Ciência Florestal
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/171
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Item Caracterização florística e fitossociológica da vegetação arbustivo-arbórea colonizadora de uma área degradada por mineração de caulim, no município de Brás Pires, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-21) Araújo, Fernanda Sguizzatto de; Martins, Sebastião Venâncio; http://lattes.cnpq.br/6830850947671079Este estudo teve por objetivo caracterizar a composição florística e a estrutura fitossociológica da vegetação arbustivo-arbórea colonizadora e o solo, de uma área degradada por mineração de caulim, em Brás Pires, MG. A atividade minerária foi iniciada em 1980 e finalizada em 1985. Nos 20 anos subseqüentes, a encosta onde foi depositado o estéril, anteriormente utilizada como pastagem, foi isolada e um processo de regeneração natural iniciou-se, estando atualmente ocupada por uma vegetação florestal secundária. O levantamento fitossociológico abrangeu uma área de 0,5 ha subdividida em 50 parcelas contíguas de 10 m X 10 m. Foram incluídos todos os indivíduos com CAP igual ou maior a 10 cm. A composição florística foi o resultado desse levantamento, acrescida de coletas fora da área de amostragem. As espécies amostradas foram classificadas quanto à categoria sucessional e síndrome de dispersão e os indivíduos foram agrupados em classes de diâmetro. Fez-se uma comparação com 9 levantamentos realizados em florestas da região e um do estado de São Paulo, em estádios sucessionais distintos, para a verificação da similaridade florística entre as áreas. Para a caracterização do substrato foram amostrados três perfis ao longo da encosta. As amostras de cada horizonte foram submetidas a análises químicas e físicas. A amostragem fitossociológica resultou em 1010 indivíduos, pertencentes a 47 espécies distribuídas em 40 gêneros e 25 famílias. Destacaram-se em valor de importância as espécies Piptadenia gonoacantha, Luehea grandiflora, Anadenanthera peregrina, Cecropia glaziovi, Cecropia hololeuca e Xylopia brasiliensis. A florística totalizou 64 espécies, distribuídas em 50 gêneros e 30 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Leguminosae (11), Annonaceae (5), Lauraceae e Melastomataceae (4), enquanto o gênero de maior riqueza específica foi Machaerium com 3 espécies. A maior similaridade florística ocorreu com um fragmento em Cruzeiro, SP, estando ambas as áreas em início de sucessão. Na distribuição das espécies em categorias sucessionais, as secundárias inicias ocuparam a primeira posição, seguidas das pioneiras, perfazendo juntas, 80% do total das espécies amostradas. A maioria das espécies (62%) foi dispersa por animais, enquanto que a maioria dos indivíduos (68%), foi dispersa pelo vento. Isso sugere que a colonização da área foi iniciada por espécies anemocóricas, destacando a importância de indivíduos remanescentes, além da proximidade de fragmentos e sua fauna associada. A análise da distribuição dos diâmetros revelou uma comunidade em plena regeneração, com representação em todas as classes diamétricas. O substrato, nas condições em que se encontra, não impede o estabelecimento da vegetação. Há uma diferenciação clara entre o material de origem do solo (horizonte C), a camada de estéril e o solo original (soterrado). Os solos são predominantemente arenosos, principalmente com relação à camada de depósito e o horizonte C. Todos os horizontes foram classificados como franco arenosos, com exceção dos horizontes do solo soterrado. O solo demonstrou baixa fertilidade natural, baixa CTC e saturação de bases. No geral, os valores de saturação de alumínio foram altos, assim como o carbono orgânico. O pH e a acidez potencial (H+Al) foram considerados médios. A camada de estéril apresentou os maiores valores para a maioria das variáveis medidas, sendo os valores encontrados para as outras camadas mais baixos. Assim, pode-se inferir que o papel da ciclagem de nutrientes nesse sistema tem sido fundamental para a manutenção da vegetação, assim como sua capacidade de retenção de água, permitindo um adequado suprimento de umidade.Item Impacto de estradas sobre mamíferos terrestres: o caso do Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-22) Scoss, Leandro Moraes; Silva, Elias; http://lattes.cnpq.br/9917221550126963Estradas são empreendimentos necessários e essenciais à vida humana, pois permitem o deslocamento de pessoas e produtos, trazendo desenvolvimento e progresso. Entretanto, os impactos de estradas em áreas naturais são pouco conhecidos no Brasil. Neste sentido, este trabalho foi desenvolvido no Parque Estadual do Rio Doce (PERD), Minas Gerais, com o objetivo de avaliar os impactos provocados pela estrada da Ponte Queimada (MG-122), interna ao PERD, sobre mamíferos terrestres. Para tanto, foi estimada a riqueza de espécies de mamíferos terrestres às margens da estrada, além da intensidade com que estas espécies utilizam a estrada e suas margens, e com que frequência são atropeladas. Como sugestão à direção da unidade, foi proposto um programa de monitoramento da riqueza de espécies de médios e grandes mamíferos que utilizam a estrada. Foram utilizadas parcelas de areia (50x50 cm) para obtenção das pegadas de espécies de mamíferos em duas áreas (1 e 2). Cada área recebeu uma grade ixde amostragem composta por três transectos paralelos e a três diferentes distâncias da estrada: 12, 82 e 152 metros, para o interior da floresta. Cada transecto recebeu 20 parcelas de areia, que foram monitoradas em média dois dias por mês, durante os meses de Março a Novembro de 2000. A proporção de pegadas de cada espécie nas parcelas de areia foi utilizada como indicativo de sua abundância relativa. Das 16 espécies identificadas, Puma concolor, Leopardus wiedii e Tapirus terrestris estão presentes no Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais. As espécies mais abundantes foram Dasyprocta sp., Didelphis spp., Sylvilagus brasiliensis e Cuniculus paca. O número de espécies foi diferente para cada área amostrada e, da mesma forma, os transectos de cada área diferiram no número de espécies que o utilizaram no período de amostragem (inferência por intervalo de confiança; p<0,05). Os resultados indicam que a presença da estrada altera a forma de utilização da área para muitas espécies de mamíferos, formando um gradiente de uso do espaço entre a borda da estrada até 152 metros para o interior da floresta. As duas áreas apresentaram padrões diferentes de uso do habitat, com efeitos de borda sobre mamíferos de pelo menos 82m e 152m para as áreas 1 e 2, respectivamente. A estrutura da vegetação às margens da estrada, parece ser um dos principais fatores responsáveis pelas diferentes estimativas de riqueza de espécies entre as áreas. O registro de animais atropelados durante o estudo foi relativamente baixo (n=9), entretanto, se for considerado que essa estrada corta uma unidade de conservação, fragmentada, com populações pequenas e isoladas, devem ser implementadas medidas minimizadoras deste tipo de impacto, evitando que perdas importantes sejam registradas no futuro. A principal conclusão foi a de que a estrada está atuando tanto como corredor, como barreira, atraindo e repelindo a mastofauna do PERD. Finalmente, foram apresentadas informações para o estabelecimento de um método quantitativo de análise a partir de pegadas, como um procedimento válido para estudos de Impacto Ambiental e Biologia da Conservação.