Educação Física
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Item Influência do índice glicêmico da refeição pré-exercício sobre a glicemia e parâmetros cardiometabólicos durante exercício aeróbico matinal(Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-08) Faria, Valéria Cristina de; Marins, João Carlos Bouzas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728340H6; Lima, Luciana Moreira; http://lattes.cnpq.br/2013048264104100; http://lattes.cnpq.br/8353188694743405; Pereira, Danielle Aparecida Gomes; http://lattes.cnpq.br/4666417473315827A literatura estabelece que uma alimentação realizada com três horas prévias ao exercício é recomendada para fornecer energia, produzir um adequado esvaziamento gástrico e manter níveis normoglicêmicos durante a atividade (Ribeiro et al., 2005), assim como adotando duas horas prévias (Chen et al., 2009; Wong et al., 2009). Porém, para a prática física matinal essa conduta não reflete a realidade, já que o tempo prévio se torna restrito devido ao período de sono, o que pode levar o praticante a se exercitar em jejum ou se alimentar muito próximo à atividade, estando em ambas às situações sujeito a um quadro de hipoglicemia. O objetivo geral desta dissertação foi acompanhar e avaliar a resposta glicêmica 30 minutos antes e durante uma atividade em cicloergômetro com 1 hora de duração, após três procedimentos nutricionais de café da manhã : a) alto índice glicêmico (AIG); b) baixo índice glicêmico (BIG); c) em estado de jejum, administrando dois tipos de hidratação: água e bebida carboidratada com concentração de 60 g/L. Os objetivos específicos foram monitorar e avaliar o comportamento dos gases sanguíneos antes e durante o exercício físico, estabelecer correlações de possíveis mudanças desses com os parâmetros cardiorrespiratórios, avaliar a oxidação de substratos durante exercício, analisar hematócrito, hemoglobina, cálcio, sódio, potássio, lactato e avaliar o balanço hídrico. No primeiro estudo foi realizada uma consulta na base de dados PubMed, utilizando os descritores: aerobic exercise, glicemic index e glycemia, de forma combinada. Foram adotados como critérios de inclusão, artigos originais, publicados em inglês nos últimos cinco anos e realizados com humanos, e como critério de exclusão, amostra não saudável e exercício sem predominância aeróbica. Foram selecionados 11 artigos, os quais variavam quanto ao sexo da amostra e seu condicionamento, o tipo de exercício selecionado, assim como sua duração e intensidade, o valor de IG adotado, e o tempo prévio de ingestão alimentar de 15 minutos a três horas. De acordo com os resultados, alimentos de baixo índice glicêmico causam menor alteração glicêmica pós-prandial o que pode acarretar em um comportamento mais estável ao longo do exercício, tornando-se uma estratégia nutricional mais conservadora para a população em geral, além disso, deve-se destacar que uma refeição oferecida entre 15 e 45 minutos antes do início do exercício pode não ser o mais indicado, devido ao pico de ação da insulina ocorrer normalmente nesse período, o que somado à ação da contração muscular poderia desencadear um quadro de hipoglicemia de rebote. Nenhum dos estudos relacionados na revisão abordou esse tempo prévio. No segundo estudo 12 homens saudáveis e fisicamente ativos realizaram quatro testes experimentais, sendo dois com refeições pré-exercício, de AIG e BIG, e dois realizados em estado de jejum diferenciados pela hidratação, água (H2O) e bebida carboidratada (CHO). Cada teste consistiu de um período de repouso pré-exercício de 30 minutos, seguido por 60 minutos de cicloergômetro com carga contínua equivalente a 60% do consumo máximo de oxigênio extrapolado (VO2MaxExt). Durante o exercício os participantes eram hidratados a cada 15 minutos, sendo 3mL por kg de peso corporal. Não houve diferença na oxidação de substratos, observou-se uma menor alteração glicêmica pós-prandial causada pela refeição de BIG, porém, não significativa, e uma elevação dos níveis de potássio no final do exercício após a refeição de BIG, sendo significativa em relação ao jejum CHO. Além disso, houve uma manutenção da glicemia em níveis estáveis e mais altos durante o exercício em relação aos demais no procedimento de jejum CHO. O desenho experimental do terceiro estudo foi o mesmo descrito no trabalho anterior, sendo, porém, realizada coleta de amostras sanguíneas para análise de lactato, pH, PCO2, PO2, TCO2, HCO3, BE e SO2em jejum, imediatamente antes do consumo do café da manhã , assim como 15 e 30 minutos após seu consumo. Durante o exercício, foram obtidas amostras em intervalos de 20 minutos até o final dos 60 minutos de exercício, assim como os parâmetros cardiorrespiratórios. Os resultados demonstraram que os quatro procedimentos experimentais foram capazes de manter os parâmetros cardiorrespiratórios e hemogasométricos dos participantes, o que provavelmente ocorreu devido à manutenção do estado de hidratação. Dessa forma, diante das evidências científicas apontadas no primeiro estudo de que alimentos de BIG causam menor alteração glicêmica pós-prandial, esta parece ser uma estratégia nutricional mais conservadora para a população em geral. Este fato foi comprovado no segundo trabalho e reforçado pelo terceiro, pois independente do procedimento nutricional adotado em conjunto com uma hidratação de 3 mL/kg de peso corporal a cada 15 minutos, não houve alterações nos parâmetros cardiorrespiratórios e gases sanguíneos. Além disso, quando realizado em jejum, a hidratação com bebida carboidratada parece minimizar o risco hipoglicêmico advindo desse estado.