Ecologia
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Item Influência da formiga mutualista no investimento em defesas de plantas: um experimento de longa duração no sistema Cecropia-Azteca(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-11) Neves, Gabriela Zorzal; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/3679330638283908As plantas demonstram estratégias defensivas diversas contra seus inimigos naturais. Estas defesas podem ser diretas, como compostos químicos e estruturas físicas, e indiretas, como a associação com outros animais. As plantas mirmecófitas, por exemplo, vivem em associação íntima com formigas que desempenham função protetora em troca de alimento e locais de nidificação. Nesse sentido, investir em recursos para atrair formigas pode concorrer, em termos de alocação de energia, com o investimento em defesas diretas, gerando o chamado “trade-off”. Mais especificamente, na relação mutualística entre as formigas do gênero Azteca e as árvores do gênero Cecropia, já foi demonstrado que as formigas proporcionam múltiplos benefícios às plantas que vão além da proteção. No entanto, não se sabe exatamente como a presença das formigas influencia as características de defesa dessas plantas. A partir dessa lacuna, essa tese foi dividida em dois capítulos: O primeiro deles teve como objetivo testar se a presença de formigas (Azteca muelleri) e a herbivoria influenciam o investimento em defesas físicas em Cecropia glaziovii. No segundo capítulo foi determinado se a colonização por A. muelleri é capaz de mediar a existência de trade-off entre defesas químicas e físicas em C. glaziovii. Em relação ao primeiro capítulo, conduzimos dois experimentos, sendo um deles de simulação e outro de proteção de herbivoria em plantas no campo. Já no segundo capítulo, realizamos um experimento manipulativo de longo prazo (oito anos) para avaliar o investimento em defesas químicas e físicas em plantas colonizadas e não colonizadas. Com coletas mensais, acessamos dados de densidade de tricomas foliares (defesas físicas) e compostos fenólicos (defesas químicas) de plantas (C. glaziovii) colonizadas e não colonizadas pelas formigas (A. muelleri). Descobrimos que em plantas colonizadas por formigas a produção de tricomas é menor, independentemente da herbivoria. Encontramos também que a presença das formigas é um forte mediador do trade-off entre as defesas químicas e físicas de plantas; devido a redução na produção de tricomas com um incremento de compostos fenólicos apenas nas plantas não colonizadas. Nossos resultados reforçam a importância das formigas como defensoras, mas também como mediadoras da alocação e na provisão de recursos nessas plantas.Item Como ilhas florestais em uma matriz campestre modulam a diversidade funcional de formigas?(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-31) Alves, Gustavo Rocha; Paolucci, Lucas Navarro; http://lattes.cnpq.br/6830452735908765As comunidades biológicas são estruturadas por condições ambientais e processos bióticos. Assim, as espécies presentes na região com capacidade de se dispersar ocupam e se estabelecem de acordo com suas capacidades de superar condições do ambiente (filtros ambientais) e interações com outras espécies. Ambientes abertos (ex. campos) e fechados (ex. florestas) apresentam diferenças quanto às condições ambientais e exercem pressões diferentes nos organismos que ali se estabelecem. Ambientes abertos apresentam maior exposição à radiação, maior amplitude térmica e variações de umidade, enquanto ambientes fechados apresentam barreiras contra radiação, maior umidade e menor amplitude térmica. Ambientes fechados apresentam ainda uma maior complexidade no solo, devido à maior deposição de sedimentos. O Campo Rupestre é um ecossistema montano campestre, composto por uma vegetação herbácea e plantas de porte arbustivo. Nestes ambientes ocorrem naturalmente ilhas florestais (Capões de Mata), que possuem plantas de porte arbustivo e arbóreo. Esses dois ecossistemas contrastantes ocorrem lado a lado e sob as mesmas condições ambientais, o que faz destes sistemas ideais para se investigar como diferenças na estrutura da vegetação podem moldar características funcionais das espécies animais associadas. Assim, investigamos como os atributos morfológicos quantitativos contínuos de formigas respondem às variações ambientais existentes entre estes ambientes. Nossas hipóteses foram que i) a intensidade de radiação, pressão de vapor, amplitude térmica e de umidade selecionam formigas com atributos funcionais mais similares em ambientes abertos, e que ii) estes filtros exercem pressão sobre atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Nós mensuramos oito atributos em até seis indivíduos das 60 espécies de formigas coletadas, e avaliamos a distribuição destes atributos nas comunidades dos diferentes ambientes. Identificamos uma menor dispersão funcional em formigas de Campo Rupestre do que em Capão de Mata. Além disso, os resultados indicam uma forte influência de filtragem ambiental. Formigas de Campo Rupestre apresentaram mandíbulas menores, menor distância interocular, olhos mais compridos e pernas mais compridas do que as formigas de Capão de Mata. Nossos resultados embasam nossa hipótese de que a filtragem ambiental exerce forte influência na estruturação de comunidades de formigas de ambientes montanos. Além disso, demonstram como as comunidades de ambientes abertos estão mais suscetíveis à intensidade de radiação, amplitude de temperatura e umidade, apresentando homogeneização dos atributos relacionados à exploração, deslocamento e ocupação dos ambientes. Palavras-chave: Comunidades, Formigas, Atributos funcionais, Filtros ambientais, Dispersão funcional.Item Land use change and fire in Amazonia: impacts on invertebrates and their ecosystem functions(Universidade Federal de Viçosa, 2021-08-03) Ribeiro, Vanessa Soares; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/4430938745970126Anthropic disturbances such as land-use change and forest fires are responsible for modifying natural landscape structure. In the Southern part of the Amazon basin, changes in landscape structure due to anthropic actions occur intensely. In this region, the conversion of natural forests to agricultural lands and the increase of fires, either accidental or not, are responsible for modifying environmental characteristics. Changes in environmental characteristics are responsible for changes in the structure of communities and, consequently, altering ecosystem functions and services provided by different organisms. Invertebrates promote several ecosystem functions, such as secondary seed dispersal, nutrient cycling and organic matter decomposition. In this thesis, I investigated how anthropic disturbances in southern Amazonia affect ecosystem functions performed by different invertebrate groups. In the first chapter, I investigated how conversion of forests to agriculture alter ecosystem functions performed by ants and dung beetles in riparian forests. I evaluated predation promoted by ants, seed dispersal by ants and dung beetles, and dung removal in forested and cropland catchments. I showed that both groups suffered changes in species composition, but only in ants these changes altered ecosystem functions (seed dispersal). In the second chapter, I investigated the role of termites to organic matter decomposition in burned forests to understand which mechanisms explain possible variations in this ecosystem function. I showed increase in termite abundance, decrease of termite predation by ants, accompanied by increase in organic matter decomposition in burned forests. I concluded that anthropic disturbances altered ecosystem functions performed by invertebrates after anthropic disturbances, and these functions are an important factor for maintenance of forests and biodiversity. Keywords: Anthropic disturbance Ecosystem functions. Ants. Dung beetles. Termites.Item Efeito do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-25) Maia, Maria Luiza Bicalho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/5216540675107658Além de ser uma força evolutiva importante, influenciando na distribuição dos biomas e na manutenção da estrutura e função das comunidades, o fogo foi uma das primeiras ferramentas usadas pelo homem para modificar seu espaço. O aumento crescente de atividades humanas e desmatamento, com a extensão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira, têm tornado os incêndios florestais mais frequentes. O objetivo geral do estudo foi avaliar o efeito a curto prazo do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia. Para isso, testamos as seguintes hipóteses: 1) o efeito do fogo sobre a mirmecofauna de serapilheira causa uma diminuição na diversidade de espécies, sendo esse efeito maior no tratamento com adição de combustível; 2) existe um efeito negativo dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade de formigas. Adicionalmente, verificamos se a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas diferem entre si. O estudo foi desenvolvido numa área de transição Cerrado-Amazônia, no estado do Mato Grosso. O experimento de fogo foi realizado em seis plotes inseridos em uma área de 150 ha de vegetação típica da região, sem histórico pregresso de fogo. Cada um desses seis plotes foi re-dividido em três parcelas de 40 m2, cada uma com um tratamento: 1) fogo com adição de combustível, 2) fogo sem adição de combustível e 3) controle. Nos tratamentos com fogo foram tomadas medidas de parâmetros estruturais do fogo. As coletas de formigas foram realizadas num intervalo de 15 a 28 dias após a passagem do fogo experimental. Para a amostragem das formigas de serapilheira, utilizamos a metodologia do Extrator de Winkler. Foram peneiradas 10 amostras de Winkler por tratamento. Ao todo, foram realizadas 180 amostras de Winkler nos seis plotes. Nós amostramos 87 espécies de formigas, distribuídas em 32 gêneros, pertencentes a sete subfamílias. Houve uma menor frequência de espécies, riqueza média e riqueza acumulada no tratamento com adição de combustível como esperado, sendo que não houve diferença entre o controle e o sem adição de combustível. Além disso, não houve diferença na diversidade beta entre os tratamentos. Entretanto, houve uma maior contribuição do aninhamento quando comparados os tratamentos com adição e sem adição de combustível, ou seja, houve uma maior perda de espécies ao comparar esses dois grupos do que quando comparados ao controle. Apesar de não termos encontrado efeito direto dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade alfa e beta, a taxa de espalhamento e intensidade do fogo tiveram um efeito significativo sobre o aninhamento. Não encontramos evidências de que a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas sejam diferentes entre si. Nesse estudo observamos que a mirmecofauna de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia responde de formas distintas a diferentes regimes de fogo. A mirmecofauna não apresentou mudanças drásticas a curto prazo com um fogo de menor intensidade. Mas observamos que um aumento no combustível disponível para queima tende a originar fogos mais intensos que alteram a riqueza e frequência de espécies. De forma geral, a mirmecofauna de serapilheira da transição Cerrado-Amazônia apresentou a curto prazo resistência a um fogo menos severo.Item A importância do efeito Top-down em comunidades de insetos : formigas afetam o acesso dos cupins à matéria orgânica?(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-06) Souza, Tamires de Lima; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/6747490613296154O presente estudo teve como objetivo determinar se as formigas afetam negativamente o acesso dos cupins à matéria orgânica. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA-MP), em um fragmento de Mata Atlântica em Viçosa onde foram montadas 30 estações de coleta de dimensões 14x 2,5 m. Cada estação recebeu 12 “iscas celulósicas”, feitas de esterco bovino moldado que foram pesadas e secas individualmente antes de serem levadas ao campo. À cada 9 dias, as iscas de esterco eram monitoradas quanto à ocupação por cupins e uma isca de cada estação era coletada, seca e pesada novamente para a estimativa da perda de peso. Durante o experimento, 15 das 30 estações receberam 15g de sardinha a cada 5 dias com objetivo de aumentar a atividade de formigas nestas estações (grupo tratamento). Por outro lado, as outras 15 estações não receberam iscas de sardinha (grupo controle). Antes do início das coletas e no final de todo o experimento duas armadilhas do tipo pitfall foram montados em todas as estações. Em cada estação medimos também o risco de predação através do tempo gasto para encontro de iscas de cupins por formigas. Além disso, fizemos coleta ativa de cupins no solo de todas as estações. O peso final das iscas foi comparado entre as estações dos grupos controle e tratamento e a ocupação dos cupins no solo e nas iscas de esterco foi analisada levando-se em consideração a abundância e riqueza de formigas. (Os resultados indicam que embora as formigas sejam conhecidas como potenciais predadoras, em nosso sistema parece não afetar negativamente a comunidade de cupins. Em conjunto, estes resultados mostram que os efeitos parecem estar diluídos a nível de comunidades e precisam de novos estudos mais aprofundados,especialmente sobre o efeito direto das formigas sobre os cupins.Item Formigas bioindicadoras em floresta ecotonais: a resposta da mirmecofauna a diferentes distúrbios ambientais(Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-14) Almeida, Maria Fernanda Brito de; Ribeiro, Sérvio Pontes; http://lattes.cnpq.br/4653338538527060Distúrbios são eventos capazes de alterar as condições e a disponibilidade de recursos de um ambiente. Esses eventos podem variar em frequência, intensidade e magnitude, sendo muitas vezes responsáveis pela eliminação da biota nos locais atingidos. Os distúrbios podem ser de origem natural como aqueles causadas pelas flutuações pluviométricas, ou podem ser provocados por ações antrópicas como a contaminação de solos causada por poluentes. Quando naturais, esses eventos são reconhecidos por atuar como filtros ambientais capazes de moldar a estrutura das comunidades biológicas no tempo e no espaço, muitas vezes garantindo a diversidade genética do local. Entretanto, quando de origem antrópica os distúrbios podem ter efeitos catastróficos, que muitas vezes comprometem a recolonização dos ecossistemas impactados. Compreender como as comunidades respondem aos distúrbios é fundamental para o desenvolvimento de políticas de monitoramento, gestão e manejo de áreas impactadas. A utilização de formigas como ferramentas para bioindicação tem sido frequente nos estudos ecológicos. A sensibilidade e a rápida resposta deste grupo às alterações ambientais, além da ampla e abundante distribuição e da relativamente boa resolução taxonômica, fazem das formigas um modelo ideal para estudo de ambientes alterados. Inicialmente investigamos a resposta das comunidades de formigas diante do impacto (ou do histórico do impacto) provocado por inundações sazonais naturais em zonas de transição floresta-lagos. Em um segundo momento, verificamos a resposta das formigas aos impactos provocados pela percolação de rejeito de minério no solo de florestas ripárias. O estudo foi realizado no Parque Estadual do Rio Doce, sudeste do Brasil. Para os dois estudos, usamos dois transectos de 250 metros, paralelos à linha d’água. O primeiro transecto, ficava a 10 metros da água na zona de inundação (aqui chamada ecótono) e o outro transecto estava a 50 metros deste na floresta adjacente as zonas de inundação. Verificamos que as formigas apresentam um padrão na resposta a distúrbios naturais de inundação com maior abundância nos solos dos ecótonos, porém com riqueza e composição similares ao interior da floresta. As formigas de dossel, entretanto, tiveram maior riqueza e abundância no ecótono, porém, assim como para a fauna de solo, a composição foi semelhante ao interior da floresta. Para o distúrbio antrópico, as formigas apresentaram maior diversidade alfa e abundância nos ecótono contaminados, porém a diversidade beta não foi afetada por nenhum dos parâmetros físicos ou químicos testados. No entanto a frequência de algumas espécies (Ectatomma permagnum, E. tuberculatum, Atta sexdens e Camponotus crassus) foi intimamente relacionada a alguns dos parâmetros granulométricos. Pheidole aff. reflexans foi relacionada a concentração de metais, particularmente Fe e Mn presentes em alta concentração nos solos atingidos pelo rejeito. Assim, verificamos que P. reflexans é uma boa indicadora de áreas com grande concentração de metais. Também reforçamos a importância da presença da matriz florestal adjacente as áreas impactadas como fonte de espécies que atuarão na recolonização dos ambientes pós distúrbio Palavras-Chave: Distúrbios. Contaminação. Metais Pesados. Bioindicação. Mirmecofauna. Tese.Item Quais os papéis de aves e formigas na regeneração de uma árvore ornitocórica?(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-11) Falcon, José Eduardo Teixeira; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/9628808906574204O processo de dispersão de sementes é um importante passo no ciclo reprodutivo das plantas. Geralmente uma semente dispersa por um vetor primário, como uma ave, passa por eventos subsequentes que podem alterar sua probabilidade de estabelecimento, por exemplo a dispersão secundária por formigas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a contribuição relativa de dispersores primários (aves) e secundários (formigas) para a regeneração de Xylopia sericea, uma planta ornitocórica amplamente distribuída pelo Brasil. O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta semidecídua de Mata Atlântica em Viçosa (MG) entre fevereiro/2016 e março/2017. Foi estimada a produção de diásporos disponíveis para a dispersão utilizando coletores de diásporos alocados abaixo da copa de sete plantas de X. sericea. Foram realizados levantamentos de dispersores primários e secundários por meio de observações diretas da copa e de estações de amostragens utilizando diásporos como iscas, respectivamente. Por fim, entre julho/2016 e março/2017 foi acompanhada em campo a sobrevivência e distribuição de plântulas de X. sericea produzidas por cada agente dispersor. A produção média de diásporos/árvore foi de 820 e a maioria (67,2%) caiu viável abaixo da copa. As 12 espécies de aves observadas removeram 17,4% dos diásporos na copa, sendo 60% consumidos por dispersores legítimos que dispersaram em média por 6,6 m de distância. Aves predadoras consumiram 30% dos diásporos removidos por aves, representando um custo para a dispersão, no entanto ainda com estes custos. aves podem produzir potencialmente 8,6 plântulas ao final do processo. No solo, formigas removeram 46,5% dos diásporos e foram mais importantes quantitativamente para a dispersão que aves. Foram registradas 34 espécies de formigas e 181 interações com diásporos, sendo 37,6% remoções a uma distância média de 0,33 m. Destes, a metade foi realizada por formigas potencialmente granívoras que também podem prejudicar a regeneração de plântulas. No entanto o resultado geral encontrado demonstrou que plântulas próximas a ninhos sobreviveram mais que as distantes e a dispersão secundária incorporou praticamente o dobro de plântulas ao saldo final de plântulas produzidas por dispersores (15,9). Assim, embora possa haver grande variação e custos relacionados às interações com aves e com formigas, no processo de dispersão de X. sericea, a dispersão em duas fases é bastante vantajosa para espécie.Item Estudo ecológico e citogenético da formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni Wheeler, 1925 em ecossistema Costeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-27) Pereira, Tássia Tatiane Pontes; Cristiano, Maykon Passos; http://lattes.cnpq.br/5759564403722302O gênero Trachymyrmex possui um comportamento intermediário entre as formigas cultivadoras de fungo não-cortadeiras e cortadeiras, pois utilizam tanto matéria ogânica em decomposição como as formigas não cortadeiras quanto material vegetal cortado fresco como as cortadeiras para substrato no cultivo do fungo. Além disso, o gênero Trachymyrmex, o qual divergiu entre 15 e 20 milhões anos assumi uma posição filogenética intermediária. Esses aspectos fazem com o que o estudo das características biológicas das espécies que compõem esse gênero seja importante para compreender os passos intermediários na evolução do cultivo do fungo simbionte. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo ecológico e citogenético da espécie de formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni a fim de contribuir para a compreensão da evolução do grupo. A abordagem ecológica consistiu em descrever a arquitetura do ninho, a demografia da colônia em duas estações do ano e avaliar o padrão de distribuição dos ninhos em ecossistema de Restinga. A abordagem citogenética foi realizada por meio do estudo do cariótipo de quatro populações geograficamente distintas. O estudo ecológico foi realizado ao longo de três praias no litoral sul brasileiro, nas localidades de Morro dos Conventos-SC, Balneário Gaivota-SC e Torres-RS e o citogenético, além dessas três, incluímos uma população de Cachoeira do Campo-MG localizada a aproximadame nte 1.500km de distância das demais populações. Escavamos e coletamos 50 ninhos para descrição da arquitetura e demografia. Amostramos ninhos na paisagem por meio de quadrantes e utilizamos os índices R de Clarck e Evans e Ip de Morisita para o padrão de distribuição. Para o estudo citogenético, utilizamos os ninhos coletados para o estudo demográfico e um ninho da população de Cachoeira do Campo-MG. As colônias foram mantidas vivas em laboratório e utilizamos as larvas para coleta do tecido cerebral para obtenção de cromossomos metafásicos. Conduzimos a técnica convencional de Giemsa para avaliar número e a morfologia. Utiliza mos a coloração com fluorocromos CMA 3 e DAPI para avaliar a composição de bases GC/AT dos cromossomos. Nossos resultados nos permitiram afirmar que a arquitetura do ninho e a demografia da colônia variam entre as estações. No outono os ninhos apresentaram três câmaras de fungo e um número significativo de indivíduos da casta reprodutiva, já na primavera apresentou 5 câmaras em média e mais imaturos do que no outono. Estes resultados sugerem que as colônias de T. holmgreni investem em reprodução durante o outono estabelecendo novos ninhos durante o inverno e investem em crescimento durante a primavera e verão. Além disso, vii encontramos um padrão de distribuição agregado dos ninhos, indicando que provavelme nte fatores abióticos como disponibilidade de recurso e condições microclimáticas do solo interferem no sucesso do estabelecimento das colônias. O estudo citogenético mostrou que T. holmgreni não apresenta clinas cromossômicas sendo o cariótipo composto por 2n = 20M (n = 10), mas apresentam variação no tamanho total dos cromossomos. Além disso, T. holmgreni apresentou marcações positivas para o fluorocromo CMA 3 na região centromérica e pericentromérica, as quais foram negativas na coloração com DAPI, mostrando que essa região é rica em pares de bases GC. Esses resultados sugerem uma estabilidade desse cariótipo e que provavelmente as pequenas variações encontradas no gênero sejam resultados de rearranjos cromossômicos a partir desse cariótipo.Item Fire in the Amazon: impacts of fuel loads and frequency on ants and their interactions with seeds(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-15) Paolucci, Lucas Navarro; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/9491593321334653Fire is a major disturbance shaping the distribution and diversity of species across several biomes. Tropical forests rarely burn naturally, but human activities such as logging and agriculture fragment the original habitat, increasing fuel loads and consequently the flammability and frequency of understory fires. Southern Amazonian forests are currently facing extremely land-use change, and are under a state of high recurrent burning. Understory fires severely degrade the structure of these forests, but the role of fuel loads or fire frequency on their faunal communities has been little studied. Here we experimentally addressed how understory fires affect shade-adapted ant communities from southern Amazonian forests. In the first chapter we investigated the influence of fire and fuel loads on ant communities and their interactions with myrmecochorous seeds. Single fires and fuel addition were applied to plots in six replicated blocks, and ants were sampled in four strata: subterranean, litter, epigaeic and arboreal. We found that highly specialized taxa are the most sensitive, but species composition remained little altered. Fire reduced rates of seed location and transport, which we attribute to increased thermal stress, although enhanced fuel loads will not decrease ant diversity and ecosystem services through increased fire severity. In the second chapter we investigated the role of recurrent fires on ant communities, and assessed the extent to which their responses are consistent with those of trees. Two plots were subjected to annual and triennial fires over a six-year period, while one plot remained unburnt. Species diversity and composition varied similarly for trees and ants, with minor effects on richness, increased evenness and different species composition due to fire. However, fire had a much more severe impact on abundance and biomass of trees than of ants, reflecting the direct effects of fire on the former and indirect on the latter. In conclusion, we suggest that the prevention of recurrent fires should be of special concern for the maintenance of biodiversity of these forests, particularly considering that ants have a well-established role on indicating disturbances on other faunal groups, so such negative effects likely occur for other taxa from these forests as well.Item Restrição por sódio em formigas em ambientes naturais e antropizados(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Dias, Devlynn Coelho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/7355935025886468Vários elementos químicos são fundamentais para os organismos que compõem um ecossistema. Dentre os elementos importantes para os organismos, pode-se destacar o sódio, um elemento de fundamental importância para plantas e animais, por suas funções fisiológicas. Em habitats onde se observa qualquer intervenção do ser humano, se espera que haja uma modificação ou até mesmo restrição de certos elementos químicos. Consequentemente, como o sódio faz parte da solução de diversos solos no Brasil, pode-se esperar que com a ação antrópica, a disposição do sódio nos solos poderia ser também modificada. A partir disso, seria plausível esperar que essa alteração cause efeitos negativos também nos organismos associados a esses habitats modificados. Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho é determinar se modificações antrópicas na cobertura vegetal podem alterar a disponibilidade de sódio no ambiente, e consequentemente causar uma modificação na utilização desse nutriente pelos organismos presentes nesse habitat, sendo utilizadas aqui as formigas como objeto de estudo. Assim, os objetivos específicos do trabalho foram testar as seguintes hipóteses: i) a disponibilidade de sal no solo é maior em áreas antropizadas (ex. pasto e cafezal) do que áreas preservadas (matas) ii) a utilização de sal por formigas é maior em áreas preservadas (matas) do que em áreas com maiores ações antrópicas (ex. pasto e cafezal); iii) existe um efeito negativo da concentração de sódio no solo sobre a utilização de iscas de sódio por formigas, sendo que esse efeito é dependente do habitat amostrado (pasto, cafezal e mata). Para testar essas hipóteses foram escolhidos três habitats (cafezal, pasto e mata) nas Cidades de Alto Jequitibá, Alto Caparaó, Luisburgo, Viçosa e Ervália que compõem a Zona da Mata Mineira. Após o procedimento amostral de coleta de solos, procedeu-se a analise deste solo, a fim de identificar a concentração de sódio. Quanto as formigas, foram identificadas as espécies e preferências pelas soluções oferecidas. Para o procedimento amostral de formigas foram oferecidas soluções de água destilada, glicose e solução salina, colocadas diretamente sobre o solo, com distâncias de 2 metros entre si em uma parcela de 60x60 metros, em cada habitat estudado. Foi observado que a concentração de sódio nos solos de habitats antropizados (pasto e cafezal) foi maior do que em habitats naturais (mata) assim como previsto em nossa primeira hipótese. No entanto, ao contrário do esperado nas hipóteses 2 e 3, não houve efeito do habitat ou da concentração de sódio no solo sobre a utilização preferencial das iscas de sal pelas formigas. Para o presente estudo três possíveis fatores são apontados como principais: i) baixo número de “iscas visitadas por formigas”; ii) baixa concentração de sódio comparado a solos sódicos e iii) ausência de limitação de sódio para formigas nos três habitats. Finalmente, fazem-se necessários mais estudos, principalmente abordando diferentes tipos de usos do solo, que tentem investigar o efeito da antropização sobre a dinâmica de nutrientes e seu respectivo efeito sobre as comunidades naturais.