Ecologia
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Item Efeito do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-25) Maia, Maria Luiza Bicalho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/5216540675107658Além de ser uma força evolutiva importante, influenciando na distribuição dos biomas e na manutenção da estrutura e função das comunidades, o fogo foi uma das primeiras ferramentas usadas pelo homem para modificar seu espaço. O aumento crescente de atividades humanas e desmatamento, com a extensão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira, têm tornado os incêndios florestais mais frequentes. O objetivo geral do estudo foi avaliar o efeito a curto prazo do fogo sobre a comunidade de formigas de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia. Para isso, testamos as seguintes hipóteses: 1) o efeito do fogo sobre a mirmecofauna de serapilheira causa uma diminuição na diversidade de espécies, sendo esse efeito maior no tratamento com adição de combustível; 2) existe um efeito negativo dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade de formigas. Adicionalmente, verificamos se a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas diferem entre si. O estudo foi desenvolvido numa área de transição Cerrado-Amazônia, no estado do Mato Grosso. O experimento de fogo foi realizado em seis plotes inseridos em uma área de 150 ha de vegetação típica da região, sem histórico pregresso de fogo. Cada um desses seis plotes foi re-dividido em três parcelas de 40 m2, cada uma com um tratamento: 1) fogo com adição de combustível, 2) fogo sem adição de combustível e 3) controle. Nos tratamentos com fogo foram tomadas medidas de parâmetros estruturais do fogo. As coletas de formigas foram realizadas num intervalo de 15 a 28 dias após a passagem do fogo experimental. Para a amostragem das formigas de serapilheira, utilizamos a metodologia do Extrator de Winkler. Foram peneiradas 10 amostras de Winkler por tratamento. Ao todo, foram realizadas 180 amostras de Winkler nos seis plotes. Nós amostramos 87 espécies de formigas, distribuídas em 32 gêneros, pertencentes a sete subfamílias. Houve uma menor frequência de espécies, riqueza média e riqueza acumulada no tratamento com adição de combustível como esperado, sendo que não houve diferença entre o controle e o sem adição de combustível. Além disso, não houve diferença na diversidade beta entre os tratamentos. Entretanto, houve uma maior contribuição do aninhamento quando comparados os tratamentos com adição e sem adição de combustível, ou seja, houve uma maior perda de espécies ao comparar esses dois grupos do que quando comparados ao controle. Apesar de não termos encontrado efeito direto dos parâmetros estruturais do fogo sobre a diversidade alfa e beta, a taxa de espalhamento e intensidade do fogo tiveram um efeito significativo sobre o aninhamento. Não encontramos evidências de que a composição de espécies das áreas queimadas e não queimadas sejam diferentes entre si. Nesse estudo observamos que a mirmecofauna de serapilheira na transição Cerrado-Amazônia responde de formas distintas a diferentes regimes de fogo. A mirmecofauna não apresentou mudanças drásticas a curto prazo com um fogo de menor intensidade. Mas observamos que um aumento no combustível disponível para queima tende a originar fogos mais intensos que alteram a riqueza e frequência de espécies. De forma geral, a mirmecofauna de serapilheira da transição Cerrado-Amazônia apresentou a curto prazo resistência a um fogo menos severo.Item A importância do efeito Top-down em comunidades de insetos : formigas afetam o acesso dos cupins à matéria orgânica?(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-06) Souza, Tamires de Lima; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/6747490613296154O presente estudo teve como objetivo determinar se as formigas afetam negativamente o acesso dos cupins à matéria orgânica. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA-MP), em um fragmento de Mata Atlântica em Viçosa onde foram montadas 30 estações de coleta de dimensões 14x 2,5 m. Cada estação recebeu 12 “iscas celulósicas”, feitas de esterco bovino moldado que foram pesadas e secas individualmente antes de serem levadas ao campo. À cada 9 dias, as iscas de esterco eram monitoradas quanto à ocupação por cupins e uma isca de cada estação era coletada, seca e pesada novamente para a estimativa da perda de peso. Durante o experimento, 15 das 30 estações receberam 15g de sardinha a cada 5 dias com objetivo de aumentar a atividade de formigas nestas estações (grupo tratamento). Por outro lado, as outras 15 estações não receberam iscas de sardinha (grupo controle). Antes do início das coletas e no final de todo o experimento duas armadilhas do tipo pitfall foram montados em todas as estações. Em cada estação medimos também o risco de predação através do tempo gasto para encontro de iscas de cupins por formigas. Além disso, fizemos coleta ativa de cupins no solo de todas as estações. O peso final das iscas foi comparado entre as estações dos grupos controle e tratamento e a ocupação dos cupins no solo e nas iscas de esterco foi analisada levando-se em consideração a abundância e riqueza de formigas. (Os resultados indicam que embora as formigas sejam conhecidas como potenciais predadoras, em nosso sistema parece não afetar negativamente a comunidade de cupins. Em conjunto, estes resultados mostram que os efeitos parecem estar diluídos a nível de comunidades e precisam de novos estudos mais aprofundados,especialmente sobre o efeito direto das formigas sobre os cupins.Item Quais os papéis de aves e formigas na regeneração de uma árvore ornitocórica?(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-11) Falcon, José Eduardo Teixeira; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/9628808906574204O processo de dispersão de sementes é um importante passo no ciclo reprodutivo das plantas. Geralmente uma semente dispersa por um vetor primário, como uma ave, passa por eventos subsequentes que podem alterar sua probabilidade de estabelecimento, por exemplo a dispersão secundária por formigas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a contribuição relativa de dispersores primários (aves) e secundários (formigas) para a regeneração de Xylopia sericea, uma planta ornitocórica amplamente distribuída pelo Brasil. O estudo foi conduzido em um fragmento de floresta semidecídua de Mata Atlântica em Viçosa (MG) entre fevereiro/2016 e março/2017. Foi estimada a produção de diásporos disponíveis para a dispersão utilizando coletores de diásporos alocados abaixo da copa de sete plantas de X. sericea. Foram realizados levantamentos de dispersores primários e secundários por meio de observações diretas da copa e de estações de amostragens utilizando diásporos como iscas, respectivamente. Por fim, entre julho/2016 e março/2017 foi acompanhada em campo a sobrevivência e distribuição de plântulas de X. sericea produzidas por cada agente dispersor. A produção média de diásporos/árvore foi de 820 e a maioria (67,2%) caiu viável abaixo da copa. As 12 espécies de aves observadas removeram 17,4% dos diásporos na copa, sendo 60% consumidos por dispersores legítimos que dispersaram em média por 6,6 m de distância. Aves predadoras consumiram 30% dos diásporos removidos por aves, representando um custo para a dispersão, no entanto ainda com estes custos. aves podem produzir potencialmente 8,6 plântulas ao final do processo. No solo, formigas removeram 46,5% dos diásporos e foram mais importantes quantitativamente para a dispersão que aves. Foram registradas 34 espécies de formigas e 181 interações com diásporos, sendo 37,6% remoções a uma distância média de 0,33 m. Destes, a metade foi realizada por formigas potencialmente granívoras que também podem prejudicar a regeneração de plântulas. No entanto o resultado geral encontrado demonstrou que plântulas próximas a ninhos sobreviveram mais que as distantes e a dispersão secundária incorporou praticamente o dobro de plântulas ao saldo final de plântulas produzidas por dispersores (15,9). Assim, embora possa haver grande variação e custos relacionados às interações com aves e com formigas, no processo de dispersão de X. sericea, a dispersão em duas fases é bastante vantajosa para espécie.Item Estudo ecológico e citogenético da formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni Wheeler, 1925 em ecossistema Costeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-27) Pereira, Tássia Tatiane Pontes; Cristiano, Maykon Passos; http://lattes.cnpq.br/5759564403722302O gênero Trachymyrmex possui um comportamento intermediário entre as formigas cultivadoras de fungo não-cortadeiras e cortadeiras, pois utilizam tanto matéria ogânica em decomposição como as formigas não cortadeiras quanto material vegetal cortado fresco como as cortadeiras para substrato no cultivo do fungo. Além disso, o gênero Trachymyrmex, o qual divergiu entre 15 e 20 milhões anos assumi uma posição filogenética intermediária. Esses aspectos fazem com o que o estudo das características biológicas das espécies que compõem esse gênero seja importante para compreender os passos intermediários na evolução do cultivo do fungo simbionte. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo ecológico e citogenético da espécie de formiga cultivadora de fungo Trachymyrmex holmgreni a fim de contribuir para a compreensão da evolução do grupo. A abordagem ecológica consistiu em descrever a arquitetura do ninho, a demografia da colônia em duas estações do ano e avaliar o padrão de distribuição dos ninhos em ecossistema de Restinga. A abordagem citogenética foi realizada por meio do estudo do cariótipo de quatro populações geograficamente distintas. O estudo ecológico foi realizado ao longo de três praias no litoral sul brasileiro, nas localidades de Morro dos Conventos-SC, Balneário Gaivota-SC e Torres-RS e o citogenético, além dessas três, incluímos uma população de Cachoeira do Campo-MG localizada a aproximadame nte 1.500km de distância das demais populações. Escavamos e coletamos 50 ninhos para descrição da arquitetura e demografia. Amostramos ninhos na paisagem por meio de quadrantes e utilizamos os índices R de Clarck e Evans e Ip de Morisita para o padrão de distribuição. Para o estudo citogenético, utilizamos os ninhos coletados para o estudo demográfico e um ninho da população de Cachoeira do Campo-MG. As colônias foram mantidas vivas em laboratório e utilizamos as larvas para coleta do tecido cerebral para obtenção de cromossomos metafásicos. Conduzimos a técnica convencional de Giemsa para avaliar número e a morfologia. Utiliza mos a coloração com fluorocromos CMA 3 e DAPI para avaliar a composição de bases GC/AT dos cromossomos. Nossos resultados nos permitiram afirmar que a arquitetura do ninho e a demografia da colônia variam entre as estações. No outono os ninhos apresentaram três câmaras de fungo e um número significativo de indivíduos da casta reprodutiva, já na primavera apresentou 5 câmaras em média e mais imaturos do que no outono. Estes resultados sugerem que as colônias de T. holmgreni investem em reprodução durante o outono estabelecendo novos ninhos durante o inverno e investem em crescimento durante a primavera e verão. Além disso, vii encontramos um padrão de distribuição agregado dos ninhos, indicando que provavelme nte fatores abióticos como disponibilidade de recurso e condições microclimáticas do solo interferem no sucesso do estabelecimento das colônias. O estudo citogenético mostrou que T. holmgreni não apresenta clinas cromossômicas sendo o cariótipo composto por 2n = 20M (n = 10), mas apresentam variação no tamanho total dos cromossomos. Além disso, T. holmgreni apresentou marcações positivas para o fluorocromo CMA 3 na região centromérica e pericentromérica, as quais foram negativas na coloração com DAPI, mostrando que essa região é rica em pares de bases GC. Esses resultados sugerem uma estabilidade desse cariótipo e que provavelmente as pequenas variações encontradas no gênero sejam resultados de rearranjos cromossômicos a partir desse cariótipo.Item Fire in the Amazon: impacts of fuel loads and frequency on ants and their interactions with seeds(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-15) Paolucci, Lucas Navarro; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/9491593321334653Fire is a major disturbance shaping the distribution and diversity of species across several biomes. Tropical forests rarely burn naturally, but human activities such as logging and agriculture fragment the original habitat, increasing fuel loads and consequently the flammability and frequency of understory fires. Southern Amazonian forests are currently facing extremely land-use change, and are under a state of high recurrent burning. Understory fires severely degrade the structure of these forests, but the role of fuel loads or fire frequency on their faunal communities has been little studied. Here we experimentally addressed how understory fires affect shade-adapted ant communities from southern Amazonian forests. In the first chapter we investigated the influence of fire and fuel loads on ant communities and their interactions with myrmecochorous seeds. Single fires and fuel addition were applied to plots in six replicated blocks, and ants were sampled in four strata: subterranean, litter, epigaeic and arboreal. We found that highly specialized taxa are the most sensitive, but species composition remained little altered. Fire reduced rates of seed location and transport, which we attribute to increased thermal stress, although enhanced fuel loads will not decrease ant diversity and ecosystem services through increased fire severity. In the second chapter we investigated the role of recurrent fires on ant communities, and assessed the extent to which their responses are consistent with those of trees. Two plots were subjected to annual and triennial fires over a six-year period, while one plot remained unburnt. Species diversity and composition varied similarly for trees and ants, with minor effects on richness, increased evenness and different species composition due to fire. However, fire had a much more severe impact on abundance and biomass of trees than of ants, reflecting the direct effects of fire on the former and indirect on the latter. In conclusion, we suggest that the prevention of recurrent fires should be of special concern for the maintenance of biodiversity of these forests, particularly considering that ants have a well-established role on indicating disturbances on other faunal groups, so such negative effects likely occur for other taxa from these forests as well.Item Restrição por sódio em formigas em ambientes naturais e antropizados(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Dias, Devlynn Coelho; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/7355935025886468Vários elementos químicos são fundamentais para os organismos que compõem um ecossistema. Dentre os elementos importantes para os organismos, pode-se destacar o sódio, um elemento de fundamental importância para plantas e animais, por suas funções fisiológicas. Em habitats onde se observa qualquer intervenção do ser humano, se espera que haja uma modificação ou até mesmo restrição de certos elementos químicos. Consequentemente, como o sódio faz parte da solução de diversos solos no Brasil, pode-se esperar que com a ação antrópica, a disposição do sódio nos solos poderia ser também modificada. A partir disso, seria plausível esperar que essa alteração cause efeitos negativos também nos organismos associados a esses habitats modificados. Dessa forma, o objetivo geral do presente trabalho é determinar se modificações antrópicas na cobertura vegetal podem alterar a disponibilidade de sódio no ambiente, e consequentemente causar uma modificação na utilização desse nutriente pelos organismos presentes nesse habitat, sendo utilizadas aqui as formigas como objeto de estudo. Assim, os objetivos específicos do trabalho foram testar as seguintes hipóteses: i) a disponibilidade de sal no solo é maior em áreas antropizadas (ex. pasto e cafezal) do que áreas preservadas (matas) ii) a utilização de sal por formigas é maior em áreas preservadas (matas) do que em áreas com maiores ações antrópicas (ex. pasto e cafezal); iii) existe um efeito negativo da concentração de sódio no solo sobre a utilização de iscas de sódio por formigas, sendo que esse efeito é dependente do habitat amostrado (pasto, cafezal e mata). Para testar essas hipóteses foram escolhidos três habitats (cafezal, pasto e mata) nas Cidades de Alto Jequitibá, Alto Caparaó, Luisburgo, Viçosa e Ervália que compõem a Zona da Mata Mineira. Após o procedimento amostral de coleta de solos, procedeu-se a analise deste solo, a fim de identificar a concentração de sódio. Quanto as formigas, foram identificadas as espécies e preferências pelas soluções oferecidas. Para o procedimento amostral de formigas foram oferecidas soluções de água destilada, glicose e solução salina, colocadas diretamente sobre o solo, com distâncias de 2 metros entre si em uma parcela de 60x60 metros, em cada habitat estudado. Foi observado que a concentração de sódio nos solos de habitats antropizados (pasto e cafezal) foi maior do que em habitats naturais (mata) assim como previsto em nossa primeira hipótese. No entanto, ao contrário do esperado nas hipóteses 2 e 3, não houve efeito do habitat ou da concentração de sódio no solo sobre a utilização preferencial das iscas de sal pelas formigas. Para o presente estudo três possíveis fatores são apontados como principais: i) baixo número de “iscas visitadas por formigas”; ii) baixa concentração de sódio comparado a solos sódicos e iii) ausência de limitação de sódio para formigas nos três habitats. Finalmente, fazem-se necessários mais estudos, principalmente abordando diferentes tipos de usos do solo, que tentem investigar o efeito da antropização sobre a dinâmica de nutrientes e seu respectivo efeito sobre as comunidades naturais.