do sexo masculino, com idade de 25,46 ± 7,49 anos, os quais foram avaliados em três dias distintos. Na primeira visita foram mensurados os limiares ventilatórios e o pico do consumo de oxigênio e nas demais os voluntários foram submetidos ao CR8 e ao contrarrelógio de 60 (CR60) minutos. Já a amostra do segundo e terceiro estudo foi composta por 16 ciclistas treinados, do sexo masculino, com idade de 31,06 ± 10,87 anos, os quais foram avaliados em seis dias distintos. Estes foram submetidos a testes para a obtenção dos limiares de lactato, pico da potência e ao CR8, contrarrelógio de 20 minutos (CR20) e CR60. A validade e reprodutibilidade dos testes foram analisadas através do coeficiente de correlação intraclasse e dos gráficos de Bland-Altman. Foi adotado um nível de significância de 5%, sendo todas as análises realizadas pelo SPSS. Os resultados do primeiro estudo sugerem grande concordância, principalmente do segundo estímulo do CR8, com o CR60, para o Functional Threshold Power (FTP) (ICC: 0,792), Watts por quilograma (W/kg) (ICC: 0,952), Watts por quilograma de massa magra (W/kgMCM) (ICC: 0,912) e pico do consumo de oxigênio (ICC: 0,882). Em relação aos resultados do segundo estudo é possível identificar concordância entre os estímulos do CR8 com o CR60 para a variável FTP (CR8 – 1.1 vs CR60 - ICC: 0,504; CR8 – 1.2 vs CR60 - ICC: 0,700; CR8 – 2.1 vs CR60 - ICC: 0,780; CR8 – 2.2 vs CR60 - ICC: 0,853) e W/kg (CR8 – 1.1 vs CR60 - ICC: 0,693; CR8 – 1.2 vs CR60 - ICC: 0,769; CR8 – 2.1 vs CR60 - ICC: 0,868; CR8 – 2.2 vs CR60- ICC: 0,872), bem como do CR8 com o CR20 para o FTP (CR8 - 1.1 vs CR20 - ICC: 0,884; CR8-1.2 vs CR20 - ICC: 0,960; CR8 – 2.1 vs CR20 - ICC: 0,880; CR8 - 2.2 vs CR20 - ICC: 0,954) e W/kg (CR8 – 1.1 vs CR20 - ICC: 0,793; CR8 – 1.2 vs CR20 - ICC: 0,964; CR8 – 2.1 vs CR20 - ICC: 0,918; CR8 – 2.2 vs CR20 - ICC: 0,958). Além disso, demonstram que o CR8 é reprodutível no aquecimento (potência (ICC: 0,798), W/kg (ICC: 0,900), W/KgMCM (ICC: 0,834)), no primeiro estímulo (FTP (ICC: 0,828), W/kg (ICC: 0,902), W/KgMCM (ICC: 0,808), bem como no segundo estímulo (FTP (ICC: 0,919), W/kg (ICC: 0,926), W/KgMCM (ICC: 0,886)). Já em relação aos resultados do terceiro estudo, fica evidente que o CR20 apresenta uma concordância muito forte com o CR60 para as variáveis de potência FTP (ICC: 0,825) e W/Kg (ICC: 0,865). Diante dos resultados de ambos os estudos é possível concluir que o CR8 é um procedimento válido frente ao padrão ouro (CR60), e ao procedimento mais frequentemente utilizado pelos treinadores de ciclistas (CR20), bem como é reprodutível em todas as suas etapas. Além disso, o CR20 também é um protocolo válido na determinação de variáveis de potência para o treinamento de ciclistas de mountain bike em ambiente laboratorial. Palavras-chave: Ciclismo; Mountain bike; Validade; Reprodutibilidade; Potência; Teste de esforço; Esporte.Item Treinamento resistido com volante inercial e função física em mulheres idosas(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-09) Agostinho, Pablo Augusto Garcia; Moreira, Osvaldo Costa; http://lattes.cnpq.br/3692499802593913O treinamento resistido é utilizado para retardar ou amenizar os efeitos deletérios do envelhecimento, processo natural caracterizado por uma perda progressiva das funções fisiológicas e neuromusculares. O método de treinamento resistido com volante inercial tem ganhado notoriedade por seus resultados benéficos em adultos. No entanto, as evidências sobre os efeitos do treinamento inercial em idosos é limitada. Sendo assim, o objetivo dessa dissertação é elucidar os efeitos do treinamento resistido com volante inercial sobre a funcionalidade em mulheres idosas. A dissertação foi dividida em dois capítulos: (1) revisão narrativa, na qual objetivou descrever as possibilidades e limitações do treinamento de força excêntrica para as pessoas idosas e; (2) ensaio randomizado controlado, que avaliou o efeito do treinamento resistido (tradicional versus volantes inerciais) sobre a funcionalidade e as manifestações de força em idosas. O Capítulo I não utilizou métodos de busca específico para a construção da revisão, apenas estudos que tratavam do tema da pesquisa, encontrando que em comparação com as ações isométricas e concêntricas, as ações excêntricas são caracterizadas por gerar níveis mais alto de força com menor ativação muscular, custo metabólico e percepção subjetiva de esforço, recrutamento preferencial de fibras de contração rápida (tipo IIx), maior efeito hipertrófico, da educação cruzada e atividade cortical, e podem induzir dor muscular de início tardio. O Capítulo II analisou sobre os efeitos do treinamento resistido na funcionalidade, manifestações de força, percepção do risco de quedas, composição corporal e saúde óssea. Os resultados mostraram que apenas a funcionalidade e as manifestações de força apresentaram melhora intragrupo pós-intervenção. No Capítulo I conclui-se que o treinamento resistido com volante inercial parece ser eficaz e adequado para manter a função física e reduzir o número de quedas em idosos. No entanto, os aparelhos desenvolvidos para esse tipo de treinamento ainda não parecem completamente adaptados e acessíveis aos idosos, o que podem se constituir em limitações para o uso deste treinamento em idosos. No Capítulo II pode-se concluir que ambos os tipos de treinamento (tradicional e com volante inercial) em 16 sessões parece ter o potencial de melhorar a funcionalidade e as manifestações de força em mulheres idosas, sem diferença entre eles. Palavras-chave: Ação excêntrica. Envelhecimento. Força muscular. Funcionalidade. Idosas. Treinamento de força.Item Efeito de um protocolo de sprints repetidos na temperatura irradiada da pele, marcadores de dano muscular e de estado de fadiga(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-21) Dias, Felipe Augusto Mattos; Marins, João Carlos Bouzas; http://lattes.cnpq.br/1242990507293757Essa dissertação teve o objetivo de analisar os impactos de um protocolo de sprints repetidos na temperatura irradiada da pele (TIP) e na resposta de indicadores de dano muscular, estado de fadiga e desempenho neuromuscular em futebolistas, salonistas e em indivíduos sedentários. Para isso, foram desenvolvidos três estudos. No primeiro, foi apresentado, por meio de uma revisão narrativa, as ferramentas mais utilizadas no futebol e no futsal para avaliar o dano muscular, o estado de fadiga e a recuperação. O conteúdo tomou como referência uma busca na base de dados Pubmed e foi estruturado em seis tópicos: a) Biomarcadores sanguíneos; b) Circunferência dos membros c) Escalas psicométricas; d) Performance em Testes físicos; e) Termografia Infravermelha (TI) f) Variabilidade da Frequência cardíaca (VFC). Ao longo de cada tópico, foram debatidos a fundamentação teórica, o momento de avaliação e os valores de referência de cada um dos parâmetros. Os resultados nos permitem concluir que a avaliação de um conjunto de indicadores ajuda a caracterizar o dano muscular, a fadiga e qualidade de recuperação de forma mais abrangente, pois cada sintoma se relaciona a algum marcador fisiológico específico. Além disso, foi observado que algumas ferramentas apresentadas já possuem um certo de nível de evidência, o que torna sua aplicação no contexto prático bem estabelecida, como é caso de grande parte dos biomarcadores, da TI, do salto com contramovimento e da VFC. No entanto, outros parâmetros, como a análise da circunferência dos membros, alguns biomarcadores, como a relação testosterona/cortisol, e até mesmo alguns testes de desempenho físico como o sprint, exigem um maior nível de evidência científica, garantindo assim um maior grau de confiabilidade e assertividade das avaliações realizadas. No segundo estudo, o objetivo foi caracterizar o perfil termográfico de jovens universitários sedentários, bem como de futebolistas e salonistas universitários, auxiliando na investigação de como variações do perfil térmico podem estar associadas ou não a prática de atividades esportivas em nível recreativo. A amostra foi composta por 30 universitários homens divididos em três grupos, sendo eles, futebolistas, salonistas e sedentários. Através do software ThermoHuman® a TIP de 14 regiões corporais de interesse (RCI) localizadas nos membros inferiores foi analisada. Os valores médios de TIP de cada RCI foram utilizados na análise estatística. A anova two-way e o post-hoc de Bonferroni foram utilizados para verificar o efeito da dominância podal e do grupo nos valores de TIP de cada RCI. Para estabelecer um referencial de perfil térmico, foi proposta uma curva percentil com os percentis 5, 15, 50, 85 e 95. Os resultados indicam que não houve diferença significativa nos valores de TIP entre os lados dominante e não dominante em todas as RCI analisadas. Além disso, não foi observada interação significativa entre dominância e grupo. Foi observado efeito do fator grupo apenas para a RCI do gastrocnêmio externo; a análise de post-hoc mostrou que o grupo de salonista apresentou valor significativamente maior de TIP nesta RCI em comparação ao grupo futebolistas. Assim, pode-se concluir que os universitários avaliados apresentam respostas térmicas similares em repouso. Os níveis de simetria térmica contralateral são <0,4°C. O nível de atividade física, a especificidade do treinamento e a dominância não influenciaram as respostas termográficas. No terceiro estudo, analisou-se os impactos de um protocolo de sprints repetidos na TIP e na resposta de indicadores de dano muscular, estado de fadiga e desempenho neuromuscular em futebolistas, salonistas e em indivíduos sedentários. A amostra foi composta por 30 universitários homens divididos em três grupos, sendo eles, futebolistas, salonistas e sedentários. Os participantes realizaram um protocolo de intervenção constituído por 15 sprints máximos de 30m, com intervalo de recuperação de 1’ entre sprints (15x30m/1’). Tanto 48 horas e imediatamente antes da intervenção, quanto 24h e 48h após a intervenção, os avaliados passaram pelos seguintes procedimentos: avaliações termográficas de membros inferiores, coleta de biomarcadores sanguíneos (Creatina Quinase (CK), Proteína C reativa (PCR-us), e Ácido Úrico (AU)), classificação da percepção subjetiva da dor e estado de fadiga, avaliação do desempenho neuromuscular (CMJ) e análise da circunferência da coxa e da perna. Os valores médios de TIP de cada RCI foram utilizados na análise estatística. A anova de medidas repetidas de dois fatores (3 grupos vs. 4 momentos) com post hoc de Bonferroni, com ajuste para comparações múltiplas, foi utilizada para comparar a TIP, respostas bioquímicas, circunferência dos membros, CMJ, estado de fadiga e nível de dolorimento entre os grupos nos diferentes momentos analisados. Os resultados mostram que não foi observado um efeito significativo do fator grupo para nenhuma das variáveis analisadas. Com relação às análises do fator tempo, os resultados indicam que o protocolo de sprints repetidos ocasionou dano muscular e processo inflamatório, que pode ser observado através das respostas de CMJ, CK, AU, PCR-us, QTR, Dor, Circunferências e na TIP do tibial medial. Em conclusão, o protocolo 15x30m/1’ provocou dano muscular nos universitários avaliados. Os resultados nos permitem concluir que o nível de atividade física e a especificidade do treinamento não influenciaram as respostas dos marcadores avaliados, com exceção da QTR. Por fim, com relação à TI, os achados mostram que a TIP não foi um indicador sensível para detectar o dano muscular induzido pelo protocolo de sprints repetidos em atletas universitários de futebol e futsal, bem como, universitários sedentários. Palavras-chave: Temperatura Cutânea. Medicina Esportiva. Atletas universitários. Futebol. Futsal.Item Physical exercise and depression in adults and older adults(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-28) Pérez Bedoya, Édison Andrés; Moreira, Osvaldo Costa; http://lattes.cnpq.br/2937568293675002This thesis explores the effect of different physical exercise modalities on alleviating depressive symptoms in adults with major depressive disorder (MDD) and sedentary older women. The first study is a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials (RCTs) assessing the benefits and risks of physical exercise in managing symptoms of MDD in adults not receiving second-generation antidepressants or cognitive behavioral therapy. The review analyzed nine RCTs involving 678 adults, revealing a small, non-statistically significant clinical effect favoring exercise (SMD = 0.27, 95% CI [-0.58, 0.04], P = 0.09). Subgroup analyses indicated potential influences of intervention duration, frequency, intensity, supervision, age, overweight/obesity status, and depression diagnosis on treatment outcomes. Sensitivity analysis showed moderate effect sizes with high heterogeneity (I² = 85%), and overall evidence quality was low to very low. The second study is an RCT conducted at the Federal University of Viçosa, Brazil, comparing the effects of Flywheel resistance training versus traditional methods on depressive symptoms in 29 sedentary women over 60 years old. Participants underwent eight weeks of training, performing six exercises twice a week. Results indicated no significant difference between Flywheel and traditional training in reducing depressive symptoms (p=0.193), with a small effect size (ηp² = 0.03) and low statistical power (1-β = 0.25). Both interventions showed mild adverse events and no severe ones. In conclusion, both studies suggest that physical exercise, including resistance training, can benefit depressive symptoms, but further research with well-designed RCTs and larger sample sizes is needed to confirm these findings. The evidence underscores the importance of cautious interpretation due to methodological limitations and variability in results. Keywords: systematic review; meta-analysis; major depressive disorder; physical exercise; depression; elderly; exercise; resistance training; harms.Item Efeitos do treinamento resistido prévio à indução da dor crônica em biomarcadores centrais e periféricos em um modelo experimental de fibromialgia(Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-28) Chiapeta, Andrês Valente; Carneiro Júnior, Miguel Araujo; http://lattes.cnpq.br/1799580814379485O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do treinamento resistido (TR) prévio à indução da dor crônica por meio de biomarcadores centrais e periféricos em um modelo experimental de fibromialgia. Para tal, foram utilizadas ratas Wistar com 12 meses de idade, alocadas em 4 grupos diferentes, com 8 animais em cada. Os grupos foram divididos em Não Treinado Salina Neutra (NTN), Não Treinado Salina Ácida (NTA), Treinamento Resistido Salina Neutra (TRN) e Treinamento Resistido Salina Ácida (TRA). Os animais TRN e TRA foram submetidos a um protocolo de TR com escaladas em escada vertical, 3 vezes por semana, durante 14 semanas, com carga de 75% da Carga Máxima Suportada (CMS). Para avaliar o desempenho físico dos animais, foram realizados 2 testes de CMS, o primeiro antes do início do protocolo de TR, e o outro antes da indução da hiperalgesia. Para o desenvolvimento da dor crônica semelhante à da fibromialgia, foram aplicados, após 10 semanas de TR, 100µl de salina ácida estéril (pH 4,0) no músculo gastrocnêmio esquerdo dos animais dos grupos NTA e TRA; nos grupos NTN e TRN foi realizado o mesmo procedimento, porém com solução salina neutra, pH de 7,4. A hiperalgesia mecânica foi avaliada utilizando-se o estesiômetro eletrônico (Von Frey digital) em 5 momentos: linha de base, pré injeção salina, 2, 10 e 18 dias pós injeção salina. A Interleucina 6 (IL-6), Interleucina 10 (IL-10) e Substância P (SP) no plasma foram analisadas em 2 momentos, o primeiro após 10 semanas do protocolo de TR e o segundo no momento da eutanásia dos animais. Foram analisadas, também, a IL-6 e a IL-10 no tecido muscular (gastrocnêmio) e a serotonina no tálamo dos animais. Todas as análises foram realizadas por ensaio imunoenzimático (ELISA). Os dados foram estudados por meio da análise de variância ANOVA Two-way, seguida pelo teste de post-hoc de Tukey. O tamanho do efeito (effect size – ES) foi calculado utilizando-se o índice d de Cohen (1988). Para verificar a correlação dos resultados, foi aplicado o Teste de Correlação de Pearson. Os dados foram apresentados como média ± DP e o valor de p ˂ 0,05 foi considerado estatisticamente significante. Os resultados mostraram que os animais que realizaram o TR apresentaram melhor desempenho no teste físico de CMS (p ˂ 0,05) em comparação aos animais que não treinaram. Nos 2 momentos em que a hiperalgesia mecânica foi avaliada antes da aplicação da salina ácida, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p ˃ 0,05). Após a indução da hiperalgesia observou-se que os animais que realizaram o TR prévio apresentaram menor hiperalgesia mecânica que o grupo NTA (p ˂ 0,05). Nas análises sanguíneas de IL-6, IL-10 e SP, não houve diferenças significativas entre os grupos experimentais (p ˃ 0,05). Nas análises musculares, observou-se um aumento significativo (p ˂ 0,05) na concentração de IL-6 no grupo NTA em relação ao NTN e TRA. O resultado foi semelhante para IL-10, em que o grupo NTA apresentou maior concentração deste marcador em relação aos grupos NTN e TRA (p ˂ 0,05). A concentração de serotonina no tálamo dos animais foi estatisticamente maior (p ˂ 0,05) nos grupos que realizaram o TR prévio em comparação aos grupos não treinados. Concluiu-se que o TR prévio utilizando a escada vertical foi capaz de minimizar a hiperalgesia mecânica experimentada pelas ratas após a aplicação de salina ácida, por meio da modulação de biomarcadores centrais (via serotoninérgica) e periféricos (liberação de IL-6 e IL-10 no músculo esquelético). Palavras-Chave: Exercício físico. Dor crônica. Fibromialgia. Citocinas. Serotonina.Item Aplicação termográfica no futebol e perfil térmico de jogadores profissionais(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-29) Afonso, Anderson da Silva Fernandes; Marins, João Carlos Bouzas; http://lattes.cnpq.br/2408194700720374INTRODUÇÃO: Diversas tecnologias vêm sendo empregadas no futebol com o intuito de potencializar a performance dos atletas, otimizar a recuperação após estímulos e auxiliar no processo de prevenção de lesões, e uma dessas principais ferramentas é a termografia infravermelha (TI). OBJETIVOS: (1) Apresentar as possibilidades e os benefícios da aplicação da termografia infravermelha no âmbito do futebol; (2) Comparar, por meio de imagens termográficas, a bilateralidade térmica das articulações do joelho na condição pré-lesão, imediatamente após uma lesão e na cirurgia, assim como ao longo da recuperação; (3) Estabelecer o perfil térmico de jogadores de futebol profissional, bem como verificar se a função tática altera esse perfil, além de propor faixas térmicas que caracterizam condições hipo ou hiperradiadas em diferentes regiões corporais de interesse (RCIs). METODOLOGIA: A dissertação foi estruturada em forma de três artigos, com abordagens metodológicas diferentes, sendo elas: no primeiro trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa; no segundo, de um estudo de caso; e, no terceiro, de um estudo descritivo do perfil térmico em jogadores profissionais de futebol. Para realização do artigo 1 foram empregadas referências bibliográficas diversificadas na temática de termografia e futebol, em diferentes bases de dados, como Scielo e Pubmed, e referências dos artigos levantados que foram considerados relevantes para a composição do texto, de forma a compor um referencial teórico para seu emprego no futebol. O artigo 2 foi um estudo de caso de um atleta de futebol profissional que, em ambiente de treino, teve uma lesão de joelho do tipo fratura de polo inferior da patela direita, a qual foi diagnosticada por exame de imagem, havendo necessidade de intervenção cirúrgica. O monitoramento termográfico foi feito em quatro momentos: pré-lesão, pós-lesão, pré-cirurgia e pós-cirúrgico (totalizando aproximadamente 85 dias). No último artigo foi realizado um estudo com a participação de 61 atletas, todos do sexo masculino (27,6 ± 4,22 anos; 75,8 ± 7,39 kg; 179 ± 0,06 cm; 23,7 ± 1,65 IMC; 11,3 ± 0,98% G), sendo considerados atletas profissionais de futebol de linha, com 15,2 ± 4,5 anos de prática da modalidade desde as categorias de base até o profissional, disputando regularmente campeonatos estaduais e nacionais. O estudo foi realizado em duas etapas: a primeira, caracterizada como preparatória, e a segunda, para a realização da coleta das imagens termográficas. RESULTADOS: Artigo 1 – A TI no futebol pode ser empregada de diferentes formas: a) no auxílio no controle de carga física de treinamento; b) na prevenção de lesões; c) como apoio clínico na contratação de um novo atleta; d) como auxílio no monitoramento de lesões e na reabilitação de um atleta; e) como auxílio em um dos processos de recovery (crioimersão). Artigo 2 – Antes da lesão, a diferença bilateral da temperatura máxima, média e mínima entre os joelhos indicava um quadro de normalidade térmica. Após seis dias da lesão, a diferença da temperatura máxima aumentou em 1,09 °C em função da lesão. Após 11 dias de cirurgia ocorreu redução dessa diferença, caindo para 0,81°C, indicando o efeito positivo da intervenção cirúrgica e da ação medicamentosa. No entanto, após 65 dias da intervenção cirúrgica a diferença registrada era considerável, sendo de 3,57°C, o que indica uma recuperação inadequada, provavelmente com presença de inflamação, tendo em vista que o atleta não seguiu as orientações de recuperação, não oferecendo assim condições para ele voltar a treinar conforme inicialmente previsto. Artigo 3 – O tratamento estatístico revelou que os dados tiveram distribuição normal. Houve diferença significativa na temperatura da pele entre os lados direito e esquerdo na maioria das RCIs analisadas, com exceção da região corporal de interesse (RCI) Semimembranoso, além dos joelhos na visão anterior e posterior. Contudo, somente duas RCIs tiveram diferenças bilaterais médias clinicamente consideradas relevantes, por serem maiores que 0,5°C, sendo elas o Vasto Medial (VM) e o Semitendinoso (ST). CONCLUSÕES: A TI é uma ferramenta extremamente versátil que pode oferecer suporte a diferentes membros de uma comissão técnica de uma equipe de futebol. Ela pode dar suporte desde a tomada de decisão sobre a contratação ou não de um jogador, ao permitir a possibilidade de identificar lesões “ocultas” ortopédicas, bem como no seu dia a dia, auxiliando na prevenção de lesões, ou no monitoramento, caso elas ocorram, em busca de um estado de normalidade térmica. Existem indícios de que ela pode ser usada como uma forma de controle de carga de treino. As imagens térmicas auxiliaram diretamente no acompanhamento do tratamento e da evolução clínica do atleta, podendo ser uma ferramenta auxiliar importante na condição de recuperação do atleta pós-intervenção cirúrgica. Os resultados obtidos, especialmente na última avaliação, indicam que o procedimento de recuperação não foi adequado. A função tática do jogador de futebol não altera o perfil térmico de membros inferiores. Com exceção das RCIs VM e ST, as diferenças estatísticas bilaterais encontradas são inferiores a 0,5°C, indicando serem simétricos do ponto de vista clínico. Cada RCI exige um perfil térmico específico para caracterizar anormalidades térmicas consideradas hipo ou hiper-radiadas. Palavras-chave: Performance; Prevenção de lesões; Temperatura da pele; Termografia; Termorregulação.Item Influência do ciclo menstrual na flexibilidade de mulheres adultas jovens(Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-20) Costa, Bárbara Dias Diniz da; Oliveira, Cláudia Eliza Patrocínio de; http://lattes.cnpq.br/8247118322044116O aumento na participação das mulheres nos esportes e atividades físicas, impõe a necessidade de entender melhor sua fisiologia, em especial, relacionada ao ciclo menstrual (CM). O CM é regulado pelo eixo hipotálamo-hipófise ovariano, com flutuações hormonais do estradiol, progesterona, hormônio luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH), com duração média de 28 dias. Para além da regulação do CM, esses hormônios interagem com outros sistemas do corpo humano, podendo impactar o desempenho físico das mulheres. Uma capacidade física que parece ser afetada é a flexibilidade, que desempenha um papel importante na performance do exercício e diminuição dos riscos de lesões. Portanto, essa dissertação é composta por um artigo de revisão sistemática, com objetivo investigar os efeitos do CM na flexibilidade dos isquiotibiais de mulheres adultas que fazem uso ou não de contraceptivos orais (CO), e um artigo original, que investigou os níveis de flexibilidade de mulheres adultas jovens, que faziam ou não uso de CO, durante as diferentes fases do CM. Os achados da revisão sistemática foram inconsistentes devido aos divergentes métodos aplicados nos estudos e ao limitado número de artigos encontrados. No artigo original, houve uma diferença significativa da flexibilidade na fase folicular inicial em voluntárias sem uso de CO, que parece estar relacionado à flutuação em seus valores hormonais. No grupo com uso de CO não houve significância estatística, tanto na flexibilidade, quanto nos hormônios. Palavras-chave: Hormônios sexuais; Flexibilidade; Ciclo Menstrual.Item Aspectos motivacionais da prática regular de atividade física consoante características individuais em adolescentes de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-20) Morais, Gleison Silva; Santos, Fernanda Karina dos; http://lattes.cnpq.br/8965901571850794Apesar do acesso à informação sobre Atividade Física (AF) e saúde na era digital, e da existência de inúmeros programas que incentivam a Prática Regular de Atividades Físicas (PRAF), os índices mundiais de inatividade física entre adolescentes ainda são alarmantes, ultrapassando 80%. Para enfrentar essa questão, é necessário compreender os fatores que contribuem para a inatividade física nesse grupo, incluindo aspectos biopsicossociais e motivacionais. Compreender esses aspectos pode ser a chave para identificar os fatores mais eficazes na promoção e manutenção do engajamento dos adolescentes na PRAF. Assim, o objetivo do estudo foi investigar os aspectos motivacionais para a PRAF, considerando as características individuais de adolescentes praticantes regulares de AF de Viçosa-MG. A pesquisa, envolveu 560 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 15 e 19 anos, regularmente matriculados no ensino médio de 10 escolas (7 públicas e 3 privadas). Foram utilizados questionários para obter dados de caracterização da amostra, dimensões e regulações motivacionais, além de serem realizadas avaliações antropométricas, para auxiliar na identificação do estado nutricional dos indivíduos. A pesquisa foi dividida em dois artigos originais, ambos com análise inferencial. Após análise de normalidade dos dados, foram utilizados os testes estatísticos U – Mann Whitney, Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn e a Correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de α=5%. No primeiro artigo, observou-se que 36,6% dos adolescentes foram categorizados como insuficientemente ativos, apesar de serem praticantes regulares de AF. Além disso, 73,6% foram classificados como eutróficos. Houve diferenças nas preferências de AF entre os sexos, com os rapazes praticando uma variedade maior de modalidades de AF. Em relação à quantidade de tipos de AF praticadas, houve equidade entre os sexos, com a maioria praticando principalmente um tipo de AF, geralmente em ambientes fechados. As dimensões Prazer (PR), Saúde (SA) e Estética (ES) foram as mais importantes para a PRAF, enquanto a Competitividade (CO) foi a menos relevante, independentemente das características individuais. No segundo artigo, as correlações entre as regulações motivacionais apresentaram padrões diferentes conforme cada característica individual. As moças apresentaram correlações mais fortes entre as regulações mais autônomas, destacando a autonomia e a internalização do comportamento a PRAF. A amotivação correlacionou-se negativamente com regulações mais autônomas entre os sexos. Nos grupos etários, os rapazes apresentaram um padrão correlacional parecido, com diferença apenas na força de correlação entre a regulação externa e introjetada. As moças mais jovens apresentaram correlações e magnitudes maiores do que as mais velhas, particularmente entre amotivação e as demais regulações. Descobertas recentes destacam a importância de considerar grupos etários e regulações motivacionais específicas ao incentivar a PRAF entre adolescentes de acordo com suas características individuais. Além disso, os resultados indicam que a motivação para a PRAF varia conforme o estado nutricional em cada sexo, reforçando a necessidade de estratégias personalizadas para minimizar a evasão da AF regular e incentivando comportamentos motivados mais autônomos na PRAF entre adolescentes. Palavras-chave: Atividade física. Motivação. Adolescente. Faixa etária. Sexo. Estado nutricional.Item Effects of detraining on health indicators in people with spinal cord injury(Universidade Federal de Viçosa, 2024-01-12) Almada, Lucas Barbosa; Moreira, Osvaldo Costa; http://lattes.cnpq.br/8165628170613961Spinal cord injury (SCI) is a debilitating condition that causes motor, physiological, and sensory impairments, potentially leading to permanent disability, increased morbidity, and mortality, ultimately impacting an individual's quality of life (QoL). Physical exercise emerges as an effective alternative to mitigate these consequences and uphold the autonomy and QoL for this population. Detraining (DT), defined as the partial or total loss of adaptations induced by physical training in response to its complete interruption or insufficient stimulus, represents a significant concern. This thesis focuses on the impact of DT on health indicators in individuals with SCI. Two studies were conducted, a systematic review and an observational study, aimed at (1) verifying the state of the art regarding DT in individuals with SCI; and (2) To elucidate the long-term effects of DT on muscle strength (MS), functional capacity (FC), mental health (MH), and body composition (BC). The first study is a systematic review following the Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses (PRISMA) guidelines. The investigation utilized databases such as PubMed, Web of Science, Embase, SPORTDiscus, and Cochrane, employing pertinent English keywords related to "Detraining" and "Spinal Cord Injury" along with their respective synonyms. Owing to the scarcity of research in this area, no timeframe was established for the eligibility of studies. The search, conducted in November 2023, initially identified 42 studies, which was narrowed down to 15 after removing duplicates. Post-title analysis, two more studies were discarded. Of the 13 abstracts scrutinized, seven were further excluded, leaving a total of six for in-depth analysis. The unique characteristics of these studies precluded the execution of a meta-analysis. As results DT seems to impact on health reducing cross-sectional muscle area, maximum oxygen uptake (VO2peak), altering BC and metabolic profile. In chapter II, the aim of the observational study was to assess the impact of DT during the pandemic on five individuals with thoracic SCI. Evaluations of MS, FC, BC, and MH were conducted using techniques such as strength assessments, DEXA scans and mental health surveys focusing on anxiety and depression. After a 33-month period of DT, notable decreases in functional agility and MS were observed, accompanied by an aggravation of anxiety and depression symptoms. Variations were seen in the total body mass and fat mass across participants. The outcomes regarding lean body mass also showed diversity, with one subject experiencing considerable decline. DT led to significant changes in BC when training was realized by inactive muscles, characterized by an increase in body fat and a decrease in muscle mass, particularly after ceasing testosterone-related training. This cessation of exercise regimens also notably impacted metabolic profiles, causing alterations in glucose levels, lipid profiles, and insulin sensitivity. Additionally, changes in hemodynamic factors, such as blood pressure and heart rate, were observed, increasing the risk of cardiovascular issues. A reduction in VO2peak was also evident following the DT period, indicating cardiorespiratory decline. Concurrently, the DT period during the pandemic resulted in a deterioration of both physical and mental states in individuals with SCI, underscoring the necessity of regular exercise for this group. This highlights the importance of personalized evaluations to fully understand the effects of DT, emphasizing the critical need for sustained physical training to mitigate adverse health outcomes. Keywords: Spinal Cord Injury. Detraining. Health.