Educação Física
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Item A fadiga mental como fator condicionante do desempenho no futebol: uma perspectiva cognitiva, tática e física(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-20) Kunrath, Caito André; Costa, Israel Teoldo da; http://lattes.cnpq.br/4924679505970676Até o momento, poucos são os estudos que se propuseram a investigar a fadiga mental como um fator condicionante do desempenho no futebol. Desde a primeira publicação em 2015, oito artigos estão disponíveis nas bases de dados PubMed, Web of Science e SCOPUS. Nestes artigos, observa-se que a fadiga mental origina uma redução na tolerância ao exercício em testes físicos, enquanto em jogos reduzidos estes efeitos ainda não são explicados com clareza. Também são verificados efeitos negativos sobre a precisão de passes e a qualidade geral das ações em formato de testes e jogos reduzidos, e na capacidade dos jogadores em tomar decisões, de modo a aumentar o tempo necessário para fazê-las e diminuir sua acurácia. A fadiga mental também parece reduzir a capacidade dos jogadores em coordenar movimentos verticais e horizontais em uma equipe. No entanto, estes indicadores possibilitam avaliar apenas a sincronia entre os jogadores das equipes, e não necessariamente representam o desempenho dos jogadores. Na presente dissertação foram considerados indicadores de desempenho cognitivos, táticos e físicos, através da percepção periférica, dos princípios táticos fundamentais e da distância percorrida pelos jogadores, respectivamente. No primeiro momento, foi conduzido um estudo piloto em que foi observada uma redução sobre a eficiência do comportamento tático, especialmente em ações relacionadas aos princípios táticos de equilíbrio (p=0,028) e unidade defensiva (p=0,008), além de maior distância percorrida em intensidades médias (p=0,032) e elevadas (p=0,002) sob fadiga mental. No segundo estudo empírico, foi verificado como a fadiga mental influencia a percepção periférica, o comportamento tático e o desempenho físico dos jogadores. A fadiga mental reduziu a percepção periférica dos jogadores (p=0,035), condicionando-os a priorizarem ações de penetração (p=0,042) e mobilidade (p=0,005), e de cometerem maior número de erros nas ações de contenção (p=0,003), equilíbrio (p=<0,001), concentração (p=0,001) e unidade defensiva (p=0,001). Os jogadores também percorreram maior distância total (p=0,008) e em corrida leve (p=0,001), além de menor distância em caminhada (p=0,027). De acordo com estes resultados, conclui-se que a fadiga mental é um fator que condiciona o desempenho de jogadores de futebol.Item A influência da percepção periférica e da atenção sobre a eficiência do comportamento tático de jovens jogadores de futebol(Universidade Federal de Viçosa, 2016-11-29) Andrade, Marcelo Odilon Cabral de; Costa, Israel Teoldo da; http://lattes.cnpq.br/9198932352212534O presente estudo teve por objetivo verificar se há diferenças na percepção periférica e na atenção de acordo com a eficiência do comportamento tático de jovens jogadores de futebol. A amostra foi composta por 80 jogadores de futebol do sexo masculino (média de idade: 13,90 ± 1,08 anos) de clubes brasileiros. Para avaliar a percepção periférica e a atenção dos jogadores foi utilizado o Sistema de Testes de Viena, sendo aplicados os testes de percepção periférica e cognitivo. Para avaliar a eficiência do comportamento tático dos jogadores foi utilizado o Sistema de Avaliação Tática no Futebol. Os jogadores avaliados foram divididos em grupos menos e mais eficientes taticamente, tendo sido esses grupos comparados quanto à percepção periférica e atenção. Os resultados demonstraram que os jogadores mais eficientes taticamente apresentaram melhores níveis de percepção periférica no que refere às medidas de campo visual (p = 0,029; r = 0,345), tempo de reação (p = 0,010; r = 0,400) e desvio do tracking (p = 0,011; r = 0,399) em comparação aos jogadores menos eficientes taticamente. Ainda, os jogadores mais eficientes taticamente apresentaram melhores níveis de atenção no que refere às medidas de total de reações corretas (p = 0,011; r = 0,398) e total de não reações incorretas (p = 0,011; r = 0,398) em comparação aos jogadores menos eficientes taticamente. A partir dos resultados dessa pesquisa, conclui-se que há diferenças na percepção periférica e na atenção de acordo com a eficiência do comportamento tático de jovens jogadores de futebol. Dessa forma, o aprimoramento da percepção periférica e da atenção possibilitará aos jovens jogadores uma maior eficiência na realização dos comportamentos táticos no jogo.Item A influência das habilidades perceptivo-cognitivas sobre a eficiência do comportamento tático em jogadores de futebol(Universidade Federal de Viçosa, 2016-07-22) Assis, João Vitor; Costa, Israel Teoldo da; http://lattes.cnpq.br/0703206245080689O presente estudo teve por objetivo verificar se há diferenças nas habilidades de antecipação, tomada de decisão (TD) e nas estratégias de busca visual (BV) de acordo com a Eficiência do Comportamento Tático (ECT) em jogadores de futebol com similar tempo de prática deliberada. Foram avaliados 90 jogadores de futebol masculinos das categorias de base de clubes de Minas Gerais com média de idade de 14±1,06 anos e tempo de prática deliberada em média 5,12 ± 2,7 anos. Para a coleta de dados recorreu-se a utilização do FUT-SAT para avaliação da ECT, testes de simulações de vídeo para avaliar a antecipação e TD, e a utilização do Mobile Eye Tracking-XG para avaliação das estratégias de BV. Os jogadores avaliados foram divididos em grupos, mais eficientes e menos eficientes taticamente. Para a avaliação da antecipação e tomada de decisão, utilizaram-se as seguintes medidas: acertos da ação, acertos da direção da ação e pontuação total do teste. Para a avaliação das estratégias de BV utilizou-se: número de fixação, duração, locais de preferência para a fixação e movimentos sacádicos. No primeiro artigo o objetivo foi verificar se há diferenças na antecipação e nas estratégias de BV entre os grupos. Os resultados sugerem que as estratégias de BV e antecipação se diferenciam entre os grupos. Os jogadores mais eficientes taticamente são melhores na antecipação e realizam maior número de fixações visuais de curta duração, preferencialmente no portador da bola e na bola, em comparação aos jogadores menos eficientes taticamente. No segundo artigo o objetivo foi verificar se há diferenças na TD e nas estratégias de BV entre os grupos. Os resultados sugerem que a TD e estratégias de BV se diferenciam entre os grupos. Os jogadores mais eficientes taticamente são melhores na TD com maior número de fixações visuais de curta duração, preferencialmente nos jogadores adversários em comparação aos jogadores menos eficientes. Portanto, conclui-se que em relação à ECT em jogadores de futebol com similar tempo de prática deliberada, há diferenças na antecipação, na TD e nas estratégias de BV.Item Adaptações no tamanho do campo de futebol para crianças e adolescentes a partir do desempenho físico e variáveis antropométricas: utilização da ciência de dados(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-09) Rocha, Julio Cesar Piedade de Medeiros dos Santos; Pussieldi, Guilherme de Azambuja; http://lattes.cnpq.br/6865198636126346A prática de atividade física é essencial para o desenvolvimento fisiológico, psíquico e social de crianças e adolescentes, incentivar esse hábito aumenta a probabilidade de uma vida adulta saudável. Praticar futebol é uma escolha comum nessa fase, mas adaptar o esporte para os jovens favorece a prática saudável do esporte. Este estudo propõe o uso da aprendizagem de máquina, com o objetivo de propor um método de redimensionar campos de futebol nas categorias de base conforme a aptidão física e variáveis antropométricas dos participantes. Participaram do estudo 268 indivíduos do sexo masculino, com 6 a 19 anos de idade, matriculados em escolinhas de futebol nas cidades de Florestal, Pará de Minas e Itaúna, no estado de Minas Gerais. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFV. Os procedimentos envolveram testes antropométricos (estatura, massa corporal e envergadura) e de aptidão física (capacidade cardiorrespiratória, força de membros inferiores e velocidade), propostos pelo PROESP-BR. Os dados foram tabulados em Excel® e analisados no software R® de linguagem de programação, onde foram tratados e a partir do algoritmo k-means os participantes foram agrupados de acordo com suas similaridades. Comparando com os padrões da OMS, observou-se que uma normalidade dos dados com relação a massa corporal dos jovens, já a estatura, apesar de os indivíduos se encaixarem nos padrões de normalidade, parece haver uma subestimação dos padrões de crescimento, sugerindo a necessidade de tabelas baseadas na população nacional. Nos testes de aptidão física os resultados foram comparados com a tabela de expectativa de desempenho fornecida pelo PROESP-BR, onde foi identificado para o teste de capacidade cardiorrespiratória um desempenho “bom” (10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 anos de idade), desempenho “razoável” (7, 9 e 17 anos de idade) e “fraco” (6 e 8 anos de idade). Para o teste de velocidade todos os grupos por idade foram classificados com um desempenho “fraco” e no teste de força de membros inferiores os indivíduos foram classificados com um desempenho “muito bom” (16 anos de idade), desempenho “bom” (6, 7, 9 e 15 anos de idade), e “razoável” (8, 10, 11, 12, 13, 14 e 17 anos de idade). Ao comparar os resultados dos testes de aptidão física com a literatura, acredita-se que é possível que os testes realizados em campos de futebol, podem ter resultados subestimados em comparação com quadras poliesportivas, sugerindo a importância de futuras comparações. De acordo com os testes estatísticos desenvolvidos o grupo estudado pôde ser dividido em apenas 2 grupos, com características físicas e antropométricas significativamente diferentes entre sí. O algoritmo de aprendizado de máquina desenvolvido mostrou-se eficaz para agrupar indivíduos e identificar outliers, com potencial aplicação em contextos de alto rendimento e saúde. Os achados sugerem que apenas duas medidas de campo podem atender às necessidades das categorias de base, com uma transição acontecendo entre 11 e 12 anos. Estudos futuros devem incluir dados de adultos para validar e ajustar as dimensões propostas para campos de futebol. Palavras-chave: Futebol. Aptidão Física. Ciência de Dados.Item Alterações dos comportamentos humanos habituais e autopercepção da saúde durante a pandemia de COVID-19 numa comunidade universitária(Universidade Federal de Viçosa, 2022-11-25) Guilherme, Larissa Quintão; Amorim, Paulo Roberto dos Santos; http://lattes.cnpq.br/2014056040579843A COVID-19 ocasionou mudanças nos comportamentos de movimentos da população devido às suas sequelas e o isolamento social, impactando o estado de saúde e tornando suas consequências a longo prazo desconhecidas e/ou inconclusivas. Assim, o principal objetivo do estudo foi identificar alterações de hábitos relacionados à saúde, nível de atividade física (NAF), comportamento sedentário (CS) e índice de massa corporal (IMC) numa população universitária. Trata-se de um estudo transversal com 1655 indivíduos de ambos os sexos (17 a 72 anos) vinculados a Universidade Federal de Viçosa. Aplicou-se um formulário online adaptado do "ConVid: Pesquisa de Comportamentos" e a versão curta do International Physical Activity Questionnaire. O teste de McNemar foi utilizado para a comparação dos indicadores relacionados ao NAF, CS, consumo de tabaco, álcool e IMC, considerando os momentos “antes versus durante” a pandemia (α=5%). Realizou-se também, regressões multinomiais apresentando como desfecho a autopercepção do estado de saúde (AES) e o número de sintomas, associadas com medidas sociodemográficas e comportamentais. Observou-se que durante a pandemia houve um aumento de indivíduos que não atingiram as recomendações nas três categorias do NAF (p<0,001), caminhada (42,8% para 80,6%); AF moderada (74,3% para 80,6%) e AF vigorosa (64,6% para 71,8%). Além de aumento do CS (p<0,001), considerando o tempo de uso elevado (≥4h) para TV (2,4% para 12,7%) e de computador/tablet (58,1% para 81,8%). O consumo de álcool passou de 64,1% para 64,9% (p<0,001) e o uso de cigarros foi de 5,7% para 7,8% (p<0,001). Foi constatado aumento do percentual de obesidade (7,7% para 11,1%) e sobrepeso (22,6% para 28,1%). Quando avaliado a associação entre a AES e número de sintomas com medidas sociodemográficas e comportamentais, observou-se que não ser da cor branca (OR= 1,62; p=0,029); ter ensino médio completo (OR= 3,21; p<0,001); ter renda diminuída ou ficar sem (OR=3,67; p<0,001); autoavaliar-se com uma piora na mudança da saúde (OR=20,20; p<0,001); conter diagnóstico para 1 doença crônica ou mais (OR=4,78; p<0,001; OR=5,60; p<0,001); apresentar 5 ou mais sintomas da COVID-19 (OR=3,23; p<0,001) e 3 ou 4 sintomas (OR=3,02; p<0,001), foram fatores que contribuíram para chances elevadas da AES “ruim/péssima”. Entre os fatores comportamentais, destaca-se, não atingir as recomendações do NAF, caminhada (OR=2,52; p=0,01), AF moderada (OR= 3,83; p=0,002), AF vigorosa (OR=3,05; p<0,001); tempo de tela elevado (OR=1,79; p=0,041); obesidade (OR=1,17; p<0,001) e fumar (OR=2,59; p=0,002). Em relação ao número de sintomas, conter 1 DCNT (OR=2,31; p<0,001); autoavaliar-se com AES “ruim/péssima” (OR=1,86; p=0,044), contribuíram para chances elevadas de apresentar “1 a 3” sintomas. Enquanto má qualidade de sono (OR=2,00; p<0,001); consumir bebida alcóolica (OR=1,68; p<0,001); fumar (OR=1,80; p=0,008) apresentaram maiores chances de “4 ou mais” sintomas. Tais resultados demonstraram que a população avaliada apresentou um estivo de vida menos ativo, mais sedentário e com aumento do excesso de peso. Ademais, medidas sociodemográficas e comportamentais apresentaram influência sobre a AES e no número de sintomas da COVID-19. Tais comportamentos podem aumentar os fatores de risco à saúde, necessitando, portanto, de intervenções multidisciplinares. Palavras-chave: Atividade física. Comportamento sedentário. Hábitos. COVID-19. Indicadores do estado de saúde.Item Análise cinemática da mecânica respiratória: efeitos da atividade física e idade(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-17) Rodrigues, Isabella Martins; Pereira, Eveline Torres; http://lattes.cnpq.br/7967693005855826O envelhecimento pode causar diversas alterações fisiológicas e estruturais nos sistemas do corpo humano. O sistema respiratório sofre alterações como diminuição da capacidade respiratória, complacência pulmonar e torácica, calcificação das cartilagens costais e diminuição da força muscular. Entretanto, as alterações mecânicas causadas pelo envelhecimento ainda são pouco descritas pela literatura. Nesse contexto, o objetivo geral da dissertação foi descrever os padrões de movimentação toracoabdominal durante a respiração de mulheres fisicamente ativas através da análise cinemática tridimensional, além de avaliar os efeitos do envelhecimento e de um treinamento físico. Para analisar os movimentos respiratórios, foram utilizadas as manobras de volume corrente e capacidade vital. As coordenadas tridimensionais dos 32 marcadores retro-reflexivos posicionados no tronco foram adquiridas por câmeras optoeletrônicas, e posteriormente utilizadas para estimar o volume do tórax superior, tórax inferior e abdômen, para cálculo subsequente das variáveis para a definição do padrão respiratório. No primeiro estudo, o objetivo foi investigar os efeitos do envelhecimento e caracterizar o padrão e a coordenação dos movimentos respiratórios dos compartimentos toracoabdominais. Setenta e três mulheres fisicamente ativas foram divididas em três grupos: jovens, meia idade e idosas, com idade entre 19 e 80 anos. O percentual de contribuição inspiratório e o coeficiente de correlação foram calculados com o objetivo de analisar o padrão e a coordenação de movimento toracoabdominal durante a respiração, respectivamente. Os resultados mostraram que o envelhecimento causa uma mudança no padrão de movimento em ambas as manobras, que inicia com uma respiração torácica superior, passa por uma fase de transição com o aumento da contribuição do tórax inferior e chega a uma maior contribuição abdominal com o aumento da idade. Além disso, a diminuição da coordenação de movimento foi observada com o envelhecimento, apesar das participantes não apresentarem assincronia de movimento. No segundo estudo, o objetivo foiavaliar os efeitos de 12 semanas de um treinamento físico multicomponente no padrão e na coordenação dos movimentos toracoabdominais respiratórios de mulheres fisicamente ativas acima de 40 anos. Trinta e duas mulheres foram divididas em 2 grupos: meia idade e idosas. O treinamento físico multicomponente foi aplicado durante 12 semanas, sendo dividido em 3 sessões semanais com duração de 50 minutos. A variação de volume total inspiratório, o percentual de contribuição inspiratório e o coeficiente de correlação foram calculados com o objetivo de analisar o padrão e a coordenação de movimento durante a respiração pré e pós-treinamento. Os resultados sugerem que 12 semanas de treinamento físico multicomponente podem causar efeitos como o aumento do percentual de contribuição inspiratório do tórax inferior, sendo mais enfatizado na capacidade vital. Além disso, foi observada uma diminuição do percentual de contribuição inspiratório do abdômen, que pode estar relacionada com um aumento da contração abdominal durante uma inspiração forçada, podendo diminuir a mobilização de ar. Todas as participantes apresentaram movimentos respiratórios coordenados, com ênfase na coordenação entre os compartimentos torácicos. Em conclusão, essa dissertação sugere que existe uma mudança no padrão respiratório e uma diminuição da coordenação de movimento, que podem ser reflexos mecânicos das alterações fisiológicas e estruturais do envelhecimento. Além disso, apesar de não ser um treinamento especificamente respiratório, o treinamento físico multicomponente pode proporcionar alterações positivas, como o aumento da contribuição do tórax inferior e, consequentemente, da ação do diafragma. Palavras-chave: Padrão respiratório. Cinemática. Envelhecimento.Item Análise do comportamento de equipes de futebol por meio das ações ofensivas e defensivas com bola: uma perspectiva a partir da pedagogia do esporte(Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-19) Anon, Iago Cambre; Lopes, Mariana Calabria; http://lattes.cnpq.br/9037408103211809O objetivo geral da presente tese foi compreender a análise de jogo e o seu papel no futebol à luz da pedagogia do esporte, sendo que para isso foram escritos dois artigos científicos. O primeiro estudo teve como objetivo identificar o grau de explicação do saldo de gols para as diferentes equipes em uma competição, neste caso a Bundesliga. Os resultados apontaram que o conjunto de variáveis explicativas é específico para cada clube, indicando assim sua singularidade nas demandas do jogo enfrentadas pelas equipes. O segundo estudo teve como objetivos: i) analisar a associação da métrica de expectativas de gols obtida por meio do processo de Markov com o saldo de gols da partida; ii) e identificar o grau de explicação das variáveis com bola acerca da métrica de expectativa de gols em diferentes fases das competições, sendo elas Copa do Mundo Feminina 2019 e Copa do Mundo Masculina 2018. Observou-se que a expectativa de gols, obtida por meio do processo de Markov, é representativa do contexto do jogo e que as mudanças no grau de explicação e as variáveis significativas no modelo indicam o ineditismo do contexto. Pode-se concluir, no geral, que quando a análise de jogo é realizada com base na pedagogia do esporte, há uma sensibilidade maior aos contextos, o que permite melhor adequação de seu uso no cotidiano de equipes de futebol, direcionando assim aspectos pedagógicos e de treinamento. Palavras-Chave: Futebol; Análise de Jogo; Pedagogia; Performance; Análise explicativa; Demandas do jogo.Item Análise do comportamento tático em diferentes configurações de jogo: contribuições para o processo de formação no futebol(Universidade Federal de Viçosa, 2020-08-31) Silvino, Marcos Paulo de Freitas; Costa, Israel Teoldo da; http://lattes.cnpq.br/0048597082759174Objetivou-se com esse trabalho analisar o comportamento tático de jovens jogadores em diferentes configurações de jogo e identificar as suas contribuições para o processo de formação no futebol. O trabalho é composto de 3 artigos científicos. O primeiro objetivou revisar a literatura sistematicamente a fim de compreender o comportamento de jogadores e equipes de futebol em jogos realizados em diferentes configurações de jogo, de modo a contribuir para a identificação de lacunas para a realização de futuros estudos. Com este estudo observou-se que há uma pluralidade de fatores que influenciam os comportamentos de jogadores, que emergem durante os jogos, devendo estes serem elementos basilares na construção das estruturas dos treinos e jogos, objetivando a melhora no desempenho de jogadores e equipes. O segundo estudo analisou o comportamento tático de jovens jogadores (sub-08 ao sub-12) em jogos formais e jogos reduzidos, sob a perspectiva da modelação tática e da dinâmica de interações. Foram realizados três jogos por categoria em cada formato (formal e reduzido), dos quais foram analisados os comportamentos nas fases e momentos do jogo, através das variáveis da modelação tática, e as interações realizadas através dos passes, por meio das variáveis de análise de redes sociais. Os jogos reduzidos, demandam um jogo com maior velocidade e amplitude na circulação da bola, porém com menor duração. Em contrapartida os jogos formais podem contribuir para uma maior participação, por terem mais espaço e tempo para agir, diminuindo a pressão dos adversários durante as ações. O terceiro artigo teve por objetivo comparar o comportamento tático de jovens jogadores (sub-08 ao sub-12) ao de jogadores profissionais, de modo a identificar qual é a contribuição dos jogos formais e reduzidos no processo de formação. Além da realização da análise dos jogos formais e reduzidos, foram analisados nove jogos do Campeonato Brasileiro 2018 como padrões de referência de comportamento. Comparou-se os comportamentos em cada formato de jogo com os das equipes profissionais, objetivando identificar as contribuições para o processo de formação. Em termos de participação, o jogo formal, tal qual é jogado nos profissionais, pode contribuir de forma melhor, por terem mais espaço e tempo para agirem. Já os jogos reduzidos, proporcionam um ambiente com demandas semelhantes às dos profissionais, como a velocidade e a amplitude na circulação da bola, mas respeitando as condições dos jovens jogadores. Além do mais, oferece estímulos importantes para a formação, contribuindo com a motivação e a manutenção do foco no objetivo do jogo. As adaptações nas estruturas se justificam pelas diferenças entre crianças e adultos, além de apresentar demandas benéficas para o alcance dos objetivos do processo formativo, alinhados aos conteúdos e respeitando as capacidades e as etapas do desenvolvimento dos jogadores. Palavras-chave: Futebol. Formação. Jogos reduzidos.Item Análise do desempenho cognitivo, tático e físico de jogadores de futebol: uma abordagem a partir da fadiga física(Universidade Federal de Viçosa, 2021-01-29) Dambroz, Felipe Ruy; Costa, Israel Teoldo da; http://lattes.cnpq.br/1820724787843546No futebol, os jogadores realizam um elevado número de tomada de decisões em um ambiente com restrição de tempo e espaço, a fim de ajustarem de forma contínua seus comportamentos estratégicos e táticos ao contexto dinâmico do jogo. Isso tem resultado em aumento substancial na sobrecarga cognitiva e física dos jogadores. Dessa maneira, investigar como o desempenho esportivo de jogadores de futebol é influenciado pela fadiga física tem sido objeto de interesse nas ciências do esporte. Assim, o presente trabalho teve por objetivos: i) analisar, descrever e discutir o estado da arte no que diz respeito aos efeitos da fadiga física sobre o desempenho de jogadores de futebol e as lacunas científicas existentes na literatura; ii) verificar como a percepção periférica e a tomada de decisão de jogadores de futebol são influenciadas pela fadiga física; e iii) verificar como a percepção periférica, o comportamento tático e o desempenho físico de jogadores de futebol são influenciados pela fadiga física. Na revisão sistemática, os estudos mostraram resultados divergentes quanto ao desempenho cognitivo, variando conforme a tarefa cognitiva e o protocolo de indução de fadiga física empregados. Por sua vez, as componentes, técnica e física, sofreram efeitos negativos da fadiga física, sendo encontrada queda no percentual de acerto dos fundamentos técnicos (passe, drible e finalização) e redução na capacidade de sprint e distância percorrida, respectivamente. Por fim, para a componente tática, os resultados indicaram que a capacidade de sincronia dos movimentos verticais e horizontais da equipe apresentou aumento após a indução de uma fadiga física. Em relação ao segundo objetivo, o tempo de resposta na tomada de decisão apresentou diminuição; já o percentual de acerto na tomada de decisão e a percepção periférica não sofreram alteração após a indução de uma fadiga física. Quanto ao terceiro objetivo, os resultados indicaram manutenção da percepção periférica, redução no número de ações táticas dentro do centro de jogo e aumento na eficiência do comportamento tático nos princípios de espaço com bola, cobertura ofensiva e concentração após a indução de uma fadiga física. Por outro lado, houve redução na eficiência de realização dos princípios táticos de equilíbrio defensivo, equilíbrio de recuperação, unidade defensiva e no total defensivo, bem como no desempenho físico. De acordo com esses resultados, conclui-se que o desempenho esportivo de jogadores de futebol sofre influência da fadiga física. Palavras-chave: Fadiga Física. Tomada de Decisão. Percepção Periférica. Comportamento Tático. Avaliação.Item Aplicação termográfica no futebol e perfil térmico de jogadores profissionais(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-29) Afonso, Anderson da Silva Fernandes; Marins, João Carlos Bouzas; http://lattes.cnpq.br/2408194700720374INTRODUÇÃO: Diversas tecnologias vêm sendo empregadas no futebol com o intuito de potencializar a performance dos atletas, otimizar a recuperação após estímulos e auxiliar no processo de prevenção de lesões, e uma dessas principais ferramentas é a termografia infravermelha (TI). OBJETIVOS: (1) Apresentar as possibilidades e os benefícios da aplicação da termografia infravermelha no âmbito do futebol; (2) Comparar, por meio de imagens termográficas, a bilateralidade térmica das articulações do joelho na condição pré-lesão, imediatamente após uma lesão e na cirurgia, assim como ao longo da recuperação; (3) Estabelecer o perfil térmico de jogadores de futebol profissional, bem como verificar se a função tática altera esse perfil, além de propor faixas térmicas que caracterizam condições hipo ou hiperradiadas em diferentes regiões corporais de interesse (RCIs). METODOLOGIA: A dissertação foi estruturada em forma de três artigos, com abordagens metodológicas diferentes, sendo elas: no primeiro trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa; no segundo, de um estudo de caso; e, no terceiro, de um estudo descritivo do perfil térmico em jogadores profissionais de futebol. Para realização do artigo 1 foram empregadas referências bibliográficas diversificadas na temática de termografia e futebol, em diferentes bases de dados, como Scielo e Pubmed, e referências dos artigos levantados que foram considerados relevantes para a composição do texto, de forma a compor um referencial teórico para seu emprego no futebol. O artigo 2 foi um estudo de caso de um atleta de futebol profissional que, em ambiente de treino, teve uma lesão de joelho do tipo fratura de polo inferior da patela direita, a qual foi diagnosticada por exame de imagem, havendo necessidade de intervenção cirúrgica. O monitoramento termográfico foi feito em quatro momentos: pré-lesão, pós-lesão, pré-cirurgia e pós-cirúrgico (totalizando aproximadamente 85 dias). No último artigo foi realizado um estudo com a participação de 61 atletas, todos do sexo masculino (27,6 ± 4,22 anos; 75,8 ± 7,39 kg; 179 ± 0,06 cm; 23,7 ± 1,65 IMC; 11,3 ± 0,98% G), sendo considerados atletas profissionais de futebol de linha, com 15,2 ± 4,5 anos de prática da modalidade desde as categorias de base até o profissional, disputando regularmente campeonatos estaduais e nacionais. O estudo foi realizado em duas etapas: a primeira, caracterizada como preparatória, e a segunda, para a realização da coleta das imagens termográficas. RESULTADOS: Artigo 1 – A TI no futebol pode ser empregada de diferentes formas: a) no auxílio no controle de carga física de treinamento; b) na prevenção de lesões; c) como apoio clínico na contratação de um novo atleta; d) como auxílio no monitoramento de lesões e na reabilitação de um atleta; e) como auxílio em um dos processos de recovery (crioimersão). Artigo 2 – Antes da lesão, a diferença bilateral da temperatura máxima, média e mínima entre os joelhos indicava um quadro de normalidade térmica. Após seis dias da lesão, a diferença da temperatura máxima aumentou em 1,09 °C em função da lesão. Após 11 dias de cirurgia ocorreu redução dessa diferença, caindo para 0,81°C, indicando o efeito positivo da intervenção cirúrgica e da ação medicamentosa. No entanto, após 65 dias da intervenção cirúrgica a diferença registrada era considerável, sendo de 3,57°C, o que indica uma recuperação inadequada, provavelmente com presença de inflamação, tendo em vista que o atleta não seguiu as orientações de recuperação, não oferecendo assim condições para ele voltar a treinar conforme inicialmente previsto. Artigo 3 – O tratamento estatístico revelou que os dados tiveram distribuição normal. Houve diferença significativa na temperatura da pele entre os lados direito e esquerdo na maioria das RCIs analisadas, com exceção da região corporal de interesse (RCI) Semimembranoso, além dos joelhos na visão anterior e posterior. Contudo, somente duas RCIs tiveram diferenças bilaterais médias clinicamente consideradas relevantes, por serem maiores que 0,5°C, sendo elas o Vasto Medial (VM) e o Semitendinoso (ST). CONCLUSÕES: A TI é uma ferramenta extremamente versátil que pode oferecer suporte a diferentes membros de uma comissão técnica de uma equipe de futebol. Ela pode dar suporte desde a tomada de decisão sobre a contratação ou não de um jogador, ao permitir a possibilidade de identificar lesões “ocultas” ortopédicas, bem como no seu dia a dia, auxiliando na prevenção de lesões, ou no monitoramento, caso elas ocorram, em busca de um estado de normalidade térmica. Existem indícios de que ela pode ser usada como uma forma de controle de carga de treino. As imagens térmicas auxiliaram diretamente no acompanhamento do tratamento e da evolução clínica do atleta, podendo ser uma ferramenta auxiliar importante na condição de recuperação do atleta pós-intervenção cirúrgica. Os resultados obtidos, especialmente na última avaliação, indicam que o procedimento de recuperação não foi adequado. A função tática do jogador de futebol não altera o perfil térmico de membros inferiores. Com exceção das RCIs VM e ST, as diferenças estatísticas bilaterais encontradas são inferiores a 0,5°C, indicando serem simétricos do ponto de vista clínico. Cada RCI exige um perfil térmico específico para caracterizar anormalidades térmicas consideradas hipo ou hiper-radiadas. Palavras-chave: Performance; Prevenção de lesões; Temperatura da pele; Termografia; Termorregulação.Item Aspectos motivacionais da prática regular de atividade física consoante características individuais em adolescentes de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-20) Morais, Gleison Silva; Santos, Fernanda Karina dos; http://lattes.cnpq.br/8965901571850794Apesar do acesso à informação sobre Atividade Física (AF) e saúde na era digital, e da existência de inúmeros programas que incentivam a Prática Regular de Atividades Físicas (PRAF), os índices mundiais de inatividade física entre adolescentes ainda são alarmantes, ultrapassando 80%. Para enfrentar essa questão, é necessário compreender os fatores que contribuem para a inatividade física nesse grupo, incluindo aspectos biopsicossociais e motivacionais. Compreender esses aspectos pode ser a chave para identificar os fatores mais eficazes na promoção e manutenção do engajamento dos adolescentes na PRAF. Assim, o objetivo do estudo foi investigar os aspectos motivacionais para a PRAF, considerando as características individuais de adolescentes praticantes regulares de AF de Viçosa-MG. A pesquisa, envolveu 560 adolescentes de ambos os sexos, com idades entre 15 e 19 anos, regularmente matriculados no ensino médio de 10 escolas (7 públicas e 3 privadas). Foram utilizados questionários para obter dados de caracterização da amostra, dimensões e regulações motivacionais, além de serem realizadas avaliações antropométricas, para auxiliar na identificação do estado nutricional dos indivíduos. A pesquisa foi dividida em dois artigos originais, ambos com análise inferencial. Após análise de normalidade dos dados, foram utilizados os testes estatísticos U – Mann Whitney, Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn e a Correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi de α=5%. No primeiro artigo, observou-se que 36,6% dos adolescentes foram categorizados como insuficientemente ativos, apesar de serem praticantes regulares de AF. Além disso, 73,6% foram classificados como eutróficos. Houve diferenças nas preferências de AF entre os sexos, com os rapazes praticando uma variedade maior de modalidades de AF. Em relação à quantidade de tipos de AF praticadas, houve equidade entre os sexos, com a maioria praticando principalmente um tipo de AF, geralmente em ambientes fechados. As dimensões Prazer (PR), Saúde (SA) e Estética (ES) foram as mais importantes para a PRAF, enquanto a Competitividade (CO) foi a menos relevante, independentemente das características individuais. No segundo artigo, as correlações entre as regulações motivacionais apresentaram padrões diferentes conforme cada característica individual. As moças apresentaram correlações mais fortes entre as regulações mais autônomas, destacando a autonomia e a internalização do comportamento a PRAF. A amotivação correlacionou-se negativamente com regulações mais autônomas entre os sexos. Nos grupos etários, os rapazes apresentaram um padrão correlacional parecido, com diferença apenas na força de correlação entre a regulação externa e introjetada. As moças mais jovens apresentaram correlações e magnitudes maiores do que as mais velhas, particularmente entre amotivação e as demais regulações. Descobertas recentes destacam a importância de considerar grupos etários e regulações motivacionais específicas ao incentivar a PRAF entre adolescentes de acordo com suas características individuais. Além disso, os resultados indicam que a motivação para a PRAF varia conforme o estado nutricional em cada sexo, reforçando a necessidade de estratégias personalizadas para minimizar a evasão da AF regular e incentivando comportamentos motivados mais autônomos na PRAF entre adolescentes. Palavras-chave: Atividade física. Motivação. Adolescente. Faixa etária. Sexo. Estado nutricional.Item Assistência à saúde de crianças nascidas com a síndrome congênita do Zika vírus e qualidade de vida e nível de atividade física de suas cuidadoras(Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-20) Lopes, Jaqueline Salgado; Pereira, Eveline Torres; http://lattes.cnpq.br/4325200601034259Nesta pesquisa, o objetivo foi verificar a realidade do atendimento de crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZK) no Estado de Pernambuco e a Qualidade de Vida (QV) e o Nível de Atividade Física (NAF) de suas cuidadoras primárias. Para tanto, foi utilizada uma abordagem quanti-qualitativa do tipo descritiva. A amostra foi composta por 78 mulheres, mães e cuidadoras, tendo como critérios de inclusão os seguintes itens: ser mãe/pai ou cuidador de crianças de 0 a 3 anos de idade com diagnóstico confirmado de SCZK. Como instrumentos para a coleta de dados, utilizaram-se a entrevista semiestruturada (anotações e gravação das respostas) e o diário de campo. As análises quantitativas foram realizadas por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) Statistics 23 e as qualitativas, o software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ) 0.7 alpha 2. Por meio da investigação, obteve-se um perfil amostral predominante de mães biológicas, com a média de idade de 29,32 anos (DP ±7,36), casadas ou em união estável (73,1%); e 71 (94,7%) crianças com SCZK pesquisadas possuem acesso a pelo menos um atendimento de estimulação precoce, entretanto com baixa frequência e duração nas sessões. Além do acesso a EP, buscou-se compreender o perfil das cuidadoras quanto ao QV e ao NAF. Diante dos resultados, percebeu-se a insatisfação com relação ao tempo de lazer e à prática de AF nesse período (lazer). Sabendo da importância da EP para crianças com deficiência e o importante papel da família e, principalmente, dos cuidadores primários, faz-se necessário repensar políticas públicas de atenção e cuidado dessas mães e cuidadoras tanto em seu suporte de autocuidado quanto de orientação com ferramentas para o estímulo e cuidado de seus filhos.Item Associação entre o desenvolvimento motor e a participação esportiva em crianças dos 6 aos 10 anos de idade(Universidade Federal de Viçosa, 2020-11-30) Silva, Danielle de Campos; Santos, Fernanda Karina dos; http://lattes.cnpq.br/9348499972457538Como uma das áreas do comportamento motor, o desenvolvimento motor considera a complexidade do movimento para compreender o sujeito ao longo da vida. No decorrer das fases do desenvolvimento motor, espera-se que seja alcançada a proficiência para a realização de habilidades motoras, ou então a competência motora. Além disso, outro aspecto motor importante do desenvolvimento motor é a coordenação motora global (CMG), considerada como uma condição precedente a aquisição das habilidades motoras. Um aspecto fundamental associado à competência motora durante a infância é a prática da atividade física. Dentre as práticas de atividade física, sabe-se que o esporte sistematizado pode potencializar a aquisição do repertório motor ao longo da infância. Contudo, torna-se necessário fortalecer as evidências quanto a relação dos aspectos do desenvolvimento motor com a participação esportiva sistematizada em crianças dos 6 aos 10 anos de idade, entendida como uma fase crucial para a progressividade das fases do movimento. Assim, o objetivo do presente trabalho foi investigar a relação entre o desenvolvimento motor e a participação esportiva em crianças dos 6 aos 10 anos de idade. Para isso, dois artigos foram conduzidos. O primeiro artigo foi uma revisão narrativa para compreender os aspectos motores do desenvolvimento motor e, posteriormente, o estado da arte da relação dos mesmos com a participação esportiva das crianças na segunda infância. Já no segundo artigo, foi realizado um estudo de desenho transversal, com 100 crianças que praticavam 2 esportes ou mais, com pelo menos 1 ano de prática. O objetivo foi analisar a CMG associada às características da prática esportiva (tempo de prática e diversidade de atividades esportivas). Para isso, foi utilizado o teste Körperkoordinationstest für Kinder para mensuração da CMG e uma entrevista semiestruturada com os pais/responsáveis legais para determinara prática em atividades esportivas das crianças. Foi observada relação positiva e regular entre a CMG e o tempo de prática (ρ = 0.172, p<0,05) e a não associação significativa entre a CMG e a diversidade de atividades esportivas (ρ=0.056, p>0,05). Sendo assim, torna-se evidente que a relação entre os aspectos motores do desenvolvimento motor e a participação esportiva é importante para compreender o sujeito em movimento, em especial a CMG, compreendida como uma condição imprescindível para a progressão da aquisição das habilidades motoras e posteriormente ao desenvolvimento motor. A interveniência entre os aspectos do desenvolvimento motor e a prática de esportes sistematizados permite compreender a individualidade da progressão do movimento de cada sujeito e tal informação pode enriquecer o conhecimento de profissionais da Educação Física para particularizar a intervenção motora quando necessário. Palavras-chave: Desenvolvimento Motor. Coordenação Motora Global. Habilidade Motora. Participação Esportiva. Participação esportiva sistematizada. Criança.Item Associação entre o nível de atividade física, competência motora, competência motora percebida, aptidão física relacionada à saude e índice de massa corporal em crianças(Universidade Federal de Viçosa, 2018-10-26) Pereira, Elenice de Sousa; Santos, Fernanda Karina dos; http://lattes.cnpq.br/5067088133353125O presente estudo objetivou analisar a associação entre nível de atividade física (NAF), competência motora (CM), competência motora percebida (CMP), aptidão física relacionada à saúde (AFRS) e índice de massa corporal (IMC) em crianças de 6 a 10 anos. O delineamento do estudo foi caracterizado de corte transversal. A amostra foi composta por 217 crianças (117 meninos, 100 meninas), na faixa etária de 6 a 10 anos. O NAF foi mensurado através de pedômetro (Yamax, Digi-Walker, modelo SW 200, Japão); para a análise da CM foi utilizada a bateria de testes TGMD-3; a CMP foi avaliada através Escala Pictográfica de Avaliação da Competência Percebida em Habilidades Motoras; para mensurar a AFRS foram realizados os testes curl up (força abdominal), push up (força de membros superiores), salto horizontal (força de membros inferiores), sit and reach (flexibilidade) e corrida/caminhada de 6 minutos (aptidão cardiorrespiratória); o índice de massa corporal (IMC) foi utilizado para caracterização do estado nutricional das crianças. As diferenças entre os sexos nos NAF, CM, CMP, AFRS e IMC foram testadas através dos testes t de Student e “U” de Mann-Whitney, conforme determinado pelo teste de normalidade para verificar a distribuição dos dados. Para analisar a relação entre as variáveis, foi utilizada o teste de correlação de Spearman. A associação entre NAF, CM, CMP, AFRS e IMC foi testada no Modelo de Equações Estruturais (MEE). As análises estatísticas foram realizadas nos softwares SPSS 22.0 e Mplus 6.12 para windows. Os resultados demonstram que houve diferenças significativas entre os sexos para as variáveis: NAF, nas componentes da AFRS: força abdominal, força de membros superiores, aptidão cardiorrespiratória e escore da AFRS (p<0,05). Os resultados da correlação de Spearman revelaram que a CM correlacionou positivamente com a AFRS (p = 0,001) e com a AF (p = 0,003). As análises do MEE revelaram que a relação entre CM e NAF foi mediada pela AFRS (p=0,032) e o efeito total dessa relação foi estatisticamente significativo (p=0,002). Na relação entre CM e IMC o efeito indireto (mediação) ocorreu somente pela AFRS (p=0,021) e o efeito total da relação foi estatisticamente significante (p=0,034). Desta forma, conclui-se que, o presente estudo, fornece evidências de que bons níveis de CM e AFRS na segunda infância relacionam- se com o estado nutricional do sujeito. Assim, parece imperativo promover o desenvolvimento da CM e AFRS nos primeiros anos da infância para amenizar a possibilidade de desenvolver trajetórias negativas de CM e AFRS (ou seja, sem alteração ou desempenho reduzido) e sobrepeso/obesidade em idades futuras.Item Associação multivariada e múltipla da saúde mental com medidas sociais, condições de saúde e comportamentos humanos habituais de uma comunidade acadêmica durante o período pandêmico da COVID-19(Universidade Federal de Viçosa, 2023-04-27) Bedim, Natiele Resende; Amorim, Paulo Roberto dos Santos; http://lattes.cnpq.br/2282887851374933Esta dissertação teve como objetivo geral avaliar a saúde mental (SM) por meio da investigação dos sentimentos de isolamento, tristeza-depressão e ansiedade-nervosismo e associar com fatores sociodemográficos e comportamentais, estado de saúde e índice de massa corporal de uma comunidade universitária. Trata-se de um estudo observacional e corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), composto por uma amostra de 1655 voluntários, de ambos os sexos, com faixa etária de 17 a 72 anos, dos segmentos da comunidade acadêmica (discentes e servidores ativos) da UFV, nos campi Florestal, Rio Paranaíba-MG e Viçosa. Foi utilizada uma versão adaptada dos questionários “ConVid: Pesquisa de Comportamentos” e versão curta do “International Physical Activity Questionnaire” aplicados de forma online correlacionando a SM com fatores sociodemográficos, estado de saúde, COVID-19, comportamentos de rotina, de movimento e sedentários, sono, hábitos sociais e índice de massa corporal, assumindo o nível de rejeição de hipótese de nulidade de α=5% para as análises estatísticas. Os sentimentos foram avaliados individualmente por meio da regressão logística binária e de forma multivariada pela Análise Correspondência Múltipla. O modelo Two Step Cluster apresentou 7 classes ajustadas com a melhor medida de separação e coesão = 1,0 (Bom), valor de Bayesian Information Criterion igual a 236,511, razão do tamanho entre as classes de maior e menor prevalência igual a 13,65, as quais resultaram em 3 classificações da SM: “pior SM” com 54,7% dos participantes que sentiram “muitas vezes ou sempre” os sentimentos de solidão, tristeza, depressão, ansiedade e nervosismo; “moderada SM” com 34,1%; e “melhor SM” com 11,2% dos indivíduos que sentiram “poucas vezes ou nunca” os sentimentos. A regressão multinomial mostrou que a faixa etária até 39 anos (60 anos ou mais OR: 0,223; p<0,001; 40 a 59 anos OR: 0,168; p<0,001), sexo feminino (masculino OR: 0,288; p<0,001), apenas Ensino Médio completo (OR: 3,876; p<0,001), mantiveram a renda (OR: 3,281; p=0,0020) e a diminuíram (OR: 9,724; p<0,001), receberam Auxílio Emergencial (não receberam OR: 0,330; p<0,001), diagnóstico de doença crônica não transmissíveis (2 ou mais OR: 4,120; p<0,001; apenas 1 OR: 3,747; p<0,001), caso grave ou falecimento da família ou amigos (OR: 1,850; p<0,001), diminuíram o trabalho doméstico (mantiveram o trabalho doméstico OR: 0,349; p=0,035), moderada (OR: 5,985; p<0,001) e muita dificuldade na rotina (OR: 49,926; p<0,001), moderada (OR: 5,088; p<0,001) e muita dificuldade no trabalho e estudo (OR: 30,572; p<0,001), má qualidade do sono (OR: 13,487; p<0,001), não atingiram as recomendações de atividade física (AF) moderada (OR: 1,720; p=0,005) e AF vigorosa (OR: 1,787; p=0,001), ≥4horas/diárias de TV (OR: 1,941; p=0,002) e computador/tablet (OR: 2,131; p<0,001), eutróficos (sobrepeso OR: 0,68; p=0,039) apresentaram mais chances de serem classificados com pior SM que as classes moderada e melhor SM. Concluímos, a partir dos agrupamentos e das análises multivariadas, que as mudanças dos comportamentos, no estilo de vida e o impacto socioeconômico provocados pelo isolamento social da COVID-19, aumentaram as chances de percepções negativas nos sentimentos e na SM da população avaliada. Palavras-chave: Saúde Mental. Solidão. Depressão. Ansiedade. Atividade Física. Tempo de Tela. COVID-19.Item Avaliação da percepção térmica de homens e mulheres durante o exercício autorregulado(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-13) Araújo, Samuel Ribeiro; Gomes, Thales Nicolau Prímola; http://lattes.cnpq.br/1613312446670484Este estudo teve como objetivo comparar as respostas térmicas subjetivas de homens e mulheres durante o exercício físico autorregulado. A amostra foi composta por 10 homens e 11 mulheres, com idade média de 21,3 ± 1,89 anos e 23,36 ± 2,69, respectivamente. O percentual de gordura foi estatisticamente diferente entre os grupos, sendo 9,50% ± 1,98 para os homens e 21,88% ± 2,67 para as mulheres. O peso e a estatura foram diferentes entre os grupos: 65,44 ± 5,37 kg e 174,20 ± 6,31 cm para os homens e 57,23 ± 4,44 kg e 161,14 ± 3,23 cm para as mulheres. A área de superfície corporal específica (ASC/kgcm 2 ) não diferiu entre os grupos, sendo 273,50 ± 10,88 cm 2 para os homens e 279,18± 10,36 cm 2 para as mulheres. O VO 2max não foi diferente entre os grupos, consistindo em 40,48 ± 7,74 ml/km/min -1 para os homens e 38,28 ± 6,87 ml/km/min -1 para as mulheres. Os voluntários receberam uma refeição padrão na noite anterior ao teste e, na manhã antes da realização dos testes, as refeições foram elaboradas por uma nutricionista (CRN9 – 6421). Os voluntários foram submetidos a duas sessões de exercício autorregulado, sendo uma sessão realizada com aquecimento passivo da face por convecção, na qual a temperatura e velocidade do ar direcionado para a face foram 36,83 ± 1,45 oC e 0,91 ± 0,23 m/s para os homens e 36,58 ± 1,315oC e 1,06 ± 0,80m/s para as mulheres. As sessões controle foram realizadas sem o aquecimento passivo da face. A temperatura da sala foi controlada a 25 oC em todas as sessões experimentais. Os exercícios foram realizados no período da manhã, e, antes do exercício, a densidade específica da urina era avaliada para atestar o estado de hidratação. Foram medidas a temperatura do canal auricular (T central ), a temperatura da pele (T pele ), a pressão arterial, a frequência cardíaca (FC). As variáveis subjetivas foram avaliadas por meio de escalas de conforto térmico, sensação térmica, percepção de esforço, sede e sensação de sede. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SigmaPlot 11.0., e a normalidade destes foi realizada pelo teste Shapiro-Wilk. Os dados de características dos grupos foram analisados por meio do teste estatístico T- Student. Os dados de T central , T pele, pressão arterial, hidratação, FC, dados do desempenho e parâmetros subjetivos foram analisados por meio do procedimento estatístico ANOVA TWO WAY de medidas repetidas. Os dados de acúmulo de calor (AC), a taxa de acúmulo de calor (TAC), a perda hídrica, o limiar e a sensibilidade termoaferente da pele foram analisados utilizando-se o método estatístico ANOVA ONE WAY de medidas repetidas. As correlações foram realizadas pelo método de Spearman. Os indivíduos estavam fisicamente ativos e todos se encontravam hidratados no pré-exercício. Não foi observada diferença entre os grupos para os dados de desempenho, carga (W), cadência (rpm), velocidade (km/h) e distância (km). Em relação às variáveis cardiovasculares, foram observadas diferenças entre homens e mulheres. Na situação com aquecimento passivo, os homens (HCA) obtiveram valores mais elevados de pressão arterial sistólica (PAS) (minutos 5, 30, 35, 50 e 60), na pressão arterial diastólica (PAD) (minutos 30-45 e 60) e na pressão arterial média (PAM) (minutos 20, 30-45, 55 e 60) em comparação às mulheres (MCA). A FC não diferiu entre os grupos. Não foram observadas diferenças entre os grupos na T central . A T pele dos HCA foi maior que MCA (minutos 20 e 52-58) e que HSA (minutos 52-60). A T pele dos HSA foi maior que das MSA no minuto 30. A temperatura da testa (T testa ) foi maior para HCA e MCA do que para HSA e MSA. Não foram observadas diferenças para AC, TAC, limiar e sensibilidade termoeferente da pele. A sudorese foi diferente para HSA e MAS, tendo HSA alcançado sudorese total maior. Não foram observadas diferenças entre os grupos na percepção de esforço. As MCA apresentaram maior desconforto térmico que os HCA (minutos 3-16 e 21-35) e que MSA (minutos 3- 18 e 21). MSA apresentaram maior desconforto térmico que HSA (minutos 23,25 e 28-60). As MCA sentiram mais calor que HCA (minutos 1, 5-16 e 27- 31), e que MSA (1-15,17 e 19). As MSA sentiram mais calor que HSA (minutos 25-32 e 36-60). As MCA sentiram mais sede que as MSA (minuto 2-60). Quanto à sensação de sede, as MCA apresentaram valores maiores em comparação às MSA nos minutos 30 e 35 da questão 3 (Q3). As correlações foram realizadas em função da T cental , T pele , do conforto térmico e da sensação térmica. Para os HCA, todas as correlações foram fortes. Para as MCA, a maioria das correlações com a T pele variou de fraca a moderada; a FC e rpm apresentaram correlações fracas em todas as comparações. Para os HSA, a pele apresentou correlações para a maioria das comparações; as correlações foram fortes apenas com a sensação e com a T central . As demais correlações variaram de moderadas a fortes, exceto quando as correlações foram feitas com a FC e rpm. Mediante isso, concluímos que mulheres durante o exercício autorregulado apresentam respostas diferentes dos homens quanto à percepção térmica.Item Avaliação do nível de atividade física habitual e comportamento sedentário dos pacientes diabéticos com e sem neuropatia periférica atendidos pelo Centro Hiperdia Minas – Microrregião de Viçosa(Universidade Federal de Viçosa, 2016-08-31) Nascimento, Fernanda Ribeiro; Amorim, Paulo Roberto dos Santos; http://lattes.cnpq.br/9354398916092020O diabetes mellitus é um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que pode levar a várias complicações de saúde como a neuropatia periférica diabética. A neuropatia periférica diabética é a complicação crônica mais comum e incapacitante do diabetes, pois com a degeneração dos nervos o paciente passa a apresentar sintomas e sinais que levam a um risco aumentado para úlceras e amputações, principalmente nos membros inferiores. O manejo da neuropatia periférica diabética inclui principalmente tratamento medicamentoso, pois os efeitos da atividade física nesse público ainda são pouco explorados. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o nível de atividade física habitual e comportamento sedentário dos pacientes diabéticos com e sem neuropatia periférica diabética atendidos pelo Centro Hiperdia Minas – Microrregião de Viçosa. Foram avaliados 75 indivíduos divididos em três grupos de 25 indivíduos, sendo grupo neuropatia periférica diabética (NPD), grupo diabetes (D) e grupo controle (C), com idades entre 35 e 70 anos, de ambos sexos. Para avaliação do nível de atividade física habitual e comportamento sedentário foi utilizado o acelerômetro tri-axial WGT3X-BT (Actigraph, USA) na cintura por uma semana. A avaliação da neuropatia periférica diabética foi realizada por enfermeira treinada no próprio Centro Hiperdia. Foram avaliados ainda a capacidade funcional e a qualidade de vida dos indivíduos e para caracterização da amostra, medidas antropométricas de massa corporal e estatura com posterior cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). As médias de idade foram de 55,60 ± 8,47 anos, 56,56 ± 8,92 anos e 49,48 ± 7,67 anos para os grupos NPD, D e C. As médias de massa corporal foram de 80,46 ± 16,5 kg, 77,15 ± 16,29 kg e 67,62 ± 13,60 kg para os grupos NPD, D e C. As médias de estatura foram de 1,65 ± 0,11 m, 1,59 ± 0,10m e 1,64 ± 0,10m para os grupos NPD, D e C. As médias de IMC foram de 29,55 ± 6,9 kg/m 2 , 30,40 ± 7,45 kg/m 2 e 25,07 ± 3,97 kg/m 2 para os grupos NPD, D e C. Não foram verificadas diferenças significativas entre o nível de atividade física habitual dos grupos avaliados sendo encontradas médias de 299,28 ± 185,64 minutos/semana, 312,71 ± 177,68 minutos/semana e 340,53 ± 165,52 minutos/semana para os grupos NPD, D e C. Também não foram encontradas diferenças significativas no comportamento sedentário sendo encontradas médias de 682,35 ± 63,08 minutos/dia, 695,59 ± 56,98 minutos/dia e 702,85 ± 40,10 minutos/dia para os grupos NPD, D e C. Na avaliação da capacidade funcional foi verificado que o grupo C obteve melhores escores para todos os testes aplicados e que os grupos NPD e D tiveram desempenhos similares nos mesmos. Na qualidade de vida avaliada pelo “SF-36” também obtiveram os melhores escores em todos os domínios o grupo C sendo similares os valores dos grupos NPD e D para quase todos os domínios, exceto para o domínio de dor onde o grupo NPD apresentou escore pior do que os demais grupos. Na avaliação do nível de atividade física habitual do grupo neuropatia periférica diabética de acordo com o desenvolvimento da neuropatia foi verificado que aqueles pacientes sem sensibilidade protetora plantar apresentaram valores significativamente menores do que os pacientes com sensibilidade protetora plantar presente (194,89 ± 152,34 minutos/semana vs. 381,30 ± 171,18 minutos/semana) e os pacientes com maior grau de sintomas neuropáticos apresentarem menores tempos de atividade física habitual que aqueles com quadro menos grave da doença (243,87 ± 174,82 minutos/semana vs. 417,01 ± 158,12 minutos/semana), no entanto, com relação aos sinais neuropáticos não foi verificada diferença significativa no nível de atividade física habitual entre os pacientes com quadro mais grave ou menos grave (306,42 ± 188,38 minutos/semana vs. 276,65 ± 191,96 minutos/semana). Concluímos que não houveram diferenças significativas entre os grupos no que diz respeito ao nível de atividade física habitual e comportamento sedentário, porém verificamos que o grau de desenvolvimento da neuropatia pode interferir no nível de atividade física habitual desses pacientes.Item Avaliação do Programa Segundo Tempo Universitário na Universidade Federal de Viçosa(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-31) Gonçalves, Victor Lana; Marins, João Carlos Bouzas; http://lattes.cnpq.br/3524617684418708O esporte consiste em um fenômeno que foi historicamente construído, que abrange múltiplas manifestações e foi transformado pelas necessidades, possibilidades e objetivos de diferentes personagens. Nas universidades brasileiras, a prática esportiva, por vezes, esteve presente com maior ou menor protagonismo. Quanto a sua forma, foi conteúdo de inúmeras relações sociais, independentemente da dimensão do rendimento, lazer/participação ou educacional. No entanto, a partir de 2003, com o surgimento de um ministério específico para tratar do esporte, as ações passaram a receber uma coordenação nacional, e as políticas públicas, nesse campo, foram aperfeiçoadas e expandidas. Dessa forma, as pesquisas sobre avaliação das políticas públicas são importantes, pois permitem qualificar e aprofundar essas ações. Assim, este trabalho possui dois objetivos centrais em que se estruturaram dois artigos: no primeiro, realizou-se um levantamento da produção científica das políticas públicas de esporte e lazer (PPEL); e, no segundo, avaliou-se, sob diferentes dimensões, o Programa Segundo Tempo Universitário (PSTU) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Para realizar a pesquisa, foi feita uma revisão sistemática, seguida de pesquisa documental e entrevistas dirigidas, pois, a partir delas, é possível apreender, compreender e analisar produções e documentos sobre a temática investigada. Os principais resultados do primeiro artigo sinalizaram uma concentração da produção acadêmica nacional nas regiões Sudeste e Sul; as instituições públicas receberam a maior atenção dos pesquisadores nacionais em seus estudos, e o Governo Federal apresentou-se como o ente federado que mais financia ações nesse campo. Dentre essas ações, os estudos debruçaram-se sobre a REDE CEDES, o PELC e principalmente o PST; porém, não foram identificados documentos com ênfase no PSTU. No segundo artigo, apontou-se que o PSTU-UFV cumpriu parte considerável dos objetivos propostos pelo Ministério do Esporte, contemplou e superou todas as metas de atendimento estabelecidas no convênio e reduziu o custo por beneficiado. Como impacto do PSTU, a UFV implantou o Programa Esporte e Lazer na UFV (PELU), ação que busca dar continuidade na oferta de modalidades esportivas, na perspectiva educacional, aos acadêmicos da Instituição. No primeiro artigo, concluiu- se que a publicação de estudos científicos no campo das políticas públicas de esporte e lazer para universitários precisa avançar nas revistas associadas à Educação Física, tendo em vista principalmente que muitas produções desse subcampo são divulgadas em revistas relacionadas às ciências humanas e sociais. Quanto à avaliação do PSTU- UFV, foi um programa eficaz e eficiente, deixando um impacto efetivo de fornecimento de práticas esportivas gratuitas à comunidade universitária. É importante salientar que, no segundo artigo, não se ensejou esgotar as avaliações e análises possíveis de serem realizadas em uma política pública, como o PSTU-UFV, mas, a partir dos instrumentos utilizados, se observando questões relevantes no desenvolvimento de programas, o que serve de subsídio para aperfeiçoar e valorizar a proposta.Item Avaliação do treinamento físico com natação e o tratamento com nebivolol no processo aterosclerótico de camundongos apoE-/-(Universidade Federal de Viçosa, 2013-04-03) Rodrigues, Mayra Eugenio; Peluzio, Maria do Carmo Gouveia; http://lattes.cnpq.br/4842655175685857A doença arterial aterosclerótica é uma das maiores causas de morte no mundo. Medidas farmacológicas e não farmacológicas, são terapias comumente utilizadas e associadas a um decréscimo na incidência de eventos cardiovasculares. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do treinamento físico com natação e o tratamento com nebivolol no processo da aterosclerose em camundongos adultos apoE-/-. Foram utilizados 28 camundongos apoE-/- com 17 semanas de idade, submetidos a 6 semanas de treinamento com natação (60 min/sessão/dia, 5 dias/semana) e tratamento com 2,0 μmol/kg de peso corporal de nebivolol. Os animais foram divididos em 4 grupos: controle: apoE-/- sem medicamento e sem exercício (G1, n = 7); apoE-/- com medicamento e sem exercício (G2, n = 7); apoE -/- sem medicamento e com exercício (G3, n = 7); apoE -/- com medicamento e com exercício (G4, n = 7). O peso dos animais foi avaliado semanalmente. Ao final do experimento os animais foram eutanasiados e o sangue coletado foi imediatamente centrifugado para obtenção do soro para análise do perfil lipídico e enzimas indicadoras de hepatotoxidade. A aorta, parte do fígado, rim e coração foram removidos, lavados em solução fisiológica, conservados em formol neutro a 10% (pH = 7,0) e após 24 horas transferidos para uma solução de 70% de etanol para as análises histopatológicas. Na aorta também foi realizada imunofluorescência. Fragmentos do fígado e do rim foram congelados e mantidos a -80oC até a análise da atividade enzimática da catalase e superóxido dismutase. Os músculos sóleo e gastrocnêmio também foram congelados para análise da atividade da enzima citrato sintase. Não houve diferença estatística entre os grupos para desenvolvimento, perfil lipídico, aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, dessa forma os tratamentos não foram capazes de interferir nesses parâmetros. A fosfatase alcalina foi significativamente maior nos grupos treinados, podendo ser indicativo de alteração do metabolismo ósseo. A estenose no lúmen da raiz aórtica foi menor no G2 em relação ao G1, demonstrando que o nebivolol foi capaz de inibir a progressão da placa. Nas análises histopatológicas do fígado tanto os grupos treinados quanto os tratados com medicamento apresentaram menor porcentagem de esteatose, indicando um papel importante dos tratamentos em prevenir o acúmulo de gordura hepática. No rim, os tratamentos não demonstraram alterações no número e área dos glomérulos. G1 e G4 apresentaram um percentual maior de colágeno total no coração que os grupos G2 e G3. Em relação à razão colágeno tipo I/III, não houve diferença significativa entre os grupos. A expressão da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) na aorta do animais de todos os grupos ocorreu essencialmente na camada adventícia da artéria, sugerindo um processo inflamatório iniciado nesta camada. A atividade da catalase (CAT) no fígado foi significativamente inferior nos grupos treinados. Já a atividade da superóxido dismutase (SOD) do grupo G3 foi inferior em relação aos grupos não treinados. Não houve diferença significativa na atividade enzimática de SOD e CAT no rim. Este trabalho sugere que o protocolo de exercício proposto não alterou positivamente o processo aterosclerótico neste modelo animal, porém o nebivolol foi capaz de reduzir a área das lesões ateroscleróticas e o conteúdo de colágeno. A expressão da iNOS ocorreu na camada adventícia da artéria de todos os grupos. Além disso, tanto o medicamento quanto o exercício foram capazes de atuar de forma positiva, diminuindo o acúmulo de gordura no fígado, e o exercício atuou reduzindo a atividade antioxidante de SOD e CAT neste órgão nos grupos treinados.Item Avaliação dos efeitos do treinamento de força na avaliação da independência funcional de pessoas com lesão medular: um estudo de caso(Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-08) Freitas, Karla Raphaela da Silva Ramos; Pereira, Eveline Torres; http://lattes.cnpq.br/1115520018290272A Lesão Medular Espinhal (LME) pode levar a alterações sensoriais, motoras e autonômicas, gerando impactos econômicos, sociais e nas realizações das atividades de vida diária, resultando, assim, na redução da qualidade de vida do indivíduo. As alterações podem ter maior ou menor impacto, dependendo da gravidade e da extensão da lesão, e podem também estar associadas ao estilo de vida após a lesão. As limitações na realização das atividades diárias podem levar, ainda, a necessidade de auxílio de terceiros, além de interferir também nos domínios de atividade e de participação. A manutenção dos níveis de funcionalidade tem se tornado um dos principais objetivos das equipes multidisciplinares que atuam nos atendimentos de pessoas com LME. Nesse sentido, os exercícios físicos têm tomado força enquanto possibilidade de intervenção. Entretanto, nem sempre é fácil estabelecer parâmetros para o processo de avaliação desses indivíduos em resposta ao exercício físico como intervenção. É sob esse contexto que este estudo objetivou investigar as influências do treinamento de força sobre a independência funcional de pessoas com LME. Para isso, foi necessário entender quais instrumentos são mais utilizados nessa avaliação e quais os entendimentos que os autores possuem sobre os termos utilizados. Uma revisão sistemática foi realizada com buscas a partir das cominações dos termos evaluation OR assessment OR measurement AND “functional status” OR “functional capacity” AND “spinal cord injury”. Os resultados indicaram que, em relação ao instrumento utilizado para análise da funcionalidade, as escalas Functional Independence Measurement (45,45%) e Spinal Cord Independence Measure (27,27%) foram as mais utilizadas, além de forte associação da funcionalidade de pessoas com LME a medidas de mobilidade e deslocamento. No entanto, não se pode chegar a um consenso em relação aos entendimentos dos termos por parte dos autores. Um estudo de caso foi elaborado para avaliação da funcionalidade em um grupo de quatro adultos com LME de ambos os sexos, submetidos ao treinamento de força de intensidade moderada a alta duas vezes por semana, durante oito semanas. A independência para as atividades diárias foi avaliada por meio da versão brasileira da Spinal Cord Independence Measure – Self – Reported Version (brSCIM-SR). Entretanto, os resultados não foram conclusivos. Observa-se que, apesar da adequação quanto à utilização da escala, algumas interpretações dos voluntários podem ter dificultado as análises dos escores. Em conclusão, a utilização de instrumentos de avaliação da independência funcional em pessoas com LME em pesquisas e ações em comunidade é importante, e, instrumentos autoaplicáveis podem ser interessantes para reduzir gastos com a aplicação de testes. Também se chegou à hipótese de que as características do grupo relacionadas ao tempo de lesão e à adaptação à rotina e o fato de não estarem vinculadas a centros de reabilitação podem interferir nos resultados das aplicações dessas avaliações e na interpretação dos instrumentos pelos indivíduos, razão por que ainda necessitam de mais estudos. Palavras-chave: Avaliação funcional, Independência Funcional, Treinamento Resistido, Lesão Medular Espinhal.