Ciência Florestal
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/171
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Item Padrões socioeconômicos e a relação com a oferta de serviços ecossistêmicos das áreas verdes urbanas(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-25) Sousa, Abraão Marcos Borges Cardoso de; Martini, Angeline; http://lattes.cnpq.br/6212606619043442A urbanização acelerada no Brasil gerou diversos problemas ambientais e sociais, afetando a qualidade de vida nas cidades, especialmente devido à diminuição do contato com a natureza. As áreas verdes urbanas oferecem serviços ecossistêmicos fundamentais para mitigar esses impactos. Contudo, a distribuição desigual dessas áreas nas cidades, frequentemente relacionada a fatores socioeconômicos, levanta questões de justiça ambiental. Este estudo tem como objetivo principal analisar os serviços ecossistêmicos ofertados por diferentes tipologias de áreas verdes em Belo Horizonte, considerando as desigualdades socioeconômicas regionais e a percepção da população. Para isso, a dissertação está estruturada em três capítulos. O primeiro analisa os serviços ecossistêmicos de regulação e suporte em diferentes tipologias de áreas verdes, considerando variações socioeconômicas regionais, por meio da análise da paisagem. O segundo capítulo investiga os serviços ecossistêmicos culturais oferecidos por essas áreas, relacionando-os aos padrões socioeconômicos das regionais de Belo Horizonte. Já o terceiro capítulo examina a percepção da população sobre os serviços e desserviços ecossistêmicos, explorando comportamentos, preferências de uso e disposição a pagar pela conservação desses espaços. Para os dois primeiros capítulos, a pesquisa abrangeu nove áreas verdes de Belo Horizonte, distribuídas em três regionais – Centro-Sul, Pampulha e Barreiro –, selecionadas com base no IDHM, e três tipologias distintas: parques abertos, parques fechados e praças. Os resultados revelaram que a tipologia das áreas verdes exerce maior influência na oferta e na percepção dos serviços ecossistêmicos do que os padrões socioeconômicos das regionais. Os achados indicaram que as desigualdades socioeconômicas não influenciam significativamente a oferta de serviços ecossistêmicos de regulação, suporte e culturais em Belo Horizonte. Por outro lado, a tipologia das áreas verdes mostrou-se determinante. Parques fechados, com maior extensão de floresta densa, destacaram-se na oferta de serviços de regulação e suporte, enquanto praças e parques abertos apresentaram menor capacidade. A análise dos serviços culturais revelou que, embora houvesse pequenas diferenças entre as regionais, a tipologia teve maior impacto na percepção e no uso desses serviços. Quanto à percepção dos serviços e desserviços, analisadas no capítulo três, houve concordância entre os entrevistados de que as áreas verdes fornecem serviços, sendo a melhoria da qualidade de vida e das condições climáticas os mais mencionados. Já a insegurança e as atividades ilícitas foram os desserviços mais citados. A avaliação das áreas verdes foi mais positiva nas regionais menos favorecidas, como o Barreiro, mas a disposição a pagar pela conservação foi similar entre todas as regionais. Parques fechados apresentaram melhor avaliação em relação à manutenção e menor percepção de desserviços, o que resultou em uma maior disposição a pagar pela conservação desses espaços. A pesquisa mostrou que, embora os moradores residam próximos a essas áreas a frequência de uso é esporádica. Conclui-se que as áreas verdes de Belo Horizonte desempenham um papel essencial na oferta de serviços ecossistêmicos e contribuem significativamente para a justiça ambiental, especialmente em regiões menos favorecidas. Isso reforça a necessidade de um planejamento urbano que considere as características específicas das áreas verdes, visando garantir o acesso equitativo à natureza e promover cidades mais inclusivas. Palavras-chave: Vegetação urbana; Justiça ambiental; Gestão da floresta urbana.